sábado, dezembro 10, 2011

Misto-quente - MANOEL CARLOS



REVISTA VEJA - RIO
Para quem acha que as novelas exageram, inventam enredos mirabolantes, fogem do plausível e da coerência, que tal saber desta história verdadeira? A atriz Loretta Young, uma das deusas de Hollywood do meu tempo, engravidou do ator Clark Gable, que era casado. Para evitar o escândalo, Loretta foi engordar na Europa, incógnita, e voltou secretamente aos Estados Unidos, onde a criança nasceu, em 1935, sendo imediatamente entregue a um orfanato. Pouco tempo depois, a atriz anunciou a adoção de uma criança. Adivinhem quem. Ela mesma, a filha verdadeira, que só 31 anos depois ficou sabendo ser a filha biológica da mãe adotiva. Esta historinha, que noticia que essa filha morreu aos 76 anos, na Pensilvânia, está na seção Datas da última VEJA. Como veem, a vida real é que exagera muitas vezes, querendo passar por novela.
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O escritor argentino Adolfo Bioy Casares teve uma trepidante vida sentimental, amando e sendo amado por muitas mulheres. Era um homem bonito e inteligente, o que fazia dele um irresistível sedutor. Mas tinha suas queixas, como podemos ler nesta confissão que ele tenta disfarçar, colocando a história na terceira pessoa do singular:
 “Quando ele queria estar com ela, ela não queria estar com ele. Agora, no entanto, que estar ou não estar com ela tanto faz, não sabe por que ela quer estar com ele a toda hora. E por isso conclui-se que basta querê-las para que elas não nos queiram”.
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Cecília colocava Horácio acima de tudo e de todos.
— Abaixo só de Deus — disse-me ela um dia.
Realmente, vi poucas relações tão sinceras. Viviam abraçadinhos, aos beijos, de mãos dadas pelas ruas do Rio, rindo dessas bobagens em que só mesmo os namorados conseguem achar graça. Um dia tudo acabou. Não por um novo amor de um ou de outro, mas porque Horácio recebeu uma imensa e inesperada fortuna como herança. Diante de tanto dinheiro, jogou no lixo tudo o que tinha e que já não queria mais: roupas, sapatos, livros, um Rolex falso… e um amor verdadeiro. Viajou com uma modelo para a Europa, mais precisamente para a Toscana, na Itália, onde comprou uma grande propriedade. Mas Cecília não ficou de mãos abanando: para ela, Horácio deixou a quitinete em Copacabana onde por doze anos foram felizes.
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Atrizes são a desgraça dos rapazes de boa família. De uma lubricidade espantosa, entregam-se a orgias, devoram milhões e acabam no hospital. Perdão! Há entre elas boas mães de família.
Esqueci das aspas no pequeno parágrafo acima. A injusta definição não me pertence. é de Gustave Flaubert, escritor francês do século XIX, em seu dicionário de ideias afins, que fecha o romance inacabado Bouvard e Pécuchet. Classificado por alguns como a comédia da imbecilidade, da fragilidade e da genialidade, o livro do autor de Madame Bovary é leitura obrigatória. Segundo o escritor argentino Juan José Saer, Bouvard e Pécuchet faz o leitor rir bastante, mas muitas risadas serão acompanhadas de um “nó na garganta”. Sei como é isso. Gosto muito de um verso de Fernando Pessoa que diz: “e ri como quem tem chorado muito”.
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Consta que, ao ler num jornal de Praga uma nota que afirmava que o que ele escrevia precisava ser lido nas entrelinhas para ser compreendido, o escritor Franz Kafka comentou com seu amigo Max Brod:
— Mas que idiotice é essa? Eu só escrevo nas linhas! 
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No filme Um Dia, que eu e minha mulher fomos ver nesta semana, uma cena me tocou especialmente: a do filho subindo a escada com a mãe doente em seu colo. Esse tipo de cena sempre me comove: filhos amparando os pais, como numa troca de papéis, em que os jovens devolvem aos velhos gestos tantas vezes usados por eles. Me lembrou um episódio que um amigo me contou:
— Quando meu pai caiu gravemente doente, sem condições de cuidar de si mesmo e não querendo expor toda a sua fragilidade diante da minha mãe, era eu, o filho, quem o colocava dentro da banheira e lhe dava banho, paciente e carinhosamente. Depois, eu carregava meu pai até a cama e ali o enxugava e lhe vestia o pijama, como se fosse uma criança. Como tantas vezes ele fizera comigo!
Nunca esqueci essa história de inversão de papéis, que a vida, às vezes, pode nos proporcionar, e a cena do filme me fez lacrimejar como uma criança.

A nova riqueza dos pobres - IVAN ANGELO


REVISTA VEJA - SP
Dezembro é o mês das compras, como maio é o das noivas, agosto é o do desgosto, junho é o das fogueiras e fevereiro é o do Carnaval. Os estudantes aguardam dezembro como o mês das férias; as crianças, como o do Natal. Para os trabalhadores, é o mês em que eles pensam que estão mais ricos.
Recebem o 13º salário ou parte dele — e compram. A verdade é que já há algum tempo vêm se sentindo menos pobres, vêm comprando. A queda da inflação deixou sobrar no bolso deles a parte do salário que se queimava na fogueira do aumento de preços.
Compram de tudo. Um compra geladeira nova porque a velha, bom, gelar ela gelava direitinho, mas gastava muita energia. Outro compra televisão nova porque a velha não tem tela plana de LCD, 42 polegadas, e a vizinha pensa que é melhor do que a gente só porque comprou uma de 36 polegadas. Compram DVD, celular para a filha adolescente, forno de microondas, MP3, 4, 5, freezer, videogames, fogão novo, carro. Qual é a mágica? É a prestação que “cabe no bolso”.
Perdiam dinheiro para a inflação, agora perdem para os juros. Em vez de guardarem o dinheiro por seis meses e comprarem à vista com desconto, preferem parcelar em doze meses e pagar o dobro, ou em 24 meses e pagar o triplo. Ficam na mão de espertos, aqueles que lucravam com especulações de curto prazo durante a grande inflação e agora lucram financiando prestações. Os novos compradores não fazem essa conta. Cabendo no orçamento do mês, pagam. Querem se sentir parte da grande nação de consumidores, participar da vida colorida dos anúncios da televisão, esquecer por um momento que não têm escola, atendimento médico, transporte, esgoto, segurança...
O marido da senhora que faz limpeza na casa de uma amiga esteve desempregado quase um ano. Como não tem nenhum preparo técnico, integrava a turma do bico. Arranjou emprego e, no dia do primeiro pagamento, ele e a mulher compraram uma geladeira nova. Três meses depois, ele estava desempregado outra vez, de volta ao bico. Não se abalaram. O que importa para eles é que a geladeira está em casa há quatro meses e estão conseguindo pagar, seguem tocando a vida.
— Se nós não tivesse comprado a geladeira, não ia comprar nunca — diz ela, otimista, bebendo sua água geladinha e mantendo protegido o leite das crianças.
Essa atitude otimista acontece em um momento crítico para o trabalhador no mundo. Caem os investimentos e o comércio entre as nações. As indústrias investem em processos de produção que rendem mais e custam menos. Novas tecnologias provocam dispensas, e não só por lá. Resulta o que se poderia chamar de globalização do olho da rua.
Mais de 200 milhões de trabalhadores formais perderam o emprego no mundo, segundo a Organização Internacional do Trabalho; quase 1 bilhão de pessoas em condições de trabalhar não encontram vagas, 700 milhões vivem de expedientes, se virando. É a globalização do bico. Milhões sem conta não conseguem nem se virar. É a globalização do dane-se.
Os temores que a crise lá de fora desperta nos analistas e alarmistas daqui parecem não atingir os moradores das áreas carentes das grandes cidades brasileiras. É fantástica a capacidade que eles têm de acreditar no melhor, em meio à incerteza.
Se alguma conclusão se pode tirar da ingênua tendência compradora daqueles que têm tão pouco, é a de que ela nasce de um incompreensível otimismo — incompreensível para nós, atormentados da classe média. Ao redor deles pipocam dificuldades, mas eles, confiantes, jogam com o destino como se ele fosse uma MegaSena que um dia vai dar.

