sábado, setembro 20, 2008

Globalização!!


Globalização!! Você sabe o que é? Vou tentar explicar

O diretor disse à secretária:
- Vamos viajar para o exterior por uma semana, faça os preparativos da viagem!
A secretária faz uma chamada para o marido:
- Vou viajar para o exterior com o meu diretor por uma semana. Cuida-te.
O marido liga para a amante:
- Minha mulher vai viajar para o exterior por uma semana, então nós vamos passar a semana juntos, meu docinho!
A amante liga para um menino a quem ela dá aulas de explicação:
- Tenho muito trabalho na próxima semana e não precisas vir às aulas.
O menino liga para o seu avô:
- Vô, na próxima semana não tenho aulas, a minha professora estará ocupada.
Vamos passar a semana juntos.
O avô (que é o diretor) liga para a secretária:
- Vou passar a próxima semana com o meu neto,não poderemos participar naquele encontro. Cancele a viagem.
A secretária liga para o marido:
- A próxima semana o meu diretor tem muito trabalho, cancelamos a
viagem..
O marido liga para a amante:
- Não poderemos passar a próxima semana juntos, a viagem da minha mulher
foi cancelada.
A amante liga para o menino das aulas de explicação:
- Esta semana vamos ter aulas como normalmente.
O menino liga para o avô:
- Vô, a minha professora disse que esta semana tenho aulas. Desculpe-me,
não vai dar para fazer-lhe companhia.
O avô liga para a sua secretária:
- Não se preocupe, na próxima semana vamos participar naquele encontro. Continue com os preparativos. (isso é globalização...)

ENVIADO POR APOLO
 DE  PINÓQUIO



Colunista: Alex Medeiros

E-mail: alex.medeiros1959@uol.com.br


Cala a boca, Odorico!

No velho Hotel Thermas de Mossoró só faltou o "gramu", como diria a personagem Lady Kate. A choldra papa-jerimum rindo das piadinhas sem graça do bufão do Planalto. Sempre foi assim. O Brasil não muda. Antes eram os coronéis dos grotões gargalhando da sabedoria de almanaque dos generais.

Do Oeste, via aérea (não confundir com vias nasais), o teatrinho mambembe de uma arena inculta pousa nos quintais do Potengi. Cada discurso surrado aplaudido como um pronunciamento solene de um vocalista de forró. Um recado eleitoreiro para Natal nos ouvidos de eleitores do interior. Qual é a graça?

Cada dia que passa o homem vai ganhando trejeitos e verborréias do prefeito Odorico Paraguaçu, personagem imortal de Dias Gomes. Junte-se a ele um trio de lideranças provincianas e teremos o quadro completo com as irmãs Cajazeiras e ainda uma espécie de "Dirceu Borboleta" a lançar grunhidos no lugar da fala.

Um palanque com várias arrobas de gordura e outra quantia de músculos para enfrentar uma mulher de um metro e meio. Se Micarla de Sousa ganhar a eleição, melhor enviá-la como vice de Barack Obama para consolidar de vez o desejo de vitória dos que comungam com o democrata americano.

Quanto vômito verbal sem sentido. O clone do Odorico na velha versão de Sucupira lançando na oposição a lama que lhe infecta as entranhas partidárias. Enquanto vociferava contra José Agripino, explodia na imprensa sudestina a notícia de seu genro fazendo lobby para um amiguinho industrial.

É a escola do Lulinha formando novos gênios das finanças fáceis. E o homem ainda tem coragem de dizer que o senador do Rio Grande do Norte "achincalhou minha administração". Quem, cara pálida? Quer dizer que o Jajá é um novo disfarce do Zé Dirceu? Será Agripino o guru de Gushiken, de Delúbio, de Marcelo Sato?

Odorico acha que para Micarla ser uma boa pessoa teria que estar no lado dele. É nesse "lado do bem" que estão corruptos do mensalão, ladrões dos Correios, carregadores de dólares na cueca, sanguessugas do erário, parceiros do narcotráfico, amiguinhos do terrorismo internacional, salteadores das licitações públicas.

