domingo, novembro 16, 2008

AÍ PODE...


Para relaxar na noite de domingo

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PARA...HIHIHIHI

ENGANO

Uma mulher foi levada às pressas para o CTI de um hospital. Lá chegando, teve a chamada 'quase morte', que é uma situação pré-coma. E, neste estado, encontrou-se com Deus:
- Que é isso? - perguntou ao Criador - Eu morri?
- Não, pelos meus cálculos, você morrerá daqui a 43 anos, 8 meses, 9 dias e 16 horas - respondeu o Eterno.
Ao voltar a si, refletindo o quanto tempo ainda tinha de vida, resolveu ficar ali mesmo naquele hospital e fez uma lipospiração, uma plástica de restauração dos seios, plástica no rosto, correção no nariz, na barriga, tirou todos os excessos, as ruguinhas e tudo mais que podia mexer para ficar linda e jovial.
Após alguns dias de sua alta médica, ao atravessar a rua, veio um veículo em alta velocidade e a atropelou, matando-a na hora. Ao encontrar-se de novo com Deus, ela perguntou irritada:
- Puxa, Senhor, você me disse que eu tinha mais 43 anos de vida. Por que morri depois de toda aquela despesa com cirurgias plásticas!!???
E Deus aproximou-se bem dela e, olhando-a diretamente nos olhos, respondeu:
- Menina! Não te reconheci !!!!!!!

AUGUSTO NUNES


Sete dias

Os rufiões dos anos de chumbo

Caso se interessassem pelo fu- turo do Brasil, o ministro da Justiça e o secretário nacional dos Direitos Humanos estariam exibindo as olheiras superlativas dos inconformados com a institucionalização da tortura no sistema carcerário. Tanto o ministro Tarso Genro quanto o secretário Paulo de Tarso Vannuchi sabem que, neste momento, centenas de presos comuns estão sendo seviciados por policiais que preferem o choque elétrico à investigação ou por integrantes dos bandos criminosos que governam as cadeias. Como só se interessam pelo próprio futuro político, os dois ordenanças vencidos na guerra suja esquecem os carrascos do presente para acertar contas com torturadores do passado. Nas capitanias confiadas à dupla, problemas é o que não falta. Mas os companheiros resolveram que não existe urgência mais urgentíssima que a revisão da Lei de Anistia decretada em 1979. Seria "ampla, geral e irrestrita", combinaram os negociadores do documento, ao fim de conversas especialmente delicadas. Nem tanto, descobriram quase 30 anos depois os parceiros ansiosos pela vingança. Quem olha por espelhos retrovisores caminho à margem do penhasco é forte candidato ao título de homem sem visão do ano. Quem olha só pelo retrovisor direito, garimpando imagens de torturadores aposentados, é um cretino fundamental. Para os tarsos, a anistia que livrou Genro do medo crônico e Vannuchi da cadeia não se estende aos porões da ditadura. "A lei se aplica tanto aos adversários do regime militar quanto aos agentes do poder público que eventualmente praticaram torturas contra presos políticos", discordou José Antonio Toffoli, advogado-geral da União. "Tortura é crime imprescritível", replicaram em coro os tarsos. "Terrorismo também é", avisou Gilmar Mendes, presidente do STF, amparado no artigo 43 da Constituição. Foi a senha para o desembarque na frente de batalha dos heróis de araque, sempre fantasiados de credores da imensa maioria que nada lhes deve. É um absurdo chamar de terroristas os que, por falta de opções, lutaram contra a ditadura de armas na mão, viajaram de novo os rufiões dos anos de chumbo. Havia opção, sim, deveriam berrar milhões de brasileiros que resistiram até que a liberdade abrisse as asas sobre nós e restaurasse a democracia. Anos a fio, a resistência democrática suportou a arrogância dos extremistas de esquerda e a prepotência dos direitistas radicais. Uns menosprezavam os "pequeno-burgueses a serviço do capitalismo". Outros tentavam conter a cólera provocada pela parvoíce dos "inocentes úteis a serviço dos comunistas". Enquanto o delírio durou, os devotos da luta armada não fizeram reparos ao manual da guerrilha redigido por Carlos Marighela. "A ação terrorista deve ser executada com muita calma, decisão e sangue frio", ensina um trecho. "O terrorismo é uma arma que o revolucionário não pode abandonar". Só agora os guerrilheiros cismaram que o estigma foi invenção da ditadura. A anistia não será revogada, mas nada impede escavações históricas amplas, gerais e irrestritas. Ex-torturadores merecem ser tratados como figuras abjetas. Ex-terroristas, também.

