quarta-feira, agosto 04, 2010

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Lucro da Gafisa aumenta 41% no trimestre, para R$ 114,1 mi 
Maria Cristina Frias

Folha de S.Paulo - 04/08/2010

A Gafisa registrou lucro líquido de R$ 114,1 milhões no segundo trimestre deste ano, um aumento de 41% em relação aos R$ 81,1 milhões registrados no mesmo período de 2009. A incorporadora residencial anuncia hoje seus resultados financeiros referentes ao trimestre passado.

A receita líquida atingiu R$ 927 milhões, 31% acima dos R$ 706 milhões do segundo trimestre de 2009.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 184 milhões, com margem de 19,8%, acima dos 15,8% registrados no ano passado.

A empresa fez lançamentos de R$ 1 bilhão no trimestre e R$ 1,7 bilhão no primeiro semestre deste ano, um aumento 118%, ante 2009.

"Tivemos uma melhora na margem Ebitda, que era esperada em razão da incorporação da Tenda, e da alta de preços nos segmentos de média e alta renda", afirma Wilson Amaral, diretor-presidente da empresa.

Para o executivo, o resultado será bem recebido. "O mercado esperava que esse ganho viesse mais para o final do ano", diz Amaral.

A Gafisa cresceu 63%, a Alphaville, 211% e a Tenda alcançou 206%, sobre um resultado mais fraco em 2009. "Ela segue bem posicionada dentro do Minha Casa, Minha Vida, com um dos preços mais baixos no setor, de R$ 110 mil a unidade."

"Planejamos continuar com esse ritmo de lançamentos até o fim do ano", diz.

A companhia espera vendas entre R$ 4 bilhões e R$ 5 bilhões em 2010 e afirma já ter lançado cerca 40% desse valor no primeiro semestre.
Emprego na construção civil se desacelera em junho no país 
O ritmo do emprego na construção civil brasileira se desacelerou em junho, após registrar, por três meses seguidos, saldo mensal médio de 45 mil contratações.

O setor contratou 30.067 trabalhadores com carteira assinada no mês, segundo o SindusCon-SP (sindicato da indústria em São Paulo).

O desaquecimento está ligado, entre outros fatores, à proximidade das eleições, segundo Sergio Watanabe, presidente do SindusCon-SP. "Diversas obras públicas estaduais foram concluídas e inauguradas nos últimos meses, sem o início de novas."

No primeiro semestre foram contratados 268,4 mil trabalhadores, e o número de empregados formais na construção civil brasileira atingiu 2,7 milhões.

A desaceleração foi mais sentida em São Paulo, Minas e Paraná, segundo Watanabe. No Estado de São Paulo, houve um saldo de apenas 465 contratações em junho. "Na infraestrutura, a tendência é de queda, com conclusão de obras como o Rodoanel e as vicinais", diz.

Segundo Watanabe, a desaceleração ainda não preocupa. "O país não tem condições de manter aquele nível de crescimento tão acelerado. Algum dia essa desaceleração iria acontecer, mas a expectativa para os próximos anos ainda é de alta."
Rumo À Terra Santa
A companhia aérea El Al Israel está de olho no potencial do mercado brasileiro.

Em sua primeira visita ao Brasil, o novo presidente da empresa, Elyezer Shkedy, afirma que o país é um grande mercado. "O Brasil é o "hub" de toda a América do Sul. O país é a porta de entrada para os passageiros da região que queiram ir para Israel ou mesmo para alguns países da Europa e da Ásia."

A empresa tem três voos semanais de São Paulo para Tel Aviv. Até o final do ano, deve inaugurar o quarto.

"Vamos negociar com companhias nacionais, como TAM e Gol, para criar novas linhas e aumentar a capacidade", afirma Shkedy.

Os brasileiros que visitam Israel são atraídos pelo turismo religioso. As viagens de negócios, porém, cresceram nos últimos anos.

A receita da companhia no mercado brasileiro dobrou nos últimos 12 meses, atingindo US$ 16 milhões.
Primeiro...Nestas férias, 3.000 jovens iniciaram o primeiro emprego no país. O número representa 25% de trabalhadores temporários contratados em julho, quando costuma haver vagas em indústria, comércio e lazer, diz a Asserttem (de empresas de serviços terceirizáveis e temporários).
...empregoNas férias escolares de julho, houve contratação de 15 mil trabalhadores temporários. A maior parte das vagas foi preenchida em clubes, parques de diversão, hotéis, acampamentos, bares e restaurantes. Foram 10,5 mil vagas só no setor de serviços, segundo a Asserttem.
Carrinho
O Grupo Pão de Açúcar inicia hoje, em São Paulo e no Rio, o programa de conversão de lojas CompreBem e Sendas em Extra. Serão reabertas em novo formato seis lojas no Rio e dez na capital paulista. Nas mudanças -que incluem aumento da variedade de produtos e modernização das lojas-, foram investidos R$ 20 milhões.

"Os consumidores da classe C sentiam falta, principalmente, de diversidade de itens perecíveis", diz José Roberto Tambasco, vice-presidente de negócios de varejo do grupo. Segundo ele, mais 32 lojas CompreBem e Sendas serão transformadas em Extra até o fim deste ano. "Ao todo, 170 unidades devem ser convertidas até 2011", diz.
Políticas...A CNI realiza, com auxílio de consultores, estudos comparativos sobre política industrial no mundo. A intenção é comparar as melhores iniciativas com o que há no Brasil. A pesquisa ficará pronta em setembro.
...industriaisDe posse do levantamento, a CNI fará propostas ao governo. Já é possível concluir que as políticas brasileiras pecam na promoção das exportações. Um exemplo a ser seguido é o da Coreia: há dois anos o país montou escritório aqui, e a Hyundai Rotem, em consórcio com a Siemens, vendeu as 14 composições da Linha 4 do metrô de São Paulo.
FlóridaA queda no mercado imobiliário dos EUA estimula o brasileiro a investir em casas e apartamentos no país, segundo Cristiano Piquet, da Piquet Realty, que vende imóveis de até 300 m2 a partir de R$ 6.000 o m2, em Miami. Com 80% do faturamento vindo de brasileiros, a empresa participa pela primeira vez do Salão Imobiliário SP, em setembro.
Tecnologia...A AeS, especializada em sistemas de alta tecnologia para controle, automação e segurança do setor metroferroviário, investe R$ 4 milhões em novas tecnologias e capacitação de pessoal. O foco é atender a alta da demanda devido à ampliação e construção de novas linhas do metrô e de trem no país.
...no metrôA empresa desenvolve novo sistema de controle de acesso da cabine do operador e que já será fornecido para a reforma dos trens das linhas um e três do metrô de São Paulo.

GOSTOSA

MERVAL PEREIRA

Percepções 
Merval Pereira 
O Globo - 04/08/2010

A expectativa de poder que o presidente Lula exala, mesmo no fim de seu segundo mandato, é a responsável pela percepção majoritária de que, ao fim e ao cabo, sua candidata Dilma Rousseff vencerá a disputa com Serra pela sucessão presidencial.

Essa percepção, ressaltese, está baseada na capacidade de influência do presidente, mas, sobretudo, no jogo bruto que ele vem usando, não respeitando limites na faina para eleger sua escolhida.