Guaraná sem gás e carne de bode - RUTH DE AQUINO

REVISTA ÉPOCA

Pimentel é um ministro elegante, não vocifera como seu colega das Cidades. Mas seu caso também não cheira bem



RUTH DE AQUINO  é colunista de ÉPOCA raquino@edglobo.com.br (Foto: ÉPOCA)
Por que a Eta Bebidas do Nordeste, uma fabriqueta de guaraná em copo, não gaseificado, com sede em Pernambuco, pagou R$ 130 mil de consultoria a Fernando Pimentel? Por que a Eta negou o contrato e, no dia seguinte, voltou atrás? O que Pimentel sugeriu como estratégia, já que a fábrica está em processo de liquidação? Por que o superconsultor Pimentel resolveu dar um gás numa bebida de R$ 0,50 que fazia propaganda no Ratinho e contratava meninas em jogo do Sport com o Santa Cruz? Afinal, ele assessorava a Federação das Indústrias de Minas e os consórcios de construtoras que farão obras na Copa.
Eta ferro, ministro. Olhando de fora, nada disso parece fazer o menor sentido em seu currículo. Mas Pimentel acha que faz, como afirmou a ÉPOCA (leia a entrevista). Entendo que, “para sobreviver”, a consultoria privada fosse o caminho óbvio para quem estava fora do poder formal, em 2009 e 2010. Entendo que tenha recebido R$ 2 milhões (declarados) em pouco menos de dois anos. Seu passe era alto. Pimentel não era um desempregado qualquer. Ele coordenava a campanha da conterrânea mineira, candidata de Lula à Presidência. Era candidato ao Senado pelo PT. Tinha sido prefeito de Belo Horizonte e aliado de Aécio Neves na coalizão mineira.
Pimentel é um ministro elegante. É peso-pesado, por ser tão próximo de Dilma, desde os tempos de luta em que a presidente tinha aquela carinha bonita da foto que ÉPOCA divulgou na semana passada. Ele não vocifera. Não esbraveja. Não chora em público como outro colega ameaçado, Mário Negromonte, das Cidades, que se gaba de ter comido “muita carne de bode”. Não se mete com festas em motéis, não constrange Dilma com declarações de amor. Tem mais classe que o bloco dos destituídos de 2011.
Se algo emerge dos escândalos, é o baixo nível do alto escalão. Enquanto os ministros estavam ali quietinhos no Planalto, mamando nas tetas do país, sem dar entrevista, não se imaginava que eles mal soubessem falar. São esses personagens os mais altos representantes do governo brasileiro? Depois há quem reclame que a presidente perca a paciência.
O que poderia tirar Pimentel do bichado ministério de Dilma é algo mais sutil. Chama-se tráfico de influência. É aquele terreno pantanoso das relações entre o poder público e o capital privado. Até agora, nada do que foi levantado contra Pimentel é ilegal, por não ter sido praticado no exercício do cargo. Não o ajuda, porém, o pedido de demissão de seu ex-sócio na empresa de consultoria, Otílio Prado, que continuava como assessor especial do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda. Otílio se sente culpado de quê? Também não é bom para Pimentel que sua empresa de consultoria continue aberta, embora inativa. Mas, se nada de mais grave surgir, dificilmente ele cairá. Pimentel está na cota de Dilma. Ela vai protegê-lo.Pimentel não silenciou sobre seus clientes de consultoria como Palocci, o enigmático ex-chefe da Casa Civil que entrou mudo e saiu calado. Não foi acusado, como Rossi, da Agricultura, de contratar lobista nem bandido para sua pasta. Não pesam contra ele denúncias de desvio de dinheiro público, propinas ou convênios irregulares com ONGs. Assim foram derrubados Nascimento, dos Transportes, Novais, do Turismo, Silva, do Esporte, e Lupi, do Trabalho. Ufa!
O problema deixou de ser Pimentel ou Negromonte. Há uma desconfiança geral no sistema. Quando o governo federal precisa explicar por escrito aos Estados que verba de Saúde tem de ser gasta na Saúde, e não desviada para outros fins. Quando o líder do governo na Câmara, Candido Vaccarezza, acha a coisa mais normal do mundo ser “funcionário fantasma” e não aparecer para trabalhar. Quando políticos não veem nada antiético em embarcar em jatos de empresários ou comprar votos. Quando o mérito deixa de ser um critério e perde para o apadrinhamento. Quando nada acontece com corruptos.
O povo não quer mais pagar pela farra pública, presidente Dilma. A Câmara prepara aumentos de R$ 386 milhões. O que fazem os 10 mil secretários parlamentares nos gabinetes da Câmara? O que faz essa gente? São 1.200 cargos especiais, com salários de até R$ 12 mil. A verba de gabinete de cada deputado é de R$ 60 mil por mês e pode subir para R$ 90 mil. Como se justifica isso para o contribuinte? Por que essas pessoas podem aprovar aumentos para si mesmas com nosso dinheiro?
Como, numa recessão mundial, o Executivo poderá manter 39 ministérios e 23.500 assessores de confiança? Dilma, se sua maior qualidade for mesmo a gestão responsável, aí está a oportunidade de fazer história – e não só faxina.

Desejo de intimidade - IVAN MARTINS

REVISTA ÉPOCA

Talvez seja isso que você sinta, não vontade de transar

IVAN MARTINS É editor-executivo de ÉPOCA (Foto: ÉPOCA)
De vez em quando, muito de vez em quando, eu tenho a impressão de que entendi algo sobre as pessoas que elas mesmas ainda não perceberam. Aconteceu outro dia, no meio de uma conversa banal sobre relacionamentos. Minha interlocutora, muito jovem, reclamava da dificuldade em lidar com os homens depois que eles cruzam uma linha invisível (mas muito real) de desejo.

“Não dá para dizer, simplesmente, que eu curti até ali, quero continuar, mas não tenho vontade de avançar. Eles não entendem”, ela se queixou. “Tem de ser tudo ou nada: ou mando o cara embora ou passo para a próxima etapa, mesmo sem estar com muita vontade.” Às vezes, ela gostaria de ficar nos beijos. Outras vezes, o que ela chamou de “curiosidade” vai mais longe, mas não chega ao ponto de transar. Em outras ocasiões, ela desejaria dizer para o sujeito: “Fica por aqui, me abraça, a gente dorme de conchinha e amanhã voltamos a esse assunto”.

Ela pensa essas coisas, mas não diz. Vai para o tudo ou nada, antecipando que qualquer dos caminhos será insatisfatório.