A conversão
da candidata
A ministra acredita em Deus?, perguntaram os jornalistas ao fim do encontro entre Dilma Rousseff e o papa. "Eu me equilibro bem nessa questão. Será que há? Será que não há? Eu me equilibro nela", respondeu a ex-camarada de armas de José Dirceu. Diante dos olhares de espanto, engatou uma segunda: "Tenho toda formação religiosa que uma pessoa de minha geração teve no Brasil. Fiquei durante muito tempo meio descrente. Acredito que as diferentes religiosidades são fundamentais para as pessoas viverem. A gente não pode achar que só existe aquele seu Deus". Tudo esclarecido.

Com o Brasil
ninguém pode
A folhinha de 2009 informa que, dos 13 feriados nacionais, oito caem na segunda ou na sexta-feira (feriadão obrigatório) e quatro na terça ou na quinta (feriadão facultativo, mas respeitado em toda a nação). Os paulistas com o 9 de julho numa quinta e os cariocas com o 20 de janeiro numa terça foram brindados com mais uma folga de quatro dias. Somados os feriados oficiais, os enforcados, os sábados e os domingos, serão 152 dias de descanso. Sobram 213 (58,35% do ano) para o trabalho. Tremendo calendário. Com crise ou sem, 2009 será lembrado com carinho por milhões de brasileiros.



Um estadista contempla a tempestade

"Bush, meu filho, resolve o problema da crise, porque não vou deixar que ela atravesse o Atlântico", preveniu Lula em 27 de março, repetindo o recado enviado em setembro de 2007. Dado o aviso, esqueceu o assunto por seis meses, para retomá-lo em ritmo de encontro em motel: anda falando tanto que o país não sabe direito o que pensa o presidente.
Releiam:
Setembro, 17:"Que crise?
Pergunta pro Bush".
Setembro, 18: "O Brasil vive
um momento mágico".
Setembro, 22:"Até agora, gra-
ças a Deus, a crise americana não atravessou o Atlântico".
Setembro, 29: "O Brasil, se
tiver que passar por um aperto, será muito pequeno".
Setembro, 30: "A crise é tão
séria e profunda que nem sa- bemos o tamanho. Talvez seja a maior na História mundial".
Outubro, 4: "Lá, a crise é um
tsunâmi. Aqui, se chegar, vai ser uma marolinha, que não dá nem para esquiar".
Outubro, 5: "Queremos que
esse tema da crise mundial seja levado ao Congresso".
Novembro, 8: "Ninguém está
a salvo, todos os países serão atingidos pela crise".
Novembro, 10: Toda crise
tem solução. A única que eu pensei que não tivesse jeito era a crise do Corinthians". Se ouviu o palavrório, nem a crise sabe o que ocorrerá enquanto ficar por aqui. Só sabe que Lula anda meio doidão.


Os punguistas

atacam de novo
Ocupados com cambalhotas aritméticas que reduzam as despesas domésticas, os brasileiros nem notaram que o governo estava, de novo, enfiando a mão no bolso da nação. A tunga rendeu, no mínimo, mais de R$ 2 bilhões, preço do buraco aberto pela espantosa medida provisória que anistiou milhares de "entidades filantrópicas" enredadas em delinqüências e gatunagens. Zerada a conta, o Planalto promete que vai investigar criteriosamente caso por caso. É como esvaziar todos os presídios do país e, com a turma em liberdade, apurar quem merece cadeia. É o Brasil.

MUITO GOSTOSA


Vão quebrando o galho com essa aí, logo mais colocarei outra saborosa.
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DORA KRAMER


Domingo, 16 de Novembro de 2008 | ESTADÃO

Sob o rigor da lei de Gérson


Com toda força adquirida depois de conseguir uma vitória suada para a Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, a capital de maior visibilidade do País, o governador Sérgio Cabral continua sendo voto vencido dentro do próprio partido.

