quinta-feira, junho 13, 2013

O livro do Eike - ANCELMO GOIS

O GLOBO - 13/06

O tropeço de Eike Batista nos negócios deve cancelar o projeto de uma biografia sobre sua trajetória, encomendada ao famoso jornalista Alan Riding, brasileiro, filho de ingleses, que cobriu a vida cultural europeia por 12 anos para o “New York Times”.

Ele já tinha recebido 50 mil dólares adiantados. 

Ré menor de Rice
Dia 3 de novembro, em São Paulo, o maestro João Carlos Martins comanda um espetáculo que terá uma atração especial.

No piano, estará a americana Condoleezza Rice, que foi a todo-poderosa secretária de Estado de Bush. Em 2002, ela tocou uma sonata de Brahms, no Constitution Hall, em Washington.

Aviso prévio
O Clube Esportivo Ultraleve tem até o fim do mês para deixar o lugar onde funciona há 30 anos na Barra, por conta das obras do Parque Olímpico.

O problema é que o Exército não liberou ainda uma área, também na Barra, que prometeu ceder para o CEU.

Mas...
A questão é o que fazer com as 148 aeronaves do clube.

Contagem regressiva
Bebeto, tetracampeão mundial, vai jogar um amistoso no Central Park, em Nova York, no domingo.

A partida marca a contagem regressiva para a Copa de 2014.O “365 Countdown” faz parte da festa de encerramento do Festival de Cinema Brasileiro na cidade.

Dilma e a Fifa
Dilma recebe amanhã no Planalto o presidente da Fifa, Joseph Blatter.

Ateu, graças a Deus
Este pensador marxista Jacob Gorender, que morreu anteontem, fez parte de um grupo de pracinhas brasileiros na Itália recebidos pelo Papa Pio XII assim que acabou a II Guerra Mundial.

Aliás, Gorender contou certa vez que, por ser judeu, tinha plena consciência de que estaria liquidado se fosse feito prisioneiro pelos nazistas. “Meu nome é inconfundível.”

Quando setembro vier
Passada a Copa das Confederações, a seleção brasileira fará dois amistosos em setembro.

Dia 6, o adversário deverá ser a Austrália, caso o time se classifique para a Copa de 2014.

No dia 10, o Brasil enfrenta Portugal, em Boston, nos EUA.

Arriba, México
Jorginho, ex-treinador do Flamengo, embarcou para Cancún.

Foi refrescar a cabeça.

Nudez castigada
Pode ser até que a Abril volte atrás. Mas a editora estuda mesmo o fechamento da revista “Playboy”.

Nas quebradas
Um grupo de ativistas que lutam contra o amianto denunciou que o telhado do novo Museu de Arte do Rio (MAR) seria deste material cancerígeno.

Fiscais da Secretaria estadual do Ambiente foram lá, ontem, mas... era alarme falso.

Na verdade...
O que há no MAR é uma instalação artística com telha de amianto. A obra “Nas quebradas” foi feita por Hélio Oiticica (1937-1980) em 1979, uns 15 anos antes da primeira lei sobre a fibra mineral.

O secretário Carlos Minc diz que não há risco à saúde:

— O que contamina é a inalação de fibra de amianto. Recomendamos que ninguém lixe as telhas.

Caso de polícia
Uma moradora da Rocinha, no Rio, procurou a 15ª DP (Gávea) para prestar queixa contra o pai. É que o homem, veja só, agrediu um dos cachorros da família.

Uma audiência preliminar foi marcada para dia 26 agora no IV Jecrim, no Leblon.

Cadê a luz?
Os restaurantes do quadrilátero das ruas Frei Leandro e Maria Angélica, no Jardim Botânico, decidiram processar a Light por danos materiais.

É que ontem, Dia dos Namorados, quando os restaurantes lotam, a empresa elétrica decidiu fazer um serviço de manutenção. Todo mundo ficou sem luz das 15h30m às 18h30m.

Cena carioca
Na manhã de ontem, o trocador de um ônibus da linha 439 (Vila Isabel-Leblon) cantou “Como é grande o meu amor por você”, da dupla Roberto e Erasmo, para uma das passageiras.

Era, explicou, uma homenagem pelo Dia dos Namorados. Não é fofo?

Sex and the city - CONTARDO CALLIGARIS

FOLHA DE SP - 13/06

O extraordinário não é que um casal transe na escadaria, mas que tantos transem só em suas camas


Numa madrugada de inverno dos anos 1960, em Milão, um jovem casal estava num carro estacionado numa praça. Dez minutos foram suficientes para embaçar os vidros e esquentar os corpos.

Dois guardas notaram que o carro subia e descia com movimentos "suspeitos". Eles gritaram "Polícia!" e mandaram abrir. O casal, intimidado, obedeceu, revelando seus corpos nus ainda enroscados. Os guardas atuaram a ambos por atentado ao pudor.

Um ano depois, os jovens foram inocentados: o juiz reconheceu que eles só se mostraram porque os guardas mandaram abrir o carro --ninguém atentara ao pudor de ninguém.

Com amigos e amigas, decidimos zombar da polícia e dos cidadãos bem-pensantes (os quais, em cartas aos jornais, tinham manifestado sua indignação). Era de novo inverno; estacionávamos nossos carros, não de noite em lugares ermos, mas de dia, nas ruas mais frequentadas.

Assim que os vidros estivessem embaçados, era um exagero de sacudidas, de modo que ninguém duvidasse que, lá dentro, a gente fazia a festa. Infelizmente, nenhum guarda nunca bateu nos vidros de nossos carros trêmulos e protestatórios.

Pensei nessa história na sexta passada, quando li a ótima reportagem de Roberto de Oliveira, em "Cotidiano" (Folha, 7 de junho): uma inquilina do edifício Copan, glória de São Paulo, emprestou seus aposentos para um casal de amigos cariocas. Na noite do dia 27, o casal subiu pelo elevador até o último andar e se engajou nas escadas externas. Um segurança viu esse movimento pelas câmeras e foi atrás, até encontrar o casal no ato (sexual, claro).

O síndico do condomínio multou a inquilina (R$ 678) --por escolher "mal" seus amigos?-- e agora esbraveja que se tratou de um atentado ao pudor. Mas ao pudor de quem? Se o segurança (que imagino que seja maior de idade) "foi atrás", é porque estava afim de dar uma espiadinha, suponho"¦

Claro, haverá um carrancudo para perguntar: não podiam ir para seu apartamento e se deitar na cama? Pois é, não, não podiam. Ou melhor, podiam, mas deviam achar que seria muito mais chato do que transar com a vista de São Paulo, o ar frio, a sensação de estar fazendo algo inusitado, a fantasia de serem vistos de alguma janela do Terraço Itália e, enfim, o risco de serem surpreendidos pelo segurança do prédio, como aconteceu.

Somos um pouco diferentes dos outros mamíferos. O cheiro do sexo oposto não é suficiente para nos excitar; precisamos recorrer a fantasias sexuais --sem isso, nada ou pouco acontece. E, se você acha que não recorre a fantasia alguma, isso significa apenas que você não sabe a quais fantasias recorre.

O que é extraordinário não é que um casal transe nas escadas externas do Copan. O extraordinário é que tantas pessoas transem (ou digam que transam) sempre nas suas camas.

Essa é uma opinião excêntrica de psicanalista? Tomemos o caso do risco: dois grupos parecidos atravessam um precipício por pontes diferentes, um passa por uma sólida ponte de alvenaria, e o outro, por uma ponte de cordas. Na chegada do outro lado, quem está mais receptivo para sexo? Pois é, são os da ponte estilo Indiana Jones.

O síndico do Copan declarou inicialmente que o ato era "depreciativo". Que cada um escreva sua lista das coisas que depreciam nossa vida. Na minha lista, há corrupção, violência, insegurança, incompetência, intolerância, estupidez"¦ são as coisas que atentam cada dia ao meu pudor. Um casal transando não está entre as coisas que depreciam meu dia, mas entre as que lhe dão valor.

A vítima do Copan criou uma conta no vakinha.com.br, pedindo ajuda para pagar a multa. Quis contribuir ao pagamento da multa, que me parece injusta. Infelizmente, a conta foi apagada (talvez por causa dos comentários bestas e agressivos que ela recebeu).

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, tirou do ar uma ação de seu ministério voltada para as prostitutas (e demitiu o responsável pela campanha), porque ele se escandalizou com a frase "Eu sou feliz sendo prostituta", que ele substituiu por "Sem vergonha de usar camisinha" (que ele deve ter complementado mentalmente: "mas com vergonha de ser prostituta"). O ministro poderia ser candidato a síndico do edifício Copan.

Caro ministro Padilha, antes de demitir mais colaboradores competentes, dê uma lida: Gabriela Silva Leite, "Eu Mulher da Vida" (Rosa dos Tempos), "Filha, Mãe, Avó e Puta" (Objetiva) e (um pouco mais complexo) Eliana dos Reis Calligaris, "Prostituição" O Eterno Feminino" (Escuta).

