sábado, janeiro 29, 2011

EU

DEMOCRACIA? NEVER
EU


Sai Hosni Mubarak entra quem? Os filhotes de Bin Laden?
Juntando Alá, Jesus Cristo, BUNDA, Hare Hare, São Lula e o cacete a quatro, não tem quem resolva esse nó.
Isso é nó cego, só sai na faca.

AUGUSTO NUNES

Dilma esquece a contagem dos mortos para contar vantagem e troca a carranca de luto pelo sorriso de aeromoça de Tupolev
AUGUSTO NUNES
VEJA ON-LINE

Quem ensinou a Dilma Rousseff que carranca não rima com política precisa explicar-lhe urgentemente que, em certas ocasiões, a mostra de todos os dentes pode ser mais perturbadora que a cara de professora de matemática que reprova até gênio da raça. Foi assim na visita ao túmulo de Tancredo Neves, quando a candidata em campanha resolveu estrear num cemitério o sorriso de aeromoça de Tupolev. Foi assim na quinta-feira, quando reprisou a alegria fora de hora na visita ao Centro de Operações do Rio.

Enquanto prossegue a contagem dos mortos na Região Serrana, a presidente, escoltada pelo também sorridente Sérgio Cabral, gastou o dia contando vantagem em parceria com Eduardo Paes. Teve de conter a euforia ao ouvir do prefeito que a cidade será monitorada 24 horas por dia pelo centro, concebido para identificar a tempo quaisquer perigos que possam resultar em situações de emergência. Desastres naturais semelhantes ao que devastou a Região Serrana, por exemplo, serão detectados com dois dias de antecedência.

“Aqui estamos vendo o futuro: vocês estão um passo à frente do Brasil”, festejou Dilma Rousseff. É outro palavrório cretino, mas não deixa de fazer sentido. Por estarem um passo à frente do resto do país, os cariocas terão 48 horas para tentar salvar-se por conta própria, simultaneamente, do dilúvio e da incompetência dos pais-da-pátria — uma associação letal cujo poder de destruição os habitantes da Região Serrana descobriram tarde demais.

Agora o país inteiro sabe que é inútil pedir socorro ao governo. Melhor rezar para não chover. O Sistema Nacional de Defesa Civil inventado por Lula só existe na papelada registrada em cartório que descreve um país do faz-de-conta. O Sistema Nacional de Prevenção e Alerta de Desastres Naturais prometido há dias por Dilma vai demorar pelo menos quatro anos. Se o Centro de Operações do Rio localizar uma tragédia em gestação, o governo federal não fará mais que antecipar os votos de solidariedade às famílias atingidas pela inclemência da natureza.

Na quinta-feira, Dilma, Cabral e Paes não perderam tempo com os mortos da Região Serrana. (Eram 847 no fim da tarde de sexta-feira. Logo passarão de mil). A festinha no Centro de Operações foi armada para mostrar aos cartolas muito vivos da Fifa e do Comitê Olímpico que a cidade mais bela do mundo é também a mais segura. Está pronta para a Copa do Mundo e a Olimpíada. Com chuva ou sem chuva.

O espetáculo do cinismo e da ganância não pode parar. O sorriso da turma sublinha a expressão beatífica de quem contempla verdes campos de dólares ou descansa à sombra das licitações em flor.

HÉLIO SCHWARTSMAN

"Bismillah"
HÉLIO SCHWARTSMAN
FOLHA DE SÃO PAULO - 29/01/11

SÃO PAULO - "Bismillah al rahman al rahim". Em nome de Deus, o clemente, o misericordioso. Não sei quais são os planos de Allah para Hosni Mubarak e o Egito, mas devo confessar que estou dividido.
É sempre um prazer ver ditadores levando a pior. Mas -sempre há um "mas"-, na hipótese de Mubarak ser mesmo defenestrado, é pouco provável que o Egito se converta numa república anarco-autonomista. Como a política tem horror ao vácuo, alguém ou alguma estrutura de poder ocupará o lugar vago.
No momento, vislumbram-se dois candidatos. O ex-diretor da agência nuclear da ONU e prêmio Nobel da Paz, Mohamed ElBaradei, viajou às pressas para o Cairo para tentar surfar na onda do movimento, cacifando-se como líder unificador da oposição. Tem a seu favor uma boa reputação internacional. Contra si, há o fato de que é quase um estrangeiro (vive no exterior há décadas) e pode ser facilmente rotulado como um Mubarak "light" (sua eventual ascensão representaria mais uma troca de guarda do que uma verdadeira revolução).
Um candidato mais verossímil é a Irmandade Muçulmana, grupo islâmico que goza de bastante popularidade. Mesmo sendo ilegal, conseguiu fazer 88 deputados "independentes" (20% do Parlamento) no pleito legislativo de 2005.
O problema com a Irmandade Muçulmana é que ela é muçulmana demais. Uma de suas várias ramificações é o Hamas palestino que, depois que chegou ao poder na faixa de Gaza, passou a impor restrições de caráter religioso à população e a perseguir membros da oposição.
Uma possível entronização da Irmandade Muçulmana no Egito não só viraria do avesso a geopolítica do Oriente Médio como ainda poderia levar ao estabelecimento de uma nova teocracia na região.
Dá para conciliar um Estado religioso com democracia? Ou o regime de liberdades só é possível se houver uma forte laicização da sociedade, a qual ocorreu no Ocidente mas não no islã?

ps: O colunista escreve tbm na ''pensata''.Num de seus artigos,propunha aprender um idioma a cada 5 anos- dentre os quais o falecido Esperanto.E ele aprendeu ÁRABE tbm.E escrevo isso porque sempre tive a mesma filosofia.Mas confesso: Árabe e Alemão,não passei da primeira fase.De resto, me viro nos idiomas mais falados no mundo.