Embora pareça “conversa de mulher” ou coisa de “gente jovem” (que ainda não descobriu seus próprios limites), a reclamação da moça talvez seja mais universal. Acho que homens e mulheres, jovens e mais velhos, todos são capazes de identificar em si esse sentimento difuso e mal compreendido que a moça expressa - e que eu, por falta de outro nome, chamaria de “desejo de intimidade”.

Ele aparece quando se está tomado de carinho e interesse por alguém, sem que isso, necessariamente, se manifeste como vontade de transar. A pessoa quer se aproximar da outra, beijar, tocar e explorar. É físico, mas tem uma natureza mais afetiva, de aconchego. Pode virar uma transa e, frequentemente, vira - mas não começa assim, e não precisa terminar assim. Às vezes as pessoas não querem que termine, ou não estão prontas para que termine. Se a outra parte insiste demais, azeda. Se a própria pessoa não percebe seus sinais, e avança quando não deveria, também vira um ato forçado, com resultados dolorosos, instantâneos ou posteriores. 
Com o “desejo de intimidade” em mente, talvez fique mais fácil entender alguns dos nossos comportamentos – e várias das nossas hesitações.

Tente se lembrar daquela mulher que você levou para jantar na sua casa. Tudo parecia perfeito, mas, na hora em que vocês finalmente aterrissaram no sofá, ela começou a se esquivar. Beijos, sim. Carinhos, sim. Mas, não, ela não iria tirar a roupa. Diante da sua insistência em mudar de marcha e chegar logo à próxima curva, ela saiu da pista: levantou-se, arrumou o vestidinho e foi embora, parecendo mais triste do que indignada.

É difícil entender essas coisas. Por que alguém que parecia querer transar muda de ideia? Por que se pode avançar até aqui e a partir daqui não pode mais? Os homens ficam perplexos com isso. Minha teoria é que talvez a moça tivesse apenas “desejo de intimidade” e não exatamente vontade de transar. Queria ficar juntinho, trocar beijos e agarros, mas com a segurança de que não iria passar daquilo - por quaisquer que fossem as suas razões.

Homens também têm dessas contrariedades. É provável que você, leitor, já tenha se achado na situação de não querer ou não conseguir transar. Já parou para tentar entender o que aconteceu? É possível que, por trás da ausência de rigidez, estivesse o “desejo de intimidade”: você talvez quisesse carinho, aceitação e conchego, mais do que uma boa transa. Acontece. Carências, tristezas ou sentimentos doces em relação à parceira costumam provocar esse tipo de vontade – ou desvontade, dependendo de como se olhe.

Os homens lidam especialmente mal com isso. Para nós, a possibilidade de sexo não realizada é uma broxada, ponto. Palavra devastadora que esconde uma dezena de situações diferentes. Talvez nos faltem outras palavras para lidar com isso, outras ideias. Como “desejo de intimidade”. Se o sujeito puder perceber que está mais ternura do que tesão, mais abraço do que penetração, tem a chance de negociar uma “trégua” com a parceira. Quem sabe ela também não adora a ideia?

Isso nos leva a outra vantagem da nova abordagem, o uso da palavra. Ao contrário do sexo puro e simples, que tende (pelo menos no início das relações) a ser mudo, o “desejo de intimidade” é um estado que permite conversar. Demanda conversa, na verdade. Acho que muitas vezes nos falta isso: colocar os sentimentos na mesa, como eles se apresentam no momento, em vez de seguir a contragosto (ou no piloto automático) um roteiro pré-programado de procedimentos sexuais. Temos inibições em conversar, mas não deveríamos.

Falando, a moça do sofá poderia explicar, sem embaraços, que os amassos estão bons, mas que ela, naquele momento, não gostaria de ir mais longe. “Desejo de intimidade”, sabe como é. O garanhão enternecido poderia fazer o mesmo: definir os limites da sua situação emocional com a parceira, usando uma linguagem que não o envergonhe e nem faça com que ela se sinta indesejável. O “desejo de intimidade” talvez ajude.

Há algo de cômico e pretensioso na ideia de inventar uma expressão nova para definir situações e sentimentos tão velhos que, provavelmente, já foram detectados e nomeados uma centena de vezes - mas não importa. O essencial é apontar a importância de nos livrarmos das convenções e dos automatismos quando se trata da nossa intimidade. O essencial é ter coragem de falar, de se colocar, ainda que os sentimentos do momento pareçam estar muito fora da caixa. O essencial, eu acho, é evitar que os desencontros de corpos e sentimentos nos magoem e nos afastem desnecessariamente.

Há muita vergonha, muito ressentimento e muito pouca conversa quando se trata da nossa intimidade. Falemos uns com os outros, portanto.
 

Eleição para mascote - ANCELMO GOIS

O GLOBO - 10/12/11

O fato de o Saci ter uma perna só, e o futebol ser jogado com as duas, não é, para o ministro Aldo Rebelo, empecilho para que se escolha o personagem brasileiro como mascote da Copa de 14: — O Saci é um craque. Com uma perna só, faz mais que muita gente com duas.

Segue...

O ministro do Esporte diz que a escolha do mascote da Copa será numa eleição pela internet: — Nas minhas consultas, os três mais cotados para a vaga de mascote são, respectivamente, a onça pintada, o Saci e a arara.

Dr. Serra

Quinta, num encontro de sindicalistas do PPS, em São Paulo, José Serra falou de sua fama de hipocondríaco. Sem mandato, o tucanão ofereceu, “a preços módicos, serviços médicos”: — Se alguém aqui tiver problema de estômago, cobro R$ 20, faço diagnóstico e dou remédios. Ah, alergia também! São duas coisas que me infernizam na vida.

Aspásia 2012

A deputada Aspásia Camargo deve ser escolhida para disputar a prefeitura do Rio pelo PV.

Calma, gente

O árbitro Pericles Bassols, o de Vasco 1 x 1 Flamengo, domingo, não tem ido à academia onde sempre malha, na Barra, no Rio. Seria, digamos, cuidado, pois teria sido ameaçado por vascaínos após ignorar um pênalti.

Década de cultura
Ana de Hollanda anuncia terça agora as 53 metas do Plano Nacional de Cultura para os próximos dez anos. A ministra pretende aumentar o número de espaços culturais e a quantidade de livros lidos fora da escola.

O PARQUE NACIONAL
 da Tijuca lança amanhã, quando festeja 150 anos de reflorestamento, um guia das aves que habitam suas matas. Estarão nele belezuras como o saíra-sete-cores da foto do alto, o tangarazinho da imagem à esquerda e este belo tucano de-bico-preto. O parque também vai pôr no ar um novo site com informações sobre sua fauna e sua flora (parquedatijuca.com.br)

Não tem fraude
O Inmetro verificou esta semana o globo, as caçapas e as bolas que serão usados no sorteio da Mega Sena da Virada, cujo prêmio é de R$ 170 milhões. Diz estar tudo sob controle.

Voo ‘hermano’

A Gol inaugura dia 12 agora sua segunda loja em Córdoba, na Argentina. Quem comprar até dia 19 um bilhete para o Brasil vai pagar só 39 dólares pela passagem de volta. Será o quarto ponto de venda da voadora na terra de Cristina Kirchner.