Casamento - LUIS FERNANDO VERÍSSIMO

O Estado de S.Paulo - 13/06

O tão discutido casamento homossexual não deixa de ser uma sequência natural da longa e estranha história de uma convenção, a união solene entre duas pessoas, que começou no Éden. A Bíblia não esclarece se Adão e Eva chegaram a se casar, formalmente. Deve ter havido algum tipo de solenidade. Na ausência de um padre, o próprio Criador, na qualidade de maior autoridade presente, deve ter oficiado a cerimônia. No momento em que Deus perguntou se alguém no Paraíso sabia de alguma razão para que aquele casamento não se realizasse, ninguém se manifestou, mesmo porque não havia mais ninguém. A cerimônia foi simples e rápida apesar de alguns problemas - Adão não tinha onde carregar as alianças, por exemplo - e Adão e Eva ficaram casados por 930 anos. E isso que na época ainda não existiam os antibióticos.

Mais tarde, instituiu-se o dote. Ou seja, as mulheres, como caixas de cereais, passaram a vir com brindes. O pai da noiva oferecia, digamos, dez cântaros de azeite e dois camelos ao noivo e ainda dizia:

- Pode examinar os dentes.

- Deixa ver...

- Da noiva não, dos camelos!

Houve uma época em que os pais se encarregavam de casar os filhos sem que eles soubessem. Muitas vezes, depois da cerimônia nupcial, os noivos saíam, ofegantes, para a lua de mel, entravam no quarto do hotel, tiravam as roupas, aproximavam-se um do outro - e apertavam-se as mãos.

- Prazer.

- Prazer.

- Você é daqui mesmo?

Eram comuns os casamentos por conveniência, pobres moças obrigadas a se sujeitar a velhos com gota e mau hálito para salvar uma fortuna familiar, um nome ou um reino. Sonhando, sempre, com um Príncipe Encantado que as arrebataria. O sonho era sempre com um Príncipe Encantado. Nenhuma sonhava com um Cavalariço ou com um Caixeiro Viajante Encantado. Mais tarde veio a era do Bom Partido. As moças não eram mais negociadas, grosseiramente, com maridos que podiam garantir seu futuro. Eram condicionadas a escolher o Bom Partido. Podiam namorar quem quisessem, mas na hora de casar...

- Vou me casar com o Cascão.

- O quê?!

- Nós nos amamos desde pequenos.

- O que que o Cascão faz?

- Jornalismo.

- Argk!

A era do Bom Partido acabou quando a mulher ganhou sua independência. Paradoxalmente, foi só quando abandonou a velha ideia romântica do ser frágil e sonhador que a mulher pôde realizar o ideal romântico do casamento por amor, inclusive com o Cascão. Só havendo o risco de o Cascão preferir casar com o Rogério.

Uau! Haddad cria Extintor Único! - JOSÉ SIMÃO

FOLHA DE SP - 13/06

E esta: "Boneca inflável é eleita uma das namoradas mais lindas pelo site do Corinthians". Rarará!


Buemba! Buemba! Macaco Simão urgente! O esculhambador-geral da República! Protestos! Avenida PAUlista! Já é São João em São Paulo? Só tem fogueira! Ônibus queimado!

Eles querem diminuir o preço da passagem ou os ônibus? Queimaram até o papa-fila da Marta!

E agora em São Paulo temos os ônibus articulados, biarticulados e agora totalmente desarticulados. E em chamas!

E um amigo pediu pros manifestantes incendiarem o seu Chevette 1984, ele agradece! Rarará!

E o Alckmin podia voltar de Paris e estabelecer o rodízio de protestos. Segundas, quartas e sextas: protesto na Paulista. Terças e quintas, protesto na Paulista! Sábados e domingos: livres para protestos na Paulista!

E o Haddad tem voltar de Paris pra lançar bilhete único com extintor. Extintor Único! Rarará!

Dia dos Namorados! "Amor, você fez reserva no restaurante?". "No Habib's não precisa".

E esta: "Boneca inflável é eleita uma das namoradas mais lindas pelo site do Corinthians". Rarará!

Dia dos Namorados dedicado, como diz uma amiga, a essa doença mental chamada amor!

E uma amiga levou o namorado mineiro pra conhecer o mar e sabe o que ele falou? "Imagine se tudo isso fosse leite!" Rarará!

E um amigo levou a namorada num hotel tão bagaça que tinha uma placa na parede: "Favor não tomar cerveja e urinar na garrafa!". Rarará!

E uma leitora sem namorado mandou perguntar: por que mulher feia só é elogiada no trabalho?

E uma amiga ganhou do namorado uma bolsa de pano, bem bagaça, e escreveu nela assim: "A minha outra bolsa é uma Louis Vuitton". Rarará!

E um amigo ganhou da namorada uma camisinha branca leitosa. E o pingolim dele ficou parecendo o Gasparzinho. E ele fica correndo atrás dela com o fantasma em pé! Rarará!

É mole? É mole, mas sobe!

E um outro sem namorada pegou uma gata qualquer. E tinha a foto de um homem ao lado da cama: "Teu namorado?". "Não!" "Teu marido?" "Não!" "Quem é, então?" "Eu, antes da operação." Rarará!

E no motel, o saci gritou pra sacia: FICA DE TRÊS! Rarará!

Nóis sofre, mas nóis goza!

Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

CAMA SALGADA - MÔNICA BERGAMO

FOLHA DE SP - 13/06

As diárias de hotel nas cidades com jogos da Copa das Confederações subiram até 66% --caso de Brasília, recordista no aumento. Na capital federal, o preço médio já chega a R$ 449, contra o valor de R$ 283 cobrado duas semanas após o evento esportivo. Os números são da Embratur, que diz estar faltando "bom senso" aos empresários do setor.

CAMA SALGADA 2
Em Belo Horizonte, segunda colocada no ranking de reajuste, a "inflação" é de 47%, com diárias saltando de R$ 265 para R$ 372 durante a competição, que começa neste sábado. Mesmo com a menor alta (13%), o Rio registra o maior valor absoluto: R$ 455 (contra R$ 398 em período normal). "O índice foi pequeno porque os preços na cidade já estão muito acima do patamar nacional", diz Flavio Dino, presidente da Embratur.

CAMA SALGADA 3
O órgão do Ministério do Turismo também pesquisou a variação de preços nos hotéis cariocas por causa da Jornada Mundial da Juventude, que ocorre de 23 a 28 de julho com a presença do papa. As diárias chegarão ao preço médio de R$ 500 durante o encontro religioso --variação de 25%. Os valores de hospedagem no Rio vêm superando os de cidades como Paris, Londres, Dubai, Tóquio e Buenos Aires.

CALMA, GENTE
O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB-PE), revela a seus interlocutores mais aflitos que seu calendário eleitoral já está praticamente definido: em setembro, quando termina o prazo para as pessoas mudarem de partido, ele deverá então se lançar candidato à Presidência de forma ainda mais aberta. O quadro partidário será mais definido --e estará afastado o risco de que descontentes do PSB deixem a legenda.

GOL
Em setembro também estará mais claro o desempenho da economia brasileira. Se até lá o PIB continuar fraco, dificilmente a presidente Dilma Rousseff recuperaria os patamares de intenção de votos do começo do ano, abrindo algum caminho para o crescimento de Campos entre os eleitores "lulistas". Ela já está batendo na trave: se a eleição fosse hoje, ganharia com 51% dos votos, segundo o Datafolha.

CADA UM NA SUA CASA
Sabrina Sato, do "Pânico" (Band), está à procura de uma nova cobertura em São Paulo para morar com o irmão, Karin, depois que sua irmã e empresária, Karina, se casar, em agosto.

O namorado da apresentadora, o publicitário João Vicente de Castro, também estaria atrás de um imóvel. "Cada um está procurando um apartamento. Mas o João deve ficar no Rio. Eles não vão morar juntos", afirma Karina.

NOVA ONDA
A mostra "Jacques Rivette - Já Não Somos Inocentes", com 25 longas do cineasta francês, será apresentada no Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo entre 3 e 21 de julho. Uma das atrações é o último filme feito pelo pioneiro do movimento nouvelle vague: "36 Vistas do Monte Saint-Loup", de 2009, ainda inédito no Brasil. No Rio, o festival começa no próximo dia 25, também no CCBB.

TRAÇO NACIONAL
A yoo, empresa de design londrina de Philippe Starck e John Hitchcox, que abrirá filial paulistana em julho, desenvolve quatro projetos de luxo para o Brasil. Planeja hotéis no Rio e em SP e dois empreendimentos residenciais na capital paulista. No total, devem ser investidos R$ 766 milhões. Os designers Jade Jagger, filha de Mick Jagger, e Marcel Wanders serão os responsáveis pelos trabalhos em solo brasileiro.