RUTH DE AQUINO

O vexame das aposentadorias
RUTH DE AQUINO
REVISTA ÉPOCA

Os benefícios concedidos a ex-governadores e a seus herdeiros são um roubo e desmoralizam os políticos
Época
RUTH DE AQUINO
é diretora da sucursal de ÉPOCA no Rio de Janeiro
raquino@edglobo.com.br
Causam asco as aposentadorias inconstitucionais, milionárias e vitalícias de ex-governadores e seus herdeiros. Esses benefícios são um roubo e desmoralizam a profissão de político. Em toda a sua vida ativa, o cidadão comum e assalariado é chamado de “contribuinte”. O nome é correto. Contribuímos ao pagar impostos. No Brasil, infelizmente, os impostos são escorchantes e não servem para seu fim mais nobre.
Em países civilizados, essa contribuição tem um sentido público claro. Medicina e educação costumam ter qualidade e ser gratuitas. Quantos de nós pagaríamos impostos com mais alegria se o dinheiro descontado mensalmente do salário financiasse serviços para os mais carentes e a classe média.
A aposentadoria máxima é de R$ 3.200 por mês para quem trabalha 35 anos. Mas os ex-governadores estão acima das regras. Mesmo que governem um Estado por apenas alguns dias, podem ganhar aposentadoria de R$ 10 mil a R$ 24 mil. Para sempre, até morrer. E, após a morte, as viúvas assumem integralmente o benefício(leia mais).
O Supremo Tribunal Federal, em 2007, considerou inconstitucional a aposentadoria de Zeca do PT, ex-governador de Mato Grosso do Sul. Mas o STF é mais lento quando a ação se destina a derrubar a mesma lei no Maranhão. Essa ação “está tramitando” no Supremo. O alvo é o clã Sarney: José e a filha Roseana ganham pensão vitalícia de R$ 24 mil. São tantos os penduricalhos na conta do magnata da política José Sarney que, durante um ano, ele não percebeu que depositaram irregularmente o auxílio-moradia de R$ 3.800. Foram R$ 45 mil de “equívoco”, que depois ele afirma ter devolvido.
O senador, ex-presidente e ex-governador do Maranhão ganha subsídio de R$ 26 mil, verba para passagens, casa, gasolina, e ainda por cima uma pensão eterna. Como descobrir aquilo a que não tem direito? Sarney tem direito a tudo, mesmo que seu Maranhão tenha indicadores sociais lamentáveis. Como disse o ex-presidente Lula, Sarney “não pode ser julgado como um homem comum”.
A OAB entrou no Supremo, na sexta-feira, com ações de inconstitucionalidade contra as aposentadorias de ex-governadores de dois Estados: Sergipe e Paraná. As pensões são descritas como “grave ofensa ao princípio republicano”.
Os benefícios concedidos a ex-governadores e a seus herdeiros são um roubo e desmoralizam os políticos
O Paraná é um caso especial e curioso de hipocrisia. Não contente com os R$ 18 mil mensais que recebeu de pensão nos últimos meses, o senador tucano Álvaro Dias pediu à Justiça mais de R$ 1,5 milhão de benefícios retroativos pelo período em que governou o Paraná, de 1987 a 1991. Depois de flagrado, disse que a dinheirama seria para doar a uma instituição assistencial que mantém uma creche em Curitiba. “Centavo por centavo”, diz ele. Você acredita?
Digamos que sim. Que Álvaro Dias seja um senador beneficente, em busca de uma vaga no reino dos céus. Mas o senador por acaso sabe que caridade se faz com o próprio dinheiro, e não com o dinheiro de seus eleitores? Eles podem preferir doar para cegos, órfãos, idosos. Ou simplesmente não doar o que não têm, porque ainda sonham com impostos menores e mais justos no Brasil. Como disse o presidente da OAB, Ophir Cavalcante, “queremos estancar essa sangria com dinheiro público”.
É estranho que uma imoralidade como essa seja praticada em vários Estados há anos, sem que ninguém se rebele. Ninguém sabia de nada? Fala-se tanto de rombo na Previdência. Nós pagamos mais de R$ 30 milhões por ano de pensões para ex-governadores de todos os partidos. São os mesmos políticos que, no Senado, querem a volta da CPMF porque a saúde está em frangalhos.
Por que o STF não cria uma regra para todo o país? Regrinha básica: “Ex-governadores não podem violar a Constituição nem meter a mão no bolso dos outros”. Dá para entender?
Queria dar voz a um leitor de Belo Horizonte, Luiz Antonio Mendes Ribeiro: “Pura safadeza! Esses políticos desrespeitam as leis, engendram mutretas para se locupletar e não se envergonham de nada. Vamos dar um choque de decência nisso”.
Vamos mesmo?

DIOGO MAINARDI

Macacos, sexo e Michelangelo
DIOGO MAINARDI

REVISTA VEJA

Gorila e Juízo final - Jared Diamond vislumbra o apocalipse ecológico e nuclear. Isso também está no Velho Testamento, ilustrado na Capela Sistina, no Juízo Final. Sim: em 40 000 anos, nós, chimpanzés superdotados, conseguimos fazer a Capela Sistina. Mas chegará o dia em que voltaremos a comer larvas de cupim
O pênis ereto de um gorila mede 4 centímetros. Foi por isso que nós fizemos a Capela Sistina, enquanto os gorilas só aprenderam a comer larvas de cupim.
A teoria é do americano Jared Diamond, autor de O Terceiro Chimpanzé, que chegará no próximo dia 18 às livrarias brasileiras, publicado pela Editora Record. Jared Diamond é um misto de Charles Darwin com Carrie Bradshaw, a protagonista de Sex and the City. Se Carrie Bradshaw fosse uma gorila, ela poderia anotar em seu computador, como anotou Jared Diamond:
— Por que os humanos copulam privadamente, se todos os outros animais sociais copulam em público?
Segundo Jared Diamond, a espécie humana evoluiu a partir de seu comportamento sexual. Mais importante do que o tamanho de nosso cérebro — que é 10% menor do que o do homem de Neandertal — é o tamanho de nosso apetite e, principalmente, de nosso aparato sexual. De fato, se Carrie Bradshaw fosse uma gorila, ela jamais encontraria um Mr. Big.
Em O Terceiro Chimpanzé, Jared Diamond trata de outros temas, além da Teoria do Tamanho do Pênis. Ele trata também da Teoria do Tamanho dos Testículos, da Teoria do Tamanho dos Mamilos e, por fim, da Teoria da Ruiva Peituda.
Nas últimas décadas, a biologia se transformou numa Galápagos intelectual, em que darwinistas das mais variadas espécies competem entre si, apresentando teorias extravagantes para se adaptar ao ambiente editorial e televisivo. Os mais bem-sucedidos divulgadores do darwinismo vendem livros como se fossem larvas de cupim e ganham documentários produzidos pela National Geographic Society. Foi exatamente o que ocorreu com Jared Diamond. Se Stephen Jay Gould e Richard Dawkins podem ser considerados o albatroz e a tartaruga-gigante da Galápagos darwinista, Jared Diamond posiciona-se imediatamente abaixo deles, como uma iguana do evolucionismo.
Jared Diamond estudou medicina. Depois de uma viagem a Papua-Nova Guiné, em que conheceu os membros de uma tribo de homens da Idade da Pedra, ele converteu-se em ecologista, em pacifista e em autor de ensaios sobre a origem da humanidade.
O Terceiro Chimpanzé foi publicado nos Estados Unidos em 1991. Foi o primeiro livro de Jared Diamond. Nele se encontram praticamente todas as ideias que seriam desenvolvidas em seus trabalhos seguintes. Em Why Is Sex Fun?, de 1997, Jared Diamond ampliou sua Teoria do Tamanho do Pênis, constrangendo novamente os gorilas. Em Armas, Germes e Aço, também de 1997, ele tentou explicar por que, em nossa história, um povo sempre procurou exterminar o outro — tema da parte final de O Terceiro Chimpanzé.
Nosso DNA é 98,8% igual ao de um chimpanzé. Geneticamente, um chimpanzé é mais próximo de um homem do que de um gorila. Há o chimpanzé comum. Há o chimpanzé pigmeu. Para Jared Diamond, o homem é uma terceira espécie de chimpanzé. Somos ligados como Tarzan e Chita. Como foi que Chita conseguiu fazer a Capela Sistina? Qual foi o elemento que, em apenas 40.000 anos, possibilitou que a humanidade abandonasse as cavernas e desse seu “Grande Salto para a Frente”?
A resposta, segundo Jared Diamond, é a linguagem falada. O aparelho vocal humano, em algum momento de nosso caminho evolutivo, transformou-se, diferenciando-se do de outros primatas e permitindo que nossos antepassados pronunciassem e articulassem uma série de novos sons. Esses novos sons deram origem a uma língua comum, extremamente rudimentar, cuja raiz sobrevive até hoje, em particular na fala de Dilma Rousseff. Através dessa língua comum, passamos a transmitir uns aos outros conhecimentos que possibilitaram o desenvolvimento da agricultura, do pastoreio, da roda e do adestramento de cavalos.
Nada disso teria ocorrido, porém, se nossas necessidades sexuais fossem iguais às de um chimpanzé ou às de um gorila. Contrariamente ao que acontece com os outros primatas, “os pais humanos oferecem às suas parceiras muito mais do que o esperma”. De fato, eles cuidam de seus filhos e se responsabilizam por eles, a fim de garantir a disponibilidade sexual de suas mulheres. A linguagem falada, de acordo com Jared Diamond, desenvolveu-se no ambiente familiar. Em primeiro lugar, para determinar o papel de cada um de seus membros. Em segundo, para estabelecer normas e leis que assegurassem aos homens que seus filhos eram seus, e que eles herdariam seus bens.
Os evolucionistas debocham dos criacionistas, mas o Velho Testamento, ilustrado na Capela Sistina, já contou essa história. Veja o Pecado Original. Veja nossos antepassados sendo expulsos do Jardim do Éden e dando origem à sociedade humana. Veja Noé nu e embriagado. No fim de O Terceiro Chimpanzé, Jared Diamond vislumbra o apocalipse ecológico e nuclear. Isso também está no Velho Testamento, ilustrado na Capela Sistina, no Juízo Final. Sim: em 40.000 anos, nós, chimpanzés superdotados, conseguimos fazer a Capela Sistina. Mas chegará o dia em que voltaremos a comer larvas de cupim.