A sensação generalizada é de que não há como resistir à combinação da popularidade presidencial com sua falta de escrúpulos na manipulação do poder político.

Apesar de, até o momento, as pesquisas eleitorais mostrarem uma disputa mais acirrada do que se poderia esperar diante dessa mistura explosiva que desequilibra a disputa, a opinião predominante entre os especialistas é a de que a vitória de Dilma é inevitável, justamente por causa de Lula.

O cientista político Alberto Carlos Almeida, do Instituto Análise, especialista em destrinchar o comportamento do brasileiro comum através de pesquisas, autor de livros que desvendam “A cabeça do brasileiro” e “A cabeça do eleitor”, está convencido de que a eleição caminha “para uma derrota acachapante do Serra, com vitória da Dilma no primeiro turno”.

Ele revela que tem feito pesquisas mostrando uma cartelinha com o retrato do Lula dizendo que ele apoia a Dilma, e outra com o Serra e o Aécio, para representar a força máxima do PSDB. A pesquisa projeta uma vantagem de Dilma entre 15 a 20 pontos já no primeiro turno.

Segundo ele, até a última semana de agosto, primeira de setembro, esse cenário já se refletirá nas pesquisas como consequência da presença de Lula na propaganda televisiva.

“As pessoas estão experimentando uma grande satisfação com a conjuntura, e querem a continuidade do Lula”, diz ele, que usa sua teoria de “árvore de decisão” para apostar que o eleitor priorizará a continuidade do governo Lula a eventuais questões políticas ou partidárias.

Francisco Guimarães, do Instituto GPP, fez uma média das pesquisas mais recentes, principalmente Ibope e Datafolha, e diz que “a impressão que temos é de que a Dilma saiu na frente na campanha, cresceu muito até o início de junho e hoje temos um quadro mais estável. Independentemente do apoio de Lula”.

As médias mostram um resultado próximo do empate técnico, mas com tendência favorável a Dilma.

A média de votos válidos com os três institutos, incluindo o Vox Populi, mostra Serra em movimento cadente, saindo de 51% em janeiro para 42% em julho, enquanto Dilma vai de 39% a 46% no mesmo período.

A mesma média, só com Ibope e Datafolha, mostra Serra indo de 47% para 43% e Dilma, de 39% para 45%.

Por regiões do país, a média das pesquisas Datafolha e Ibope também mostra Dilma em ascensão, mesmo onde perde, e Serra caindo, mesmo onde ganha.

No Nordeste: Serra em abril com 40% e em julho ficou com 33%; Dilma foi de 48% para 55%.

No Norte-Centro-Oeste: Serra foi de 43% a 39% e Dilma, de 39% a 48%. No Sul, Serra vai de 58% a 52% e Dilma, de 30% a 38%.

No Sudeste: Serra cai de 54% para 45% e Dilma vai de 32% para 41%.

No Sudeste, a vantagem de Serra nessa estatística está influenciada pela última pesquisa do Datafolha, que ainda o dá na frente.

O Ibope mais recente já registrou um empate técnico, com Dilma em vantagem.

Mas há mais coisas em jogo do que a simples estatística, que, na definição do escritor italiano Pitigrilli, é a ciência que diz que, “se eu comi um frango e tu não comeste nenhum, teremos comido, em média, meio frango cada um”.

Carlos Augusto Montenegro, do Ibope, por exemplo, coloca um pouco de política em sua análise dos números e acha que a situação hoje, embora indique favoritismo de Dilma, não está definida.

Ele dá importância aos debates entre os candidatos, por exemplo, o que Alberto Carlos Almeida minimiza.

E acha que, com Dilma escondendo o PT e exibindo Lula, a única saída dos tucanos é destacar os perigos de um governo do PT sem Lula. O que Alberto Carlos Almeida considera uma tática equivocada.

Para Montenegro, no Nordeste a candidata oficial está consolidada, e no Sul o candidato oposicionista está consolidado. A decisão seria no Sudeste, com três problemas para Serra.

No Rio a diferença a favor da Dilma aumentou. Na opinião de Montenegro, nem Serra nem Dilma empolgam o eleitorado, “e se o PSDB fosse esperto jogaria suas fichas no Rio na Marina, para dividir os votos e reduzir a diferença”.

Em São Paulo, o governo do Serra, embora tenha sido muito bom, não tem marca, segundo Montenegro, o que faz com que o ex-governador tenha começado com 25 pontos de frente e hoje esteja com apenas 11.

Mas o grande problema do PSDB é Minas, onde Serra começou ganhando por 15 pontos, e hoje está perdendo por dez pontos.

“Acho que o Aécio (ex-governador Aécio Neves, candidato ao Senado), quando entrar na televisão, vai levantar o Anastasia (governador Antonio Anastasia, candidato à sucessão de Aécio) e embolar a eleição com o Hélio Costa (PMDB)”. Mas a pergunta é: isso ajudará o Serra? Montenegro chama a atenção para detalhes importantes da eleição: é a primeira vez em que o eleitor vai poder votar em trânsito para presidente, e isso pode ajudar um pouco a candidatura de Dilma, na visão de Montenegro, porque há uma migração muito grande do Nordeste para o Sudeste, principalmente para São Paulo, e muita gente não transferiu o título de eleitor.

A questão é saber se esse eleitor teve o cuidado de se registrar para votar em trânsito.

Outra novidade, porém, pode atrapalhar muito Dilma, na opinião de Montenegro: pela primeira vez o TSE está exigindo que se apresentem dois documentos na hora da votação — o título de eleitor e uma identidade.

“As pessoas mais pobres tendem a ter apenas um documento, porque documento é uma coisa cara”, comenta Montenegro, para quem no Nordeste isso pode ter efeito.

SONIA RACY - DIRETO DA FONTE

Nicho salutar 
Sonia Racy 

O Estado de S.Paulo - 04/08/2010

Na intenção de apostar firme no setor de saúde privado, a BTG, de André Esteves, entrou em conversações com o Hospital São Luiz.
Consta que a ideia seja procurar ativos em São Paulo, Rio, Bahia e Pernambuco.


No ar
Constantino Junior ligou anteontem, no fim do dia, para Solange Vieira, da Anac, e tentou explicar os atrasos e cancelamentos dos voos da Gol.
Não se sabe se teve sucesso.
Alerta
O Inmetro acaba de receber mais um pedido para que seja revista a liberação no Brasil da substância Bisfenol A, presente em mamadeiras. O Ipem oficiou o órgão na tarde de ontem, depois de saber da proibição do BPA em Nova York.
Por aqui, a questão já é alvo de inquérito no Ministério Público Federal. Suspeita-se que o produto cause câncer.

Boa notícia
O Grupo Votorantim comemora: a Standard & Poor"s melhorou a sua perspectiva.
Considera que estão conseguindo, simultaneamente, reduzir a dívida e fortalecer o fluxo de caixa.

Tudo por Lula
A equipe de Dilma moveu montanhas para Lula poder participar do próximo comício em Belo Horizonte.
O evento acaba de ser transferido de sexta para terça.

Rio, eu te amo
Salman Rushdie desembarcou anteontem no Rio. Acompanhado do filho, Milan, almoçaram no Albamar assistindo aos aviões pousarem no Santos Dumont. Além de visitarem o Maracanã e conferirem um sambinha de raiz na Lapa.