UMA MULHER, DOIS CORPOS
Sophie Charlotte, 24, precisou moldar sua silhueta para seus dois últimos trabalhos. No filme "Serra Pelada", de Heitor Dhalia, comeu "um pouquinho a mais" para ganhar o corpo voluptuoso de Teresa, com coxas grossas e barriga menos definida.

Para compor a "it girl" Amora, protagonista da novela "Sangue Bom" (Globo), a atriz diz ter apostado na combinação de cardápio funcional com exercícios e chegado a um visual mais sequinho, exibido na revista "Boa Forma", nas bancas amanhã.

O BONDE DOS MENINOS
O Prêmio Fiesp Sesi-SP de Cinema foi entregue anteontem. Os atores Domingos Montagner, Felipe Camargo, Gustavo Machado e Murilo Rosa foram à cerimônia no teatro do Sesi. Adhemar Oliveira, do Espaço Itaú de Cinema, circulou pelo evento. O filme vencedor da noite foi "Xingu", do diretor Cao Hamburger. Na categoria melhor atriz, Camila Pitanga levou o troféu. E Irandhir Santos venceu como ator.

SAÚDE É O QUE INTERESSA
A apresentadora Mariana Weickert e o publicitário Lucas Mello, namorado de Mariana Ximenes, foram à inauguração da Bodytech no shopping Iguatemi. A rede de academias tem como sócios Alexandre Accioly, Bernardinho, Fábio Faria, João Paulo Diniz e Luiz Urquiza.

CURTO-CIRCUITO
A galeria Urban Arts inaugura espaço em Moema, hoje, a partir das 18h.

A Etihad Airways festeja abertura de ponte aérea entre SP e Abu Dhabi, hoje, na Casa Fasano.

Frejat faz shows de hoje a sábado, às 21h30, no Sesc Belenzinho. 18 anos.

A AACD lança hoje o livro "Que Amor É Esse?", às 19h, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional.

Florianópolis será anunciada hoje como sede da 5ª Bienal Brasileira de Design, em maio de 2015.

Wellington Nogueira, do Doutores da Alegria, fala hoje em evento do Instituto para o Futuro, nos EUA.

Obras de 25 artistas brasileiros estão em exposição que a galeria Jacques Ardies abre hoje na Áustria.

Não se combate a inflação com aumento do gasto - FELIPE SALTO

O ESTADO DE S. PAULO - 13/06

A preocupação do mercado e do governo com a inflação, que está operando no teto da meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 6,5%, conforme a variação em 12 meses no dado de maio do IPCA, é legítima e correta. Entretanto, não haverá mudança no quadro de pressões sobre os preços domésticos se não houver efetiva mudança das políticas macroeconômicas expansionistas correntemente praticadas. Não é possível debelar a inflação com pacotes e estímulos recorrentes ao consumo público e privado.

O governo lançou ontem um novo pacote de estímulos ao consumo de móveis e eletrodomésticos, o Minha Casa Melhor, que prevê R$ 18,7 bilhões para financiar a compra desses bens pelos beneficiários do Minha Casa, Minha Vida. Os recursos fiscais para que a Caixa possa emprestar o dinheiro aos consumidores virão do Tesouro Nacional, com capitalização de R$ 8 bilhões (sendo R$ 3 bilhões referentes ao programa).

A medida soma-se à série de ações que o governo tem tomado para ampliar os estímulos à demanda agregada, incluindo as novas emissões de dívida pública para BNDES, Valec e Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) - para cobrir o rombo do cálculo mal feito da redução das contas de luz. Na prática, em um momento em que o governo tenta fazer crer que está mais preocupado com a combinação de políticas macroeconômicas e, em particular, com a condução da política fiscal, trata-se de um "banho de água fria" em quem alimentava algum otimismo em relação à política fiscal.

De um lado, o ministro Guido Mantega insiste que fará 2,3% do PIB de esforço primário. De outro, aumentam-se os gastos, a dívida pública e as pressões sobre a inflação. Não se combate aumento dos preços com estímulo à demanda, mas, sim, com "o pé no freio". Não há - a julgar pelas características das políticas que o governo continua adotando - disposição e preparo para promover a necessária reversão no eixo fiscal.


Manicômio tributário - PAULO RABELO DE CASTRO

O GLOBO - 13/06
A tributação brasileira se tornou explosiva. A carga tributária dá saltos, ano após ano: de 26% do PIB por volta de 1994 a quase 38% hoje. Impostos sobre impostos criam improdutividade e burocracia, freios terríveis ao crescimento. Poucos segmentos, como a agricultura - menos onerada diretamente - se safam. A indústria murchou. O Brasil não vai melhorar enquanto não pusermos o dedo na causa da estagnação produtiva. Nosso freio de mão está puxado.

O ministro da Fazenda promete uma reação em breve. Não virá. Nem pode vir, senão por uma completa simplificação do atual manicômio tributário. O mercado erra mais do que o ministro quando o culpa por frustrar o crescimento esperado. Não há qualquer chance de se crescer mais rápido. A produtividade geral está zerada pela carga tributária descomunal. Foi só muita sorte que tivemos nos anos de Lula, pelos altos preços de commodities. Vários países, Austrália, Canadá, Chile e Peru, por exemplo, todos exportadores de produtos primários, se deram bem também. Entre eles, o Brasil foi dos que tiveram crescimento mais fraco. Aqui, só o consumo avançou com força. Junto com o endividamento geral da massa consumidora.

A capa da revista "Economist" colocou o Cristo Redentor decolando do Corcovado. Imagem equivocada. Nada havia mudado no modelo de alto desperdício e baixo investimento brasileiro que justificasse melhor expectativa sobre a economia no Brasil. Nossa capacidade de colocar investimentos para rodar está e esteve prejudicada. O Estado, obeso e perdulário, gasta na frente e sai cobrando o que pode em impostos. As empresas não investem e as famílias não poupam porque já são tosadas na recepção da sua renda por impostos malucos. Se você é da classe média, provavelmente deixa mais de 50% da sua renda familiar para o governo, entre o que é tributado no recebimento do salário e os impostos escondidos nos preços das mercadorias. O governo fica com o dinheiro, mas não o investe; vira gasto de consumo. Portanto, é impossível a taxa de investimento andar além dos 20% do PIB.

Na raiz de tudo, está a maldita carga tributária, agravada pelos impostos em cascata, que oneram até o ato de estar em dia com o Fisco. Viramos um país sonhador e lamentável. Sonhamos com um desempenho na economia descolado inteiramente da nossa estupidez tributária e do desperdício estatal que a acompanha. E somos lamentáveis por não distinguirmos entre entraves seculares, como educação, saúde, e mesmo infraestrutura, que sempre foram problemas, e a grande razão operacional e direta da estagnação brasileira: a tributação burra e o gasto público descontrolado.

Felizmente, isso tudo tem conserto. Como teve a inflação. Quando paramos de insistir no diagnóstico equivocado, fizemos um gol, o Plano Real. Agora podemos fazer outro, maior ainda, o Plano Real dos impostos. O ministro da Fazenda tem o esboço desse plano em suas mãos. Mas precisa de apoio da opinião pública. E de mais suporte de quem ainda pensa.

A violência ganhou, azar o nosso - CLÓVIS ROSSI

FOLHA DE SP - 13/06

Vandalismo, crimes hediondos, está criada uma cultura violenta que nos rebaixa em ranking global


Saiu mais um ranking mundial, o GPI (sigla em inglês para Índice da Paz Global). O Brasil, de novo, faz papelão: é o 81º colocado entre 162 países, na metade exata da tabela e imediatamente atrás da Libéria, país que enfrentou duas guerras civis a partir dos anos 80.

O GPI é feito pelo australiano Instituto para a Economia e a Paz, avalizado por figuras como o arcebispo Desmond Tutu, o ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan e o Dalai Lama, entre outros pacifistas.

Suspeito que o Brasil terá pior colocação no "ranking" de 2014, porque o de 2013 não capta dados como as mortes de violência exponencial ocorridas recentemente nem o vandalismo embutido nas manifestações contra o aumento das tarifas de transporte. Esses episódios demonstram que a violência ultrapassou qualquer limite civilizatório.

Não se trata de criminalizar manifestações de protesto. São direito indissociável da democracia. Mas nem na ditadura as manifestações resvalavam para um ataque tão indiscriminado ao equipamento urbano como está ocorrendo agora.

O belo texto de Giba Bergamim Jr., publicado na Folha de ontem, mostra que os limites foram violentados. Reproduzo: "Um policial e um manifestante caíram no chão atracados. Cerca de dez pessoas começaram a agredir o PM com pedras, socos e chutes. Mesmo atingido, ele se levantou. De pé, sangrando, o policial apontou a arma para o grupo. Não disparou."

Tivesse disparado, seria liminarmente condenado, enquanto seus agressores ficariam como vítimas da brutalidade policial, certo?