IVAN ÂNGELO

Prédio novo
 Ivan Angelo
REVISTA VEJA - SP



Tardezinha, homem vacilando entre a sesta e a televisão. Ele estava imerso naquela fuga da realidade que é “assistir sem assistir” à televisão, quando um som de música absurdamente alta irrompeu em sua sala com guitarras, bateria, sub woofer, tum-tum-tum, tibum-tibum. Vinha do apartamento ao lado, entrava pela parede e pelo hall. Recém-instalado no prédio novo, com vizinhos de hábitos desconhecidos, o homem temeu por seu futuro. Aquilo durou uns seis minutos e parou. Concluiu que o vizinho estivera testando os limites do seu home theater novo. O estrondo não se repetiu desde então, mas a bomba está lá, armada, pensa o homem, e não tira da cabeça o temor de nova e mais demorada invasão de sons infernais

Vizinhos são assim, incertos como loteria. E prédios novos são bombas armadas. O barulho é o campeão dos conflitos. Laje, piso e contrapiso comuns não seguram ruídos de saltos de sapatos, bolinha quicando, tropel de crianças, som alto de música ou televisão, movimentação de móveis, discussões, sopapos. Sábia, a mulher do homem havia mandado instalar, durante a construção, dupla manta acústica sob o contrapiso do apartamento de cima e também do seu próprio, sabendo que as construtoras fazem lajes cada vez mais finas para economizar material.

Sabia que os sons não são assim dóceis, descobrem passagens pelos conduítes e caixinhas dos interruptores e tomadas. Nos prédios de dois apartamentos por andar, as unidades são espelhadas e muitas vezes as caixinhas de um lado correspondem a caixinhas do outro lado. No prédio novo, uma parede separava as suítes principais dos dois vizinhos. A mesma sábia mulher, ciosa da sua intimidade, mandou mudar de lugar a caixinha da cabeceira da cama e entupir o conduíte com lã de rocha.

Com as primeiras famílias já morando, condôminos começam obras de reforma. Novos proprietários gostam de dar um toque pessoal ao novo apartamento. Não apenas um toque, na verdade; gostam de derrubar paredes, trocar pisos e azulejos, mudar fogão, abrir vãos, bolar teto, ampliar lavabo, incrementar iluminação. Poderiam ter dispensado o acabamento no final da construção, mas preferem quebrar tudo depois que a construtora entrega o apartamento acabado. A barulheira, o pó e o desgaste dos elevadores duram seis meses, no mínimo.

Aos poucos, cresce o número de moradores. Começam os problemas nas garagens. Reclamam que os fluxos estão errados, as colunas estão erradas, os portões estão errados, a segurança é precária... São quatro vagas por unidade, muitas inadequadas para carros maiores. Logo um ou outro precisa trocar o jipão por um compacto ou negociar a vaga ao lado. Uns mais folgados começam a estacionar em vagas vazias que não lhes pertencem, mais bem colocadas, o que leva a demoradas discussões nas primeiras assembleias de moradores.

No dia a dia, constatam que a limpeza está péssima, os equipamentos da sala de ginástica vivem cobertos de pó, os brinquedos do playground deixam as crianças imundas, uma das faxineiras empurra água suja para dentro da piscina... Ó céus. Uma assembleia decide terceirizar a limpeza.

Alguns trazem cachorros, claro. Aparece um cheiro desagradável de xixi no elevador social. Daí a pouco, descobrem-se outras obras caninas no gramado do campo de futebol. Assembleia convocada às pressas decide: cães não podem passear nas dependências do condomínio; nos elevadores, só no colo. E se alguém trouxer um labrador?

O mais recente problema: uma jovem está fazendo topless na piscina. Nada ostensivo ou ofensivo. Chega com as duas peças no lugar, procura espreguiçadeira livre ao sol, senta-se, tira a peça de cima, deita-se de bruços por uns vinte minutos, senta-se sem tomar o cuidado de guardar as coisas, deita-se de costas, ajeita male-male a peça solta sobre as graças, cobre o rosto com o chapéu, fica mais vinte minutos, senta-se, veste a peça sem pressa, toma uma chuveirada e se vai.

Não há nada previsto quanto a isso na convenção de condomínio. Cogita-se uma assembleia para discutir o assunto. Os homens acham que já houve assembleias demais para um prédio tão novo, fazem corpo mole. Enquanto isso, aproveitam o verão.

GOSTOSA

AARON DAVID MILLER

O sepultamento do processo de paz 
AARON DAVID MILLER 

O Estado de S.Paulo - 29/01/11

Alguém deve realmente odiar o processo de paz entre árabes e israelenses. Exatamente quando se pensava que as coisas não poderiam ficar piores, aparece a versão palestina do WikiLeaks. Os documentos divulgados pela Al-Jazira não significam o fim das negociações, mas são um golpe para a Autoridade Palestina (AP) e arrefecerão o pragmatismo por muito tempo.