Especial de Roberto

A TV Globo não terá especial de Roberto neste Natal, mas a TV Senado, sim. Não do Rei, mas de Roberto... Menescal, um dos pais da bossa nova. Vai ao ar dias 24 e 25, com participações de Wanda Sá e grupo vocal BeBossa. Mestre Menescal gravou em Brasília, no Teatro da Caixa.

Grande hotel
A 6a- Vara Empresarial do Rio deu vitória ontem ao grupo Accor, que disputa na Justiça com o BHG (leia-se GP) o controle do Hotel Sofitel, em Copacabana.

Bispo do samba

Dom Orani Tempesta, o arcebispo do Rio, vai inaugurar a ampliação da Passarela do Samba, dia 8 de janeiro.

Morar no Porto

Segunda, a Caixa Econômica e a britânica Tishman Speyer assinam o contrato do primeiro grande empreendimento imobiliário do Porto Maravilha. Ficará em frente à Cidade do Samba. O projeto será do arquiteto Norman Foster, o renomado inglês que, entre outras obras importantes mundo afora, fez o novo estádio de Wembley.

Guimas faz 30

O Guimas, tradicional restaurante da Gávea, no Rio, não vai abrir para o almoço hoje, quando completa 30 anos. É que promoverá uma confraternização com os funcionários, vários deles com quase o mesmo tempo de casa.

A tragédia do crack

Com a operação de ontem na cracolândia da Favela do Cajueiro, em Madureira, a Secretaria de Assistência Social de Paes chegou, acredite, à marca de 3 mil usuários de crack retirados desde março desses locais. O secretário Rodrigo Bethlem acha ainda mais alarmante o número de pessoas com problemas na Justiça misturadas a esta horda de viciados: 201 ficaram detidas pelos mais diferentes crimes (de roubo a homicídio, de tráfico a estupro). Meu Deus...

MARIA MELILO,
 a ex-BBB que será a nova participante do “Casseta & Planeta”, exibirá hoje (repare) seu, digamos, talento no “Altas Horas”, do nosso apresentador fofo Serginho Groisman

VALÉRIA E JANETE

(Rodrigo Sant’anna e Thalita Carauta) gravam o especial de Natal do “Zorra Total”, da TV Globo. A dupla, para variar, deve roubar a cena no humorístico

PONTO FINAL

Lula é uma das 100 personalidades brasileiras mais influentes de 2011, segundo a “Época” que chega hoje às bancas. Seu perfil na revista, acompanhado desta foto, foi escrito pelo amigo e médico Roberto Kalil Filho, que revela episódios como o do descobrimento da doença. Kalil conta que insistiu para Lula fazer exames e foi xingado. “É uma honra ser xingado pelo presidente”, respondeu.

GOSTOSA


Readymade feito à mão - SILVIANO SANTIAGO


O Estado de S.Paulo - 10/12/11


Em The First Pop Age (Princeton, recém-lançado), Hal Foster revisita a arte pop com o fim de demonstrar que a crítica deve comprometer-se hoje com uma leitura formalista daquela inesgotável produção artística. E ser menos sensível aos efeitos de conteúdo gerados por ela junto aos que lhe foram contemporâneos e eram politizados. Foster rejeita a valorização da arte pop por ela reduplicar o fato real (sociedade do espetáculo) ou o produto industrial comercializado (sociedade de consumo), a fim de singularizar as técnicas artísticas de mediação que fundam a avaliação estética. A mediação é de responsabilidade do paparazzi e do publicitário, que clicam e liberam imagens ao público, e também do artista, que entrega a tela pintada ao mercado de arte.

Segundo Foster, a arte pop armazenou mudança significativa nas técnicas de produção da imagem que está à espera do lugar que de direito merece na história da pintura teorizada a partir da "grande tradição da arte", para retomar F.R. Leavis. Nem criador romântico nem engenheiro racional, o artista pop é um experiente designer - alguém que se especializa na aparência (look) das coisas. Hal Foster, o crítico jovem e atuante dos anos 1970, se traveste hoje de historiador e teórico da arte. Ao pautar imagem e subjetividade como temas, o antigo instrumental sociológico cede a vez ao estético/psicanalítico.

Desde a bela capa do livro, Foster destaca o britânico Richard Hamilton (1922-2011). É ele quem transita da técnica de colagem, explorada pelo Independent Group inglês, para a pintura tabular, fundamento da estética pop. Destaca-o e privilegia os experimentos intitulados Swingeing London 67, nos quais o artista ofusca a foto original (Mike Jagger e Robert Fraser presos e algemados por possessão de droga) para se entregar ao trabalho de arte, em que afloram reminiscências do afresco A Expulsão do Paraíso, de Masaccio (1424). Ao analisar Hamilton, Foster mira menos o escândalo rock-and-roll do que o modo pelo qual a prisão em flagrante lhe chegou e chegou a nós, mediatizada pela foto e pela arte. Acontecimento é imagem. Há uma imagem primeira a ser elaborada e transformada em várias e sucessivas imagens segundas. Foster desata os nós para, ao ritmo pop, reatá-los ad infinitum.

O efeito do fato fotografado e difundido pelos tabloides explora a revolução comportamental em curso e é diferente do efeito estético alcançado pelos trabalhos feitos à mão por Hamilton a partir da foto chocante. Como mediação, a foto liberou o flagrante e confundiu o paparazzi e o artista, mas não se confunde com o trabalho singular de Hamilton. Mediação é palavra-chave e conceito ambivalente na leitura de Foster. É a palavra/conceito que, discursiva e teoricamente, desata foto e pintura para reatá-las em outro plano, no qual impera o contrassenso a que Foster chama, somando Marcel Duchamp a Brian O'Doherty, de "handmade readymade" (readymade feito à mão).

A mediação confunde o mecânico (foto) e o manual (pintura) para distingui-los. Boicota a crítica à cumplicidade ideológica da arte para discursar teoricamente sobre a subjetividade na sociedade do espetáculo e de consumo. Descuida-se da contemplação para focar a distração. Baixa é alta cultura, sem ser de todo alta nem de todo baixa. A mediação desova híbridos, exibindo-os nas galerias e museus. O readymade feito à mão está na base do florescente mercado de arte.

Na narrativa de Foster, a mediação tem, pois, um fim que é explicitado todo o tempo: o artista pop trabalha com vistas ao quadro (tableau) como suporte para a pintura. Eis a razão pela qual durante o transcorrer do livro Hal Foster evoca a tradição da arte clássica e da vanguarda histórica para analisar os trabalhos dos artistas pop Richard Hamilton, Roy Lichtenstein, Andy Warhol, Gerhard Richter e Ed Ruscha.

Para quem se interessa pela arte brasileira, o novo livro de Foster abre uma brecha por onde se enxerga a personalidade única de Hélio Oiticica, a lançar os Parangolés a partir de 1965. Em lugar de enquadrar a foto à estética do quadro, trabalho perseguido a duras penas por Foster, Hélio tinha se descondicionado do próprio e originalíssimo passado, noo qual imperou o quadro como suporte para o abstracionismo geométrico, a fim de se adentrar por propostas experimentais da cor no espaço e no corpo em movimento do espectador.