Que las hay
Descoberto porque Luciana Villas Boas, da Record, estava tão ansiosa no início do Prêmio SP de Literatura, segunda, no Museu da Língua Portuguesa. "Uma vidente me jurou que o Edney Silvestre iria ganhar".
Não é que ela acertou.

Clique real
D. João de Orleans, o Joãozinho Príncipe, abre amanhã, em meio à Flip, em Paraty, sua exposição Olhar de João.
Serão 30 fotos expostas na Galeria Zoom.

Previsível, Amy
Depois de apresentação na Escócia, Supla e João Suplicy passaram por Londres onde tiveram grata surpresa. Chegaram, sem pretensões, no pub The Mixer, segunda, e deram de cara com... Amy Winehouse e mais uma belíssima amiga jogando sinuca.
Eles se enturmaram no jogo onde não houve vencedor: a cantora trapaceou e a partida não chegou ao fim. Yes, como diria ela: "You know that I"m no good..."

Dou-lhe três
Mariel Hemingway, atriz americana, e Jay Milder, artista plástico, confirmaram. Desembarcam em SP dia 16 para o leilão beneficente pró-Favela de Paraisópolis, organizado por Wanderley Nunes.
A neta de Ernest Hemingway pode chegar um pouco antes: para gravar vídeo em Paraisópolis que será exibido durante o evento.

Olho vivo
As ações da Petrobrás sobem há dois dias. Embaladas pelo rumor de que a operação de capitalização da estatal rumo ao pré-sal não sairá neste ano.

Abrigo das artes
Bernardo Paz inaugura dia 23 de setembro mais duas galerias no Instituto Inhotim, MG.
Uma vai abrigar cinco Cosmococas, obras conceituais montadas em conjunto por Hélio Oiticica e Neville d"Almeida.
Na outra, parte do acervo de Miguel Rio Branco.

Abrigo 2
E mais. Inhotim tem projeto de abrir, a partir do ano que vem, uma pousada de luxo, centro de convenções e 4 hotéis.

Na frente
Affonso Romano de Sant"Anna recebe o Troféu Sinhá Olímpia. Hoje, no Simpósio de Contadores de História, em Ouro Preto.

A loja Op Art faz festa hoje para comemorar a chegada da linha de relógios Dolce & Gabbana e Breil Milano.

Melissa Oliveira, do Unique, pilota Almoço entre Amigas no Skye. Amanhã.
Abre hoje, na Raquel Arnaud, a mostra Objetos Diretos.

A unidade Perdizes Higienópolis do Hospital Albert Einstein será inaugurada hoje. Construída pela Racional.

E a inflação chega aos faróis de São Paulo. O saquinho de balas subiu de R$1,00 para R$ 2,00.

GOSTOSA

DORA KRAMER

Tudo é possível 
Dora Kramer 

O Estado de S.Paulo - 04/08/2010

As investigações sobre os atentados ao comandante, ao quartel da tropa de elite (Rota) da polícia e a queima de ônibus e carros nos últimos dias em São Paulo não indicam até agora com segurança que sejam ações coordenadas pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). As escutas telefônicas dos presídios, por exemplo, não revelaram planos do que se convencionou chamar de crime organizado.
Entretanto, o fato de os atos criminosos se repetirem começa a levar as autoridades de segurança pública a suspeitar de que haja uma tentativa de criar uma situação de inquietação na cidade.
Com qual objetivo, o governador Alberto Goldman ainda não se arrisca a dizer, pois não tem informações ou indícios suficientes. Goldman não afirma, mas também não elimina a hipótese de que possa haver motivação eleitoral por trás dos crimes.
"Se os dias passam e os fatos continuam a acontecer é sinal de que existe alguma articulação", diz ele.
O governador não tem comprovação nem faz ilação a respeito de ligações diretas entre partidos e facções criminosas. "Ninguém faz uma reunião para orientar isso ou aquilo". Segundo ele, se houver organização nas ações o mais provável é que os líderes do PCC estejam se aproveitando do momento eleitoral para criar constrangimento ao governo.

"Eles sabem que a oposição vai criticar, vai explorar e vai dizer, como já está dizendo, que há perda de controle na segurança pública e não há perda de controle coisa nenhuma. É a hora e a maneira que eles escolhem para se vingar do governo, por isso é que seria melhor se os partidos não mordessem a isca e não entrassem nesse jogo".

Goldman tem tido reuniões diárias para acompanhar os resultados das investigações e discutir com a área de segurança como prevenir novos atentados ou mesmo o aumento do clima de tensão.

"Estamos de prontidão". A preocupação mais imediata agora é com o Dia dos Pais, no próximo domingo. Em 2006, as rebeliões em presídios e atentados ocorridos também na antevéspera das eleições começaram logo após o Dia das Mães.

Nessas ocasiões, os presos de melhor comportamento saem para visitas e pode haver por parte dos líderes que continuam presos uma distribuição de "tarefas" na rua para os que recebem o benefício. Já aconteceu outras vezes e, de acordo com o governador, há preocupação de que no domingo possa acontecer de novo. É disso principalmente que se ocupará a área de segurança pública de São Paulo daqui até lá.

Eleições. Sobre a disputa eleitoral propriamente dita, o governador Alberto Goldman avisa logo que não tem uma visão muito acurada sobre o cenário nacional, pois está absolutamente concentrado em São Paulo, onde não tem gostado de ver o crescimento de Dilma Rousseff nas pesquisas.

Ele confessa surpresa com o desempenho, que atribui a dois fatores: aos eleitores de oposição (ao PSDB) e à generalizada sensação de bem-estar proporcionada pelo aumento da capacidade de consumo gerada pela ampliação do crédito. "Este fator, a meu ver, é o mais importante e o mais difícil de combater porque, se as pessoas se sentem bem comprando, não vão dar ouvidos a quem alerta para as consequências amanhã ou depois".

Goldman não está animado nem desanimado, estacionou no meio-termo, que é como ele vê a situação dos dois principais candidatos: "Equilibrados, aguardando que o eleitor desperte realmente para as eleições e deixe o quadro mais definido".

Mas a campanha está na rua há muito tempo, não?

"Só para quem já tem a cabeça feita. A partir de agora é que começa a disputa para valer pelos votos daqueles 20% que vão decidir".

Pesquisa. A vice-procuradora eleitoral, Sandra Cureau, mandou pedir ontem ao governador Alberto Goldman todos os discursos feitos por ele desde a posse, em abril.

Foram mais de cem pronunciamentos que serão enviados para Brasília. A procuradora quer examinar os textos para conferir quantas vezes Goldman infringiu a legislação fazendo campanha para José Serra.