O episódio reflete também alguns problemas sérios subjacentes nesse processo de paz que impedem um avanço rápido e fácil no futuro. Em primeiro lugar, para quem acompanhou seriamente as negociações durante a última década não é uma surpresa a dos palestinos: sua disposição em reconhecer a soberania israelense sobre áreas de assentamentos que disputadas em Jerusalém Oriental, trocas territoriais, limite no número de refugiados com permissão para retornar, tudo isto é público desde a reunião de cúpula de Camp David, em 2000.

Essas posições reveladas em "documentos oficiais" passam a ser vistas sob um ângulo diferente. No entanto, quem acompanha o caso nunca concluiria que a AP, repentinamente, decidiu pôr à venda o patrimônio palestino ou trair as aspirações nacionais. Suas posições constituem os parâmetros públicos dentro dos quais israelenses, palestinos e americanos trabalham.

Em seguida, a pergunta é quanto ao que essas posições representam. Nos últimos dez anos, em nenhum momento israelenses e palestinos estiveram próximos de um acordo. Os documentos refletem um período particularmente fértil de discussões entre o líder da AP, Mahmoud Abbas, e o então primeiro ministro Ehud Olmert. Nenhum acordo, porém, foi alcançado.

Na realidade, negociadores palestinos e israelenses se atêm à regra "nada está acertado até que tudo esteja acertado". Ela permite a um negociador investigar, colocar na mesa todos os tipos de posições e balões de ensaio e buscar a flexibilidade, demonstrando que ele próprio é flexível. Tudo isto pode ocorrer sem que um ou outro se comprometa com posições impossíveis. Ninguém estava vendendo uma fazenda ou uma loja. Estavam negociando.

O momento do vazamento também precisa ser avaliado quando se analisa as reações que ele provocou. Se isso tivesse ocorrido quando a situação era mais promissora, o alarde seria menor. Se ambos os lados estivessem próximos de um acordo, por exemplo, sobre o status de Jerusalém Oriental, o fato de os palestinos terem aceitado a soberania israelense sobre algumas áreas teria sido menos controvertido. Hoje, há muito desespero e os responsáveis pelos vazamentos se aproveitam da situação.

Infelizmente, vivemos em um mundo em que percepção é confundida com realidade. Esses documentos podem prejudicar a credibilidade de Abbas e reforçar a oposição interna contra ele. Os vazamentos também mostram problemas sérios nas negociações. Primeiramente, não há dúvida de que a diferença é grande entre o que a AP estava oferecendo e o que é aceitável para os palestinos comuns.

O fato de hoje os palestinos parecerem uma Arca de Noé - dois governos, dois serviços de segurança, dois grupos de financiadores - também é um problema. A questão principal, porém, é que AP e Israel não fizeram o necessário para convencer seus povos sobre as escolhas que devem ser feitas para se firmar um acordo.

Em segundo lugar, os vazamentos não têm a ver somente com os palestinos. Sabemos que Olmert estava disposto a ir mais longe do que seus predecessores em todas as questões, mas os documento mostram que, em pontos-chave, os israelenses não ofereceram nada em troca. Por isso, por mais prejudiciais que eles tenham sido para os palestinos, os israelenses também não fizeram boa figura.

Finalmente, as revelações arrefecerão um processo que já estava congelado. Os palestinos serão mais cautelosos. Os EUA terão mais dificuldades para obter flexibilidade de ambos os lados. Como me disse um negociador israelense, só há duas possibilidades: você pode estar morto ou morto e enterrado. O processo de paz está morto. Ele pode ressuscitar, mas as complicações causadas pelos vazamentos não dão confiança de que a nova vida será longa. / TRADUÇÃO TEREZINHA MARTINO

É ESPECIALISTA EM ORIENTE MÉDIO E FOI NEGOCIADOR DOS EUA NO PROCESSO DE PAZ ÁRABE-ISRAELENSE

GILLES LAPOUGE

A força da juventude 
GILLES LAPOUGE 

O Estado de S.Paulo - 29/01/11

A rua egípcia gritou sua cólera contra Hosni Mubarak, na saída da oração semanal nas mesquitas. Será o caso de ver isso como um eco, uma resposta à queda de outro tirano na vizinha Tunísia? Ou, ao contrário, deve-se avaliar que a violência no Cairo é específica do Egito? A relação com os tumultos na Tunísia são os próprios egípcios que proclamam. Os jovens do Cairo retomaram o slogan lacônico que os tunisianos gritaram para expulsar Ben Ali: "Fora!" Tanto no Cairo quanto na Tunísia, as ações são conduzidas por jovens e o fundamentalismo islâmico se mantém discreto. Enfim, tanto num lugar quanto no outro são pessoas não famintas, mas em risco de se tornar, e muito pobres que fazem soar o sino de finados dos tiranos.

Mas as diferenças são numerosas. A Tunísia pretendia-se moderna, tolerante e laica. O ditador Ben Ali não conseguiu destruir essa base. A Tunísia ignora a "sharia", a terrível justiça islâmica. A educação é notável e os jovens tunisianos são muito cultos. Enfim, a economia, embora continue pobre, é séria, bem orientada e não lembra em nada o caos monumental que é a economia egípcia. Outra diferença: a segurança. Nos dois casos, ela é opressiva. Mas, na Tunísia, ela estava nas mãos da polícia, não do Exército. E no Egito? Há a polícia, que conta 1,3 milhão de homens, pobres, analfabetos. O Exército, que é devotado a seu presidente, bem formado, tem 500 mil soldados.

Na Tunísia, são os jovens universitários desempregados que estão na origem dos tumultos. No Egito, quase não se veem estudantes. Eles estão lá, mas na espera. A rua do Cairo está entregue aos pobres, aos proletários. Por quê? A verdadeira razão é que as universidades egípcias são o reservatório do islamismo radical. O objetivo era, portanto, sair do confronto deletério: poder contra fundamentalismo islâmico. E fazer do movimento uma força bruta e revolucionária.

Toca-se aí num ponto essencial: o papel e o lugar do fundamentalismo islâmico nesses tumultos. Não esqueçamos que se o Ocidente sustentou por tanto tempo o tunisiano Ben Ali, foi justamente por causa do fundamentalismo islâmico.

Hoje, na Tunísia, talvez amanhã no Egito, a grande questão é justamente esta: ninguém duvida que os primeiros meses de um governo democrático serão dolorosos. Os tunisianos vão descobrir que os democratas não podem fazer milagres. É nesse período de instabilidade que os fundamentalistas islâmicos podem confiscar o destino da Tunísia.

Esses perigos não são fatais, mas também não são imaginários. Mesmo na Tunísia tão laica, tão inteligente, notam-se derivas obscuras. Há alguns meses, viu-se multiplicar o número de mulheres veladas nesse país modelo de emancipação feminina. O Egito também tem seus fundamentalistas islâmicos. Não esqueçamos que o detonador do fundamentalismo islâmico mundial encontra-se na figura da Irmandade Muçulmana.

