sexta-feira, novembro 14, 2008

PARA...HIHIHIHI

Relato da esposa

Terminado meu banho, lá estou eu na frente do espelho, comentando com meu marido que acho meus seios pequenos demais.

Ao invés do esperado "imagina, não são não", ou de uma promessa de cirurgia para aplicação de silicone, ele me vem com uma sugestão insólita:

- Pode parecer estranho, mas eu já vi funcionar. Se quiser aumentar seus seios, pegue todos os dias um pedaço de papel higiênico e esfregue-o entre eles durante alguns segundos.

Aquilo parecia uma brincadeira sem graça, ou uma simpatia sem qualquer fundamento científico - ainda mais para mim. Mas, disposta a tentar qualquer coisa, pego um pedaço de papel higiênico, fico na frente do espelho e começo a esfregá-lo entre meus seios para ver o resultado da estranha dica!

- Quanto tempo demora para funcionar? - eu pergunto.

- Claro que não é um negócio automático, bem! Eles vão aumentar de tamanho ao longo de alguns anos. - responde meu marido.

Parei e, meio que me sentindo idiota, perguntei:

- Você realmente acha que esfregar um pedaço de papel higiênico entre meus seios todos os dias vai fazer aumentá-los em alguns anos?

Sem hesitar um segundo e às gargalhadas, ele diz: - Funcionou com a sua bunda, não funcionou???

Notícias do marido
Está respirando ainda com a ajuda de aparelhos e, talvez, com muita fisioterapia, até que volte a andar novamente
.

"ANJA GOSTOSA"

Clique na foto para ampliar

NELSON MOTTA

Quem come quem

Em inglês, francês, espanhol, italiano, alemão ou japonês não existe uma expressão equivalente a “comer”, significando relação sexual.

Só em português, mais especificamente em brasileiro.

Aqui, o macho predador não faz amor ou apenas sexo: devora a sua presa. Mas depois do feminismo as brasileiras modernas também adotaram a expressão para suas conquistas.

Surpresos e intimidados, os homens ouviram a temida e desejada ameaça: vou te comer! Certamente essa expressão tão brasileira está em sintonia com o conceito de “antropofagia cultural”, lançado por Oswald de Andrade em 1928 e retomado no transe de 1968.

Na época, acreditamos fervorosamente que o nosso destino e vocação— desde 1556, quando o bispo Sardinha foi comido pelos caetés — era devorar a cultura colonizadora, digeri-la e transformála em brasileira e revolucionária.

Em 2008, no mundo globalizado e interligado, com as culturas nacionais interagindo e se misturando, com a fusão de linguagens e gêneros, com os samplers, a computação gráfica e todas as maravilhas da era da informação e das comunicações, não há nada mais anacrônico do que a idéia de antropofagia cultural. Porque hoje qualquer cultura nacional come e é comida, querendo ou não: a “antropofagia” é inevitável e óbvia.

Quanto tempo perdido teorizando sobre Villa-Lobos ou Tom Jobim “comendo” Bach, Debussy ou Cole Porter para produzir uma música brasileira internacional.

Ou Niemeyer degustando Le Corbusier para inventar a arquitetura moderna. Ou Nelson Rodrigues pumamando em Dostoiévski para criar uma dramaturgia tijucana e universal.

A pobre cultura nacional, provinciana e colonizada, ou “antropofágica e antiimperialista”, não tem nada com isso: os méritos são exclusivamente do talento individual desses raros criadores nativos.

Poucos acreditaram tanto nessa bobagem de “antropofagia” como eu. Levamos a sério a piada do velho Oswald, por ela aceitamos muita empulhação. Quantas vezes diverti amigos estrangeiros, embora falasse a sério, exaltando essa esdrúxula teoria como um diferencial da arte brasileira. Como se pode ser tão bobo tanto tempo?

DORA KRAMER

Luvas de pelica

O Supremo Tribunal Federal passou duas reprimendas no Congresso. Elegantes, mas muito bem passadas: confirmou a inconstitucionalidade do troca-troca de partidos e ressaltou que tomava posição a respeito porque o Legislativo é inerte.


Mostrou-se também debochado ao reagir marcando para o quanto antes sua decisão sobre a fidelidade partidária, mas no sentido oposto ao da Constituição: abrindo um espaço para mudanças sem justa causa.

Ou melhor, em causa própria.

Ao contrário do sofisma invocado como justificativa para a liberalidade, não há vedação total a mudanças de partidos. No entendimento do STF, são perfeitamente aceitas quando há criação, fusão ou incorporação de partidos, reiterados desvios em relação ao programa original da legenda ou em casos de discriminação grave contra o filiado - esteja ou não no exercício de um mandato.