Tenta, já sabendo que não terá a menor chance de sucesso, que o PMDB deixe de lado a "falsa malandragem" da dubiedade como arma de pressão eterna e assuma uma posição de fidelidade explícita e permanente ao governo Luiz Inácio da Silva.

Em todos os aspectos: do respeito ao acordo pelo comando das presidências do Congresso, deixando o Senado para Tião Viana do PT, até a permanência do partido na aliança governista na eleição de 2010. 

Mesmo se for para perder?

"Mesmo assim." 

A menos, ressalva, que o PMDB tenha algum "político tarimbado" para se apresentar à disputa marcando uma posição de protagonista. Como, na visão dele, esse personagem não existe no horizonte, não há razão para suspense: "É ficar com o PT".

A repetição do jogo da divisão pragmática entre as canoas mais bem posicionadas pode manter o PMDB no poder, ganhe quem ganhar. Mas, na opinião do governador, "só vai aprofundar o desgaste do partido".

Para ele, passou da hora de o PMDB "eliminar esse tipo de postura". Qual seja, a de levar vantagem em tudo, certo?

Na última reunião em Brasília para tratar das eleições na Câmara e no Senado, Cabral diz que defendeu uma definição nítida e imutável. Em vão.

"Temos as maiores bancadas, o direito de reivindicar o comando das duas Casas, mas, por uma questão de confiança e espírito de aliança, deveríamos apoiar o PT no Senado, ficar com a Câmara e, assim, consolidar a parceria."

Não haveria por trás dessa enfática defesa da fidelidade a mesma visão pragmática que orientou o discurso do candidato a prefeito Eduardo Paes, a quem Cabral levou a se reconciliar com Lula em nome do trânsito livre de verbas de Brasília para o Rio?

De fato, mas até o pragmatismo requer regras de confiabilidade e reciprocidade. O tratamento que Lula dá ao PMDB como um todo justificaria, na concepção de Sérgio Cabral, o abandono da ambigüidade.

"Nunca fomos tratados com tanta respeitabilidade, com entrada franqueada pela porta da frente; agora seria a hora de retribuir na mesma moeda." 

Inútil especular sobre as chances de acontecer. Sérgio Cabral faz a crítica, mas não atropela os interesses do partido. 

Ponta cabeça

Se o ministro da Saúde for abatido pela permissividade do presidente Lula frente a um cada vez mais atrevido PMDB, José Gomes Temporão deixará como legado o melhor serviço prestado nos últimos tempos à transparência das relações entre o Poder Executivo e sua base de apoio no Legislativo.

A reação do partido - dono da "cota" da Saúde - ao desabafo de Temporão sobre a corrupção e a ineficiência existentes na Fundação Nacional de Saúde não deixa dúvida sobre a noção de governabilidade reinante na Esplanada.

"Reconhecemos em Temporão um técnico muito conceituado, mas ministro é também função de liderança política. É preciso saber ouvir, interagir, respeitar e ter a sensibilidade da boa convivência", diz o líder da bancada na Câmara, deputado Henrique Alves, traduzindo a seu modo as reclamações de que o ministro não dá a devida atenção aos parlamentares nem à liberação dos recursos das emendas ao Orçamento.

Quer dizer, o ministro da Saúde faz tudo direito. Cuida prioritariamente das tarefas afetas à pasta e, quando se vê confrontado com lobbies contra a transferência da política de saúde indígena para a jurisdição de seu gabinete, põe o dedo na ferida exposta da corrupção na Funasa, objeto de reiteradas e públicas denúncias. 

Ainda assim, ou por isso mesmo, o PMDB pede sua saída; e o faz pelo motivo errado: a prioridade dada pelo ministro aos assuntos atinentes à saúde do público em detrimento das conveniências do partido.

Este mesmo PMDB, vale lembrar, reivindica a pasta da Justiça sob a qual está a Polícia Federal. 

Olha cá

O senador José Sarney registrou seus primeiros desconfortos em relação ao presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, sexta-feira, em seu artigo semanal na Folha de S. Paulo. 

Sarney não gostou do excesso de informalidade no discurso da vitória, achou de mau gosto as referências ao cachorrinho das filhas, censurou a retórica "com cheiro de demagogia, comum aos populistas sul-americanos".