Segundo o artista, os Parangolés devem ser associados à "experiência de estrutura-cor no espaço". Eles desvencilham a arte de Hélio do quadro sem decretar a morte da pintura. Pelo contrário, o fim do quadro é "a salvação da pintura". Esclarece ele: "A pintura teria de sair para o espaço, ser completa, não em superfície, em aparência, mas na sua integridade profunda". E, ao se distanciar da "nova figuração", Hélio pondera: "Na verdade a desintegração do quadro ainda é a continuação da desintegração da figura, à procura de uma arte não naturalista, não objetiva".

Duas outras brechas. Talvez os poetas concretos paulistas estejam mais próximos da arte pop, tal como defendida por Hal Foster. Por não terem abandonado o retângulo da folha de papel, insistiram em suporte semelhante ao quadro para as palavras. A leitura do capítulo 5 de The First Pop Age, dedicado à pintura de Ed Ruscha, designer de palavras, seria de grande proveito.

Já quem ganha crédito como legítima herdeira da estética pop no Brasil é Adriana Varejão. Suas apropriações em pintura das "figuras de convite", tomadas à azulejaria senhorial portuguesa, e do "mapa de Lopo Homem", portulano renascentista, assinalam, por um lado, uma guinada delicada na raivosa atitude antropofágica dos anos 1920 e, por outro, são exemplos redivivos da tradição pop - do readymade feito à mão. De proveito seria a leitura dos capítulos 2, sobre Roy Lichtenstein, e 4, sobre Gerhard Richter.

SILVIANO SANTIAGO ESTÁ PASSANDO UM SEMESTRE LETIVO NA PRINCETON UNIVERSITY (EUA) COMO PROFESSOR VISITANTE

A guerra: BB x CEF - ILIMAR FRANCO

O GLOBO - 10/12/11


Os bancos públicos e privados travam uma guerra nas sombras para administrar a folha salarial de estados e tribunais de Justiça. A Caixa anda oferecendo mundos e fundos para crescer na área dominada pelo Banco do Brasil. A CEF acaba de propor pagar cerca de R$ 900 milhões para tirar a conta do governo da Bahia do Banco do Brasil. Para geri-la, o BB pagou R$ 485 milhões e um adicional de R$ 208 milhões. Todas essas negociações são feitas sem licitação e sem qualquer regulação.

Jorge Hereda x PMDB + Aldo Rebelo
O ministro Aldo Rebelo (Esportes) e o presidente da CEF, Jorge Hereda, estão em campos opostos. Hereda quer que a presidente Dilma vete a permissão para uso de recursos do FGTS em empreendimentos comerciais destinados à Copa e às Olimpíadas. Aldo é favorável à manutenção desse artigo, incluído pelo Congresso em uma medida provisória. Essa questão divide também a direção da Caixa. Hereda e o vice de Ativos de Terceiros, Marcos Vasconcelos, encaminharam um documento ao Planalto pedindo o veto à presidente. Os vices Geddel Vieira Lima (Pessoa Jurídica) e Fábio Cleto (Loterias) não deram apoio à iniciativa.

VIROU FOLCLORE. 
Dias atrás, na entrega de casas para desabrigados da chuva, o prefeito de Angra, Tuca Jordão (PMDB), resolveu elogiar o vice-governador, Luiz Fernando Pezão, dizendo que ele retorna telefonemas, mesmo quando está no exterior. O governador Sérgio Cabral pegou o microfone imediatamente: “Pezão no exterior, não. No exterior, sou eu”, disse ele, brincando com suas frequentes viagens a Paris.

Linha direta
Na negociação dos petroleiros, no final do mês, a presidente Dilma ligou para o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, para cobrar que procedimentos de segurança exigidos pelos trabalhadores fossem atendidos para evitar a greve.

Rachando
Depois de o PT tirar um naco da Contag, criando a Federação da Agricultura Familiar (Fetraf), agora é a vez da Força Sindical fazer o mesmo. A entidade está criando uma central para representar os pequenos produtores rurais.

Empurrando a responsabilidade
Em cartilha da Infraero sobre os aeroportos brasileiros, o único problema citado é o de acesso a eles, atribuído a governos estaduais e municipais. O material é uma história em quadrinhos, estrelada por “Tio Dumont” e seus sobrinhos. “Esse é um dos grandes problemas que afetam os aeroportos, não só do Brasil. Cabe aos governos locais construir linhas de trens e metrôs, pois atualmente a única maneira de chegar ao aeroporto é de táxi ou de ônibus”, diz Tio Dumont.

Improvável
Depois de aprovado o Código Florestal, terça-feira, a ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente) conversava no plenário, quando a presidente da CNA, a senadora Kátia Abreu (PSD-TO), chamou: “ Isabelita Perón!”. Elas se abraçaram rindo.

Radar
A principal preocupação do governo na área social, neste momento, é com conflitos em terras indígenas, sobretudo com os guaranikaiowá de Mato Grosso do Sul. Também há atenção com os índios que serão removidos de Belo Monte.

BOMBEIROS do governo entraram em campo para tentar melhorar a relação entre a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP). Eles mal se falam.

RAPAPÉ. O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, recebe segunda-feira a Medalha Tiradentes, na Alerj. O PSD é a maior bancada, com 13 deputados.

PROPAGANDA. O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), fará pronunciamento, em rede nacional de TV e rádio, no dia 21, para fazer um balanço dos trabalhos da Casa neste ano.

Fundamentos do ateísmo - HÉLIO SCHWARTSMAN


FOLHA DE SP - 10/12/11
Já que dois amigos meus, Ives Gandra Martins e Daniel Sottomaior, se engalfinharam em polêmica acerca de um suposto fundamentalismo ateu, aproveito para meter o bedelho nessa intrigante questão. Como não poderia deixar de ser, minha posição é bem mais próxima da de Daniel que da de Ives.
Não se pode chamar de fundamentalista quem exige provas antes de crer. Aqui, o alcance do ceticismo é dado de antemão: a dúvida vai até o surgimento de evidências fortes, as quais, em 2.000 anos de cristianismo, ainda não apareceram.
Ao contrário, dogmas vão contra tudo o que sabemos sobre o mundo. Virgens não costumam dar à luz e pessoas não saem por aí ressuscitando. Em contextos normais, um homem que veste saias e proclama transformar vinho em sangue seria internado. Quando se trata de religião, porém, aceitamos violações à física e à lógica. Por quê?
Ou Deus existe e espera de nós atitudes exóticas -e inconsistentes de uma fé para outra-, ou o problema está em nós, mais especificamente em nossos cérebros, que fazem coisas esquisitas no modo religioso.
Fico com a segunda hipótese. Corrobora-a um número crescente de cientistas que descrevem a religiosidade ou sua ausência como estilos cognitivos diversos. Ateus privilegiam a ciência e a lógica, ao passo que crentes dão mais ênfase a suas intuições, que estão sempre a buscar padrões e a criar agentes.
Posta nesses termos, fé e ceticismo se tornam um amálgama de influências genéticas e culturais difícil de destrinchar -e de modificar.
Como bom ateu liberal, aplaudo avanços no secularismo, já que contrabalançam o lado exclusivista das religiões, que não raro degenera em violência e obscurantismo. Mas, ao contrário de colegas mais veementes, acho que a religião, a exemplo do que se dá com filatelia, literatura e sexo, pode, se bem usada, ser fonte legítima de bem-estar e prazer.