Errado. Vítima da brutalidade --da polícia, de manifestantes e de assaltantes-- é uma sociedade refém de uma violência que se tornou traço cultural predominante, se se pode pôr cultura nesse caldo.

E não é apenas no Brasil. O GPI mostra que "o mundo se tornou menos pacífico, com agudo aumento no número de homicídios".

A partir de 22 indicadores quantitativos e qualitativos, o relatório vê um planeta 5% menos pacífico de 2012 para 2013.

Em 110 dos 162 países avaliados, a situação piorou de 2008, ano do primeiro GPI, para cá.

Deixo para antropólogos, sociólogos, cientistas sociais em geral analisar as causas do fenômeno, pois um mero repórter não tem instrumental para tanto.

O fato é que a violência está tornando a vida um inferno em boa parte do planeta, em especial nos países ditos emergentes e em desenvolvimento. Em São Paulo, então...

Se a violência não consegue emocionar as autoridades a ponto de levá-las a sair da letargia, que se emocionem com os seus custos econômicos: o GPI calcula que o impacto da contenção da violência seria de 11% do PIB global, equivalente a US$ 9,46 trilhões (R$ 20,3 trilhões). Suficiente para pagar toda a dívida dos países em desenvolvimento, fornecer fundos para a Europa socorrer seus países em crise e para custear as medidas necessárias para atingir as Metas de Desenvolvimento do Milênio.

Nem menciono as vidas que seriam salvas porque vidas não contam muito hoje em dia.

FLÁVIA OLIVEIRA - NEGÓCIOS & CIA

O GLOBO - 13/06

FORMAÇAO PROFISSIONAL PARA NA OSX
Empresa suspendeu contrato com Senai para qualificação de 3.100 trabalhadores
Areestruturação do Grupo EBX, do empresário Eike Batista, tem reflexo também na formação de mão de obra no Estado do Rio. Em 2011, a OSX, do setor naval, assinou convênio com o Senai do Rio para capacitação de 3.100 pessoas para o estaleiro em construção no complexo do Açu, no Norte fluminense. O acordo previa a estruturação do Instituto Tecnológico Naval (ITN) para a empresa. Em dois anos, a parceria profissionalizou 718 alunos, segundo o Senai. Outras quatro turmas, com 53 alunos, se formam de junho a agosto. Há dois meses, a OSX solicitou a suspensão do contrato por questões internas. À coluna, a companhia informou que “o cronograma do programa de qualificação está sendo adaptado”. A OSX readequou o projeto do estaleiro à carteira de encomendas.
Com renda
O governo do Rio amplia de 213 mil para 268 mil o total de famílias beneficiadas pelo programa Renda Melhor.
O repasse sairá de R$ 18,4 milhões para R$ 22,8 milhões por mês. A ministra Tereza Campello (Desenvolvimento Social) assina o acordo com Sérgio Cabral no dia 27.

Em tempo
Municípios como Cabo Frio, Angra, Petrópolis, Teresópolis e Volta Redonda entraram no programa, informa a Seasdh.

Campanha
Robson Andrade, presidente da CNI, vai ao Senado, terça. A convite da CAE, apresenta o Mapa Estratégico da
Indústria, documento com propostas para as áreas de infraestrutura, educação, tributária e trabalhista. Quer sensibilizar os senadores e, na sequência, os candidatos à Presidência em 2014.

Sucata
Um grupo de empresários ligados à Inesfa, de sucata ferrosa, se reúne com o deputado Átila Rodrigues (PSL), da Comissão de Meio Ambiente da Alerj, hoje. Querem o setor incluído no plano estadual de renovação da frota de caminhões.
A lei só inclui siderúrgicas.

Capitalização
O mercado de títulos de capitalização distribuiu mais de R$ 309 milhões em prêmios de janeiro a maio. Foi alta de 10,9% sobre 2012, diz a Fenacap. As reservas cresceram 15,7%, para R$ 23,5 bilhões; o faturamento, 20,75%, para R$ 6,1 bi.

É delas
Mulheres já são 57% dos funcionários do setor de seguros. Em 2012, somavam 17.900. Um ano antes, eram 54,8%. São dados da CNSeg.

Acelerou
A Marítima bateu R$ 611,7 milhões em prêmios no país, de janeiro a abril. Cresceu 14,8% sobre igual período de 2012. No Rio, a alta foi de 13,5%, puxada pela carteira de automóveis (23,7%).

A notinha...
O programa Nota Carioca, da prefeitura, distribuiu R$ 3 milhões em prêmios e dinheiro, desde março. No mês passado, a Secretaria de Fazenda enviou 400 mil cartas a contribuintes com créditos a partir de R$ 25 a receber. Repassou R$ 1,2 milhão só em maio. Os sorteios de prêmios somaram R$ 1,6 milhão.

Conciliação
Sete empresas concentraram 75% dos atendimentos do Mutirão de Conciliação do Procon Carioca, na 6ª. A Oi foi a mais procurada, com 23,5% das consultas. Na sequência, vêm Claro, Light, Cedae, Vivo, Net e Casas Bahia. Ao todo, 24 empresas participaram.

A ROUPA NOVA DO REI
Pelé estrela campanha do Carrefour. Novo embaixadorda marca, ele aparecerá vestido como um rei, pela 1ª vez. Sua majestade vai convocar os brasileirosa torcer pela seleção. O filme foi produzido pela Cine; e criado pela Leo Burnett Ta ilorMade. Estreia amanhã.

CAMPEOES
A Technos lança linha de relógios em homenagem a brasileiros campeões do mundo. Os modelos Grandtech chegam ao mercado em meados de junho. Amanhã, a marca estreia campanha em impressos. Os capitães Belini (1958), Mauro Ramos (62), Carlos Alberto Torres (70), Dunga(94)e Cafu (2002) estão na peça. A criação é da Escala.

DESCONTOS
A Amoedo, de material para construção, lança amanhã campanha deofertas, em rádio eTV. O locutorJosé Carlos Araújo dá voz às peças. A Núcleo 5 assina. As vendas devem subir 15%.

50 mil EMPREGOS
Era a previsão de abertura de vagas na unidade de construção naval da EBX, no Porto do Açu. O programa beneficiaria moradores de Campos e São João da Barra. Investimento de R$13 milhões.

CASA MOBILIADA
A Caixa põe no ar hoje a campanha do cartão Minha Casa Melhor. É a linha de crédito de R$ 5 mil para mutuários do Minha Casa Minha Vida comprarem móveis e eletrodomésticos. Regina Casé estrela o filme. Há peças para rádio, impressos e hotsite. A nova/sbassina.

Cordel
J. Borges, bamba da xilogravura, assina as latas temáticas da Antarctica para as festas juninas. Ele criou três versões da embalagem. A marca de cerveja promove seis festas no Grande Rio e patrocina 15.

É Copa 1
A Benza, de promoções e eventos, já faturou R$ 7 milhões com a Copa das Confederações. Treinou jovens da Copa Coca-Cola para serem gandulas; e promoveu ações com clientes de Kia e Hyundai.

É Copa 2
O Itaú decorou as 361 agências da cidade do Rio para a competição. O banco patrocina a Copa 2014.

Jornada
A GLP Marketing assumiu os eventos esportivos e culturais da Jornada da Juventude. Espera faturar R$ 18 milhões em 2013.

Livre Mercado
Elite Internacional eGoldman apresentam imóveis de luxo e comerciais dos EUA, segunda e terça, no Sheraton Rio. Preveem US$ 20 milhões em vendas.

A Brasil Brokers abre loja na Ilha do Governador, hoje. Projeto de R$ 480 mil, é a terceira com o novo padrãovisual da imobiliária.

A Portobello Shop inaugura filial hojeem Botafogo. Investiu R$1 milhão. Ronald Goularte J u n ior Grego assinam o projeto.
Estão abertas as inscrições para o Enaex, em agosto. Em 2012, o evento de comércio exterior teve quatro mil inscritos. Foi recorde.

Janaína Vilela é a nova diretora de Comunicação e Relações Externas da Endesa Brasil, dona da Ampla.

Queiroz Galvão, Odebrecht, Carioca, Cowan e Servix estão nos consórcios das obras do Metrô Barra e Linha 4. Camargo Corrêa, OAS e Constron não participam. ACarioca está no Porto Novo com OAS e Odebrecht; Camargo, não.

A Centauro investiu R$ 20 (não 2) milhões na nova loja na Barra.

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

FOLHA DE SP - 13/06

Produção brasileira de roupa íntima registra queda de quase 2% em 2012
O segmento de roupas íntimas --que inclui calcinhas, sutiãs, cuecas, meias, pijamas e peças de banho-- registrou queda de 1,9% na produção no ano passado, de acordo com levantamento do Iemi (Instituto de Estudos e Marketing Industrial).

A retração foi puxada, principalmente, pelas roupas de banho, cujo volume de fabricação diminuiu 6,7%.

