quarta-feira, fevereiro 06, 2013

A eterna ilusão do controle - JANAINA CONCEIÇÃO PASCHOAL

FOLHA DE SP - 06/02


A prevalecer a ideia de que a atriz matou o motorista ao reclamar de seus serviços, ninguém mais demite um empregado ou rompe o noivado


Divulgou-se que a atriz Zezé Polessa teria reclamado dos serviços prestados por um motorista e que este, temeroso com a possível perda do emprego, passara mal, vindo a morrer.

Em um contexto minimamente racional, o fato triste ensejaria duas consequências: primeiro, a atriz poderia carregar, para o resto de sua vida, o sentimento de que não precisaria ter sido tão contundente; em segundo lugar, todos nós poderíamos refletir acerca de como damos importância exacerbada a situações menores, tomando um atraso corriqueiro como eventual falta de respeito.

No entanto, inacreditavelmente, uma infelicidade inerente à vida transformou-se em assunto policial. Ao ver das autoridades, ou a atriz incorreu no teratológico crime capitulado no artigo 96 do Estatuto do Idoso, consubstanciado no impreciso verbo de humilhar; ou praticara homicídio culposo, pois, mesmo sem ser esse seu objetivo, findou por causar a morte de um senhor.

Percebe-se que, apesar da incerteza acerca de qual crime fora perpetrado, curiosamente, ninguém duvida de que houve um delito.

Não conheço a atriz, também não conheci o falecido motorista, sendo certo que sinto muito por ele e por sua família. Mas precisamos tomar cuidado com a crescente tendência de, diante de toda ocorrência triste, buscar um culpado, alguém para responsabilizar.

Não são incomuns, em hospitais, cenas intrigantes, em que parentes de pessoas muito idosas perguntam como seus entes queridos morreram. Nesse momento, não se recordam de que a pessoa já tinha 90 e poucos anos, sofria do coração, ou de câncer. Afinal, na era em que as pessoas vivem mais de cem anos, a morte tem que ser causada por um erro médico ou mesmo um envenenamento deliberado!

De fato, com a evolução tecnológica, cria-se a sensação de que tudo pode ser controlado e todos podem ser controláveis. É a falsa percepção de que não existe mais o imponderável. Sinto informar, mas as pessoas morrem. Sim, elas ainda morrem!

Responsabilizar criminalmente alguém por ter se alterado ou simplesmente reclamado de um serviço equivale a punir por homicídio a mulher que trai o marido que vem a se matar, ao descobrir a traição.

Situação correlata seria a do homem que abandona a mulher para viver com outra, 20 anos mais jovem. Ora, seria esse homem autor de homicídio, caso sua ex-mulher tivesse um ataque cardíaco, frente à desilusão? Seria ele culpado pelo câncer que ela viesse a desenvolver?

Apesar de vivermos a histeria do controle, a vida é risco. A prevalecer a ideia de que a atriz matou o motorista ao reclamar de seus serviços, ninguém mais demite um funcionário, desfaz um noivado ou coloca um filho de castigo. Aquele senhor poderia ter morrido pela emoção de seu time ser campeão. Seria o técnico culpado por homicídio?

Ao que parece, por não conseguir eficácia relativamente aos fatos que são de sua competência, o Direito Penal começa a migrar para situações que lhe são completamente alheias, em uma frenética ilusão de que está cumprindo sua função.

A vida é recheada de ações e omissões de que nos orgulhamos e nos arrependemos; nem todas são assunto de Estado. Por mais que queiramos um mundo loteado por pessoas gentis, compreensivas, tolerantes e amorosas, não cabe ao Direito Penal propiciar o alcance de tal fim.

Cena de opereta - RUY CASTRO

FOLHA DE SP - 06/02


RIO DE JANEIRO - A foto estrelou todos os jornais de ontem. Em Brasília, o novo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), envolvido em processo criminal, sobe a rampa do Congresso para a abertura do ano legislativo. Vinte manifestantes o recebem com faixas e cartazes onde se leem "Fora Renan!", "Abaixo o Senado!", "Até quando o Poder Legislativo envergonhará o Brasil?", e, na trilha sonora, gritos de "ladrão", "safado" e "sem-vergonha". Apesar disso, Calheiros segue impávido e marcial, passando em revista a tropa, sem ver nada de errado nela -nem ela nele.