2012, ano de decisão para o Twitter - ÁLVARO PEREIRA JUNIOR


FOLHA DE SP - 10/12/11

A ironia é que muita gente ganha rios de dinheiro com o Twitter, sem que este tire qualquer vantagem disso


"Está bombando no Twitter." "Virou 'trending topic' no Twitter." "Só se fala disso no Twitter."
Todo mundo que, de alguma maneira, trabalha com comunicação, ou acompanha o que se passa na mídia, já ouviu essas frases nos últimos tempos.

Twitter, se você chegou agora de Andrômeda, é um serviço na internet em que o usuário pode descrever o que está fazendo, ou o que lhe passa pela cabeça naquele exato momento, em no máximo 140 caracteres.
Seu lema original era "What's Happening?" ("o que está acontecendo?"). Mas, hoje, um slogan mais adequado seria "O Que Você Está Pensando?".

Isso porque o Twitter, fundado em 2006, foi perdendo o simples caráter descritivo e se transformou, na verdade, numa plataforma de "wit", de sacadas instantâneas, normalmente irônicas, a respeito do que está acontecendo (e, no caso específico brasileiro, "o que está acontecendo" é praticamente sinônimo de "o que está passando na televisão").

Por intermédio desse serviço, celebridades buscam mostrar uma face humana. Desconhecidos hábeis com as palavras se transformam em heróis cheios de seguidores. Nerds inexpressivos se reinventam como "pundits", comentaristas prontos a emitir sentenças sobre qualquer assunto. Tímidos que passaram a vida sendo zoados viram garanhões on-line.

A importância do Twitter -ou pelo menos sua influência aparente- tomou tal proporção que destacar-se nessa plataforma chega a ser visto como sinônimo de sucesso no mundo real.

O peso do Twitter se manifesta até na língua. Verbos em inglês usados no site migraram para o português brasileiro na forma de substantivos, acoplados ao verbo "dar". Assim, "block" (bloquear) foi transposto ao Brasil como "dar um block". Do mesmo modo, "unfollow" (deixar de seguir, abandonar) virou "dar um unfollow", ou, para os mais desafortunados, "tomar um unfollow".

Exposta a situação, vêm as perguntas inevitáveis. Na vida das pessoas reais, o Twitter é mesmo tão importante? Algo bombar no Twitter significa, de fato, triunfo no mundo de verdade?

A resposta, de acordo com uma reportagem recente da revista "New York'' (goo.gl/tIibX), é um ressonante "não". Segundo a publicação americana, apenas 20 mil usuários produzem o conteúdo que realmente repercute no Twitter. Detalhe: o serviço alega ter 175 milhões de usuários registrados, embora o número real esteja mais próximo de 50 milhões (descontando contas inativas e duplicadas).

O quadro pintado pela "New York" é do Twitter como uma frenética sala de espelhos, a autorreferência levada ao paroxismo.

Uma câmera de eco infinita, em que uma elite super conectada fala sobre si e para si, enquanto o que se poderia chamar de lumpesinato digital apenas observa o movimento.

Mais ainda: ao contrário de outras marcas superpoderosas, como Facebook e Google, o Twitter, nos bastidores, vive em constante pandemônio.

Numa atitude inédita entre as grandes empresas da web, os fundadores do Twitter caíram fora justamente quando o site começava a ganhar nome. Um deles, Jack Dorsey, tido como o gênio criador, foi trazido de volta, meses depois, para ver se dava jeito no negócio. Ainda está tentando.

A ironia é que muita gente ganha rios de dinheiro com o Twitter, sem que este tire vantagem. Por exemplo: um "tuiteiro" influente pode cobrar de uma grande empresa para elogiá-la em um tweet. Ele bota dinheiro no bolso, o anunciante ganha visibilidade... e o Twitter fica chupando o dedo.

Como reverter isso? Forrando o site de anúncios, como acabou fazendo o YouTube? Bolando um modelo mais sutil de publicidade, de modo que uma propaganda surja, do nada, em meio aos "tweets"' de quem o usuário segue? Cobrando por um "Twitter premium", seja lá o que isso for?

E como fazer com que a pessoa que se inscreve use mesmo o Twitter, em vez de postar só uma ou duas vezes, achar sem graça e ir cuidar da vida?

O Twitter enfrenta um impasse. É uma plataforma que marcou (ou melhor, está marcando) uma era, a ponto de ser vista, por alguns analistas, como catalisadora dos movimentos antitirânicos da Primavera Árabe. Mas que ainda não encontrou um caminho que lhe garanta a sobrevivência.

O ano de 2012 será decisivo. Porque, na velocidade insana da web, o Twitter, antes mesmo de achar seu rumo, pode ser atropelado por um pós-Twitter, alguma plataforma mais sexy, mais atraente, mais moderna. Quem sabe, mais real.

O inconsciente universal - SÉRGIO TELLES


O Estado de S.Paulo - 10/12/11


Recentemente foi noticiado que, no Zimbábue, uma gangue de mulheres atua por todo o país sequestrando homens com o objetivo de lhes roubar o sêmen, que seria usado em rituais de magia ou vendido em outros países. Apesar de tais rumores circularem há mais de um ano, somente agora foram detidas três mulheres acusadas de tal conduta criminosa. Após prestarem declarações, foram soltas sob fiança e enfrentaram uma multidão enfurecida ao saírem da cadeia. Os homens vítimas desse ataque sentem-se envergonhados e temem que sua masculinidade tenha ficado comprometida.

Tais supostos acontecimentos evidenciam uma forte carga fantasiosa de teor sexual e remetem a uma situação similar, ocorrida na Nigéria nos anos 70 e 90 do século passado, objeto de um interessante artigo de Frank Bures. Naquela ocasião, uma quantidade significativa de homens procurava as autoridades policiais com a queixa de que seus pênis haviam sido roubados, bem como seus testículos. Diziam ter sentido subitamente algo estranho em seus genitais e, ao apalpá-los, percebiam que eles haviam desaparecido ou diminuído de tamanho. Nesse caso, eles temiam que o pênis desaparecesse ou fosse sugado para dentro do próprio corpo, o que causaria suas mortes. Muitos deles entravam em pânico e aos gritos anunciavam o ocorrido. Algumas vezes apontavam um dos circunstantes como o autor do roubo, o que provocava o imediato linchamento do acusado pela multidão. Estava configurada uma situação na qual uma comunidade inteira compartilhava intensamente do mesmo sintoma mental.

A epidemia de pênis roubados chamou a atenção de um psiquiatra, dr. Sunday Ilechukwu, que descreveu os surtos acontecidos entre 1975 e 1977, e sua recidiva em 1990 e em anos seguintes. Documentos oficiais registram que em abril de 2001 foram linchados 12 suspeitos de roubo de pênis na Nigéria, 6 no Benin e, entre 1997 e 2003, 36 na África Oriental.

Constatou-se que o quadro era bem mais antigo, tendo sua primeira descrição aparecido na China em 300 a. C. num livro de medicina, em que era chamado de suo-yang, "pênis encolhido". Em 1874, Benjamin Matthes, estudando os costumes da ilha Sulawesi (Indonésia), descreveu a mesma sintomatologia, usando a denominação local de lasa koro, "encolhimento do pênis", terminologia que terminou por se impor. Em 1950, dr. Pow Meng Yap escreveu um artigo publicado no British Journal of Psychiatry com o título Koro, a culture-bond depersonalization syndrome.