MÔNICA BERGAMO

De pernas pro ar 
Mônica Bergamo 
Folha de S.Paulo - 04/08/2010

A trapezista Helena Bittencourt, que já fez parte do Cirque du Soleil, volta aos palcos com "Donka - Uma Carta a Tchekhov", que estreia hoje no festival FIT, em BH, e em SP no dia 14, no Sesc Pinheiros
Agenda Lotada
A inglesa Amy Winehouse, famosa pelo hit "Rehab" e por internações em clínicas de reabilitação, se apresentará no Brasil em janeiro. A Mondo Entretenimento, de Bazinho Ferraz, confirma a vinda da cantora.
Agenda Lotada 2
Já a banda Black Eyed Peas acertou a data em que se apresentará em SP: 4 de novembro, no Morumbi. É possível até que um segundo show, extra, seja realizado na cidade. Vai depender da procura por ingressos.
Agenda Lotada 3
E Caetano Veloso vai sair em turnê ao lado de Maria Gadú. Os dois já cantaram juntos em eventos e agora decidiram fazer shows abertos ao público. A ideia é que eles se apresentem nos meses de outubro e novembro.
No Caminho
Cezar Peluso, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), é uma das pedras no caminho de Cesar Asfor Rocha, do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e candidato à vaga aberta por Eros Grau na mais alta corte brasileira. Já o advogado Arnaldo Malheiros, outro candidato, é tido como nome querido por vários ministros -entre eles, o decano Celso de Mello.
Na Chegada
A opinião de ministros do STF, no entanto, nem sempre é levada em conta. José Antonio Dias Toffoli, por exemplo, sofreu oposição de parte da corte. Foi nomeado.
Espelho Meu
A presidenciável do PV, Marina Silva, vai se fechar em um estúdio na Vila Madalena, hoje, para se preparar para o debate da Band, amanhã. A diretora de teatro Sandra Grasso e a fonoaudióloga Lenny Kyrillos vão orientar a postura e a entonação da candidata, que também vai estudar o conteúdo e fazer provas de figurino. Serão duas sessões: das 8h às 11h e das 17h às 20h. Amanhã, antes de ir para o evento, ela será maquiada em casa, por Marcos Padilha.
Espelho Meu 2
E Dilma Rousseff (PT), que treina postura e entonação com a jornalista Olga Kurado, também deve chegar maquiada ao debate. A equipe dela quer pedir ao cabeleireiro Celso Kamura que cuide do visual da candidata ainda no hotel em que ela estará, em São Paulo.
Bandeira
O sumiço de Arthur Virgílio (PSDB-AM) da campanha de José Serra (PSDB) tem seu lado bom, anota tucano da equipe do presidenciável: o senador já foi apontado por um integrante das Farc, Hernán Ramirez, como "principal interlocutor" da guerrilha no Brasil. É que, em 1998, Virgílio e o então deputado Tuga Angerami, também do PSDB, receberam o representante da guerrilha, que queria abrir escritório no Brasil.
Bandeira 2
A "ligação do PT com as Farc" é um dos motes da campanha do vice de Serra, Indio da Costa. Seu discurso foi endossado pelo tucano.
Panos e Músicas
Tocando um piano dentro da instalação "A Soma dos Dias", o compositor americano Philip Glass fez uma apresentação, anteontem, na Pinacoteca. A obra, do artista Carlito Carvalhosa, é feita de tecido branco e mede 14 m x 14 m.
Páginas Paulistas
O Museu da Língua Portuguesa foi palco da entrega do Prêmio São Paulo de Literatura. Raimundo Carrero e Edney Silvestre venceram nas categorias Melhor Livro do Ano e Melhor Livro do Ano - Autor Estreante, respectivamente. Cada um recebeu R$ 200 mil.
Terceiro Tempo
Aos 61 anos, o ministro Juca Ferreira, da Cultura, vai ser papai novamente. Sua mulher, Celina, está grávida.

É o terceiro filho dele, que tem uma filha, Dandara, de 24 anos, e um garoto, Vicente, de nove anos.
Jantar com o PIB 
Primeiro empresário a oferecer jantar público para Lula em 2002, Ivo Rosset, da Valisère, repetirá a dose com Dilma. Será em sua casa, em setembro.
Legítima Defesa
O ex-chanceler Celso Lafer se livrou de pagar indenização de R$ 500 mil para o advogado Durval de Noronha Goyos Junior. A disputa começou quando Noronha, numa entrevista, disse que a política externa de Lafer foi pusilânime. Ele respondeu afirmando que o advogado falseava o próprio currículo, atribuindo-se títulos que não tinha. Cabe recurso.
Curto-circuito
Mika Lins assina a direção do espetáculo "Dueto para Um", que estreia amanhã, às 21h, no Sesc Consolação. Classificação etária: 14 anos.

A mostra "Objetos Diretos" será inaugurada hoje, a partir das 18h, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud.

Juscelino Pereira, dono do Piselli, comemora aniversário, hoje, em seu bar, o Ministro 1153, a partir das 19h.

O pianista Caio Pagano se apresenta hoje, às 21h, no teatro Cultura Artística. Livre.

Suzana Bonumá lança "A Dieta do Corredor", hoje, às 18h30, na Livraria da Vila da rua Fradique Coutinho.

Acontece hoje o desfile da nova coleção da Renner, no Espaço Gardens.

A marca Schutz lança hoje nova coleção, na Oscar Freire.

GOSTOSA

FERNANDO RODRIGUES

Compulsão pela censura
FERNANDO RODRIGUES
FOLHA DE SÃO PAULO - 04/08/10

BRASÍLIA - O
 Tribunal Superior Eleitoral 
decidiu nesta semana que a candidata a presidente Dilma Rousseff (PT) terá direito de resposta na revista "Veja". A publicação fez uma reportagem com declarações do deputado Indio da Costa (DEM-RJ), candidato a vice na chapa à Presidência encabeçada por José Serra (PSDB).
O texto de "Veja" é duro. O título: "Indio acertou no alvo". Pode-se gostar ou discordar do estilo, mas há ali referências a fatos acontecidos. No caso, as relações mantidas no passado por integrantes do PT com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia -estas, por sua vez, notórias por ligações com narcotraficantes.
O PT reclamou. Enxergou na reportagem um suposto dano à imagem de Dilma. O TSE concordou.
Seria cômodo agora falar sobre liberdade de expressão e malhar os ministros do TSE. Mas o cenário é mais complexo. As eleições no Brasil ainda têm como base o Código Eleitoral, produzido em 1965 pela ditadura militar.
Há um fio condutor nas regras em vigor: a compulsão pela censura, pela limitação da livre expressão. O Brasil é um caso raro em que candidatos podem se declarar como tal apenas a partir de julho do ano eleitoral. Também não se conhece país no qual camisetas sejam proibidas em campanha (lei 9.504). Em democracias normais, ao político com poucos recursos só resta a opção de divulgar seu nome pintando algumas camisetas no fundo de seu quintal. Aqui, seria cassado.
Lá pelas tantas, o Código Eleitoral determina que a propaganda dos candidatos não poderá "empregar meios publicitários destinados a criar, artificialmente, na opinião pública, estados mentais, emocionais ou passionais".
Com uma lei dessas, não é à toa que o TSE julgue necessário dar direito de resposta a políticos que se sentem injuriados quando citados numa reportagem de revista.

PAINEL DA FOLHA

Dor de cabeça 
Renata Lo Prete 

Folha de S.Paulo - 04/08/2010

O presidente do STF, Cezar Peluso, disse a colegas que estuda a possibilidade de pedir uma perícia a respeito do estado de saúde de Joaquim Barbosa. O relator do mensalão, que sofre de problema crônico de coluna, está afastado desde abril. Agora, no retorno das férias do tribunal, pediu mais 60 dias de licença.