Até pelos soldados fardados de azul e tocando tambor à sua passagem, a cena poderia estar numa opereta de Ernst Lubitsch nos anos 30, com Maurice Chevalier e Jeanette MacDonald, ou numa tampa de caixa de bombons. Calheiros tomou posse sob uma avalanche de editoriais, artigos, cartuns e cartas de leitores, todos contra, mas suas orelhas não arderam nem por um segundo.

Assim como passou pelos soldadinhos como se eles fossem de chumbo e pelos manifestantes como se não existissem, Renan ignorou também a saraivada da mídia. E por que não? Se seus colegas de 20 partidos, entre os quais o PSDB, não se importam de ser presididos por alguém com uma biografia tão cheia de sombras, por que se irritar com críticas que, para ele, têm tanto volume e alcance quanto as dos manifestantes com suas faixas?

A superioridade de Renan reflete o estado de espírito da maioria dos políticos em relação a quem os elege. É exatamente como no cinema. O Congresso é a tela em que eles interpretam seus papéis, maiores que a vida e inalcançáveis pelos espectadores. A função destes é a de, se quiserem, assistir a eles, sentados em suas poltronas, e, no máximo, ruminando sua pipoca.

E, a cada quatro anos, voltar ao guichê e comprar de novo o ingresso.

Carnaval em Londres - ANCELMO GOIS

O GLOBO - 06/02


Tinha uma placa, ontem, em Wembley, numa porta com o símbolo da Federação Inglesa, com a inscrição “Samba parade”.

Ou seja: vai ter carnaval hoje, antes de Brasil x Inglaterra!

CALMA, COMANDANTE

Na madrugada de segunda, o comandante nervosinho do voo 901, da American Airlines, criou um rebuliço a bordo.

É que ele estava dormindo na classe executiva quando uma criança de dois anos chamou pela mãe e pelo pai. O comandante pulou, aos berros da cadeira, mandando que os pais calassem a boca da criança. Caso contrário, desceria com o avião para deixar a família.

SEGUE...

Assustados, os pais levaram a criança para a classe econômica.

Dois chefes de cabine da companhia, educadíssimos, pediram desculpas à família e deram seus nomes para servir de testemunha.

SEM FUNDAMENTO

O juiz Marco José Mattos Couto, da 2ª Vara Criminal de Jacarepaguá, arquivou o inquérito policial instaurado para apurar a conduta da atriz Zezé Polessa, a Berna da novela Salve Jorge, no caso da morte do motorista Nelson Lopes, que prestava serviços à TV Globo, no dia 14 de janeiro.

A Polícia tinha aberto uma inquérito para apurar a versão que circulou que o motorista sofreu um enfarto fatal após uma discussão com a atriz.

SEGUE...

Porém, após ouvir as testemunhas, inclusive a acusada, o juiz concluiu “que não houve nada que a incriminasse e que insistir nos autos representaria expô-la ainda mais ao constrangimento policial, sem que houvesse qualquer fundamento técnico”.

Melhor assim.

ZIGUEZAGUEANDO

Adriano Pires lembra que a Petrobras no governo do PT já teve seu lucro reduzido quatro vezes: Em 2004, 2007, 2009 e agora em 2012.

Já a produção de petróleo caiu duas vezes, em 2004 e 2012. “Isto, mesmo com preço do petróleo a 100 dólares”, diz o consultor.

MEMÓRIAS CHINESAS

Memórias do Esquecimento, de Flávio Tavares, que acaba de ser reeditado pela L&PM como livro de bolso, será lançado na China.

O eixo da obra é o sequestro do embaixador Charles Elbricik, em plena ditadura. Na época, Tavares foi um dos prisioneiros trocados pelo americano.

VEJA QUE LEGAL

Os bombeiros estão vistoriando os camarotes da Sapucaí.

O Porcão, notificado, se comprometeu a fazer algumas mudanças em seu camarote.

SÓ DE BRANCO

No momento em que a Ong Educafro briga para acabar com a exigência de uniforme branco para as babás em clubes do Rio, o Jockey Club avisa que a partir do dia 18 de fevereiro torna a cobrar uma antiga norma para ingresso de babás e enfermeiras na sede.

Volta a exigir uniforme.