Desde então, a síndrome do pênis roubado ou koro tem aparecido em vários lugares, como as epidemias em Singapura (1967, 500 casos), Tailândia (1976, 2 mil casos), Índia (1982) e novamente na China (1984-5).

Vemos que a síndrome do pênis roubado aparece em contextos culturais bem diversos, desde que surgiu na China, espalhou-se pelo Sudeste da Ásia e se instalou no continente africano.

A DSM-4, o manual norte-americano da psiquiatria adotado no mundo ocidental, coloca casos como o koro num apêndice, classificando-os como "síndromes ligadas à cultura", quadros psíquicos que ocorrem em países com costumes próprios e diferentes dos ocidentais. É uma classificação discutível, pois todas as síndromes inevitavelmente adquirem sua forma em função da cultura onde ocorrem. Ao afirmar que apenas algumas delas são assim classificáveis, os autores da DSM-4 parecem partir da presunção que os costumes e a cultura ocidentais são o paradigma da humanidade, e que as demais culturas são "exóticas". Não lhes ocorre que, para os pertencentes a outras culturas que não a ocidental, a sintomatologia que incide nos Estados Unidos, como o transtorno de múltipla personalidade, a bulimia, os quadros dismórficos, a síndrome de ter um chip inserido para a espionagem do governo, o pet hoarding (comportamento compulsivo de recolher animais abandonados e mantê-los em cativeiro sem as mínimas condições sanitárias) seria para eles tão "exótica" quanto são para nós as "psicoses étnicas" que atingem os povos "primitivos", como o roubo de pênis na Nigéria ou o roubo de sêmen no Zimbábue.

O viés etnocêntrico da classificação fica mais evidente quando lembramos que a síndrome do roubo do pênis era conhecida na Europa da Idade Média, constando do Malleus Maleficarum, o guia de instruções para o manejo com as bruxas, que eram capazes de roubar a virilidade de um homem de várias formas, uma delas justamente fazendo desaparecer seu membro.

O koro mostra como o conteúdo inconsciente do sintoma é universal. Não obstante vicejar em culturas distantes da nossa, o koro ilustra de forma cristalina a angústia de castração, elemento central da teoria psicanalítica, uma das magnas expressões da cultura europeia.

Se o conteúdo do sintoma é universal, a forma é plasmada pela cultura. Nas culturas asiática e africana, a angústia de castração se manifesta diretamente na sintomatologia do koro. Entre nós ela aparece disfarçada, pois a repressão se deu por outras vias. Enquanto na Nigéria os homens sentem que seu pênis foi roubado, aqui vemos os casos de impotência ou ejaculação precoce, condições que, de forma semelhante, lhes roubam a virilidade. Se na África e na Ásia, os homens pensam que seu pênis está encolhendo e vai desaparecer, os ocidentais (seriam só eles?) pensam de forma obsidente no tamanho de seus pênis.

As configurações psíquicas inconscientes emergem na consciência individual ou social de forma diferente em função da cultura vigente num determinado tempo e lugar, como mostrou Freud ao comparar as peças de Sófocles e Shakespeare. Se na Grécia Antiga a conflitiva em relação ao pai podia ter uma manifestação mais direta como em Édipo Rei, séculos depois, na Inglaterra elisabetana, ela já sofrera uma maior repressão e se expressa de forma mais indireta como em Hamlet.

Casos como o koro (e quaisquer outras manifestações de cegueira histérica) são também importantes por mostrarem de forma inconteste como os órgãos da percepção perdem sua função quando invadidos pelo desejo inconsciente. Os pacientes de koro não sentem nem veem sua própria genitália, apesar de estar ela onde sempre esteve. Esse fato deveria ser lembrado por aqueles que supervalorizam os processos perceptivos e cognitivos em detrimento da visão psicanalítica.

GOSTOSA


Universos paralelos - MERVAL PEREIRA


O GLOBO - 10/12/11
O distanciamento entre o que querem e pensam a sociedade e os políticos é um fenômeno da nossa pós-modernidade que surge a cada momento em diversas partes do mundo. Agora mesmo, temos exemplos desse divórcio tanto no plano nacional, com o caso do (ainda) ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, quanto no internacional, com as dificuldades que estão surgindo na reunião de Durban sobre meio ambiente.
Nos dois casos, o que os políticos pensam ou têm capacidade de decidir não corresponde aos anseios dos cidadãos, que não têm capacidade de decidir, mas ampliaram muito a capacidade de vocalizar sua insatisfação por meio dos novos meios tecnológicos, amplificando o desentendimento.
O (ainda) ministro petista disse ontem que é necessário ter "cautela com o jogo político", sugerindo que está sendo vítima de um ataque de adversários.
Mas garantiu que está "tranquilíssimo", e que já deu todas as explicações à presidente Dilma. É uma estranha maneira essa de um político se comportar, achando que basta dar satisfações à sua chefa imediata, desprezando a opinião pública.
O correto seria que voluntariamente fosse ao Congresso dar satisfação aos deputados e senadores, em vez de mobilizar a base aliada do governo para impedir a convocação oficial.
E não é apenas Pimentel ou a própria presidente Dilma que se distancia da opinião pública ao agir assim. Também a base aliada no Congresso, sujeitando-se aos interesses pessoais de um ministro, enfraquece-se mais ainda, explicitando sua subordinação ao Executivo.
A presidente Dilma está tendo uma dificuldade inimaginável para aprovar alguns poucos projetos de interesse do governo, já que tem uma maioria teórica de praticamente 70% do Congresso.
Mas vai ter que negociar até o final do ano para passar a DRU, o projeto mais importante para o Palácio do Planalto, pois permitirá ao Executivo utilizar com mais flexibilidade 20% do Orçamento, sem se submeter a exigências legais.
Quanto mais o Congresso se fortalece nas chantagens do dia a dia contra o Executivo, mais se enfraquece diante da opinião pública, que o vê exatamente como ele aceita ser: um mero homologador das decisões do Executivo, apenas exigindo algumas vantagens para grupos bem representados, ou mesmo um ou outro líder individual com capacidade de mobilizar aliados.
O jogo político que se joga atualmente restringe aos grupos ou políticos mais influentes a capacidade de decisão, e por isso existe a disputa por ministérios.
Não há um partido que tenha assumido um ministério para realizar um projeto, apenas representantes de partidos ou de corporações que estão ali para fortalecê-los em seus projetos político-eleitorais.
A democracia representativa vai perdendo, assim, sua capacidade de refletir a vontade do cidadão, e os interesses pessoais ou corporativos se sobrepõem aos da coletividade.
Um novo acordo sobre as mudanças climáticas pode ser alcançado em Durban, na África do Sul, onde representantes de quase 200 países estão reunidos na COP-17, encontro sobre o clima da ONU.
Mas, pelos textos que circulam por lá, a melhor hipótese é que se consiga um "kyotinho", que é como está sendo conhecido o documento que pode ser aprovado.
"Kyotinho", na definição de diplomatas, seria uma segunda fase de compromissos do Protocolo de Kyoto em que basicamente a Europa, que hoje responde por 16% das emissões, quando muito, manteria seus compromissos, apesar do risco de outros países - Japão, Russia, Canadá e Austrália - que agora formam com os EUA o chamado "umbrella group" não aceitarem.
Em troca, o grupo Basic (Brasil, África do Sul, Índia e China) acenaria com a aceitação de "fazer mais" em termos de mitigação e de aceitar no futuro (2020) metas obrigatórias, desde que os EUA também aceitem.
Pelo acordo que se esboça, o Protocolo de Kioto, que prevê metas de redução nas emissões de gases do efeito estufa, seria prorrogado até 2020, quando então entraria em vigor um novo acerto que deve ser concluído até 2015.
O documento ainda tem acertos a serem feitos, na tentativa de superar a resistência de alguns dos maiores poluidores do mundo - notadamente EUA, China e Índia.
O relato das dificuldades é do deputado federal do Partido Verde Alfredo Sirkis, que está na reunião de Durban na qualidade de vice-presidente da Comissão de Mudanças Climáticas do Congresso Nacional.
Ele esteve há três semanas na reunião do Basic, em Pequim, e logo depois num debate em Bruxelas, no Parlamento Europeu, tudo relacionado com a COP-17, e está preocupado com o distanciamento entre o acordo viável entre os países e a realidade.
"Enquanto isso, continuam aparecendo dados cada vez mais graves sobre os efeitos exponenciais do aquecimento global já ocorrido: liberação massiva de gases de efeito estufa (GEE) no derretimento do permafrost (tipo de solo do Ártico), na recente seca da Amazônia, na acidificação dos oceanos, que além disso vão perdendo sua capacidade de absorver CO2. São dois mundos à parte: o do que a ciência trata e o que o processo COP negocia. Universos paralelos. Coisa de filme de terror".