Sobre esse ponto ainda, o Ocidente está condenado à sutileza: como encorajar os levantes pela liberdade sem abrir caminho para o fundamentalismo islâmico? O problema é que nesses assuntos, desde George W. Bush, o Ocidente raramente deu provas de sutileza. / TRADUÇÃO DE CELSO M. PACIORNIK

DEVER DE CASA

DANDARA TINOCO


Guerra de ex-companheiros

Dandara Tinoco
O GLOBO - 29/01/11


Eduardo Cunha e Garotinho trocam acusações no Twitter e em seus blogs

Aliados durante os oito anos de governo Garotinho/Rosinha no estado, o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e seu futuro colega de plenário Anthony Garotinho (PR-RJ) fizeram da internet arena para troca de ofensas e acusações. As denúncias de tráfico de influência em Furnas, publicadas pelo GLOBO, foram o estopim.

A briga começou na quinta-feira, quando Cunha disse que Garotinho e ele deveriam detalhar reuniões que tiveram, o que "contribuiria muito para o país" . Ontem, Cunha chamou Garotinho de "chefe de quadrilha" e insinuou que ele usaria laranjas. Já o ex-governador classificou Cunha de "muito baixo" e relembrou escândalos na Companhia Estadual de Habitação (Cehab) e na Prece, fundo de pensão da Cedae, nos quais o deputado estaria envolvido.

Ainda de madrugada, Cunha publicou em sua página no Twitter: "Quanto a Garotinho respondi a nota de seu blog e óbvio que respondo pelos meus atos assim como ele deveria responder pelos dele", referindo-se a uma declaração de Garotinho sobre as denúncias de Furnas. E emendou:

"Mas não é com ele essa briga, com ele se precisar sei como brigar. Ele que leve a vida dele e me esqueça, porque eu já o esqueci graças a Deus".

Garotinho havia dito na quinta-feira que há dois anos não fala com Cunha. O deputado desmentiu: "O Garotinho só não precisa mentir porque a última vez que ligou para pedir ajuda para se livrar de problemas foi em maio de 2010 faz (sic) 8 meses". Depois, Cunha desafiou: "@blogdogarotinho vamos fazer juntos em entrevista coletiva. A Cehab era sua,você era governador", acrescentando: "@blogdogarotinho quem está condenado criminalmente com pena de 2 anos e meio por ser chefe de quadrilha é você ". Cunha declarou ainda que "Garotinho é caso de polícia e não de política".

Em seu blog, Garotinho - que, procurado, não quis dar entrevista - escreveu uma nota desafiando o deputado para um debate na Câmara dos Deputados, após a posse. E afirmou que as denúncias contra ele foram articuladas pelo governador Sérgio Cabral e seus aliados e são "politicagem pura". A assessoria de imprensa de Cabral informou que o governador não comentaria as acusações.

No texto, Garotinho diz que "existem graves documentos" no Ministério Público nos quais o nome de Cunha aparece "em situações delicadíssimas". Ele ainda escreveu que, no fins de semana, Cunha "vai para Nova York, onde se hospeda em hotéis de luxo", citando supostas aplicações no mercado financeiro e uma mansão. O ex-governador termina o texto com uma ameaça: "Toma cuidado Eduardo, porque além da "casa cair" (Cehab) você também "pode entrar pelo cano" (Cedae). Acho bom o deputado Cunha, nos próximos dias, fazer uma boa PRECE, pois seus pecados são grandes. Quem quiser mais informações ligue para o juiz afastado Roberto Wider e seu lobista Eduardo Raschkovsky. Os dois sabem muita coisa da vida dele".

Horas mais tarde, Cunha também recorreu ao seu blog para atirar contra Garotinho. Em uma nota, cujo título foi "RESPOSTA A GAROTINHO: A pior aliança que realizei em toda a minha trajetória política foi com este cidadão, cujo nome é um plágio de um apresentador de rádio", Cunha acusa Garotinho de usar laranjas. "Tudo que tenho ou tive e tudo que gasto faz parte das minhas declarações de renda. Não possuo e nunca possuí bens e nem efetuei despesas em nome de laranjas, o que já não posso afirmar sobre ele", escreveu. No texto, Cunha rejeita o convite para debater com Garotinho na Câmara e diz que não será "escada" para o "palanque" do ex-aliado. O deputado critica ainda o fato de Garotinho fazer insinuações sobre órgãos do governo estadual do qual foi governador.

A discussão continuou no início da noite de ontem, quando Garotinho publicou nova nota, insinuando ligações de Cunha com a Delta Construções, empreiteira que mais recebe verbas do PAC no estado e foi sua doadora na campanha eleitoral. "Embora sabendo que o deputado gosta muito de laranja, recomendo que neste momento tome um suco de maracujá e sobrevoe o patrimônio que construiu praticando um esporte que ele gosta muito: Asa DELTA", escreveu o ex-governador, que falou sobre suposta interferência de Cunha na gestão dos Correios:

"Não vou lhe mandar estas palavras pelo Correio, porque corre o risco da diretoria do Rio extraviá-la, afinal, Eduardo diz que é o dono da situação".

Em entrevista, concedida por e-mail, Cunha disse que não chamou Garotinho de chefe de quadrilha, mas sim "reproduziu a decisão judicial que o condenou por esse motivo". Afirmou não ter provas de que o ex-governador usou laranjas: "Não acusei, apenas disse que não poderia afirmar".

Cunha falou sobre o pedido para que Garotinho revelasse o teor de suas reuniões: "Não fui eu quem me referi a reuniões e sim ele em uma menção a uma reunião que teve em 2002 com o então candidato ao Senado Hélio Costa, onde ele buscava apoio para a sua candidatura a presidente. Felizmente, o Hélio preferiu o Lula. Aí, achei deselegante revelar reuniões dessa natureza e disse que deveríamos detalhar todas". Segundo o deputado, Garotinho ligou para ele várias vezes, até maio do ano passado: "A última foi pedir para eu interferir para que a Rádio Melodia respondesse a uma demanda da Justiça Eleitoral sobre outdoors do seu programa de rádio".

Cunha negou que tenha participado de indicações na Prece. Ele não comentou as acusações de Garotinho e as denúncias sobre sua suposta interferência na gestão de Furnas.



Entenda a troca de acusações

Citadas pelo deputado federal Eduardo Cunha (PMDB) e pelo ex-governador Anthony Garotinho (PR), a Companhia Estadual de Habitação (Cehab) e a Prece, fundo de pensão da Cedae, estiveram no centro de investigações que envolveram os então aliados.
Cunha foi presidente da Cehab entre1999 e 2000, quando a primeira crise atingiu o governo Garotinho, marcado depois por uma série de escândalos. Ele foi acusado de fraudar diversos processos de licitação para beneficiar empresas, entre elas a paranaense Grande Piso, que teria sido favorecida na construção de casas populares em Sepetiba, na Zona Oeste.
Segundo denúncias, ele também teria participado de um esquema de propinas para registro dos imóveis em cartórios. Cunha aparece como réu em um processo que investiga supostos crimes de improbidade administrativa e dano ao erário, entre outros deslizes, na Cehab. Em entrevista por e-mail, o deputado afirmou que desconhece qualquer processo contra ele sobre a Grande Piso e acrescenta: "Se existir, não fui citado".
Nos anos seguintes, mesmo sem assumir cargos oficiais, Cunha esteve por trás de indicações importantes nas gestões de Garotinho e de sua mulher, Rosinha Garotinho. Foi dele a sugestão do nome de AluízioMeyer para presidir a Cedae no governo Rosinha. Cunha teria tido forte interferência também na gestão da Prece, fundo de pensão da estatal que foi investigado pela CPI dos Correios.
A comissão constatou que o fundo acumulou, entre 2001 e 2005, perdas de até R$ 300 milhões em operações na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), por conta de opções de investimento arriscadas. Entre as beneficiadas com as operações estavam a Quality Corretora de Câmbio Títulos e Valores Mobiliários S/A e a Erste Banking Empreendimentos e Participações Ltda. A Erste pertence ao doleiro Lúcio Funaro. ACPI apontou que ele teria pagado o aluguel de um apart-hotel em que Cunha morava em Brasília. O peemedebista nega o favor. Segundo as denúncias recentes, Funaro teria sido beneficiado também em operações de Furnas. Cunha nega também que tenha tido qualquer participação na indicação de gestores da Prece.