De fato, nada comparado ao discurso de Lula ao ser eleito em 2002: "Quando a gente está apaixonado, que a gente quer casar, a gente senta com a nossa namorada e fica alimentando os nossos sonhos, discutindo o que a gente pode fazer. E a gente casa. E nem sempre o que a gente quis fazer a gente consegue fazer com a rapidez que a gente imaginava fazer".

JOÃO UBALDO RIBEIRO


Domingo, 16 de Novembro de 2008 | 

Obama e o pré-sal


Apresso-me em tranqüilizar os que temem que, nas linhas abaixo, eu venha a expor uma intrincada trama, segundo a qual o presidente eleito Obama trabalhou sob identidade falsa na Petrobrás e agora seu primeiro plano de ação, em conluio secreto com os interesses petrolíferos do antecessor, é invadir o Brasil e levar com ele nosso precioso pré-sal. (Falar nisso, o jornal bem que podia pautar alguém para descobrir o que é pré-sal, porque só se fala nele, mas, ao que parece, ninguém sabe bem do que se trata - existirá alguma água no mar anterior ao sal, ou qualquer coisa assim, triste ignorância?)

Não, não tem nada conspiratorial hoje, aliás lamentavelmente, porque confesso que sou meio chegado a pelo menos um complozinho engenhoso, costumo acreditar em tudo o que me contam. Imagino que o olhar de quem escreve romances acaba ficando meio torto, prestando atenção em coisas que outras pessoas nem notam. Estou pensando em todo o oba-oba internacional e brasileiro por causa da eleição de Barack Obama. Aqui, li e ouvi coisas que ficavam apenas um pouco abaixo de quem anunciava a chegada de um Messias, o mundo subitamente virou um lugar decente porque ele foi eleito.

Foi bonito ele ser eleito, concordo. Mas foi bonito principalmente por causa do muito de feio que houve antes. Nós costumamos bater no peito mestiço com vergonha de termos sido o último país (não fomos, até mesmo porque a escravidão ainda é legal em alguns países e praticada inclusive aqui, no Brasil) a abolir a escravidão. Esquecemos que, até bem pouco tempo, negros americanos não votavam, não freqüentavam escolas ou universidades brancas, eram, certos Estados, proibidos de casar com brancos (já na década de 60, um casal foi condenado a dois anos de cadeia por ela ser branca e ele ser negro), às vezes não encontravam um lugar onde fazer xixi numa cidade negra como New Orleans, esquecemos que não vemos soldados negros nos filmes deles sobre a Grande Guerra porque as Forças Armadas deles só foram integradas durante ou logo depois da Guerra da Coréia, que o reverendo Martin Luther King lutou para tirar da lei aquilo que discriminava sua raça e por aí vai. Esquecemos até mesmo que, para quem conhece inglês americano razoavelmente, se sabe logo se quem está falando no rádio é branco ou negro, excetuados os casos em que o sotaque é estudadamente mudado. E o apartheid foi tanto que o antigo inglês "errado", "degenerado" ou "corrupto", falado pelos negros, adquiriu autonomia e acabou reconhecido como um ramo legítimo do inglês do qual se originou, o chamado Black English. Hoje é tido pelos lingüistas como um dialeto, com suas próprias regras e usos corretos.

Então realmente o progresso foi colossal, indescritível, para esta que é a única verdadeira raça, a raça humana. Não há o que discutir sob esse ponto de vista. Só que esse triunfo, que não é somente dos negros, mas de toda a humanidade (desculpem, mas não consigo resistir a um parêntese impertinente; não é verdade que eles foram o primeiro grande país do Ocidente a eleger um presidente negro; pelos critérios deles - uma gota de sangue negro faz um negro - acho que todos os nossos foram negros desde Deodoro, tirantes aí o general Geisel e o general Médici, os únicos que agora me vêm à cabeça), não se estende além desse campo. E já é campo suficientemente vasto e valioso para justificar grande atenção para ele.

