quarta-feira, março 18, 2009

ARI CUNHA

Sonegação grandiosa


Correio Braziliense - 18/03/2009
 


Sempre estamos falando que o Brasil arrecada muito dinheiro sem que a aplicação siga a regra normal. Está nos chegando relatório do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário. Dados indicam que ano passado a sonegação somou R$ 200,29 bilhões, examinadas 9.925 empresas autuadas entre 2005 e 2008. O peso da carga tributária incentiva a sonegação. Atinge 36,5% do PIB do país. O setor com mais indícios de sonegação é o industrial. São sonegados a contribuição previdenciária, ICMS e IR. De quase 10 mil empresas verificadas, o estudo revela que há fortes indícios de sonegação em 26,84%. A estimativa é que a indústria tenha sonegado R$ 78,77 bilhões; o comércio, R$ 74,15 bilhões; o setor financeiro, R$ 8,43 bilhões; o de construção civil, R$ 3,96 bilhões e outros serviços representem sonegação da ordem de R$ 24,71 bilhões. Os principais instrumentos utilizados pelas empresas para sonegar tributos foram venda sem nota, venda com “meia nota”, duplicidade de numeração de notas fiscais e doações sem documento. Mostram os números que, se governo cobrasse menos impostos, certamente poderia obter maior arrecadação e deixar o cidadão satisfeito.


A frase que não foi pronunciada

“A pior traição é a tecnológica.”
Assessor preocupado com o relatório, após perceber que o seu micro travara.


Marola 
Governo brasileiro está no centro do furacão econômico mundial, e tem posição confortável. Não depende de empréstimos do exterior. Incrementa a Bolsa Família, as políticas habitacionais e as obras do PAC. Quem controla o sismógrafo é a professora Maria da Conceição Tavares. Difícil é conter a dívida interna. 

Parceria 
Aproveitando os moldes do Senado, a Câmara dos Deputados entende o alcance. O presidente Michel Temer está em entendimentos com Alberto Pinto Coelho, presidente do colegiado dos legislativos estaduais. Trata-se de uma parceria entre a TV Câmara e as TVs dos legislativos estaduais. 

Enchente 
Quem protesta é Clesio Salvaro, prefeito da cidade de Criciúma. Apesar dos mais de R$ 2 milhões de prejuízo com a enchente de janeiro, nenhum centavo foi liberado pelo governo federal ou estadual para o cofre do município catarinense. 

Clima 
Há tempos, o deputado André de Paula fala no Plano Nacional sobre Mudanças do Clima. Até agora, nada de discussão com objetividade sobre o assunto. Quando alguém se habilitar a conduzir o plano, já terá chegado o mês de janeiro novamente. 

Obama ausente 
Barack Obama não comparecerá à reunião de Cúpula das Américas. A explicação do presidente americano é que não deseja estar presente como o Papai Noel, mesmo porque seu estoque de brinquedos não dá para todos que desejam. 

Liberdade financeira 
Câmara Municipal de São Paulo gastou R$ 3,2 milhões em ano e meio. A despesa inclui combustível e o assunto será discutido no plenário. O próximo passo é divulgar o nome das empresas favorecidas. 

Senado 
Passar a régua deve ser providência do Senado. O falatório no país desacredita a Câmara Alta. Os vícios datam de longo tempo. Começaram pelos senadores. Os funcionários seguiram a mesma trilha. Ninguém pode falar mais. O melhor é refazer tudo, conceder direitos e deveres sem tendência partidária ou nepotista. Vai ser difícil, mas falta o primeiro passo para a caminhada. Se conseguir, outros Poderes serão atingidos.

História de Brasília

O delegado Biacchi, de Brasília, determinou que, na zona de meretrício, ninguém poderia morar com filho menor. Atendendo à ordem, uma prostituta, mãe de uma criança de seis meses, levou-a para a porta da delegacia, onde a deixou aos cuidados do delegado. (Publicado em 25/1/1961)

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