TEM MAIS

Não pode ser qualquer roupa. A camiseta tem que ter mangas. E a bermuda, branca ou jeans, não pode ser curtinha. Tem que estar na altura do joelho.

Ah, bom!

QUEM VEM

Spike Lee, o diretor de cinema americano, vem ao Brasil para o carnaval. Desembarca no sábado em Salvador no camarote Expresso 2222. Antes, almoça na casa de Flora e Gilberto Gil.

Gil e Lee são velhos conhecidos. O americano entrevistou o baiano para um filme que está fazendo sobre o Brasil.

DONA ZICA, CEM ANOS

O samba presta sua homenagem à dona Zica (1913-2003), a viúva de Cartola, que faria cem anos hoje.

As escolas do Rio enviaram ao Centro Cultural Cartola seus estandartes. Foram colocados na fachada.

O FIM DO POCOTÓ

Um cavalo morreu eletrocutado, ontem, após encostar em um fio que saía de um poste na Rua Luiz França Arouxa, em Pedra de Guaratiba.

Moradores dizem que já tinham reclamado com a Light, mas... você sabe.

GRANDE HOTEL

A 16ª Câmara Cível do Rio condenou a inglesa Orient Express, que controla o Copacabana Palace, a indenizar em cerca de R$ 60 mi alguns sócios minoritários do hotel, membros da tradicional família Paula Machado.

VANS DA MORTE

As vans devem voltar com tudo em São Gonçalo. O prefeito Neilton Mulim criou a Subsecretaria do Transporte Alternativo.

Naquela cidade, uma máfia das vans é acusada de matar mais de 60 pessoas.

FORA DE CAMPO

A disputa judicial entre Romário e o Vasco sem data para o fim.

O ex-atleta tem levado vantagem, mas o clube contra-ataca. Pediu ontem que o Baixinho “devolva R$ 20 milhões”.

OHANA NA SAPUCAÍ

Claudia Ohana vai desfilar apresentando a comissão de frente da Inocentes de Belford Roxo.

O convite partiu do coreógrafo Patrick Carvalho, que conheceu a atriz na Dança dos Famosos, do Domingão do Faustão.

Cliente paulista, garçom carioca - ANTONIO PRATA

FOLHA DE SP - 06/02

Acostume-se, conterrâneo, com a sua existência plebeia. O garçom carioca não está aí para servi-lo


Veja, aí estão eles, a bailar seu diabólico "pas de deux": sentado, ao fundo do restaurante, o cliente paulista acena, assovia, agita os braços num agônico polichinelo; encostado à parede, marmóreo e impassível, o garçom carioca o ignora com redobrada atenção. O paulista estrebucha: "Amigô?!", "Chefê?!", "Parceirô?!"; o garçom boceja, tira um fiapo do ombro, olha pro lustre.

Eu disse "cliente paulista", percebo a redundância: o paulista é sempre cliente. Sem querer estereo-tipar, mas já estereotipando: trata-se de um ser cujas interações sociais terminam, 99% das vezes, diante da pergunta "débito ou crédito?". Um ser que tem o "direito do consumidor" em tão alta conta que quase transformou um de seus maiores prosélitos em prefeito da capital. Como pode ele entender que o fato de estar pagando não garantirá a atenção do garçom carioca? Como pode o ignóbil paulista, nascido e criado na crua batalha entre burgueses e proletários, compreender o discreto charme da aristocracia?

Sim, meu caro paulista: o garçom carioca é antes de tudo um nobre. Um antigo membro da corte que esconde, por trás da carapinha entediada, do descaso e da gravata borboleta, saudades do imperador. Faz sentido. Para onde você acha que foram os condes, duques e viscondes no dia 16 de novembro de 1889 pela manhã? Voltaram a Portugal? Fugiram pros Açores? Fundaram um reino minúsculo, espécie de Liechtenstein ultramarino, lá pros lados de Nova Iguaçu? Nada disso: arrumaram emprego no Bar Lagoa e no Villarino, no Jobi e no Nova Capela, no Braseiro e no Fiorentina.