WALTER CENEVIVA

Constituição ignorada
WALTER CENEVIVA
FOLHA DE SÃO PAULO - 29/01/11

Este momento é ideal para começarmos a ligar nossa vida individual e coletiva por regras constitucionais


A CONSTITUIÇÃO é muitas vezes referida como a lei das leis, porque todo o universo jurídico aplicado neste país se refere, obrigatoriamente, a um ou mais dispositivos dela.
Nada obstante sua importância, pano de fundo imprescindível para cada momento de nossa realidade política, econômica e jurídica, verifica-se que o eleitor nacional não se preocupa muito com esse documento fundamental.
Somos diferentes dos europeus (Alemanha, França e Suíça, por exemplo) e mesmo dos norte-americanos. Os Estados Unidos surgiram sob preocupação dos criadores de sua estrutura constitucional, com princípios essenciais em texto breve. Nos últimos anos, porém, os ideais democráticos foram subvertidos por intervenções armadas, até mesmo aliadas a ditaduras. A força constitucional foi sacrificada.
Este momento, no qual ultrapassamos os 25 anos da prática democrática, é ideal para começarmos a ligar nossa vida individual e coletiva por regras ou princípios constitucionais, para a aplicação do direito envolvido de cada cidadão e do poder.
Exemplo: chove muito, casas caem, pessoas morrem, governantes culpam as águas. A desculpa será constitucionalmente boa? Aceitável? Outro exemplo: cresce a imoralidade ou a ilegalidade e a improbidade nos comportamentos de agentes públicos. São apuradas e punidas adequadamente? Não devemos calar-nos.
A Constituição tem resposta para nosso direito e o dever que nasce com ele. Cabe-nos estimular ações legais para tirar esses episódios de nosso dia a dia.
Sem desanimar, é preciso reconhecer que nossa tradição legal tem pouco a ver com a aplicação constitucional, conforme se confere na história. Superada a crise de instalação da República, começamos os primeiros decênios do século 20 com problemas internos e externos (entre esses, a Primeira Guerra Mundial e o estado de sítio) até a crise de 1929 e a imposição da ditadura sob Getúlio Vargas. Retomada a democracia, durou pouco, até 1964, quando severos controles por atos institucionais foram impostos pelas Forças Armadas.
Nos 50 anos, entre 1930 e 1980, tivemos quatro constituições diferentes, sendo três ao sabor do poder dominante. Surgida, afinal, a Carta de 1988, hoje sobrevive retalhada, muito detalhista em alguns pontos, omissa em outros, sem clareza suficiente nos princípios fundamentais. Foi assim que se perdeu a noção do papel da Carta constitucional para dar a tutela básica de todo o direito.
Devemos unir-nos no esforço necessário para dar vida à lei maior, sob a qual se componha a essência jurídica do país na definição de modo efetivo e prático dos rumos dos direitos individuais e coletivos. No desenho de quanto vem coberto pela Constituição, devem ser harmonizados em princípios básicos do Estado brasileiro.
Os mecanismos para realização e preservação de tais direitos, a amplitude e os limites da atuação do poder público se imporão no elo indissolúvel entre democracia e direito, tanto no espaço interno da nação quanto nas relações com o exterior.
Para que o esforço seja bem realizado, o povo deve conhecer pelo menos a súmula de suas garantias fundamentais e o modo de assegurá-las em face do poder, preservando o bem comum sob Constituição democraticamente votada.

GOSTOSA

JOSÉ SIMÃO

Uau! Paris Hilton é chiclé de bola! 
José Simão
FOLHA DE SÃO PAULO - 29/01/11

BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República!
Interpol dispara alerta mundial para localizar ex-ditador da Tunísia. Mas o nome dele já diz tudo: BEN ALI! E mais um predestinado: é que em BH tem um urologista chamado doutor Reginaldo MARTELO! Quando ele nasceu, a mãe disse: "Meu filho, você vai se chamar Reginaldo Martelo e vai martelar as pudendas dos outros".
E sabe como se fala partes pudendas na Bahia? Partes por dentras. Rarará!
E a Paris Hilton chegou pra desfilar no SP Faxion Bixa! De novo? A Paris Hilton que se cuide. Celebridade não pode vir muito ao Brasil que o povo já começa a implicar: "Lá vem aquela chata!". "Disfarça que lá vem aquela chata." Daqui a pouco vão dizer que ela tem celulite, joanete e mau hálito. Acho que tem mesmo! E que ela é mais sem graça que água de salsicha! Loira água de salsicha!
Com a Madonna foi assim. Na terceira vez em que ela veio pro Brasil, um carioca falou: "Essa Madonna já tá enchendo o saco". E a definição da Paris Hilton: um chiclé de bola com cartão de crédito. Rarará!
E a manchete do Sensacionalista: "Dilma anuncia mínimo de dez centímetros". Não dá pra nada. Rarará! E quatro sugestões do que fazer com o salário ínfimo. 1) Cortar cabelo na rodoviária e comprar um picolé da Yopa. 2) Investir em gado: comprar meio quilo de bife. 3) Trocar de carro: trocar aquele Fusca velho por um mais velho ainda. 4) Ou então comprar tudo em camisinha e ficar vivendo de amor. Ueba!
E mais essa: diretor de "Lixo Extraordinário" fará documentário sobre o Vasco. E o Vasco não emplaca nem no "BBB".
Ariadna é de gêmeos e torce pelo Vasco, eliminada. Mauricio é de áries e torce pelo Vasco, eliminado!
Comentário do Kibe Loco: "É melhor ser manifestante no Egito que vascaíno no Rio!".
O brasileiro é cordial! Mais uma do Gervásio. Olha a placa na empresa em São Bernardo: "Se eu pegar alguém aqui com bafo de cachaça, vou fazer esse filho do Brasil tomar um litro de óleo de rícino com ácido de bateria até cuspir fogo feito dragão. Conto com todos. Assinado, Gervásio".
E mais cordial ainda: tem uma cidade em Minas que se chama Tiros. E a placa: "Seja bem-vindo a TIROS". Rarará!
Nóis sofre, mas nóis goza.
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

ILIMAR FRANCO

A lista do PT
ILIMAR FRANCO
O GLOBO - 29/01/11

A direção petista entregou ao Planalto a sua lista de prioridades para o segundo escalão. São eles: Cláudio Vignatti (SC), candidato derrotado ao Senado, para a presidência da Eletrosul; Zeca do PT, candidato derrotado ao governo (MS), para a diretoria de Administração de Itaipu; Rodrigo Soares (PB), candidato a vice-governador derrotado, para uma diretoria da Sudene; e Paulo Rocha (PA), candidato ao Senado impugnado pela lei da Ficha Limpa, para uma diretoria da Eletronorte. 