Em outros campos, deve-se lembrar que, antes de ser negro, Barack Obama é homem. E, depois de homem, é americano. Os negros de nações diferentes são tão irmãos entre si quanto um branco francês de um branco alemão, vizinhos da mesma raça que sempre se detestaram e se consideram absolutamente diferentes em tudo, se duvidar até na cor. Até agora mesmo, num congresso literário realizado no Recife, escritores de países africanos se revelaram de saco cheio dessa besteira de Mama África e de serem apresentados sempre de bolo, como "escritores africanos". E é verdade, o que existe lá são dezenas ou centenas de nações diversas entre si, num continente enorme e complexo, chegando mesmo a ser um insulto o sujeito abrir a boca e falar em "cultura africana", como se lá só houvesse uma cultura, tudo "cultura de negro".

Portanto Barack Obama só é irmão dos negros brasileiros em Cristo. E aí somos todos, pelo menos os que crêem em Cristo. E os que conhecem rudimentos da antropologia física contemporânea sabem que raça não quer dizer nada em termos biológicos e pesquisas comprovaram fatos surpreendentes, tais com o de Daiane dos Santos provavelmente ser muito mais "branca" do que alguns que são tidos como negros claros ou morenos. Barack Obama é homem, americano, presidente e democrata. Os democratas sempre tiveram uma política externa fechada aos interesses de gentinha como nós, pois são dados a protecionismo comercial, a subsídios agrícolas e a outras políticas prejudiciais a nossos interesses e benéficas aos interesses deles. Como Barack Obama não é irmão de ninguém aqui, vai fazer o que achar melhor para os americanos, porque é esse o papel dele. Se por acaso o que ele resolver também for bom para nós, ele faz. Se for ruim, faz do mesmo jeito, é claro.

Portanto, solto foguetes a uma pisadela maiúscula nesse atraso de vida que é a noção de raça, mas não solto foguete nenhum a mais um presidente americano de quem ainda não vi nada. Foi assim que, ao pensar nele, pensei no pré-sal, que já resolveu tudo, embora ninguém saiba direito o que é, como é que se vai chegar lá e nem mesmo se o petróleo será a fonte de energia que é hoje, daqui a uns 15 anos, quando se calcula que ele poderia entrar em produção. Verdade, mas é domingo e sejamos otimistas: tanto Obama quanto o pré-sal nos salvarão. Vão esperando aí.

PARA...HIHIHIHI

SEXO

Devido ao falecimento do avô, aos 92 anos, o jovem Luis Gustavo vai fazer uma visita de pêsames à sua avó de 89 anos.
Quando chega, encontra a anciã chorando e tenta confortá-la.
Um pouco depois, quando vê a avó mais calma o neto pergunta: - Vovó, como morreu o vovô?
- Morreu ao fazermos amor - confessa a avó.
Luis Gustavo, espantado, responde-lhe que as pessoas de 90 anos ou mais, não deveriam fazer amor porque é muito perigoso.
Ao que a avó responde: - Mas nós só fazíamos aos domingos, já há cinco anos, e com muita calma, ao compasso das badaladas do sino da Igreja. Era ding para pôr e dong para tirar...
Se não fosse o miserável do sorveteiro com o seu sininho, o seu avô ainda estaria vivo...!!!

ANCELMO DE GÓIS

Quem sabe outro dia


O Globo - 16/11/2008
 

É claro que, de público, ninguém fala, temendo o grito político dos excluídos. 

Mas, com a crise em marcha, alguns megaprojetos da Vale e da Petrobras devem ser cozinhados em banho-maria. 

Siderúrgica do Pará... 

Um dos candidatos ao adiamento é o projeto da Vale de construir no Pará uma usina siderúrgica para produção de 2,5 milhões de toneladas. 

A Vale aderiu à causa de uma usina no Pará a pedido de Lula. 

Refinaria do Lobão... 

No caso da Petrobras, em maio, com o preço do petróleo em US$134, José Sérgio Gabrielli anunciou a construção, até 2015, de mais quatro novas refinarias - inclusive, uma no Maranhão do ministro Edson Lobão. 

Aliás... 

Na entrevista à "Folha" em que anunciou as quatro refinarias, o presidente da estatal disse que o preço do petróleo ia se manter elevado pelos próximos quatro, cinco anos, variando entre US$80 e US$120 o barril. "É uma realidade definitiva", afirmou. 