O pobre paulista, com sua ainda mais pobre visão hierárquica do mundo, imagina que os aristocratas ressentiram-se com a nova posição. De maneira nenhuma, pois se deixaram de bajular os príncipes e princesas do século 19, passaram a servir reis e rainhas do 20: levaram gim tônicas para Vinicius e caipirinhas para Sinatra, uísques para Tom e leites para Nelson, receberam gordas gorjetas de Orson Welles e autógrafos de Rockfeller; ainda hoje falam de futebol com Roberto Carlos e ouvem conselhos de João Gilberto. Continuam tão nobres quanto sempre foram, seu orgulho permanece intacto.

Até que chega esse paulista, esse homem bidimensional e sem poesia, de camisa polo, meia soquete e sapatênis, achando que o jacarezinho de sua Lacoste é um crachá universal, capaz de abrir todas as portas. Ah, paulishhhhta otááário, nenhum emblema preencherá o vazio que carregas no peito -pensa o garçom, antes de conduzi-lo à última mesa do restaurante, a caminho do banheiro, e ali esquecê-lo para todo o sempre.

Veja, veja como ele se debate, como se debaterá amanhã, depois de amanhã e até a Quarta-Feira de Cinzas, maldizendo a Guanabara, saudoso das várzeas do Tietê, onde a desigualdade é tão mais organizada: "Amigô, o bife era mal passado!", "Chefê, a caipirinha de saquê era sem açúcar!", "Ô, companheirô, faz meia hora que eu cheguei, dava pra ver um cardápio?!". Acalme-se, conterrâneo. Acostume-se com sua existência plebeia. O garçom carioca não está aí para servi-lo, você é que foi ao restaurante para homenageá-lo. E quer saber? Ele tem toda a razão.


Tem lógica - SONIA RACY


O ESTADÃO - 06/02

A Petrobrás está sendo bombardeada com diversas ideias para melhorar a sua performance e voltar a brilhar.

Uma delas é criar… nova estatal atrelada à empresa. Como? Esta unidade abrigaria todos os 5 bilhões de barris previstos no pré-sal, avaliados em R$ 40 bilhões. E buscaria, no mercado internacional, um parceiro minoritário.

Algo parecido, mas em proporções muito maiores, com o que Dilma fez na Infraero Serviços – subsidiária da própria Infraero, anunciada em janeiro.

Lógica 2
Pergunta: se esta é realmente uma boa ideia, por que não foi executada antes da capitalização da Petrobrás, visando o pré-sal? Resposta de fonte credenciada: “Acreditava-se que a estatal brasileira daria conta de tudo sozinha”. Não deu.

A conferir
Hoje é o Dia D: a tendência é que o BC liquide o banco BVA.

Predinho
A ordem no governo de SP é economizar, mas a Companhia Paulista de Obras e Serviços se prepara para erguer sua sede no bairro do Ibirapuera, no valor de R$ 50 milhões.

Alckmin vai deixar?

Irritação profunda
Blatter convocou reunião, anteontem, para debater – com Jérôme Valcke e demais diretores da Fifa – “ajustes essenciais” nas arenas brasileiras.

Tudo porque, no primeiro dia de funcionamento, faltaram água e luz no Mineirão. E das mais de 50 lanchonetes disponíveis, apenas duas abriram.

Folia segura
Segurança no carnaval paulistano? Haddad aprovou dez telões no Sambódromo do Anhembi. Transmitirão medidas de prevenção, como a localização de saídas, brigadas e equipamentos anti-incêndio.

Serão os únicos momentos sem o batuque da avenida.

Na corrida
Roberto Livianu é candidato a vaga no CNJ. Pelo MP-SP.

Tira-dúvidas
Após a tragédia de Santa Maria, a OAB-SP decidiu criar comissão para casos de desastres climáticos e emergências em ambientes fechados – que coloquem em risco a vida da população. Para dar suporte jurídico a vítimas e familiares.Primeira reunião? Hoje.

Brasil em alta
Paulo Mendes da Rocha será o próximo arquiteto do Summer Project – da Serpentine Gallery, em Londres. Em parceria com a artista Marina Abramovic.

Em alta 2
Depois do board do MoMA, que veio em novembro, está no Brasil o conselho do New Museum, de NY. Faz tour para conhecer melhor a arte brasileira.

Boleira
Daniela Mercury espera visita de jogadores amadores de futebol em Salvador. A diva do axé montou campo cenográfico dentro de seu camarote. Motivo? Foi escolhida embaixadora da cidade para a Copa do Mundo de 2014.

Além de já ter cantado nos Mundiais da França e da Alemanha.