Mas o Parlamento não se contenta com isso, no que é acompanhado pelo Palácio do Planalto. Ou vice-versa. Ambos querem mesmo recuperar o poder de fazer os partidos funcionarem ao ritmo das sanfonas, inflando uns e desinflando outros, de acordo com as necessidades do Executivo.

A regra tal como está garante a liberdade de trânsito entre legendas por motivação doutrinária, mas veda aquelas trocas orientadas pelo pragmatismo, no pior e mais pejorativo sentido do termo.

A Justiça expôs as coisas com toda a clareza e muita paciência. O TSE tomou a primeira decisão em março de 2007, o Supremo confirmou a sentença em outubro, no início de 2008 o tribunal eleitoral reiterou a decisão no exame de um caso concreto no início de 2008 e agora acaba de dar o que se imaginava seria a última palavra antes de o Parlamento cumprir o ditame legal.

Mas, não. O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, de pronto pediu tempo para "entender a decisão" e 24 horas depois resolveu repreender o presidente do TSE por ter o ministro Carlos Ayres Britto tido a ousadia de se referir à lentidão do Legislativo no cumprimento de suas tarefas.

Sugeriu que a Justiça carecia de moral para falar sobre demoras nos outros Poderes e ponderou que os parlamentares não costumam fazer o mesmo em relação à morosidade do Judiciário.

Ora, a lentidão da Justiça há muito é assunto recorrente, abordado em toda parte - no Legislativo, inclusive - e já diagnosticado como produto de uma estrutura ultrapassada sob todos os aspectos. Diferente da vagarosidade deliberada e seletiva do Congresso.

Ali as coisas acontecem à velocidade das vontades. Tomemos o próprio caso da fidelidade. O Congresso empurra o assunto com a barriga há mais de 15 anos, mas, quando o Judiciário toma uma decisão contrária aos interesses dos parlamentares num instante eles arrumaram tempo, esforço e consenso para quebrar a austeridade da regra original.

Quando querem, fazem, quando não querem ficam parados ou, como no caso da fidelidade, desfazem. O Parlamento optou por se atritar com o Judiciário na questão. Perdeu, por cabeça torta e vista curta, a chance de ganhar um pouco de moral.

Oficialmente

Não é nada trivial, ao contrário, é singularmente espantosa a declaração do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, de que a corrupção grassa na Fundação Nacional de Saúde.

Temporão não contou nenhuma novidade, mas admitiu sua incapacidade de intervir no funcionamento da Funasa. Ao mesmo tempo, deu recibo oficial às denúncias sobre desvios de dinheiro na fundação comandada pelo PMDB - mais especificamente por um afilhado do senador Renan Calheiros - e ainda se pôs na condição de cúmplice do partido ao qual é filiado.

O ministro falou de manhã durante uma reunião com índios, cuja política de saúde é executada pela Funasa, tentou consertar a declaração à tarde, mas era tarde.

Inverossímil a desculpa de que havia se referido a gestões passadas diante da afirmativa anterior: "As denúncias de escândalo, corrupção, desvio de dinheiro estão todos os dias na imprensa. A situação é muito grave, não podemos deixar como está, temos de mudar".

Seria o caso de o chefe - o presidente da República, não o do PMDB - chamá-lo para esclarecer o que se passa: se há no comando da pasta da Saúde um ministro leviano ou se está lá um homem honesto premido pelas circunstâncias a resistir no cargo a fim de proteger o restante do ministério da sanha dos fisiológicos.

Na segunda hipótese, o herói da resistência receberia todo apoio de cima para desbaratar a referida gang que seria presa numa espetacular operação da Polícia Federal, e expulsa do PMDB com humilhação.

Isso no mundo irreal. No real, Temporão deverá apresentar suas desculpas, atribuir o desabafo a um mal-entendido dos jornais, enquanto o PMDB aproveita o ensejo para espalhar boatos sobre sua insatisfação com o desempenho do ministro.

Dia seguinte a vida segue como se nada houvera.

CANALHICE


SEXTA NOS JORNAIS

Globo: Senado já ameaça devolver MP que perdoa filantrópicas

 

Folha: Indústria fecha vagas e inadimplência cresce

 

Estadão: Perícia aponta falhas de TAM, piloto, pista e Anac em acidente

 

JB: Dengue volta a matar

 

Correio: Crise reduz emprego e bancos elevam juro

 

Valor: FMI alerta para o "efeito bumerangue" na crise

 

Gazeta Mercantil: Crise faz crescer 20% as disputas contratuais

 

Estado de Minas: DNIT multa seus próprios carros e ainda dá calote