Sexta, estava em US$57. 

Cidade da Música 

A exemplo do que fez no tempo em que tomava conta do Maracanã, o prefeito eleito, Eduardo Paes, deve contratar a consultoria Booz Allen Hamilton para traçar um modelo de gestão para a Cidade da Música. 

A idéia, pelo menos numa primeira etapa, é dividir os custos de manutenção, estimados em R$24 milhões ao ano, com a iniciativa privada. 

"Bush, go home" 

O prestígio do dólar de Bush anda mal. Numa das cenas de "007 - Quantum of Solace", o novo filme da série James Bond que acaba de estrear, aparece um general corrupto boliviano exigindo propina em... euros. 

Ou seja, dólar nem pensar. 

A IDIOTA


JÂNIO DE FREITAS

Muita coisa nas cabeças


Folha de S. Paulo - 16/11/2008
 

Os petistas não têm nem sequer um nome com relevo para representar a evidente reserva partidária a Dilma

O PRÓPRIO Lula pôs em dúvida a seriedade de que "tem um nome na cabeça" para sucedê-lo, claro que "o de Dilma Rousseff", como disse em Roma aos jornais italianos. Àquela frase, juntou o inacreditável: "Ainda não falei com ela, mas creio que poderá ser uma boa candidata". Ou já falou, porque do contrário nem ela entenderia o levá-la a tiracolo para lá e para cá, há tantos meses; ou não falou mesmo, e se não o fez até hoje é porque Dilma pode ser um dos nomes, mas não "o nome" na sua cabeça. Ao que nos cabe acrescentar que ninguém esquece o próprio nome.
Por outros motivos que não a tendência do Lula presidente para negar-se, também o trecho final da frase é duvidoso. Dilma Rousseff tem qualidades que poderiam fazer dela uma ótima presidente. Integridade (ah, como estava sumida esta palavra, por tão escassas oportunidades de uso), inteligência, conhecimento dos problemas nacionais, disposição e competência técnica para o trabalho, e ainda outras. Bom candidato, porém, é de outro feitio. Simpatia, ao menos uma pitada de carisma, linguagem e mensagem bem acessíveis pelo grande público -e por aí vão as condições, nunca percebidas em Dilma Rousseff, que elevam ao cimo um candidato sem raízes eleitorais.
As reações políticas incluíram, nos governistas como na oposição, a crítica a Lula por precipitar o debate de sua sucessão. Não dá para crer que seja exatamente essa a sua intenção. Pela timidez das reações petistas, no entanto, vê-se como um partido de tal tamanho, e com quadros tão diversificados, esvaziou-se na sujeição às inversões do governo Lula: não tem nem sequer um nome com relevo para representar a evidente reserva partidária à candidatura de Dilma Rousseff.
Em sentido oposto ao de Lula, seus sócios peemedebistas querem a cabeça do ministro José Gomes Temporão, da Saúde. A crítica do ministro à Fundação Nacional da Saúde, Funasa, é motivo falso. Antes de tudo, porque a Funasa é razão de muitas suspeitas, inclusive oficiais, no uso de seus vastos recursos. A Funasa está entregue por Lula ao PMDB.
A inconveniência de Temporão está em que olha para a Saúde e não para os pedidos de políticos. Isso o PMDB não admite, por negar grande parte da sua própria razão de ser. Certo é que, se o PMDB conseguir derrubar José Gomes Temporão, logo virá nova orgia de "operações sanguessuga" e similares.
Outro ministro, Carlos Minc, parece avançar com as palavras e recuar nas providências, revelando entre umas e outras certa fraqueza de cabeça, no que se refere à memória. A polêmica em torno da entrada de um combustível diesel com fumaça menos venenosa, essencial para a saúde dos indiferentes paulistanos, pela segunda vez foi adiada por mais seis a sete anos. Estava prevista para janeiro.
Indagado na sexta-feira, por André Trigueiro (GloboNews), sobre sua posição a respeito ao assumir o Ministério do Meio Ambiente, disse Carlos Minc em referência à Petrobras e à indústria automobilística: "O que eu disse foi "ou cumpre ou faz acordo com a Justiça". (...) Foi feito o acordo" -para o adiamento.
Não é verdade. O que Carlos Minc disse, com ênfase quase fúria, foi isto: "Garanto que em janeiro (de 2009) vai estar vigorando, de qualquer jeito. Não tem adiamento".
Mellhor faz a indústria automobilística. Ou fazem por ela. Para reduzir-lhes "as dificuldades", Lula concedeu aos bancos e financeiras das montadoras R$ 4 bilhões. E José Serra repicou com mais R$ 4 bilhões.
As montadoras tão gentilmente socorridas estão na cabeça da relação de setores que mais enviam dinheiro para o exterior, como lucros e dividendos. São autoras de 25% das remessas. Até setembro remeteram quase três vezes o enviado no mesmo período de 2007. Ou seja, como o algarismo 4 ficou meio cabalístico, enviaram US$ 4,839 bilhões. Que, na moeda do generoso socorro, vêm a ser cerca de R$ 11 bilhões.
Socorro!