A esquerdopatia nacional está pronta para transformar o Brasil numa ditadura barnabesina-sindical, uma Cuba de militantes parasitas e incultos. E no lugar do charuto fidelino, um ridículo cigarrinho Gudang Garam, símbolo maior do avanço petista em três décadas. No começo era apenas um baseado de maconha circulando entre vagabundos intelectuais e comunistas fedorentos. Nunca nesse país... (AM) 

REVISTA VEJA - 20/09

Internacional
A Bolívia que quer ser primitiva

Como Evo Morales está destruindo a economia e a democracia
para criar um estado narcossocialista, com a sociedade 
organizada de acordo com costumes pré-colombianos


Duda Teixeira, de La Paz


Fotos Anderson Schneider
FALTA GÁS TAMBÉM PARA OS BOLIVIANOS
"Aqui tem fila todo dia", diz Miguelina Choque, dona-de-casa. A cada quinze dias, ela chega às 6 horas da manhã à fila do botijão de gás, distribuído pela estatal YPFB em certas ruas de La Paz. Desde a nacionalização do setor de energia, a produção de gás de cozinha não atende ao consumo interno. Miguelina diz que o botijão, que antes durava um mês, hoje acaba em quinze dias. "Também se tornou um martírio comprar óleo, carne, pão e arroz", reclama.

Por que é tão difícil acabar com o caos boliviano? A resposta é óbvia: a estratégia de poder do presidente Evo Morales só tem chance de sucesso se a oposição e a democracia forem subjugadas, mesmo que para isso seja preciso um banho de sangue. De outra forma, não há maneira de convencer os setores modernos e produtivos da sociedade boliviana a aceitar que a estrutura social do país seja recriada em um formato pré-colombiano, com a volta do açoitamento de criminosos e toda a economia nas mãos do estado. Por isso, apesar de representantes dos departamentos autonomistas e do governo terem sentado para conversar em Cochabamba, na semana passada, ainda é impossível falar em paz na Bolívia. No exato momento em que a reunião ocorria, soube-se que oito centenas de camponeses e mineiros fiéis ao presidente se dirigiam com armas na mão para o Departamento de Santa Cruz. O objetivo da turba era atacar aqueles que Morales qualifica de "capitalistas" e "oligarcas" da região mais dinâmica do país.

Anderson Schneider
APOIO OBRIGATÓRIO
Líder de sua categoria, o lojista Marcelo Cortez organizou duas passeatas na última semana em apoio ao governo. Como faz isso? "O comparecimento é obrigatório. Quem não vai sofre sanção", revela Cortez. Quem falta a uma manifestação tem sua loja fechada por três dias. Quem falta a duas fica de portas fechadas por uma semana. Quem não aparece em quatro eventos tem seu estabelecimento fechado para sempre. É a democracia de Morales em ação!


A intransigência ultrapassa a histórica rixa entre os departamentos do ocidente e do oriente, entre o altiplano, no qual povoados indígenas vivem de modo tradicional, e as planícies da Amazônia, onde bolivianos de todos os matizes se integraram ao mundo moderno. Morales quer "refundar" o país e "construir um estado novo" – como está escrito na Constituição que ele fez aprovar numa reunião legislativa secreta, sem a presença da oposição, e agora pretende submeter a referendo. Nessa nova pátria, não haverá espaço para o capitalismo, para o empreendedorismo e para a democracia. "Enquanto no Brasil historicamente se busca a continuidade, na Bolívia se quer sempre começar tudo de novo", disse a VEJA o historiador Jorge Siles Salinas. "E isso só se faz com violência, com sangue."