"Os números caíram desde 2010, ano em que a economia foi muito bem [o PIB do país cresceu 7,5% nesse ano]. Na época, no setor de roupas íntimas, a oferta chegou a ser menor do que a demanda, que foi suprida por importações", diz o diretor da consultoria, Marcelo Prado.

Para 2013, porém, a empresa prevê elevação de cerca de 2% no segmento.

"O mercado consumidor diminuiu o ritmo, mas continua se expandindo. A expectativa é que haja uma retomada do crescimento. Não será no estilo chinês, mas no brasileiro, de 2% ou 3%," afirma.

"A alta será mais robusta nas grandes empresas. Elas estão se consolidando e devem levar vantagem, até porque estão mais preparadas e têm maior competitividade."

Além da queda na fabricação no ano passado, o valor da produção cresceu em um patamar bastante inferior ao da inflação --1,3% ante 5,8%. A expectativa é que, em 2013, a expansão nominal seja de quase 8%.

Os dados completos do segmento serão apresentados na próxima semana no Salão Moda Brasil, em São Paulo.

Banco chinês faz diagnóstico para investimentos em Mato Grosso
Um relatório recém-concluído pelo China Development Bank (CDB, o equivalente ao BNDES no Brasil) apontou oportunidades em Mato Grosso para empresários chineses que podem chegar a R$ 5 bilhões em curto prazo.

O documento, feito após a visita de uma comitiva ao Estado, apontou o potencial de projetos em três áreas: logística, mineração e agricultura.

Entre eles, estão a implantação de uma siderúrgica, de um centro de armazenagem (com capacidade de 100 mil toneladas) e de fazendas para a transferência de tecnologia. Os projetos devem ser feitos com parcerias brasileiras.

Outro interesse é a construção de um trecho ferroviário entre Cuiabá e Rondonópolis, que ligará o centro do Estado a portos do Sul e Sudeste.

"O banco veio verificar a segurança para investimentos e apresentará as impressões a empresários de seu país", diz Francisco Vuolo, secretário de Logística de Mato Grosso.

"O foco, a princípio, é o setor logístico, para que possam baratear os custos e depois investir na produção e na indústria de transformação."

O Estado já recebeu R$ 1 bilhão em investimento chinês para a construção de um linhão de energia.

ADVOGADOS START-UPS
A Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas e o Buscapé Company fizeram uma parceria para um laboratório que estudará os desafios jurídicos enfrentados por start-ups no Brasil.

O contrato é de um ano e meio, e a cada seis meses, a partir de agosto, 15 alunos de 4º e 5º anos da graduação concorrerão à participação no programa.

"O critério é nota. Os melhores alunos escolhem primeiro nesses laboratórios. Eles enfrentarão problemas reais em um trabalho de campo, com visitas a empresas", diz Oscar Vilhena, diretor da escola.

As maiores dificuldades encontradas por jovens empreendedores costuma ser de ordem societária e de propriedade intelectual.

"Eles dizem que os advogados mais antigos não entendem a natureza desses negócios, que buscam parcerias porque não têm capital. Daí, a necessidade de treinar os novos advogados."

Para Romero Rodrigues, CEO do Buscapé Company, há um grande vazio entre a academia e o empreendedorismo, principalmente o digital. "Faltam normas e o risco trabalhista para o investidor é grande", afirma um dos fundadores do Buscapé, que inclui o comparador de preços e outras empresas.

"Nos EUA, se alguém investir US$ 10 mil, o risco dele se resume a esse valor. Aqui pode perder quase todo o patrimônio. Isso inibe recursos para start-ups."

Viagem com escala
Os atendimentos médicos são responsáveis por mais da metade dos acionamentos do seguro-viagem pelos clientes de seguradoras.

Cerca de 57% das ocorrências registradas pelo Itaú Seguros no primeiro trimestre deste ano foram por problemas de saúde do viajante.

A concorrente SulAmérica também afirma que a maior demanda de seu seguro-viagem é por auxílio médico. Os sinistros chegam a 57,7%.

A Mapfre, que oferece produto semelhante, informa que o amparo mais requerido pelos seus consumidores é o de um médico clínico geral.

O extravio de bagagens é responsável por 27% das queixas no Itaú Seguros e por 18,97% na SulAmérica. Na Mapfre, esse tipo de sinistro é o décimo em requisição.

CAPITAL DE VOLTA À CASA
O número de fusões e aquisições realizadas no Brasil manteve-se estável nos cinco primeiros meses deste ano. Foram 330 transações --uma a menos que no mesmo período de 2012--, segundo dados da PwC Brasil.

"O patamar deve ser mantido até dezembro. O nível de cautela aumentou e isso deve afetar o país neste ano e no próximo", diz Alexandre Pierantoni, sócio da empresa.

A recuperação dos Estados Unidos também deve influenciar as negociações nos próximos meses.

"O investidor vai voltar ao seu país, onde poderá ter, novamente, segurança nas transações. Ainda mais com as incertezas brasileiras de câmbio, inflação e juros."

Entre janeiro e maio, os estrangeiros estiveram presentes em 43% dos negócios.

O setor de serviços auxiliares foi o que registrou maior aumento no número de fusões e aquisições --passou de 13, nos cinco primeiros meses de 2012, para 41, em 2013.

"Essa alta está associada à profissionalização das companhias", diz Pierantoni.

Pimenta O complexo petroquímico em construção no México pela Braskem com a mexicana Idesa começou a receber equipamentos para armazenagem de produtos químicos. Seis tanques já desembarcaram naquele país.

Lusitano A rede portuguesa de fast food Go Natural entra no mercado brasileiro, ainda neste mês, com a inauguração de uma unidade no shopping Eldorado, em São Paulo. A empresa pretende abrir mais 16 lojas no país até 2015.

Tipo Palocci - CARLOS ALBERTO SARDENBERG

O GLOBO - 13/06
A presidente Dilma tem uma saída tão simples quanto eficiente para escapar da confusão em que se meteu: basta chamar o Palocci, nomeá-lo chefão de toda a área econômica e dizer, na posse, que ele tem plena liberdade para aplicar um poderoso ajuste nas contas públicas. Sou capaz de apostar uma garrafa de vinho (selecionada pelo Renato Machado) que o risco Brasil e os juros cairiam no mesmo dia.

Não seria um gesto assim tão fora de propósito. Na verdade, Dilma estaria simplesmente repetindo o que fez seu mentor, Lula, no começo do primeiro mandato, em 2003. Lembram-se? Palocci, então ministro da Fazenda, produziu um superávit primário maior que o obtido no governo de FHC. O Banco Central, com Henrique Meirelles, elevou a taxa básica de juros, tudo isso criando as bases para um bom ambiente macroeconômico.

Verdade que deram uma enorme sorte. O mundo desandou a crescer e a China multiplicou por 40 suas importações do Brasil. Mas se a casa aqui não estivesse em ordem teria sido impossível aproveitar a bonança externa. Como, aliás, a presidente Dilma não aproveitou a enxurrada de capitais e o bom momento dos emergentes nos últimos anos - mamata que está acabando.

Mas sabemos das dificuldades. Começa que a presidente Dilma não admite haver problemas em sua política econômica. Ainda ontem voltou a dizer que está tudo em ordem, inflação controlada, país crescendo e tudo o mais.

Deve ser, entretanto, só da boca para fora. Não é possível que não estejam vendo os dados que mostram PIB para baixo e preços para cima, mais o dólar escalando e o aumento do déficit externo. Não é possível que acreditem mesmo nas lambanças contábeis que fazem as contas públicas parecerem equilibradas.

Notícias de debates dentro do governo têm vazado para os jornalistas. Enfim, é evidente mesmo para os economistas mais próximos do governo que algo precisa ser feito. E algo mais profundo do que, por exemplo, a simples retirada do IOF para aplicações estrangeiras em títulos do governo - estimulando aquilo que antes chamavam de especulação.

Esse algo só pode ser um forte ajuste nas contas públicas - ou seja, corte severo de gastos - anunciado com credibilidade. Daí a necessidade do Palocci. Ele já fez isso, já propôs uma política de longo prazo para zerar o déficit geral do governo e tem a confiança do mercado.

Ocorre que essas virtudes transformam-se, dentro do governo Dilma, em pecados neoliberais. A própria presidente já detonou essas ideias de ajuste. Ela precisaria, portanto, mudar de ponto de vista. Não seria necessário ajoelhar no confessionário, pedir perdão e mudar por convicção. Basta a necessidade, como foi, aliás, no caso de Lula no primeiro mandato. Até hoje ele não gosta de ter assinado a Carta ao Povo Brasileiro, nem de ter deixado Palocci fazer o que fez. Mas foi flexível diante das circunstâncias.

É certo, por outro lado, que Lula nunca foi de ter algo como uma doutrina, um pensamento econômico. Dançava no vai da valsa.