O IDIOTA


ÉLIO GASPARI

Dedicação total a você... Bang, Bang


Folha de S. Paulo - 16/11/2008
 

Um dia, faz tempo, Samuel Klein, recebeu a graça da solidariedade humana, não deve esquecê-la

SAMUEL KLEIN , o dono das Casas Bahia, precisa baixar na sede de sua empresa para conjurar um atentado à preciosa marca da maior rede varejista do país. Ela tem 550 lojas em dez Estados, atende 15 milhões de clientes por mês e faturou R$ 12,5 bilhões no ano passado. É caso de faxina na diretoria. Na segunda-feira, Alberto Milfont Júnior, um trabalhador de 23 anos, foi com a mulher a uma filial na zona sul de São Paulo para comprar um colchão. Enquanto ela estava na fila da caixa, ele esperava, sentado num sofá. Um segurança desconfiou da aparência do rapaz, bateram boca e, apesar da tentativa pacificadora de um gerente, ele matou-o com um tiro no rosto. O casal tinha um filho de cinco meses.
Inépcia, preconceito e demofobia. Mesmo assim, o crime foi conseqüência de um ato individual, coisa de pessoa física. A reação das Casas Bahia foi de arrogância de pessoa jurídica. Logo ela, que se orgulha de "dedicação total a você".
A empresa informou que o "incidente" (pode me chamar de assassinato) foi um "fato isolado" (ainda bem). Lembrou também que o serviço de segurança de suas lojas é terceirizado. E daí? Que tal discutir a indenização da viúva e do órfão?
A firma Gocil, responsável pela conduta do segurança, informou que o assassino possui "competência ilibada e todos os cursos exigidos para atuar na profissão". Os doutores da Gocil (e das Casas Bahia) ainda não perceberam que, quando uma pessoa dá um tiro na cara de outra, algo de terrível aconteceu. Talvez acreditem que faltaram a Milfont "competência ilibada" e os "cursos exigidos" para comprar um colchão.
Samuel Klein é hoje um dos homens mais ricos do Brasil e chegou aqui nos anos 50 com pequenas economias. Conseguiu isso porque fez freguesia entre os consumidores de baixa renda. Quando um cliente é assassinado numa de suas lojas ele não deve permitir que o caso seja tratado como um mero episódio contratual, burocrático. Klein já conviveu, num ponto muito maior, com a banalidade do mal e a irrelevância de vida. Durante a Segunda Guerra ele foi prisioneiro nos campos de concentração de Maidanek e Auschwitz. Salvou-se porque recebeu a graça da solidariedade humana.