Seguindo o mesmo modelo testado e reprovado na Venezuela, Morales está à frente de uma febre estatizante. No país de Hugo Chávez, o esfacelamento econômico é compensado pelos dividendos do petróleo vendido aos Estados Unidos. A Bolívia, cujas reservas de petróleo e gás têm um décimo do tamanho das venezuelanas, não desfruta esse privilégio. Para piorar, a nacionalização do setor perturbou a produção. A economia boliviana agora depende do dinheiro venezuelano e do narcotráfico. Desde que Morales subiu ao poder, dois anos atrás, a produção de cocaína aumentou em 13%. O presidente fez carreira política como representante dos produtores de coca e defende o uso tradicional da planta em chás ou para mascar. O problema é que o mercado tradicional de coca só absorve 17% da produção atual. O restante vai diretamente para os laboratórios dos narcotraficantes. "Em cinco anos, Morales transformará a Bolívia no que era a Colômbia há duas décadas", disse a VEJA a deputada Ninoska Lazarte, do partido oposicionista Podemos, em La Paz. Na terça-feira passada, quando ia entrar no Congresso, a deputada foi atacada por partidários de Morales. Eles puxaram seu cabelo e a cobriram de lixo. Tudo isso às vistas de policiais, que nada fizeram.

Enquanto a coca ganha espaço, o resto da economia vai de mal a pior. "O setor industrial não faz parte do programa de governo. Para Morales, somos os inimigos capitalistas", comenta Eduardo Bracamonte, dono de uma fábrica de jóias que exporta para as cadeias americanas Wal-Mart, JCPenney e Bloomingdale’s. A produção de soja caiu 55% nos últimos dois anos. A mineração entrou em colapso depois que a Comibol, a autarquia que supervisiona o setor, estabeleceu a sindicalização forçada dos mineiros que trabalhavam em cooperativas. "O governo quer sovietizar a Bolívia. Não aceita nenhum tipo de trabalhador independente", disse a VEJA o mineiro Samuel Flores, 62 anos e sem trabalho há dois por ter se recusado a aceitar as regras da Comibol. Até o setor energético – a bandeira do nacionalismo de Morales – vai mal. Depois da nacionalização, as companhias que atuavam no país desistiram de fazer novos investimentos. Como a Bolívia não tem recursos nem tecnologia para compensar a falta dos estrangeiros, a produção vem diminuindo. O clima na YPFB, a estatal do petróleo que recebeu de presente as refinarias, campos de extração e gasodutos, é de lambança. Pessoas sem experiência no ramo são nomeadas para altos cargos. O superintendente de hidrocarbonetos é contador e o vice-ministro de Energia, advogado. Santos Ramírez, um professor de escola rural catapultado a presidente da estatal, ganha oficialmente 3 800 reais mensais. Neste ano, comprou uma casa por 2,3 milhões de reais na zona sul da La Paz.

Anderson Schneider
VÍTIMAS DAS MILÍCIAS DE MORALES
Desde janeiro, a Aliança da Praça Avaroa, que reúne centenas de jovens, manifestou-se oito vezes na capital boliviana, pedindo respeito aos direitos humanos, democracia e liberdade. Em todas as ocasiões, os manifestantes foram agredidos pelas milícias de Morales. "Mineiros nos atacaram com dinamite e os muros de nossas casas foram pichados com ofensas", diz o universitário Andrés Ortega. "Somos loucos em fazer oposição aqui."

Os absurdos do governo Morales causam revolta nos departamentos produtivos do Oriente, mas praticamente não são questionados no Altiplano. Na capital, sindicalistas e outros pelegos convocam pelo rádio marchas quase diárias de apoio ao presidente. Quem não comparece é punido pelo dirigente de seu sindicato ou agremiação. Outra maneira de convencer as pessoas a segurar faixas é com dinheiro. A participação numa passeata vale 30 reais. Quem se dispõe a fazer parte de um grupo de choque, especializado em agredir opositores, recebe 55 reais por dia. Estima-se que as milícias de Morales disponham de 5.000 integrantes prontos para cometer atos de violência, sempre que convocados por seus dirigentes. A mais violenta delas é chamada de Ponchos Rojos, que recebe ordens diretamente do presidente. No fim do ano passado, para demonstrarem o que pretendiam fazer com os "inimigos de classe", esses esquerdistas furiosos se puseram a degolar cães em La Paz. Desde que Morales assumiu o poder, em 2006, a violência política já fez meia centena de mortos. Esses são os primeiros corpos do mundo primitivo que Morales começa a criar.