Já Dilma, economista formada, tem convicções - que se mostram equivocadas. Para ela, mudar é mais difícil.

Outro problema é que Palocci está com a reputação abalada. O mercado, os agentes econômicos continuam tendo saudades dele. Já no ambiente político, a rejeição é óbvia.

Mas esse obstáculo também poderia ser driblado. Não pode o Palocci? Pois arranjem um "tipo Palocci". E já estando com a mão na massa, poderiam buscar também um "tipo Meirelles" para o Banco Central.

Não vamos aqui citar nomes, até para não queimá-los, mas o perfil está dado: experiência, capacidade comprovada na gestão pública, credibilidade no ambiente econômico e a convicção sincera de que a variável-chave no Brasil de hoje é um superávit primário enorme, caminhando para até 5% do PIB, de modo a zerar o déficit público, medido sem truques, é claro.

Complementos: uma alta forte na taxa básica de juros para derrubar as expectativas inflacionárias; ampla privatização de infraestrutura; reformas micro para tornar o ambiente de negócios mais favorável ao empreendedor privado. Mas só precisaria anunciar mesmo o tal ajuste fiscal.

Neoliberal! - gritam. Pois é, mas a alternativa desenvolvimentista de Dilma - juros para baixo, dólar para cima e gasto público acelerado - deu em inflação alta e crescimento baixo. Se nada for mudado, daqui a pouco vem mais desemprego e mais inflação, como na Argentina.

A escolha, pois, se dá entre "tipo Cristina" e "tipo Palocci".

Sinais contraditórios - CELSO MING

O Estado de S.Paulo - 13/06

Ontem circularam informações de que o governo Dilma está disposto a corrigir sua rota em direção a mais responsabilidade fiscal para ajudar a derrubar a inflação. Se for na linha do que foi anunciado ontem, ou seja, de financiamentos de R$ 18,7 bilhões em recursos públicos a juros subsidiados para a compra de sofás e de máquinas de lavar, então essas boas intenções não devem ser levadas a sério. É mais despesa para mais consumo e menos investimento.

O estouro do teto da meta de inflação em meados de 2013 era fato anunciado há meses. Não pode ter sido inesperado para o governo, como as autoridades têm sugerido. Surpresa foi a reação da sociedade, de grande apreensão e cobradora de ação.

Entre as prioridades da atual administração, nunca esteve entregar a inflação na meta. A ideia era de que, derrubados os juros, estimulado o crédito, garantidos o emprego, o aumento de renda e o consumo, o brasileiro toleraria eventual lambança da inflação.

As coisas não funcionaram assim e, agora, a disparada dos preços se encarrega de corroer a renda do consumidor. Como as adversidades não chegam sozinhas, a inflação sobrevém num momento em que o PIB segue em marcha excessivamente lenta, as contas públicas estão em franca deterioração, o balanço de pagamentos acusa graves avarias preocupantes e o mercado externo de capitais está em maré vazante.

Se nos níveis de 6,5% em 12 meses a inflação já provoca estragos políticos, imagine-se o que pode acontecer nos próximos meses, quando o índice se aproximará perigosamente dos 7%.

É só fazer as contas. Se em junho se confirmar uma evolução do IPCA de 0,32%, como esperada pelo mercado, conforme a Pesquisa Focus do Banco Central, o avanço dos preços em 12 meses atingirá 6,76%. Dificilmente em julho ficará abaixo dos 6,60%. E, se a esticada das cotações do dólar no câmbio interno continuar puxando para cima os preços em reais dos produtos importados, é possível que em agosto a dose se repita.

Além de culparem a crise internacional pelas mazelas da economia, as autoridades da Fazenda até agora vinham repetindo que o refluxo da inflação era questão de tempo e que aconteceria espontaneamente, sem empenho da administração. Repetiam, também, que a alta dos alimentos seria revertida quando as boas safras agrícolas chegassem ao varejo e com a relativa estabilidade das cotações das commodities no mercado internacional. No mais, o governo trataria de acelerar novas concessões, sempre adiadas, de portos, aeroportos, ferrovias, rodovias e petróleo, providência que puxaria os investimentos e daria a sensação de que o governo não estaria parado.

Foram até aqui a aposta e a receita que acabaram desmoralizadas pelos fatos. A única maneira de virar esse jogo é providenciar um choque fiscal. Seria um pacote de decisões de credibilidade que se encarregassem de reequilibrar as contas públicas, hoje a caminho da desordem.

Os sinais emitidos ontem são em sentido contrário, como dito acima. O risco é de que as novas juras de austeridade não passem de recurso para comprar tempo até as eleições. Se a deterioração dos fundamentos da economia não for atacada com credibilidade, os mercados não esperarão, se anteciparão aos fatos. São reações que tendem a desencadear forças ainda mais desestabilizadoras.

EUA arrumam a casa - MIRIAM LEITÃO

O GLOBO - 13/06


ÁLVARO GRIBEL  E VALÉRIA MANIEIRO - INTERINOS

Os EUA conseguiram reduzir dois desequilíbrios nos últimos anos: nas contas públicas e no orçamento das famílias. O déficit do governo deve cair de 7% do PIB, em 2012, para 4% este ano. O endividamento dos consumidores recuou porque muita dívida já foi paga, mas também porque o preço dos imóveis e a bolsa subiram. Com essa melhora, os empresários ganham ânimo para contratar e investir. A roda gira.

Em resumo, essa é a explicação dada pelo economista José Júlio Senna, chefe do Centro de Estudos Monetários Ibre/FGV, para justificar a melhora da percepção do mercado em relação à economia americana. É isso que tem fortalecido o dólar nas últimas semanas, não só ante o real, mas também sobre várias outras moedas:
— A recuperação está claramente em curso. São indícios de que os EUA podem crescer mais forte em 2014. Isso fortalece o dólar porque os investidores começam a se antecipar a uma possível redução de estímulos por parte do Fed, o BC americano. Em algum momento, ele vai diminuir a injeção de dólares na economia que, hoje, está em US$ 85 bilhões por mês. Depois, mais para frente, vai elevar a taxa básica de juros.

A dívida das famílias americanas está caindo. No primeiro trimestre de 2009, auge da crise, ela chegou a 27% do patrimônio líquido. No primeiro trimestre deste ano, já havia sido reduzida a 19%, mais próximo da tendência histórica.

— Isso mostra que grande parte do ajuste no orçamento dos americanos já aconteceu. No mercado imobiliário, ainda falta completá-lo, mas a valorização dos imóveis e a redução do saldo das hipotecas vão ajudar nesse sentido — disse Senna.
A indústria americana tem tido uma recuperação lenta, mas, como se pode ver no gráfico, ela já está voltando ao mesmo nível do período pré-crise. O desemprego, depois de encostar em 10% no início do governo Obama, está em 7,6%. O PIB cresceu 2,4% no primeiro trimestre, anualizado, no mesmo ritmo da economia brasileira. Há sinais positivos que justificam o otimismo. O pior momento parece ter ficado para trás. 

Déficit zero: querer não é poder
O economista Fabio Giambiagi, especialista em contas públicas, é um dos defensores do déficit nominal zero no governo brasileiro. O problema, segundo ele, é que a implementação da ideia, hoje, é muito difícil em função da piora das contas públicas. O melhor momento, diz, teria sido 2005, época em que a então ministra Dilma Rousseff classificou a medida de rudimentar. “Hoje, estamos com Selic em viés de alta e o superávit primário em viés de baixa. Aquela foi uma oportunidade perdida. Déficit zero, a curto prazo, é uma impossibilidade matemática.” 

Gasto corrente sobe 7% este ano
Giambiagi afirma que o gasto corrente do governo subiu 7% de janeiro a abril, em termos reais, sobre o mesmo período de 2012. A piora das contas públicas torna mais difícil chegar ao déficit zero. “Em 2005, a despesa total primária do governo federal era de 20% do PIB. Em 2013, vai ser de 23%, sendo que a despesa com seguro- desemprego era de 0,6% do PIB e hoje é de 0,9%. Outras despesas de custeio e capital eram de 3,7% do PIB. Hoje, são de mais de 5%.”

Prostituição legal - MARCELO MITERHOF

FOLHA DE SP - 13/06

Sobre turismo sexual, uma prostituta me disse: 'Hotel ganha dinheiro com turismo, bar, garçom. E eu não posso?'


Há alguns anos fui assistir no festival de cinema do Rio o documentário "Mulheres Sem Piedade", do diretor alemão Lukas Roegler, que conta a história de nigerianas forçadas a se prostituir na Europa.

De distintivo, há a constatação de que a rede mafiosa é chefiada por mulheres e a forma de coerção: um pacto de sangue feito ainda na Nigéria entre as mulheres traficadas e um mestre de vodu.

O filme foi bom ao mostrar como uma crença pode moldar as atitudes humanas e que é possível romper com isso. Mas o melhor veio no debate após a sessão.