As prioridades do PMDB

A cúpula peemedebista também informou à presidente Dilma quais os quadros do partido que estão na primeira fila para integrar o governo. Os preferenciais são: Geddel Vieira Lima (BA), que teve um milhão de votos para o governo, para a presidência da Chesf, da BR Distribuidora ou da CBTU; José Maranhão (PB), candidato derrotado ao governo, para a vice-presidência de Loterias da CEF; Orlando Pessutti (PR), ex-governador, para uma diretoria de Itaipu ou do BRDE; e o deputado Rocha Loures (PR), sem destino definido. O PMDB, no caso de espaços ocupados por aliados, quer um acordo para a troca de guarda. 

"Ele nunca vai ser tão Michel Temer como neste domingo. Discrição absoluta. Aquele jeito Michel Temer de ser” — Henrique Alves, líder do PMDB na Câmara (RN), sobre o vice assumir a Presidência durante a viagem da presidente Dilma Rousseff à Argentina

Vitrine

O PSB formou uma comissão para assessorar os governadores do partido, principalmente os da Paraíba e do Piauí, que enfrentam graves problemas de caixa. O partido quer fazer das administrações regionais uma vitrine. 

Turbinada

O governo Dilma Rousseff ofereceu ao PSC a Secretaria de Programas Urbanos do Ministério das Cidades. O partido quer fortalecer o órgão. “Atualmente ela não passa de departamento”, reclama o presidente do partido, Pastor Everaldo.

Guerra de dossiês em Furnas

Na briga por espaço em Furnas, as ameaças feitas pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) têm endereço certo: o diretor de gestão corporativa, Luís Fernando Paroli Santos, indicado pelo deputado Odair Cunha (PT-MG); e o diretor de Operação, Cesar Ribeiro Zani, apadrinhado do petista Jorge Bittar, atual secretário de Habitação da Prefeitura do Rio. O presidente da estatal, Carlos
Nadalutti, alvo dos petistas, é ligado a Cunha.

Revitalização partidária
 O PSDB pretende fazer uma conferência nacional em abril para refazer o texto fundador do partido. A proposta é do secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal, e agradou ao presidente da sigla, Sérgio Guerra. A ideia é definir bandeiras nacionais. “O PSDB deve se emancipar de questões provincianas”, disse Aníbal. Depois de três derrotas nas eleições presidenciais, os tucanos procuram um novo rumo. “Nossa oposição vai ter que ser mais eficiente”, afirmou Guerra.

O PREFEITO do Rio, Eduardo Paes, fez juras de fidelidade política e amor eterno ao governador do Rio, Sérgio Cabral, no aniversário deste, na noite de quintafeira, em Mangaratiba (RJ).
 O PP do Senado decidiu, por unanimidade, que o presidente do partido, Francisco Dornelles (RJ), será também o líder de sua bancada de cinco senadores.
 A INDÚSTRIA do alumínio no Brasil está pleiteando, do governo Dilma, uma redução entre 30% e 40% do preço da energia elétrica. Alegam que estão perdendo competitividade no mercado internacional.

O CANALHA

MÍRIAM LEITÃO

Fortalecer a zaga

MIRIAM LEITÃO
O GLOBO - 29/01/11


O ministro Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, está convencido de que seu primeiro papel é fortalecer a defesa comercial brasileira. Não o protecionismo, mas a briga na OMC contra práticas desleais de comércio. Para isso, já se reuniu com o ministro Antonio Patriota, pediu reforços, e escolheu uma diplomata, Andrea Watson, para assessoria internacional.

O Departamento de Defesa Comercial, dentro da Secretaria de Comércio Exterior, tem 44 funcionários ao todo. "E isso contando tudo, o cara do cafezinho e o motorista." Esse setor cuida dos complicados processos antidumping e de salvaguardas de um país que tem quase US$400 bilhões de corrente de comércio. São apenas 12 inspetores comerciais. Ele acha que essa área é a que mais urgentemente precisa ser fortalecida.

Conversei com o ministro e o entrevistei na Globonews sobre os assuntos da pasta. Pimentel tem sido apontado como ministro "da cota pessoal" da presidente. Ele esclarece que é apenas um dos "muitos amigos da presidenta", mas afirma que não foi por isso que foi escolhido.

Pimentel tem mostrado em todas as suas entrevistas preocupação com a China. Admite que a situação tem dois lados: o Brasil tem superávit comercial, mas ao mesmo tempo o comércio estaria desequilibrado:

- A China é nosso maior parceiro comercial, e não tenho qualquer hostilidade em relação ao país, evidentemente, mas o comércio está desequilibrado na composição. O Brasil exporta produtos básicos e importa manufaturados. Minério de ferro e soja são 2/3 das exportações brasileiras. A maioria dos processos antidumping dos últimos anos na OMC foi contra produtos asiáticos. É por isso que temos que qualificar a defesa comercial e defender o setor produtivo brasileiro.

O ministro acha forte a expressão "desindustrialização", não acha que isso está acontecendo com o Brasil. Concorda que produzir matérias-primas e produtos agrícolas é uma das nossas vocações. Só não acha que deva ser a única:

- Não há país que tenha virado potência exportando só commodities. Sem agregar valor à sua cadeia produtiva um país não se torna potência. Nós temos que mudar de patamar e não ser apenas fornecedores de matéria-prima. Minério de ferro foi o que nos garantiu o superávit com a China, sem ele, teríamos déficit.

Lembrei que Estados Unidos, Austrália, Canadá são, como o Brasil, grandes exportadores de commodities. O argumento dele é que é preciso ter uma pauta diversificada. Tanto é - argumenta ele - que os Estados Unidos acabaram de fazer um acordo com a China garantindo espaço para fornecimento de produtos manufaturados para o país asiático. Pimentel admite que tudo está em mudança no mundo atual, e que o grau de componentes importados em cada produto final aumentou muito, porque é difícil fazer um produto integralmente nacional. Segundo o ministro, o Brasil tem que fortalecer outras vocações:

- Se não, vamos ficar à mercê do comércio mundial e de forças que não controlamos. No setor de manufaturados, temos que igualar as condições de competição. Não podemos impor à indústria nacional uma competição em que ela entra enfraquecida.

Entre os fatores que favorecem a China estão alguns que o Brasil não pode querer copiar: salários superbaixos, moeda desvalorizada em um câmbio controlado. Pimentel esclarece que não fala em baixar salários:

- Mas podemos, por exemplo, desonerar a folha salarial. É isso que tem sido pensado. O país não tem boas lembranças de pacotes e reformas, mas o governo pode ir enfrentando aos poucos os gargalos, ir destravando a economia. O Simples e o Super Simples foram mudanças importantes que geraram vários efeitos positivos. Esse mesmo exemplo pode ser reproduzido em outros setores.