Sem Barbosa e com a aposentadoria de Eros Grau, o Supremo funciona no momento com apenas nove ministros, situação que produz sobrecarga de trabalho e atraso nos julgamentos. A perícia é um recurso previsto no artigo 70 da Lei Orgânica da Magistratura em casos de ausência prolongada. Em novembro passado, Barbosa renunciou à sua cadeira no TSE.
Está escritoDiz o artigo 70: "A licença para tratamento de saúde por prazo superior a 30 dias, bem como as prorrogações que importem em licença por período ininterrupto, dependem de inspeção por junta médica".
Santa ceiaDe Michel Temer (PMDB-SP), vice da candidata do PT, saudando senadores e ministros em almoço ontem na casa de Gim Argello (PTB-DF): "Estamos aqui partilhando este pão, assim como partilhamos este governo e estaremos no futuro partilhando o governo com a presidente Dilma".
Pão, pãoÀ mesa, os peemedebistas deixaram claro que consideram "provisória" a perda da presidência dos Correios. A retomada do posto será pleiteada pela sigla em caso de vitória de Dilma.
MicoDeu em nada a iniciativa de montar estúdio para que os ministros gravassem declarações de apoio aos candidatos presentes. Membros do primeiro escalão alegaram que isso criaria atrito com outros aliados.
SobrecargaLigado ao setor elétrico por muitos circuitos, José Sarney (PMDB-AP) recomendou ao ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) que fique atento à Aneel. A agência autorizou reajustes de energia em SC, ES e PA. O presidente do Senado teme possível reflexo na campanha de Dilma.
Cada um na suaPor reivindicação da equipe de Dilma, o debate de amanhã na Band não usará o recurso da "tela dividida", que permite mostrar simultaneamente quem responde e as reações de quem fez a pergunta.
Passo aíEnquanto se prepara para o debate de amanhã, e para não ficar sem imagem no espaço agora destinado diariamente aos candidatos no "Jornal Nacional", da Globo, Dilma cogita atender hoje a um convite antigo do hospital Sarah Kubitschek para uma visita.
Sono da belezaAo analisar em seu "ex-blog" o desempenho dos candidatos na estreia da cobertura eleitoral do "JN", Cesar Maia (DEM-RJ) reservou algumas palavras para o apresentador: "Achei o William Bonner um pouco cansado".
Eu nãoO senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) rejeita a pecha de omisso que lhe é atribuída pela campanha nacional tucana. "O Serra tem dificuldades crônicas no Amazonas, as quais ele não ignora. Se o Estado é preocupante, é necessária a presença dele. Caso continue assim, levará uma surra".
QuitandaDepois de protestar contra a falta de apoio de aliados, dizendo que poderá lhes "dar uma banana" se eleito governador do Rio, Fernando Gabeira (PV) procurou esfriar os ânimos durante evento de campanha ao lado de Serra em São Paulo: "Colocaram a banana fora de contexto". Ele explica o que pretendeu dizer: "Não vou me render aos partidos na indicação de cargos".
Tiroteio
Espero que Rodrigo Maia deixe de bobagens e comece a trabalhar de fato pelo Serra.
Contraponto
Uma coisa é uma coisa 
Sentada entre Aloizio Mercadante (PT-SP) e Tião Viana (PT-AC) durante visita ontem ao Senado, a candidata do PV à Presidência, Marina Silva, contava suas experiências de campanha quando recebeu cumprimentos do paulista por ter feito, recentemente, críticas ao adversário José Serra (PSDB). Na avaliação de Mercadante, isso a aproximava de Dilma Rousseff (PT).

Marina, no entanto, tratou de desfazer a impressão:

-Eu apenas defendi as minhas convicções. Não se trata de estar a favor de A ou B!

JOSÉ NÊUMANNE

Diplomacia da mesa do bar de Tia Rosa
José Nêumanne 
O Estado de S.Paulo - 04/08/10

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus lugar-tenentes - o ministro oficial Celso Amorim e o chanceler oficioso Marco Aurélio Garcia - têm surpreendido o mundo com um tipo de política externa pouco respeitado, pelo menos entre Estados democráticos de Direito no Ocidente: a diplomacia da conveniência. Trata-se de uma leitura heterodoxa da ética da conveniência de Max Weber. E esse aparente pragmatismo a toda custa se traduz no slogan que o ministro de Relações Exteriores brasileiro cunhou para explicar a súbita adesão do chefe de governo brasileiro ao pleito de Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, tirano da Guiné Equatorial, país de colonização espanhola e francesa, de entrar na comunidade lusófona: "Negócio é negócio."

Essa retórica de fazer corar o mais pétreo dos especuladores do mercado de capitais passou por cima de graves acusações de violação de direitos humanos. E, pior ainda, do fato de o ditador ter sido considerado o oitavo governante mais rico do planeta pela revista Forbes, apesar de (ou seria et pour cause?) o país por ele governado ser um dos mais pobres do paupérrimo continente africano. Mas esta não foi a primeira nem a única vez que Sua Excelência, do alto de sua respeitável biografia de herói da democracia construída sobre os escombros do regime autoritário tecnocrático-militar no Brasil, fez pouco-caso da vida humana em benefício das próprias conveniências, que ele e seus áulicos confundem com as da Pátria. Mais chocante que o relógio de ouro e diamantes exibido pelo mandachuva há 31 anos em seu país, o mais antigo presidente da África inteira, foi a gargalhada flagrada pelos fotógrafos quando Lula conversava com Raúl Castro, o irmão mais novo de Fidel, no instante em que o cubano era informado da morte do prisioneiro dissidente em greve de fome Orlando Zapata. O escárnio do líder de um partido que se diz de trabalhadores pobres, ao manifestar tal descaso pelo sacrifício do preso negro, pedreiro e mártir de uma ditadura ainda mais longeva que a de Nguema, assustou, mais do que surpreendeu, as boas almas do mundo que devotam genuína admiração ao self made man que ascendeu da mais baixa à mais alta escala social, tornando-se o mais poderoso e popular governante do Brasil desde o desembarque do português Tomé de Souza em praias da Bahia. E o susto foi tão legítimo como a admiração.

Engana-se, contudo, redondamente quem imaginar que essa gargalhada tenha sido o ápice das desastradas intervenções brasileiras no episódio dos dissidentes cubanos. Lula comparou-os com bandidos comuns em prisões brasileiras. E Marco Aurélio Garcia tentou ficar com o crédito pela libertação esporádica de um grupo deles, dizendo que os espanhóis, que participaram efetivamente do acordo que os soltou, só fizeram o gol numa jogada armada pelo Itamaraty.

A diplomacia lulista não precisou sair do Caribe para armar mais uma confusão causada por essa mistura de arrogância e ignorância que o professor Roberto Campos chamava de "arrognância". Num lance de grosseria explícita, Sua Excelência resolveu ignorar a presença de Álvaro Uribe na presidência da Colômbia, menosprezando a soberania do vizinho amigo e democrático para beneficiar o compadre venezuelano Hugo Chávez. O desrespeito se assemelha a negar pedido de extradição do criminoso Cesare Battisti pela Itália, soberana e democrática, que lhe teria negado pleno direito de defesa.