Após a exposição do diretor, foi a vez de Gabriela Leite, puta e ativista política, que destacou a dificuldade de compreensão acerca da prostituição, expressa, por exemplo, no combate ao turismo sexual, dizendo algo como: "Se hotel ganha dinheiro com turismo, botequim, garçom e tanta mais gente ganham dinheiro com o turismo, por que puta não pode fazer o mesmo?".

Da plateia, houve a fala de um antropólogo --holandês, creio--, destacando que entre as pessoas que conhece e com quem faz sua pesquisa sobre prostituição em Copacabana, seria possível encontrar cinco que foram vítimas de tráfico humano para fazer um filme parecido ao que tinha sido apresentado pouco antes.

Entretanto, por mais terrível que isso seja, não discute o mais importante: a prostituição é predominantemente uma atividade livre e feita por pessoas adultas.

Não tenho restrição moral contra a prostituição, pois adultos devem poder decidir livremente em que condições querem fazer sexo. Mas a situação de pobreza que força mulheres a se prostituírem me fazia vê-las apenas como vítimas. Esse debate mudou minha opinião: é preciso regulamentar o exercício da profissão.

Afinal, ela é um jeito legítimo de buscar uma atividade mais rentável e autônoma. Mas mantê-la no gueto, submetida à violência da polícia --no Brasil, prostituição não é crime, mas é possível enquadrá-la como ato obsceno ou atentado ao pudor-- ou de seus "protetores", prejudica demais a vida desses profissionais.

O regramento, como usual quando o Estado intervém nas vidas privadas, deve ser parcimonioso: é razoável, por exemplo, exigir exames médicos regulares e definir espaços nas ruas para a prática do "trottoir".

Claro, a prostituição infantil e o tráfico humano devem continuar sendo um crime grave. Porém, é preciso legalizar o agenciamento e os bordéis. Não há razão para proibir práticas comuns de mercado, como a intermediação comercial e a provisão de infraestrutura para um serviço, se elas são feitas livremente.

Não é fácil garantir uma liberdade individual se a maioria é contra, em especial quando há grupos politicamente ativos, como os religiosos. Esse é um conflito intrínseco à democracia, mas é preciso achar um jeito de priorizar os direitos civis.

Nesse sentido, foi alvissareiro ver o médico infectologista Dirceu Greco, ex-diretor do departamento de DST do Ministério da Saúde, no programa "Entre Aspas", da Globonews.

Greco foi sereno ao dizer que é uma vitória ter trazido a discussão à tona, mesmo isso tendo levado à sua demissão. Além disso, se contrapôs ao conservadorismo, que não se limita aos grupos religiosos, mas em alguma medida também existe em parte do movimento feminista.

Presente no mesmo programa, a socióloga e especialista em gênero Rosana Schwartz mostrou certo desconforto com a frase da campanha que detonou a polêmica --"eu sou feliz sendo prostituta"--, alegando que suas pesquisas apontam que apenas 5% ou 6% delas seriam felizes com sua profissão.

Rosana prefere que tivesse sido usada outra frase, que enfatizasse a necessidade de se proteger.

Greco lembrou que as frases da campanha são de prostitutas e que havia mais de uma sobre a proteção, como: "Eu não posso ficar sem a camisinha, meu amor".

Ele também destacou que a felicidade não está (necessariamente, acrescento eu) na profissão em si, mas em poder ser feliz, mesmo ganhando a vida de um jeito difícil, como em muitas outras profissões.

Ninguém precisa gostar da prostituição, mas o mundo fica melhor se tentamos entender as razões alheias. Nesse sentido, sugiro a leitura do livro de Gabriela Leite "Filha, Mãe, Avó e Puta".

Pavio curto - VERA MAGALHÃES - PAINEL

FOLHA DE SP - 13/06

Os novos protestos contra o reajuste das tarifas de transporte público em São Paulo previstos para hoje preocupam a cúpula da segurança pelo risco maior de confronto entre Polícia Militar e manifestantes. No quebra-quebra de terça-feira, a ordem na PM era não reagir. O Batalhão de Choque não foi acionado. Diante da depredação e da tentativa de linchar um policial, os ânimos estão mais acirrados na tropa. O comando insistirá para que os policiais não caiam em provocações.

Delegada 1 Está na mesa do governador Geraldo Alckmin um projeto em que o Estado pagaria gratificações a policiais nos horários de folga, como forma de reforçar o contingente de policiamento.

Delegada 2 A proposta, que cria uma espécie de operação delegada estadual, é semelhante à apresentada há uma semana pelo ex-prefeito Gilberto Kassab, mas foi enviada ao Bandeirantes antes pelo comandante-geral da PM, coronel Benedito Meira.

Revezes Há obstáculos jurídicos para que se adote as horas extras estaduais para PMs. Os policiais poderiam pleitear a incorporação dessas gratificações aos salários e, depois, à aposentadoria.

Amor em SP Antes de embarcar de volta de Paris para São Paulo e em meio à onda de protestos, Alckmin postou no Instagram foto em que ele e a mulher, Lu, aparecem jovens e abraçados, com a mensagem: Minha namorada há mais de 34 anos''.

Eu sozinho A defesa que o procurador-geral do Estado, Elival da Silva Ramos, fez da concentração do poder de investigar autoridades nas mãos do chefe do Ministério Público não tem aval do governador, dizem auxiliares.

Talismã Diante da notícia de que Eduardo Campos (PSB-PE) e a mulher, Renata, esperam o quinto filho, aliados do governador lembram que dois herdeiros nasceram durante campanhas do pai.

Petit comité Dilma Rousseff se reuniu anteontem no Palácio da Alvorada com o marqueteiro João Santana e ministros para, além de avaliar as recentes pesquisas de popularidade, discutir se deve mesmo gravar pronunciamento de TV sobre o Minha Casa Melhor.

Receita Aconselhada a tomar uma "injeção de Lula'', a presidente cancelou a viagem que faria ao Rio hoje para se encontrar com o ex-presidente em evento do PT no Paraná. Dilma remarcou para amanhã a ida ao Rio para anunciar obras na Rocinha.

Bolão Devido aos recentes recados de Dias Toffoli, integrantes da corte e do governo apostam que o ministro pode seguir voto de Gilmar Mendes no mandado de segurança contra o projeto que inibe novos partidos. A proposta interessa a Dilma.

Bombeiro Advogado de Lindbergh Farias (PT-RJ) no STF, Márcio Thomaz Bastos vai pedir uma reconsideração do despacho em que Toffoli determinou quebra de sigilos do senador para apurar suposto desvio no fundo de pensão de Nova Iguaçu.

Prestígio Dois dos três novos ministros do STJ nomeados ontem foram apoiados por Ricardo Lewandowski: os desembargadores Regina Helena e Paulo Dias. O ministro do STF foi avisado previamente sobre as escolhas.

Vem comigo Foi Dilma quem convidou Alexandre Padilha (Saúde), na última hora, a integrar sua comitiva a Portugal. Pego de surpresa, o ministro não conseguiu ir no mesmo voo da presidente.

Visita à Folha Samuel Pessôa, economista, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço.

com ANDRÉIA SADI e BRUNO BOGHOSSIAN


TIROTEIO

"O ministro parece desconhecer a competência da PF, que deveria se concentrar em conter a entrada de armas e drogas no Brasil."

DO VEREADOR FLORIANO PESARO (PSDB-SP), sobre pedido de informação feito à PF por José Eduardo Cardozo (Justiça) sobre protestos em São Paulo e no Rio.


CONTRAPONTO

Couvert artístico


A comissão da Câmara dos Deputados criada para acompanhar as investigações sobre o incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), discutia anteontem a criação de uma nova lei sobre prevenção e combate a incêndios no país, quando o coordenador do colegiado, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), passou a palavra à deputada Elcione Barbalho (PMDB-PA), ex-mulher de Jader Barbalho e relatora do projeto.

Mas o petista equivocou-se e chamou-a "Alcione". Bem-humorada, a deputada corrigiu o colega:

--A Alcione é a que canta. Eu sou a que encanta!

Descaso com a paixão nacional - ILIMAR FRANCO

O GLOBO - 13/06

A Receita decidiu jogar duro com os clubes de futebol brasileiros. Ela tem se negado a parcelar as dívidas dos clubes, que somam cerca de R$ 4 bilhões. As propostas de renegociação que a Receita apresenta não são sustentáveis pela realidade econômica do nosso futebol. Estão à beira de penhora e sequestro de bens o Fluminense, o Botafogo, o Vasco da Gama e o Palmeiras, entre outros.