LEIA UM LIVRO

MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS-CONT.

MACHADO DE ASSIS

CAPÍTULO 13

Um salto

Unamos agora os pés e demos um salto por cima da escola, a enfadonha escola, onde aprendi a ler, escrever, contar, dar cacholetas, apanhá-las, e ir fazer diabruras, ora nos morros, ora nas praias, onde quer que fosse propício a ociosos.

Tinha amarguras esse tempo; tinha os ralhos, os castigos, as lições árduas e longas, e pouco mais, mui pouco e mui leve. Só era pesada a palmatória, e ainda assim... Ó palmatória, terror dos meus dias pueris, tu que foste ocompelle intrare com que um velho mestre, ossudo e calvo, me incutiu no cérebro o alfabeto, a prosódia, a sintaxe, e o mais que ele sabia, benta palmatória, tão praguejada dos modernos, quem me dera ter ficado sob o teu jugo, com a minha alma imberbe, as minhas ignorâncias, e o meu espadim, aquele espadim de 1814, tão superior à espada de Napoleão! Que querias tu, afinal, meu velho mestre de primeiras letras? Lição de cor e compostura na aula; nada mais, nada menos do que quer a vida, que é a mestra das últimas letras; com a diferença que tu, se me metias medo, nunca me meteste zanga. Vejo-te ainda agora entrar na sala, com as tuas chinelas de couro branco, capote, lenço na mão, calva à mostra, barba rapada; vejo-te sentar, bufar, grunhir, absorver uma pitada inicial, e chamar-nos depois à lição. E fizeste isto durante vinte e três anos, calado, obscuro, pontual, metido numa casinha da Rua do Piolho, sem enfadar o mundo com atua mediocridade, até que um dia deste o grande mergulho nas trevas, e ninguém te chorou, salvo um preto velho, — ninguém, nem eu, que te devo os rudimentos da escrita.

Chamava-se Ludgero o mestre; quero escrever-lhe o nome todo nesta página: Ludgero Barata, — um nome funesto, que servia aos meninos de eterno mote a chufas. Um de nós, o Quincas Borba, esse então era cruel com o pobre homem. Duas, três vezes por semana, havia de lhe deixar na algibeira das calças, — umas largas calças de enfiar —, ou na gaveta da mesa, ou ao pé do tinteiro, uma barata morta. Se ele a encontrava ainda nas horas da aula, dava um pulo, circulava os olhos chamejantes, dizia-nos os últimos nomes: éramos sevandijas, capadócios, malcriados, moleques. — Uns tremiam, outros rosnavam; o Quincas Borba, porém, deixava-se estar quieto, com os olhos espetados no ar.

Uma flor, o Quincas Borba. Nunca em minha infância, nunca em toda a minha vida, achei um menino mais gracioso, inventivo e travesso. Era a flor, e não já da escola, senão de toda a cidade. A mãe, viúva, com alguma coisa de seu, adorava o filho e trazia-o amimado, asseado, enfeitado, com um vistoso pajem atrás, um pajem que nos deixava gazear a escola, ir caçar ninhos de pássaros, ou perseguir lagartixas nos morros do Livramento e da Conceição, ou simplesmente arruar, à toa, como dois peraltas sem emprego. E de imperador! Era um gosto ver o Quincas Borba fazer de imperador nas festas do Espírito Santo. De resto, nos nossos jogos pueris, ele escolhia sempre um papel de rei, ministro, general, uma supremacia, qualquer que fosse. Tinha garbo o traquinas, e gravidade, certa magnificência nas atitudes, nos meneios. Quem diria que... Suspendamos a pena; não adiantemos os sucessos. Vamos de um salto a 1822, data da nossa independência política, e do meu primeiro cativeiro pessoal.

CONT.AMANHÃ