A presidência da Colômbia, entre um vizinho arruaceiro e outro grosseiro, emitiu nota oficial na qual resumiu em poucas linhas a mentalidade que comanda a política externa brasileira nos últimos sete anos e sete meses: Lula tem dificuldade de distinguir o pessoal do institucional. Hábil negociador sindical, confunde a negociação em fóruns internacionais com as noitadas no bar de Tia Rosa, em São Bernardo, onde decidia os passos dos metalúrgicos nas greves no fim dos anos 1970. Para retaliar Uribe ele se dirigiu diretamente a Juan Manuel Santos, o eleito que tomará posse na presidência colombiana sábado, adotando atitude idêntica à assumida no mesmo dia pelas Farc.

Há uma semana, o jeito peculiar do lulismo de tratar da soberania dos povos produziu outra pérola da insensibilidade diplomática, quando o presidente brasileiro se recusou publicamente, como havia feito com os dissidentes cubanos, a pedir a comutação da pena de apedrejamento de uma mulher iraniana a seu "amigo" Mahmoud Ahmadinejad. "As pessoas têm leis. Se começarem a desobedecer às leis deles para atender ao pedido de presidentes, daqui a pouco vira uma avacalhação", justificou seu desinteresse pela vida de Sakineh Mohammadi Ashtiani, viúva acusada de adultério.

Mas Lula, o insensível, virou Lula, o magnânimo, em seu palco preferido, o palanque de sua candidata à própria sucessão, Dilma Rousseff, em Curitiba, sábado passado. Ali, na certa convencido de que lhes seria mais conveniente apelar pela vítima do que apoiar o carrasco, candidatou-se, com uma frase infeliz, a herói mundial pela comutação da pena capital da mãe de dois filhos condenada por adultério, que, em países democráticos, caso do Brasil, nem é mais passível de pena como crime ou sequer contravenção. "Se vale minha amizade e o carinho que tenho pelo presidente do Irã e pelo povo iraniano, se esta mulher está causando incômodo, nós a recebemos no Brasil", disse ele.

O recuo de Lula, mesmo não sendo atendido pelo destinatário, deve ser relevado em nome da boa causa. Elogiável será o efeito da metamorfose ambulante do presidente brasileiro pelo resultado que pode produzir. Mas não é exagerado lembrar que vidas humanas estão acima de interesses negociais e que a amizade pessoal nunca deve prevalecer sobre a liberdade individual. É bom que a diplomacia de conveniência do governo lulista tenha abraçado uma causa justa, mas tal mudança só produzirá efeitos positivos se vier com a consciência de que em diplomacia a conveniência não pode abrir mão do respeito.

BAR ZIL

MÍRIAM LEITÃO

Futuro contratado 
Miriam Leitão 

O Globo - 04/08/2010

A produção industrial caiu 2% no segundo trimestre, mais do que a previsão de vários economistas. Mas isso não é problema. A projeção mais comum continua sendo a de que o país vai crescer em torno de 7%. O número bonito no entanto esconde alguns desequilíbrios: os gastos públicos aumentaram, o déficit em conta corrente cresceu e consultorias apontam perda de qualidade da política monetária.

A MB Associados afirmou em relatório que o país começa a entrar em desequilíbrio macroeconômico. Diz que está em “estágio incipiente”, mas aponta piora nas políticas monetária, fiscal e um déficit crescente nas nossas contas externas. Parece exagero falar isso se a mesma consultoria projeta crescimento de 7% do PIB; 11,8% da indústria; e 9,9% do comércio este ano. Parte da explicação para o desacordo entre os números bons e o diagnóstico ruim está no carregamento estatístico.

Ele mostra que mesmo que a economia pare de crescer até o final do ano, a média do PIB de 2010 já será 6% maior do que a de 2009. Ou seja, esse número “robusto”, como dizem os economistas, já aconteceu. Representa mais um crescimento passado do que o futuro.

“As indicações de políticas monetária e fiscal e as contas do setor externo sinalizam a necessidade de novas medidas de ajuste na economia, que deveriam vir com o próximo presidente.

Enfatizamos que esse cenário de desequilíbrio trará consequências negativas no longo prazo, enquanto no curto prazo o crescimento continuará ocorrendo”, disse a MB Associados.

O déficit em conta corrente, segundo projeções do Itaú Unibanco deve atingir 2,5% do PIB este ano, contra 1,6% do ano passado.

Isso quer dizer que aumentou a nossa dependência de poupança externa. O déficit foi de US$ 5,2 bilhões somente no mês de junho.

A MB projeta uma deterioração crescente no déficit nos próximos anos (vejam no gráfico). Com reservas em mais de US$ 250 bilhões, isso não parece problema, mas há sinais amarelos: a balança comercial tem sido favorecida pelos preços altos das matériasprimas no comércio internacional.

Qualquer desaceleração nas principais economias, qualquer redução da importação da China, pode reverter esse cenário de uma hora para outra.

“O principal problema é que o déficit está crescendo de forma muito forte. Financiar quase US$ 100 bilhões por ano não será trivial”, disse o economista Sérgio Vale, da MB.

Como o Brasil tem baixa taxa de poupança, e o governo tem déficit nominal, o crescimento acaba sendo financiado por poupança externa; o que não é difícil quando não há crise, mas torna o país mais vulnerável às oscilações externas. O que complica a situação é uma conjuntura de elevação dos gastos públicos, como a atual. O economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, que prevê crescimento de 7,2% do PIB este ano, acha inevitável que o próximo presidente, seja quem for, faça ajustes nas contas públicas.

— A questão fiscal será uma herança negativa para o próximo governo. Quem assumir terá que aumentar a poupança do setor público para diminuir o déficit em conta corrente. É preciso conter o crescimento das despesas e aumentar os investimentos, do contrário, teremos gargalos de infraestrutura que vão impedir um crescimento maior do PIB — explicou.

Para o economista Bernardo Wjuniski, da Tendências, que prevê crescimento de 6,4% do PIB este ano, as projeções de forte crescimento da economia estão escondendo desajustes, principalmente no campo fiscal. Ele explica que a dívida bruta saltou de 55% do PIB antes da crise internacional, em setembro de 2008, para 60,1% em junho deste ano. E chegou a bater em 64% em janeiro.

— As projeções de crescimento do PIB estão camuflando políticas econômicas equivocadas no campo fiscal. A dívida bruta cresceu muito, em grande parte pelo fator BNDES, que foi capitalizado com a emissão de títulos públicos do Tesouro. O governo tem dado ênfase no crescimento de curto prazo — disse.

Mas para o governo o importante é que haja clima de euforia este ano, para garantir a eleição da sua candidata. Desequilíbrios que estão sendo formados terão que ser enfrentados nos próximos anos.

ROBERTO ROMANO

Carta à esquerda
Roberto Romano 
O Estado de S.Paulo - 04/08/10

"...é preciso cuidado, porque as pessoas têm leis, as pessoas têm regras...
Se começam a desobedecer às leis deles para atender ao pedido de presidentes, vira uma avacalhação"
(Lula, recusando apelar em favor de Sakineh Mohammadi Ashtiani, que poderá ser
apedrejada em praça pública)


Prezados senhores da esquerda brasileira:

Em 18/9/1969 foi decretada a Lei de Segurança Nacional, imposta pela Junta Militar. O seu texto previa exílio e pena de morte para os acusados de "guerra psicológica adversa, ou revolucionária, ou subversiva". Contra ela se mobilizou parte da sociedade civil, intelectuais e políticos opostos ao arbítrio, às torturas, aos tratamentos humilhantes dos presos políticos e à censura. Estratégica na luta contra a lei tirânica foi a mobilização de Estados democráticos estrangeiros e de suas elites favoráveis aos direitos humanos no Brasil.