Verdadeiro ou falso?
Sobre a dubiedade da governadora Rosalba Ciarlini (RN) na sucessão presidencial, o presidente do DEM, José Agripino (RN), diz: "Os gestores fazem política de boa vizinhança com o governo federal". Sobre o apoio à presidente Dilma pelos governadores do PSB, o líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS), afirma: "A virulência do governo Dilma é grande. É defender o Eduardo Campos e o governador perde as verbas". Sobre prefeitos do PT defenderem uma aliança com o PMDB na sucessão do Rio, o senador Lindbergh Farias (PT) explica: "Eles precisam do apoio do governo Cabral". Quem tem razão? Só o tempo dirá. Façam suas apostas!

"A situação financeira dos clubes é caótica. Podemos chegar em 2014 com estádios de primeiro mundo, mas com os clubes fechando as portas" 

Francisco Dornelles Senador (PP-RJ), ex-ministro da Fazenda e ex-secretário da Receita

Os xiitas
Dirigentes esportivos relatam que negociadores do governo ameaçam reter a receita dos clubes na Timemania, loteria da CEF. O Brasil representa 2% do PIB do futebol mundial e, com clubes falidos, não chegará aos 30% da Inglaterra.

O contra-ataque
O Diretório Regional do PT vai se reunir domingo, e os que defendem a candidatura própria ao governo querem aprovar censura ao prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, por este defender aliança com o PMDB para apoiar Luiz Fernando Pezão.

Frase
“A situação financeira dos clubes é caótica. Podemos chegar em 2014 com estádios de primeiro mundo, mas com os clubes fechando as portas” Francisco Dornelles Senador (PP-RJ), ex-ministro da Fazenda e ex-secretário da Receita

O legado da Copa
A presidente Dilma anunciará hoje a entrega de seis caminhões que funcionam como Centro de Comando Móvel, e outros equipamentos de segurança de alta tecnologia, para as seis capitais-sede da Copa das Confederações. No ano que vem, as outras seis capitais, que vão receber jogos da Copa do Mundo, também receberão os seus.

Correndo atrás da verba desviada
Até maio, o Ministério do Turismo abriu 1.490 processos de Tomada de Contas, relativos a R$ 305,7 milhões em repasses para convênios. Desse total, 114 processos foram para o TCU, com prejuízo comprovado de R$ 23,4 milhões.

Dupla jornada
O candidato do PSB à Presidência, o governador Eduardo Campos (PSB-PE), compatibilizará a campanha eleitoral de 2014 com a atenção a um recém-nascido. Renata, sua mulher, está grávida do quinto filho, que nascerá no fim do ano.

Carta branca
Para aplacar a ira do PMDB, o ministro Aloizio Mercadante (Educação) comunicou ontem, a líderes do PMDB e do PT, que ministros novos, como Antônio Andrade (Agricultura) e Moreira Franco (Aviação Civil), ao promoverem mudanças na montagem de suas equipes, devem fundamentar bem, para o Planalto, mudanças e indicações.

O pedetista Sérgio Vidigal volta à Secretaria de Políticas Públicas do Ministério do Trabalho. Ele ocupou o cargo na gestão de Carlos Lupi.

O combate de Jacob Gorender - EUGÊNIO BUCCI

ESTADÃO - 13/06

Morreu nesta terça-feira, aos 90 anos, o militante comunista, historiador e intelectual Jacob Gorender. A voz aguda, contida, quase delicada, não denunciava a fortaleza moral e o texto destemido que marcaram seu caráter. Gorender não se dobrou a nada - não se dobrou ao dinheiro, não se dobrou à pobreza, não se dobrou às chantagens psicológicas dos camaradas patrulheiros, não se dobrou à força bruta. É desses que deixam por biografia uma linha reta e austera. Seguiu seu próprio pensamento, seu próprio juízo, e nos legou uma obra essencial.

No final da década de 80, quando fui editor da revista Teoria & Debate (uma publicação trimestral ligada ao diretório paulista do Partido dos Trabalhadores), tive a honra de me aproximar desse grande homem. A primeira lembrança que guardo dele é o espírito crítico. Naquele tempo, quando a ortodoxia fanática ainda ditava - por inacreditável que possa parecer - a postura da militância de esquerda, com uma descabida reverência em relação a nomes de criminosos como Joseph Stalin, Gorender ensinava a autonomia intelectual e a razão livre, atributos que carregava pelo menos desde os anos 50 e que lhe cobraram um preço demasiadamente alto.

Em 1990, ele concedeu a Alípio Freire e a Paulo de Tarso Venceslau uma entrevista que publicamos com destaque na Teoria & Debate. Num trecho particularmente saboroso de seu depoimento, Gorender contou um caso que ilustra muito bem a idolatria da mentalidade que vicejava em certos ambientes comunistas. Na década de 50, fora enviado pelo Partido Comunista à União Soviética (PCUS) para integrar um programa de estudos marxistas. Estava em Moscou quando a cúpula bolchevique começou a revelar os chamados "crimes de Stalin", que dariam o tom dos debates no 20.º Congresso do PCUS, em 1956. Em reação àquelas denúncias, facções de stalinistas começaram a negar sistematicamente as barbaridades pelos próprios dirigentes soviéticos.

Passemos a palavra a Jacob Gorender: "Durante o curso (que fazia em Moscou), realizou-se o 20.º Congresso do PC da União Soviética. O (Diógenes de)Arruda foi ao congresso como representante brasileiro, e a ele se juntaram (Maurício)Grabois e Jover Telles, participantes do curso em Moscou. Para nossa surpresa, o jornal Pravda começou a publicar artigos e discursos de vários dirigentes com críticas a Stalin. Depois, veio o famoso informe confidencial de Kruchev. Não o lemos porque não nos foi distribuído. Só circulava dentro do âmbito do próprio PCUS. Mas nós ouvimos conferências de professores que nos transmitiram seu conteúdo. O informe fez a primeira revelação oficial de parte dos crimes de Stalin. Esse congresso vai abalar o PCB. Em maio de 1956, o informe foi publicado na íntegra pelo The New York Times e pelos grandes jornais do mundo inteiro. Aqui no Brasil ele foi, a princípio, declarado falso pelos comunistas. Porém, Arruda, ao regressar da viagem, confirmou a autenticidade do documento".

Na ocasião, os militantes do PCB liam aqui, neste jornal, as notícias que desmascaravam as engrenagens genocidas da burocracia stalinista e achavam que tudo não passava de uma campanha difamatória engendrada pelo imperialismo. Não era possível, diziam. Aquilo só poderia ser uma falsificação, só poderia ser propaganda anticomunista. Ficaram chocados quando os delegados brasileiros ao 20.º Congresso começaram a voltar e confirmaram: o material que a imprensa burguesa publicava era apenas a verdade. Foram tempos traumáticos para os marxistas, um mundo de utopias desmoronava. Gorender teve, ainda, uma decepção extra. Em sua volta de Moscou, fez escala na Hungria, onde viu a invasão dos tanques soviéticos oprimindo a nação, que tentava se sublevar. Tornou-se ainda mais avesso aos burocratas, mas não arredou pé do sonho de igualitarismo, pelo qual também pagou muito caro.

Em 1967 foi expulso do PCB. Criou o PCBR. Em 1970 foi preso e condenado a cumprir pena de dois anos. Como tantos outros, foi torturado. Durante o encarceramento, conseguiu manter uma atividade profissional regular, que permaneceu em segredo até muito recentemente. De dentro de sua cela na prisão, atuou como consultor e tradutor das coleções Os Pensadores e Os Economistas, então publicadas pela Abril Cultural, cujo diretor era Pedro Paulo Poppovic. Dona Idealina, esposa de Gorender, servia de intermediária. Ela saía do presídio, após visitar o marido, carregando uma dessas sacolas que as donas de casa usavam para ir à feira, cheia de laudas. Eram textos traduzidos do alemão ou do francês que, depois, em páginas de livro, abasteceriam a cabeça e a imaginação dos leitores. Naturalmente, aquele trabalho, embora remunerado, não teve crédito, posto que era feito na clandestinidade, mas uma das edições de O Capital da Abril Cultural, esta com o selo da coleção Os Economistas, teve a (longa) introdução assinada por Jacob Gorender.

Quando frequentava a redação de Teoria & Debate, ainda se dizia comunista, sem a menor hesitação, mas não pactuava com qualquer forma de opressão do pensamento. Seguiu seu destino, em sua linha reta. Seu livro Combate nas Trevas, de 1987, que reconstitui a saga das organizações de esquerda se esfacelando e se reagrupando em siglas intermináveis durante os anos de repressão mais sangrenta, inscreve-se como um marco inaugural na tentativa, ainda inconclusa, de desvelar uma história sombria: a história das torturas e dos assassinatos praticados por agentes públicos contra cidadãos desarmados, imobilizados e indefesos.

Gorender encarou trevas espessas: as do stalinismo, as da ditadura militar e as do fanatismo, do mais comezinho ao mais totalizante. Deixa uma herança de luz. Foi generoso e acolhedor com aqueles que eram menores, muito menores do que ele. Foi uma prova de que a humanidade pode ser melhor do que é. Venceu seu combate, embora ainda haja trevas a combater.