"O JORNALISMO NA INTERNET É PATÉTICO" - MÔNICA BERGAMO

FOLHA DE SP - 10/12/11
"Mas só vou responder o que eu quiser", avisou Rafinha Bastos quando provocado para uma conversa. Antes do papo, subiu ao palco na festa de inauguração do Espaço Mofarrej, casa de eventos de SP que tem entre os sócios sua mulher, Junia Pereira. Agradeceu a presença do público e "ao pessoal da Folha, que tá aqui esperando que eu fale mal dos outros. Eu não vou falar, tá? Já vou avisando".

Rafinha e Junia dão um beijo e o comediante, que se afastou do "CQC", da Band, após dizer que "comeria" a cantora Wanessa e seu bebê, dispara: "Tô comendo bem. Não preciso comer bebê de ninguém". "Uma piada é uma piada, né, gente?", disse Junia à coluna.

"O Rafinha é um cara que se posiciona, dá a cara a tapa. Um contraponto que fazia bem ao programa", dizia Felipe Andreoli, do "CQC". "Quando ele saiu, fizemos uma reunião. Falei o que eu achava e perguntei ao Rafinha qual era a posição dele." E qual era? "Ah, pergunta pra ele". Abaixo, a entrevista com Rafinha:

Folha - Vai virar cantor?
Rafinha Bastos - Vou. No dia 19, lanço um CD pela internet, no meu site. Canto direitinho, mas quando eu estava no programa ["CQC"], achava que ser cantor e apresentador era meio Maurício Mattar. Agora é a hora certa. Duas faixas eu compus. As outras não são minhas, mas combinam com o meu momento. Uma das músicas se chama "Oração para Todos". Eu fiz há duas semanas.

E a carreira internacional?
Surgiram convites de clubes de comédia, principalmente nos EUA. Mas não me apresentei ainda. Não quero fazer qualquer coisa, simplesmente traduzir meus textos em bar. Mas, vai, pode agora fazer as perguntas que eu não vou responder.

Como está o "CQC" sem você?
Me dou bem com todo mundo, mesmo com os que deram entrevista [criticando a piada dele]. É muita babaquice querer me posicionar. E quem disse que eu saí? Nada do que foi dito [na mídia] faz sentido. Tudo o que eu quero é esperar a hora certa para falar. E tem 99% de chance de eu não falar. Tudo o que se diz a meu respeito dá acesso [audiência na internet]. Por isso você está fazendo essa matéria. Se fizerem uma foto do Rafinha Bastos chupando picolé na beira da estrada, ficará entre as mais lidas. É quase uma curiosidade mórbida para saber onde eu tô. E não vai acabar tão cedo.

Por quê?
Tem pessoas mais engraçadas que não têm o mesmo destaque. Vou te dizer por quê. Porque seis meses atrás fui eleito a pessoa mais influente da internet. Por isso tem matéria. É clique. Você pode escrever um negócio aqui? Promete?

Sim.
O jornalismo na internet está ficando cada vez mais patético. As pessoas estão ficando desesperadas por merda. E eu, infelizmente, estou alimentando isso, quieto, sem dizer nada. Aliás, agora estou falando e me contradizendo.

CADEIRA VAZIA
Em meio a denúncias de corrupção na polícia, o secretário estadual da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, diz que só nomeará o novo adjunto da pasta em janeiro, "com calma".

O anterior, Arlando Hossepian, deixou o cargo no final de novembro.

SALVEM O BUQUÊ
A noiva de Thomaz Alckmin, Taís, quase ficou sem buquê. O original havia sido deixado no hotel Emiliano, onde ela iria se arrumar, mas desistiu. Um novo foi confeccionado na hora, com rosas brancas que compunham a decoração da igreja.

É NATAL
Um debate entre os pré-candidatos tucanos à prefeitura que aconteceria anteontem e foi adiado por causa do casamento na família Alckmin deve ser realizado só em janeiro. O partido tentou transferir o evento para a próxima quinta, mas nessa data o clube Banespa, na zona sul, onde seria o encontro, será ocupado por um evento de final de ano.

ZOROPA
A cantora Tulipa Ruiz faz pela terceira vez no ano shows na Europa. Já passou por Paris e segue para Copenhague, Lisboa e Londres.

Ela também se apresentará na Europalia, a mostra de artes brasileiras na Bélgica, na semana que vem.

UM MILHÃO DE AMIGOS
O Centro Cultural Banco do Brasil de SP recebeu nesta semana seu visitante de número um milhão.

DOIS POLOS
A modelo e atriz Mayana Moura se prepara para lançar o primeiro CD, "Bipolar", em fevereiro.

O disco tem como produtores os músicos Edgard Scandurra e Tatá Aeroplano e é um projeto da grife Ellus.

NOITE DAS ALIANÇAS
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o deputado Paulo Maluf (PP-SP) ocuparam as primeiras fileiras da igreja São José, no Jardim Europa, no casamento de Thomaz, filho do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), com Taís Fantato, anteontem. A filha do noivo, Isabella, 7, foi a dama de honra da cerimônia.

CURTO-CIRCUITO

A Smith Galeria abre hoje coletiva de artistas como Eduardo Alves da Costa, Fátima Tosca, Finok, Sonia Müller e Vivian Lembo. Às 15h, na r. João Moura, 417.

O livro 
"Emanoel Araujo - Escultor" será lançado hoje, às 10h, na DAN Galeria.

Nova edição da revista "Dicta&Contradicta" será lançada na segunda, às 19h30, na Mercearia São Pedro.
Os bares Blá e Anexo comemoram aniversário com festa hoje, às 20h. 18 anos.

Martha Medeiros inaugura na terça, às 17h, loja nos Jardins.

A Nossa São Paulo lança na quarta o estudo "Mapa da Participação Cidadã".

Christian Blanco participa da corrida de esqui 24 Horas de Tremblant, no Canadá.

com DIÓGENES CAMPANHA, LÍGIA MESQUITA e THAIS BILENKY