Figuras proeminentes da Igreja uniram-se aos advogados, jornalistas e gente do povo para entregar às instituições internacionais denúncias e pedidos de inspeção no Brasil. Aqueles líderes eram acusados, pelos que apoiavam o regime, de tentar "denegrir a imagem da nossa terra no exterior". O slogan ditatorial - Brasil, ame-o ou deixe-o -, musicado por Dom e Ravel, reforçou a campanha supostamente patriótica que buscava apagar os gritos dos torturados. Existiam leis, mas os dignos intérpretes da norma jurídica foram calados, como é o caso de Evandro Lins e Silva, morto sem que o poder tenha reconhecido a injustiça contra ele, a sua cassação do Supremo Tribunal Federal. Existiam leis, mas elas não emanavam da soberania popular, surgiam das sombras, nos palácios.

Recordo o ensino de Norberto Bobbio. Poucos entenderam como ele, no século 20, a natureza da lei. Em magistral escrito, diz o jurista que a política se divide entre a praça e o palácio, e retoma o dito de Guicciardini: "Entre o palácio e a praça existe uma densa névoa ou muro tão grande que pouco sabe o povo sobre o que fazem os governantes e porque o fazem, como se o assunto dos dirigentes fosse algo feito na Índia." Bobbio indica o fato de não contarmos até hoje com uma sociologia da praça. E, no entanto, ela é fundamental na política. "Manifestação na praça" significa a multidão de pessoas indignadas com os palácios. A praça reúne muitos indivíduos, a sua forma aberta permite livres discussões. Quem para ela se dirige tem alvo comum: reivindicar direitos, ouvir líderes. "Na democracia representativa (...) a praça é a mais visível consequência do direito de reunião ilimitado quanto ao número de pessoas que possam exercitá-lo juntas e ao mesmo tempo" (Bobbio).

Finaliza o jurista dizendo que "palácio e praça são duas expressões polêmicas para designar, respectivamente, os governantes e os governados, sobretudo o seu relacionamento de incompreensão recíproca, de estranheza, rivalidade, ainda hoje como no trecho de Guicciardini. (...) Vista do palácio a praça é o lugar da liberdade licenciosa; visto da praça o palácio é o lugar do poder arbitrário. Se cai a praça, o palácio também é destinado a cair." A esquerda brasileira viveu o seu tempo de praça, quando enfrentou a repressão palaciana. Sob a ditadura, ela implorava a intervenção estrangeira para a defesa de seus direitos humanos. Nos palácios de agora, apoia os que, no Irã e na África, torturam, massacram, caluniam os opositores.

Senhores da esquerda: se perguntados sobre a violação dos direitos, os adeptos do regime autoritário respondiam que as leis deveriam ser obedecidas. Nada falavam sobre a legitimidade legal, pois o assunto era proibido e censurado. O presidente de hoje, com o Itamaraty, usa linguagem idêntica à dos generais e juristas formados na escola de Francisco Campos. Ele usou a praça para subir ao palácio e levou consigo a turba dos oportunistas que jamais tiveram compromissos com os direitos civis ou humanos. Como diz Bobbio, para quem está no palácio a praça, ao invocar direitos, é lugar de liberdade licenciosa, "avacalhação". Quem hoje é governo pode voltar à praça, a menos que deseje, por meios espúrios, garantir para si os palácios.

O nosso presidente não se recorda mais dos tempos em que era oposição. E apoia no Irã os que aplicam leis tirânicas, ali esvaziando praças com a ponta das armas. Aquelas mesmas praças eram cheias de cidadãos hoje presos, exilados, condenados à morte. Não é exigida coerência de ninguém. Todos podem trair os ideais que antes defendiam, ou pareciam defender. Mas não esqueçam, senhores da esquerda: a memória coletiva supera a propaganda que fornece popularidade aos ocupantes ocasionais dos palácios. Em tempo não muito distante o nome de Lula será posto ao lado dos realistas que negaram os direitos humanos em nome do "business", como diz o Itamaraty. Caso os senhores ainda se imaginem na ala esquerda, deveriam atentar para a escolha de algo que define a sua dignidade: preferem a truculência palaciana ou a "avacalhação" da praça? Optando pela primeira, os senhores entram para o clube de Mussolini, Francisco Campos, Filinto Müller, Pinochet e similares. Se a escolha for pela segunda, aceitem os cumprimentos de Sobral Pinto, García Lorca, Pablo Neruda, Evaristo Arns, Vladimir Herzog. Não existe muito tempo para o seu juízo: amanhã, na praça ensanguentada em que se transformou o Irã, os direitos humanos serão alvejados na carne de Sakineh Mohammadi Ashtiani. Sob o silêncio cúmplice dos palácios brasileiros.
P. S.: Solicitar ao Irã que exile a vítima e a instale em nosso país, como sugeriu o presidente, é agir como carcereiro de povos alheios. É transformar o Brasil em imensa colônia penal terceirizada. Nada mais.

FILÓSOFO, PROFESSOR DE ÉTICA E FILOSOFIA NA UNICAMP, É AUTOR, ENTRE OUTROS LIVROS, DE "O CALDEIRÃO DE MEDEIA" (PERSPECTIVA)

GOSTOSA

ELIO GASPARI

O debate dos fracassos enriquece a agenda 
Elio Gaspari 

O Globo - 04/08/2010

Dilma Rousseff e José Serra e Marina Silva podem melhorar a agenda da sucessão presidencial se substituírem a retórica da marquetagem pela discussão dos fracassos de programas pontuais, relacionados com temas livres de polêmicas. Não se trata de mostrar a vidraça quebrada para culpar o outro, mas de dizer o que se pode fazer para consertar a janela.

Nem tudo o que dá errado precisa continuar dando errado. O maior fracasso social-marqueteiro de Nosso Guia foi o programa Fome Zero. Corrigido, transformou-se no seu maior êxito, o Bolsa Família.

Adiante vão dois exemplos de fracassos. Em ambos, o governo saciou sua voracidade publicitária e, diante dos resultados bisonhos, ofereceu explicações do tipo "temos um problema em Cabul porque invadimos o Afeganistão". Com isso, deu ao mau desempenho um verniz de fatalidade, mascarando a inépcia.
Programa Papel Passado
Em 2003, o governo federal lançou uma iniciativa destinada a regularizar a propriedade de imóveis no andar de baixo das cidades brasileiras. Pretendia beneficiar 1 milhão de famílias em três anos. Gastou R$ 50 milhões e, até maio passado, produziu 136 mil escrituras registradas em cartório. Num cálculo grosseiro, os sem-papéis brasileiros estão em cima de um patrimônio de R$ 150 bilhões, mas por falta de papéis têm insegurança jurídica e dificuldades no acesso ao crédito bancário. São moradores de favelas ou mesmo de uma empulhação burocrática chamada "loteamento clandestino", como se fosse possível existir um bairro na clandestinidade.

