sexta-feira, julho 04, 2008

FOFINHA, GOSTOSINHA

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Com essa eu casava.



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A ética agora é roubar

ARTIGO - João Mellão Neto
O Estado de S. Paulo
4/7/2008

Quando Fernando Henrique Cardoso, do alto de sua cátedra de sociólogo emérito, declarou, meses atrás, que a "ética do PT é roubar", não foram poucos os protestos escandalizados que ouviu. Hoje em dia, não haveria mais do que murmúrios envergonhados. Quando a corrupção grassa por toda parte, quando o próprio presidente empresta o seu prestígio para defender notórios larápios, é para começar a acreditar na cruel sentença do ex-presidente.
Para quem, por dever de ofício (sou jornalista), vem acompanhando com acuidade a história desse partido, a declaração de Fernando Henrique não tinha nada de surpreendente.
Os primeiros petistas, lá pelos inícios dos anos 80, nutriam uma interpretação muito particular do que fosse corrupção. Para eles, tratava-se de um problema menor, que seria automaticamente banido, uma vez implantada a sociedade sem classes. "O verdadeiro roubo, na sociedade, se dá entre patrões e proletários: tudo o mais advém disso." Como corolário deste raciocínio, não haveria nada de mais entre burgueses espoliando burgueses (isso é próprio do capitalismo) ou, então, entre pseudo-socialistas extraindo verbas do erário (é um dinheiro expropriado da burguesia para ser usado contra a própria burguesia).
Esse discurso, obviamente, não pegou. Não porque os petistas o considerassem de alguma forma equivocado, mas sim porque, na leitura deles, a sociedade brasileira, em especial a classe média, se arraigava a valores conservadores, tais como honestidade, integridade, austeridade e escrúpulo no trato do dinheiro público.
Após apanharem fragorosamente nas urnas por sucessivas eleições, os petistas decidiram fazer uma releitura de seu discurso. Não daquele básico, de extração marxista, razão de ser do partido, mas sim do discurso voltado para as massas. O PT, ao menos nas palavras,tornou-se um partido pequeno-burguês típico, bradando contra a imoralidade, exigindo cadeia para os corruptos e, paranoicamente, encontrando larápios em potencial até mesmo debaixo dos próprios colchões.
Não havia um pingo de sinceridade nesse discurso. Ele serviu apenas como escada para o PT ganhar as eleições. Tanto isso é verdade que foi abandonado com a maior sem-cerimônia, tão logo Luiz Inácio Lula da Silva galgou as rampas do Palácio do Planalto.
Se não o primeiro, o principal sinal de que as coisas haviam mudado se deu com aquele que ficou conhecido como "o escândalo do mensalão". Como teria agido um governo minimamente ético naquelas circunstâncias, desde que não tivesse nada a temer? Teria agido de forma determinada, de modo que não pairasse a menor suspeita sobre a sua lisura no episódio, a começar pela demissão sumária de seu então chefe da Casa Civil. O presidente Lula não só se manteve omisso durante todo o episódio como também atestou, por escrito, a idoneidade de Roberto Jefferson e, posteriormente, a do próprio José Dirceu.
Sucessivos escândalos foram vindo à luz e Lula, numa recorrência espantosa, foi sempre dando sinais de inequívoca simpatia pela causa dos acusados. Foi assim no caso do ex-presidente da Câmara dos Deputados e foi assim no caso do ex-presidente do Senado, Renan Calheiros. Lula entregou-se ao requinte de ressuscitar até mesmo os mortos, como tem ocorrido várias vezes, sendo o caso mais recente o do ex-presidente do Senado Jader Barbalho.
Simpatia pelos deserdados de Deus? Duvido. O mais provável é que o presidente e o seu staff entendam que todo esse pessoal não tenha cometido ilícito algum. Ao menos dentro daquela ética - abandonada provisoriamente, porém jamais esquecida - do partido desde a sua fundação.
Se for assim, estamos mal. O homem público convencional, quando comete um delito, ao menos tem a exata noção do que fez de errado e por quê. Os petistas, não. Cometem as maiores barbaridades e vão dormir de bem com o travesseiro, porque acreditam que tudo o que fizeram teve uma motivação justa: a "causa". Se, decerto, nos anos 60 vários de seus atuais membros se dispunham a matar, ou até mesmo a morrer, em benefício dessa maldita "causa", que mal podem ver, agora, em surrupiar algum dinheiro do erário?
Nesta Nova República delinqüente, a classe média está emparedada. Tradicional reduto dos bons valores republicanos, desta vez ela não tem voz.
Conscientemente ou não, o PT a pinçou com tenazes de aço. Do lado dos pobres, apaziguou-os com a mesada do Bolsa-Família - mesada, sim, porque se trata de um punhado de dinheiro doado sem contrapartida, erodindo a ética do trabalho. Do lado dos ricos, porque com a política dos juros baixos e o crédito a perder de vista lhes propiciou ganhar mais dinheiro do que em toda a sua vida. A classe média, para variar, ficou bradando no deserto - quando não falando sozinha. Ela, sem dúvida, vai votar na oposição nas próximas eleições. Mas o que importa? O PT já amealhou votos suficientes para vencê-la com folga. E, para os petistas, isso é crucial. Calcula-se que, entre empregos diretos e indiretos, o Partido dos Trabalhadores (santa ironia!) tenha uns 40 mil parasitas vivendo à custa do governo. O que farão eles no caso de uma derrota?
Ora, não há bem que sempre dure, nem mal que nunca acabe. O atual modelo econômico tem pés de barro. Essa fartura geral e irrestrita não é fruto de uma eventual maestria de Lula, mas reflexo da maior onda de prosperidade que o mundo conheceu desde a 2ª Guerra Mundial.
Retirem essa poderosa escada e o resultado é que ficarão todos ali. Desesperados, pendurados no pincel.
PAU À VENDA

