quarta-feira, setembro 11, 2013

A volta da faxina - LUIZ CARLOS AZEDO

CORREIO BRAZILIENSE - 11/09

O ministro do Trabalho, Manoel Dias, se depender da presidente Dilma Rousseff, permanecerá no cargo. Estava mais para rainha da Inglaterra do que para São Jorge de Cabaré. Já o secretário secretário executivo, Paulo Roberto dos Santos Pinto, pediu exoneração do cargo, ontem, em carta enviada ao ministro. Saiu rapidinho, antes de uma vassourada pública da presidente. Ele é um dos investigados pela Polícia Federal na Operação Esopo, que apura desvio de recursos públicos.

As investigações se concentram em fraudes em licitações de prestação de serviços, construção de cisternas e produção de eventos turísticos e artísticos. O coordenador de contratos e convênios da pasta, Geraldo Riesenbeck, e o ex-subsecretário de Planejamento do ministério Antônio Fernando Decnop foram presos na segunda-feira. Paulo Roberto Pinto prestou depoimento e foi liberado em seguida. O Ministério não mantém convênio com o Instituto Mundial de Desenvolvimento e Cidadania (IMDC), mas com municípios e governos no Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Pernambuco, São Paulo, Ceará, Amapá, Paraná, Roraima e Pernambuco, além do Distrito Federal, que contrataram a instituição.

Manoel Dias há tempos queria se livrar da equipe, mas era impedido pelo presidente do PDT, Carlos Lupi. Vivia a mesma situação de seu antecessor, o deputado Brizola Neto (PDT), que acabou afastado do cargo por pressões de seu próprio partido. Até agora, não há indícios de envolvimento de Lupi no esquema. Mesmo assim, sua influência no ministério será reduzida a zero. Com isso, abre-se uma disputa pelo controle do PDT entre o ministro do Trabalho e o presidente da legenda.

Rombo
De acordo com a Polícia Federal (PF), o desvio de verbas no Ministério do Trabalho por meio do esquema chegou a R$ 400 milhões

Espionagem
Os integrantes da CPI do Senado sobre a espionagem norte-americana querem ouvir o jornalista Glenn Greenwald e representantes da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e da Petrobras na próxima terça-feira para avaliar se o fabuloso leilão de petróleo da camada pré-sal do poço de Libra deve ser mantido. Greenwald é o responsável por divulgar dados secretos coletados pelo técnico Edward Snowden, ex-funcionário terceirizado da agência de segurança nacional dos Estados Unidos. A presidente Dilma Rousseff e a Petrobras foram alvos da espionagem.

Técnicos
O relator da CPI da Espionagem, Ricardo Ferraço (PMDB-ES), apresentou as linhas gerais do plano de trabalho do colegiado, que deve contar com a colaboração de técnicos dos ministérios da Justiça, da Defesa, das Comunicações e das Relações Exteriores. Ferraço considera o leilão do poço de Libra o assunto mais urgente a ser tratado.

Não vai
Em café da manhã com o governador petista da Bahia, Jaques Wagner (foto), a presidente Dilma Rousseff disse que não faltará à Assembleia Geral da ONU, cuja tribuna pretende ocupar para registrar sua reclamação contra a espionagem dos EUA , principalmente agora, que atingiu a Petrobras. Na mesma conversa, Dilma Rousseff revelou que cancelará sua visita de estado à Casa Branca. Salvo se até lá os esclarecimentos de Obama forem satisfatórios.

Boné na mão
O discurso de balanço do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra (foto), ontem, na assinatura do termo de compromisso do Programa Água para Todos, que beneficia municípios do semiárido brasileiro em estado de emergência por causa da estiagem, foi considerado uma despedida do PSB do governo. A presidente Dilma não esconde mais a insatisfação com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).

Prestígio/ Surpreendeu a votação recebida pelo novo procurador-geral da República, Rodrigo Janot Monteiro de Barros, no Senado. Seu nome foi aprovado por 60 votos a favor e 4 contra. Entra no lugar de Roberto Gurgel. Mineiro, de 56 anos, é especialista em direito comercial e foi secretário de Direito Econômico no Ministério da Justiça em 1994.

Sesmarias/ Na reunião com líderes do Senado ontem de manhã, a presidente Dilma Rousseff garantiu ao senador Gim Argello (PTB-DF) que os itens retirados, a pedido do Planalto, do texto da MP 615, poderão ser incluídos em outras medidas provisórias que vierem a ser editadas em breve. Foram excluídos o direito à hereditariedade de concessões de feiras, bancas de jornais e quiosques, mas, principalmente, a autorização de venda direta de terrenos ocupados por igrejas no DF.

Só craques/ A MP 620/2013, que altera a Lei Pelé e define regras mais transparentes para a destinação de verbas públicas para entidades esportivas no Brasil, mobilizou grandes nomes do desporto nacional. Foram ao Congresso ontem pressionar os parlamentares para que mudem as regras do jogo Ana Moser, Raí, Gustavo Borges, Ricardo Vidal, Pipoka e Carmen de Oliveira, entre outros.

Pra inglês vir/ O cientista político Murillo de Aragão realiza palestra hoje sobre o Brasil na Câmara dos Comuns em Londres. O evento é promovido pelo The Foreign Policy Center e visa a esclarecer investidores sobre a situação do Brasil.

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