Explicações para a ruína, o comissariado tem de sobra.
Enem/Vestibular
No ano passado o MEC anunciou um sistema capaz de transformar as provas do Enem em instrumento de seleção para a primeira fase do vestibular das universidades federais. Os educatecas prometiam que a garotada teria duas, talvez três oportunidades de fazer o exame durante o ano. Um sonho. Deu tudo errado. Roubaram as provas, o MEC pôs no ar listas mal feitas e até hoje há estudante reclamando. Quanto às três oportunidades, tchau. Neste ano haverá um só exame. Se alguém trabalhar direito, algum dia a prova será informatizada e a garotada fará vários exames por ano, como nos Estados Unidos.

Há ainda dois fracassos conhecidos, compartilhados por Dilma Rousseff e José Serra, ruínas tucanas que prosperaram na gestão petista. No projeto do Cartão SUS, o governo atolou R$ 400 milhões e produziu apenas irregularidades. No cumprimento da lei que obriga os planos de saúde privados a ressarcir a Viúva quando os seus clientes são atendidos pelo SUS, ambos conseguiram quase nada.

Há poucas semanas, as repórteres Fabiane Leite e Mariana Mandelli mostraram que o Hospital São Caetano, tradicional instituição de São Caetano do Sul (SP), fechou serviços e despejou na rede pública 19 clientes do plano Di Thiene que lá estavam internados. Recebê-los no Hospital Brasil, que o administra, nem pensar. Sua controladora, a rede D'Or, informou que, contratualmente, não tem esse compromisso.

Ao saber do despejo, o presidente da ANS, Mauricio Ceschin, disse o seguinte: "Eu nunca vi isso na minha vida". A patuleia, que sustenta a ANS, já viu, várias vezes.

CLÁUDIO HUMBERTO

Dilma vetava abertura de capital da Infraero
O ex-presidente da Infraero Paulo Gaudenzi deve ter tomado um susto com a súbita defesa que Dilma Rousseff (PT) fez da abertura de capital para salvar a empresa estatal. Quando ele estava no cargo, levou essa proposta à Casa Civil, mas a então ministra, sempre colérica, defendia algo revelador de ignorância ou má-fé: vender aeroportos lucrativos, sendo que vários, como Galeão (Rio) e Brasília, são bases militares.

AQUI NÃO É MEU LUGAR 
Vendo rejeitada sua ideia para salvar a Infraero, Paulo Gaudenzi, rara reserva moral no governo Lula, pediu demissão em dezembro de 2008.

INVESTIDORES 
Quando Paulo Gaudenzi sugeriu a abertura de capital da Infraero, vários investidores manifestaram interesse, como a Air France.


“Para quem está no governo, oito anos não são nada”
PRESIDENTE LULA, AO DESTACAR QUE, PARA A OPOSIÇÃO, OITO ANOS SÃO “UMA ETERNIDADE”

PLANTÃO MÉDICO 
Recado de Dilma no twitter sobre seu estado de saúde, após a visita ao COB: “Candidato em época de eleição tem energia de atleta olímpico”.

SE A MODA PEGA... 
O técnico norte-coreano Kim Jong Hun está em trabalhos forçados por “trair a confiança” da ditadura, após as derrotas na Copa da África.

LULA QUER O CENSO DIVULGADO ANTES DA ELEIÇÃO 
O Censo 2010 foi apressado por ordem direta do presidente Lula. Ele quer divulgar os resultados do censo antes das eleições, certo de que vários indicadores mostrarão resultados positivos do seu governo, como a diminuição da pobreza absoluta, a ascensão social de milhões de brasileiros para a classe média e o aumento de bens de consumo nas famílias brasileiras, como automóveis, televisores, geladeiras, etc.

FACTOIDE 2010
Lula e o IBGE pedem “a verdade”, no Censo 2010, mas ainda nem chegaram, na maioria das cidades, equipamentos para recenseadores.

DÁ PARA DESENHAR? 
O IBGE inaugura o “padrão Lula de recenseamento”: questionário sem o item “escolaridade”. Padrão sutil de escamotear o fracasso do ensino. 

SE INVEJA MATASSE... 
Ao receber Paul Biya, presidente de Camarões, que lembra papo com cerveja, Lula pode descobrir a mágica do africano, reeleito desde 1982. 

MULHERES RORIZISTAS 
Pesquisa Exata, divulgada ontem no DF, revela empate entre eleitores homens, nas intenções de voto para governador: Joaquim Roriz (PSC) 37,2% e Agnelo Queiroz (PT) 37%. As mulheres preferem Roriz (44%) a Agnelo (26,9%). No geral, o placar está 40,9% x 31,5% para Roriz.

SERRA QUEM? 
Contaram uma fofoca a José Serra: não se viu um só santinho dele no churrasco festivo dos 60 anos do senador Heráclito Fortes (DEM), com a presença do candidato do PSDB ao governo do Piauí, Silvio Mendes.

CONCURSOS LIMPOS 
Liderado pelo professor Wilson Granjeiro, de Brasília, o Movimento de Moralização dos Concursos finalmente conseguiu: projeto do deputado Felipe Maia (DEM-RN) prevê até oito anos de prisão para quem fraudar concursos públicos. O Código Penal é omisso nessa matéria.

CORDA NO PESCOÇO 
Ahmadinejad aplicou em Lula a versão iraniana do “por que não te calas?”. Estivesse lá e insistisse no asilo à “adúltera” condenada à morte por apedrejamento, o brasileiro corria o risco de morrer na forca. 

QUE VERGONHA... 
Com sua ótima entrevista a Mirian Dutra, da GloboNews, o jornalista cubano Julio Cezar Galvéz, deportado para a Espanha, deixou os telespectadores ainda mais envergonhados com a atitude de Lula, que virou as costas aos presos 
políticos da ditadura dos irmãos Castro.

EU NÃO SOU ELE 
O conselheiro federal da OAB Paulo Medina agora espera que, aposentado compulsoriamente ontem, o ministro homônimo do STJ vai sumir do noticiário. Medina já não agüentava ser confundido com o magistrado, que, para piorar, também nasceu em Juiz de Fora (MG). 

ZORRA AÉREA 
É atestado de amadorismo a nota da Gol sobre os atrasos de segunda nos aeroportos: aconteceram quando finalizava a “implementação de novo sistema de escala de pilotos e comissários”. Na volta das férias? 

VIAJANDO NA MAIONESE 
O ministro Luiz Barretto (Turismo) deu a melhor explicação até agora para o caos aéreo de segunda-feira: “(atrasos e cancelamentos) foram passageiros e pontuais. Passageiros foram, já as empresas...

PERGUNTA NO CENSO 
Será que Lula respondeu ao questionário completo ou foi poupado pelo nível de escolaridade? 

PODER SEM PUDOR
CAÇA AO ELEITOR 
Contam, em Divinópolis (MG) que certa vez o vereador Dé Pasteleiro (PMDB) recebeu uma ligação no celular pedindo o seu comparecimento urgente na sede do partido, para assinar documentos necessários ao registro de sua candidatura à reeleição. A resposta de Pasteleiro:
– Agora não posso. O velório tá bom demais de voto...