Farmácias estatais da Suécia começam a vender pênis de plástico

DIÓGENES MUNIZ
Enviado especial da Folha Online a Estocolmo (Suécia)

Duas cartelas de aspirina e um pênis de plástico, por favor. A partir de agora, pedidos como este já podem ser feitos em farmácias da Suécia.
A nova linha de produtos da Apoteket --companhia estatal que detém o monopólio das farmácias no país-- foi apresentada no fim do mês passado e já chegou a cem lojas espalhadas pelo território nacional. Ao menos mais cem demonstraram interesse nesse tipo de venda. O nome do conjunto é "Trust in Lust" (algo como "Acredite na Luxúria").

Conjunto Trust in Lust é vendido em farmácias estatais da Suécia; para a empresa, preços altos afastam público mais jovem
"Em uma semana, vendemos cinco dildos", comemora Margarete Fors, 62, gerente de uma unidade da Apoteket no norte de Estocolmo. Ela aposta que o número deva aumentar no decorrer do ano, passada a timidez inicial dos fregueses.
Os funcionários das lojas fizeram treinamento especial para lidar com eventuais dúvidas dos compradores, diz Margarete.
Na lista de lançamentos há --além do pênis de plástico (R$ 265)-- bolas eróticas (R$ 105), anel vibrador (R$ 23), três tipos de lubrificantes (R$ 40 cada um), vibrador clitoriano (R$ 210) e um creme especial para limpar os aparelhos (R$ 20). Quem quiser levar o kit completo precisa desembolar em torno de R$ 670.
Os brinquedos ficam localizados nas prateleiras de produtos íntimos, junto aos absorventes, preservativos e testes de gravidez. Não há limite de idade para a compra, ou seja, menores de idade podem obtê-los. A empresa nega estar incentivando o início precoce da vida sexual, já que os preços afastariam compradores mais jovens.

Fors, gerente da Apoteket, aposta em aumento de vendas após "timidez inicial"
De acordo com o site oficial da Apoteket (http://www.apoteket.se/), esse tipo de investimento é importante para a manutenção da saúde sexual da população
Dentro das três lojas visitadas pela Folha Online, a reação dos suecos foi de curiosidade. Quem passava perto das prateleiras lia as embalagens --e ria.
"É uma ótima iniciativa, já que muitas pessoas vão preferir comprar da farmácia do que de um sex shop", avalia a estudante Elin Lindberg, 22. Ela diz que ainda não adquiriu os produtos, mas pode fazê-lo "sem problemas".
Dados da Associação Sueca para Educação Sexual divulgados neste ano mostram que cerca de 50% da população do país entre 20 anos e 45 anos diz possuir um brinquedo erótico.