quinta-feira, dezembro 10, 2009

KENNETH MAXWELL

Tiger, Salahi e Boyle


FOLHA DE SÃO PAULO - 10/12/09


A DESPEITO dos conflitos no Afeganistão e no Paquistão, dos continuados protestos de estudantes contra o regime iraniano nas ruas de Teerã e da conferência de Copenhague sobre a mudança do clima, para não mencionar a visita do presidente Barack Obama a Oslo, hoje, onde ele receberá o Prêmio Nobel da Paz, as histórias que atraem mais atenção no momento, aqui nos EUA, são o imenso sucesso de "I Dreamed a Dream", primeiro CD de Susan Boyle, as desventuras de Tiger Woods e a saga de Tareq e Michaele Salahi, os penetras no jantar da Casa Branca.
Uma desconhecida de 48 anos de idade que vivia com seu gato em Blackburn, Escócia, Susan Boyle tornou-se sensação internacional do dia para a noite ao se apresentar em "Britain's Got Talent", um programa de TV britânico. Ela não venceu a competição, mas as estimativas são de que o vídeo de sua apresentação tenha sido assistido 310 milhões de vezes na internet.
Seu CD, lançado na semana passada, vendeu 701 mil cópias nos EUA. Foi o lançamento de vendas mais rápidas na história britânica, e chegou ao topo das paradas de sucessos no Canadá, na Austrália, na Irlanda e na Nova Zelândia.
Tiger Woods, 33, é um superastro do golfe. Faturou mais dinheiro com suas vitórias e contratos publicitários que qualquer outro atleta. Tinha, além disso, uma imagem de completa limpeza. Pelo menos até que batesse seu Cadillac Escalade 2009 contra o hidrante da casa vizinha, às duas da manhã. Woods recusou três pedidos de depoimento feitos pela polícia. Mas o jornal "National Enquirer" começou a publicar uma série de reportagens sobre seus casos extraconjugais com garçonetes de bares e recepcionistas de casas noturnas. Até o momento, as empresas que o têm como garoto-propaganda, entre as quais Pepsi, Nike e Procter&Gamble, manifestaram a intenção de continuar a apoiá-lo.
Tareq e Michaele Salahi representam uma nova variedade de pessoas que estimulam o sensacionalismo ao fazer qualquer coisa para conquistar notoriedade na mídia. Eles foram como penetras ao primeiro jantar de Estado de Barack Obama na Casa Branca. Conseguiram ser fotografados com o vice-presidente e postaram as fotos em sua página do Facebook.
Foram até apresentados ao presidente Obama. É verdade que os Obama transformaram a Casa Branca em fulcro das atenções da mídia. Seria reconfortante desconsiderar todas essas coisas, classificando-as como parte da tradicional tolice da mídia na temporada natalina. O problema é que o mundo é um lugar perigoso, e os Salahi conseguiram entrar na festa mesmo sem convite.
KENNETH MAXWELL escreve às quintas-feiras nesta coluna.
Tradução de PAULO MIGLIACCI

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