O ministro disse que não tem reparos a fazer na atuação do BNDES, acha que o banco está certo em procurar fortalecer grupos nacionais:

- Todos os países do G-8 têm na base da sua economia grandes empresas nacionais estatais e privadas. O Brasil está desde a estabilização da moeda num processo de consolidação de grupos brasileiros para serem players globais. Acho que o BNDES tem de ser uma alavanca.

Perguntei se isso não provoca o oposto do ideário que defendeu na juventude, ou seja, concentra a renda quando se privilegiam grandes grupos com dinheiro subsidiado. Ele admite que excessiva concentração de risco de crédito pode ser perigoso, mas afirma que o BNDES está atento a isso e tem também programas para micro e pequenas empresas. Disse que não tem reparos a fazer à gestão de Luciano Coutinho, que ele permanecerá no cargo, mas acha que o banco, por estar bem avaliado, pode lançar bônus e títulos, para se financiar.

Sobre o delicado tema dos juros, que subiram na primeira reunião do Copom, evitou críticas ao Banco Central:

- Esse assunto não está afeto ao meu ministério. Ninguém gosta de juro alto, principalmente eu, que estou num ministério do setor produtivo. O companheiro Tombini também não gosta de subir juros. Os juros sobem quando a conjuntura exige, empurra e pede. O Copom levou em conta as questões conjunturais, e eu espero que a conjuntura mude para que a gente possa reduzir os juros.

O ministro Pimentel alega que a Petrobras não vai reduzir o índice de nacionalização - ao contrário do que foi noticiado. A empresa estaria apenas "alertando" para o risco de não haver fornecimento no Brasil. Disse também que ela tem um enorme programa de nacionalização e capacitação de empresas fornecedoras. Pimentel defendeu Belo Monte como sendo "uma obra estratégica para o país" e disse que ela será construída.

MÔNICA BERGAMO

BOOK ON THE TABLE
MÔNICA BERGAMO
FOLHA DE SÃO PAULO - 29/01/11

Os 90 mil funcionários da Prefeitura do Rio de Janeiro vão receber estímulo para aprender inglês. Os que ganham até três salários mínimos poderão se matricular em cursos gratuitamente. Aqueles que estão acima desse teto terão 70% do valor custeados pela prefeitura. "Vamos oferecer boas escolas, tipo aquelas em que meus filhos estudam", diz o prefeito, Eduardo Paes. Os convênios serão firmados com cursos frequentados pela classe média. De olho na Olimpíada, a ideia é afiar o idioma de servidores de áreas relacionadas ao turismo. A Secretaria de Turismo projeta um boom no Carnaval: 780 mil turistas vão movimentar na cidade US$ 680 milhões.

BARRA PESADA
O promotor Paulo Castilho, do Juizado Especial Criminal, pediu que o Programa de Atuação Integrada contra a violência nos estádios tome providências para coibir confrontos de torcidas, amanhã. As organizadas de Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo temem encontros de rivais na Barra Funda e em outros trajetos rumo aos jogos dos quatro grandes.

QUERO VER IRENE DAR RISADA

J. R. Duran

Fernanda Paes Leme, 27, no ar como Irene na novela "Insensato Coração", é a capa da "Criativa" de fevereiro. O estilista Dudu Bertholini, da Neon, que desfila hoje na SPFW, assina o editorial de moda da atriz, com inspiração em mulheres dos anos 1970 como Sandra Bréa. Ela falou à revista sobre ter posado para a "Playboy", em 2005. "Fiz, não me arrependi, minha conta bancária mudou e achei o ensaio bonito." Solteira, diz que o espanhol Javier Bardem é seu sonho de consumo.

PROCURA-SE
No café da manhã oferecido ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, no Sírio-Libanês ontem, o burburinho entre os convidados era a "fuga" de José Alencar. O ex-vice-presidente deveria ter retornado ao hospital após receber a medalha 25 de Janeiro pelo aniversário de SP. Passadas mais de 72 horas, Alencar permanecia em casa.

A CARROÇA E OS BOIS

O ministro Alexandre Padilha só nomeará o novo presidente da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) "depois de estabelecer metas e rever um conjunto de procedimentos". Até ontem, o ministro dizia não ter nomes para o cargo antes ocupado pelo PMDB. "Eu tô indo lá toda semana, tô adorando me reunir com a diretoria", diz ele sobre o órgão investigado por desvio de R$ 500 milhões, segundo a Controladoria-Geral da União.

TROPICANA
A top Emanuela de Paula, uma das angels da Victoria's Secrets, desfila com exclusividade, hoje, para Reinaldo Lourenço na SPFW. E a modelo será a estrela da campanha de inverno da C&A.

TRICOTANDO

Giovanni Bianco assina a curadoria da grife Ghetz, que estreia hoje na SPFW. A marca de tricô de luxo tem o estilista Lucas Nascimento à frente. "Estamos na contramão para trazer inovação e dar oportunidades para as marcas se desenvolverem com qualidade e design", diz Bianco, que dirigiu campanhas de Missoni e Miu Miu.

MENU ORTODOXO

O restaurante Nonno Ruggero, no hotel Fasano de SP, recebeu anteontem, no almoço, frigideiras e panelas "kosher". O local foi vistoriado por rabinos da cabala de SP. Tudo para preparar os alimentos segundo os preceitos do judaísmo, para Demi Moore e Ashton Kutcher.

DISQUE-MASSAGEM
Os astros estão na suíte presidencial, que tem 120 m2 e diária de R$ 4.500. Um segurança guarda o 19º andar. E um massagista foi convocado, anteontem, pelo casal. Yehuda Berg, rabino de Madonna, também está hospedado lá. Kutcher, praticante da cabala, é um dos melhores amigos de Berg.

ALTA- COSTURA
A modelo Carol Ribeiro deu uma passada pelo coquetel de lançamento da São Paulo Fashion Week, anteontem, na cobertura do edifício Martinelli. O organizador da semana de moda, Paulo Borges, recebeu também os estilistas Renato Kherlakian e Clô Orozco na festa.

DIVERSÃO E ARTE
O ator Marcelo Médici discotecou na festa Gambiarra, no clube The Week. Mais do que isso, divertiu o público com piadas de seus personagens em "Cada Um com Seus Pobrema" ao microfone. O DJ Zé Pedro também animou a pista. O ator baiano Luis Miranda levou amigos de Salvador para curtir a balada.

CURTO-CIRCUITO


Anderson Birman faz brunch de lançamento da nova coleção da Arezzo, amanhã, na Vila Olímpia.

Acontece hoje a festa à fantasia com os DJs Hadji, Flash e Cinara, na Heaven. 18 anos.

A festa Crew recebe hoje o DJ Sany Pitbull, no clube Glória. Classificação: 18 anos.

A Garoa lança hoje coleção de camisetas assinadas por Fábio Miguez, nos Jardins.

Com ELIANE TRINDADE (interina), DIÓGENES CAMPANHA, LÍGIA MESQUITA e THAIS BILENKY