O GURU DO JUIZ DE SANCTIS ACABOU EM CANA

Coube ao juiz Fausto De Sanctis, sócio-atleta da Operação Satiagraha, oferecer uma explicação erudita e audaciosa para exorbitâncias de alguns delegados, juízes e promotores.
Referindo-se às garantias dos direitos individuais assegurados pela Constituição, o doutor disse: "A Constituição não é mais importante que o povo. (...) Não é possível inverter e transformar o povo em modelo e a Constituição em representado. (...) Nós somos a Constituição, como dizia Carl Schmitt".
Luís 14 era o Estado. Para De Sanctis, "nós" somos a Lei. "Nós" quem, cara pálida? Segundo Schmitt, "nós" chegou a ser Adolf Hitler.
Ele escreveu: "O Fuhrer protege a lei".
O alemão Carl Schmitt (1888-1985) foi um grande constitucionalista, crítico brilhante da democracia liberal, fascinado pela "exceção", teólogo da ditadura. Na teoria, foi um expoente do pensamento radical no início dos anos 30. Na prática, em 1933 inscreveu-se como sócio-atleta do partido nazista e justificou um massacre como uma "forma superior da lei administrativa". Pediu também que se expurgasse "o espírito judeu" da jurisprudência alemã. Patrulhado por nazistas da academia, que viam nele um oportunista, foi afastado do poder em 1936, mas, ainda assim, durante a guerra, conseguia convites para fazer palestras em Paris. Capturado em 1945, passou um ano num campo de prisioneiros americano.
De Sanctis pode ter lido alguma coisa de Schmitt, mas leu pouco sobre a história da Europa.

CONTA CARA 
Os ministros Patrus Ananias e Fernando Haddad tourearam por mais de um ano as pressões para anistiar 2.274 entidades pilantrópicas e filantrópicas que devem pelo menos R$ 4,5 bilhões e estão metidas em 8.000 processos por atentados contra a Bolsa da Viúva. Foram vencidos, porque Nosso Guia autorizou a edição da medida provisória 446 perdoando os interessados.
A MP foi baixada menos de um mês depois da eleição do comissário Luiz Marinho para a Prefeitura de São Bernardo do Campo.
O ex-ministro da Previdência, que gostava da idéia, entrou na campanha prevendo uma despesa de R$ 15 milhões. Em matéria de custo per capita, pode ter sido a mais cara do país. Como ele teve 195 mil votos, a relação entre a despesa prevista e o resultado obtido ficou em R$ 77, ou US$ 33 dólares. Barack Obama elegeu-se a um custo bem menor.
Cada voto custou-lhe cerca de US$ 10. (Os republicanos acham que conseguirão atazaná-lo por conta de sua fúria arrecadadora.)

CASA DA MÃE JOANA 
Não é preciso muito esforço para perceber que durante a Operação Satiagraha a relação incestuosa da Polícia Federal com a Abin transformou a investigação numa casa de Mãe Joana.
Agentes da PF que têm acesso ao sistema Guardião, a central de grampos do governo, passavam suas senhas aos colegas da Abin.
Em qualquer empresa privada onde os funcionários têm senhas para entrar em bancos de dados sigilosos, a terceirização do acesso é punida com demissão por justa causa. Na Câmara dos Deputados, a sublocação de senhas pode custar o mandato. No FBI, dá cadeia.

PROMESSA TÓXICA 
O carioca que votou em Eduardo Paes a partir da sua promessa de instituir o bilhete único no sistema de transporte público do Rio comprou um papel tóxico.
O bilhete único, instituído em São Paulo em 2004 e adotado em todas as grandes capitais do Brasil, tornou-se uma forma de engodo no Rio.
O governador Sérgio Cabral prometeu concluir os estudos para a criação do bilhete único no final deste ano. Nada. Eduardo Paes fez da nova tarifa um compromisso de campanha. Agora anuncia-se que ela será implementada aos poucos, com a construção de pequenos terminais. (Em São Paulo e Nova York o bilhete único não precisou de terminais.)
Para bom entendedor, meia promessa basta. A tarifa que permite baixar o custo do transporte virá aos poucos, mas a licitação para a construção de pequeno$ terminai$ virá logo.
Nunca é demais lembrar o tamanho da diferença existente entre as tarifas de transportes públicos do Rio e de São Paulo. Em maio passado ela permitia ao paulistano que faz quatro percursos diários para ir e voltar do trabalho almoçar de graça entre 4 e 12 pratos feitos. (A R$ 6 cada PF.)

BOLSA BNDES 
Uma prova de que a crise do papelório mundial já foi reciclada no Brasil de acordo com as velhas normas do cerco à Bolsa da Viúva: os usineiros de cana reclamam que não têm como quitar suas dívidas e querem recursos do BNDES.
Eremildo, o idiota, também quer. Ele jamais pagou uma dívida e não tem projeto, mas conhece um senador petista e quatro presidentes de sindicato.