Na frente
John Singleton, diretor de Velozes e Furiosos, também virá curtir o carnaval carioca – mais precisamente, no camarote da Brahma. O cineasta está em busca de atores brasileiros e novos talentos.

O Glamurama arma baile de fantasias, sexta pós-carnaval, no MAM do Rio. Em parceria com Ricardo Amaral e Luiz Calainho e com shows de Mart’nália e Trio Preto +1.

E a Chocolate AMMA, de Diego Badaró e Luiza Olivetto, chegou à Escandinávia. Graças a parceria com Claus Meyer, do restaurante Noma.

O MIS abre a exposição Ai Weiwei Interlacing. Hoje.

Hans Ulrich Obrist, um dos curadores mais importantes do mundo, acertou com Danilo Miranda uma exposição coletiva. Que contará com obras de Dan Graham, Sarah Morris, Ernesto Neto e Norman Foster, entre muitos outros. Para março, no Sesc Pompeia.

Correção: o nome correto de Arno, secretário do Tesouro, é Augustin – e não Austin. Freud não explica.

Haddad saiu de fininho, anteontem, da cerimônia de volta do recesso do judiciário. Deixou o Palácio da Justiça antes mesmo da fala de Alckmin e Ivan Sartori. Justificativa? Compromissos.

Um dedo mindinho - MARCELO COELHO

FOLHA DE SP - 06/02


Seria apenas um ritual mágico? Não haveria nenhuma intenção de beleza, de arte naquilo?


Durante 12 mil anos, qualquer habitante do sul da França podia entrar sem problemas naquela caverna -a não ser pelos ursos que andavam por ali. Depois, houve um desabamento, e a entrada do lugar ficou fechada por mais 20 mil anos.

A caverna de Chauvet só foi reencontrada em 1994, e tornou-se tema do documentário de Werner Herzog atualmente em cartaz no CineSesc.

No começo, pensei que tudo se tratava de um trote, de uma falsificação. Redescobertas pelos pesquisadores, as pinturas daquela caverna, feitas há 32 mil anos, pareciam perfeitas demais para ser verdade.

Há cavalos, leões e rinocerontes, que dificilmente algum humano moderno, sem treinamento específico, poderia desenhar.

Rinocerontes no sul da França? Sim, peludos, além de leões sem juba. Naquela época, o frio era bem maior. Tanto que muitas geleiras ainda não tinham derretido, e com isso o nível o mar estava muitos metros abaixo do que é hoje. Era possível ir a pé da França à Inglaterra, atravessando o que é hoje o canal da Mancha.

Trinta e dois mil anos: desse oceano de tempo, os estudiosos viram emergir as pegadas de um menino de oito anos, ao lado da marca das patas de um lobo. Seriam talvez amigos, especula Werner Herzog. Ou terá havido um intervalo de séculos entre um e outro?

Também se encontram, em meio à quantidade de pinturas, de ossos, de estalactites e de cinzas, as marcas de um único artista. É talvez o momento mais emocionante de todo o documentário.

Os arqueólogos identificaram, numa parede da caverna, coberta das impressões das palmas das mãos de muitos trogloditas, a presença de uma pessoa que tinha o dedo mínimo ligeiramente torto.

A marca dessa mão volta a aparecer mais adiante, em outro salão da caverna, junto às pinturas mais espetaculares de todo o conjunto.

"Este sou eu", parece dizer a marca na parede, "e isto foi o que eu fiz".

O inglês James Elroy Flecker (1884-1915) ficou famoso pelos versos que escreveu "A um Poeta, daqui a Mil Anos". Ele se dirige a algum "estudioso da doce língua inglesa", e imagina esse futuro amigo, "que não vejo, que não conheço, e que ainda não nasceu", lendo sozinho, à noite, as palavras de seu poema.

"Eu era um poeta, eu era jovem", diz Flecker. E, "já que não posso ver teu rosto, nem apertar a tua mão, envio-te minha alma, através do espaço e do tempo. Você vai entender".

Em inglês fica melhor. "O friend unseen, unborn, unknown,/ Student of our sweet English tongue,/ Read out my words at night, alone:/ I was a poet, I was young./ Since I can never see your face,/ And never shake you by the hand,/ I send my soul through time and space/ To greet you. You will understand."

Nossa época desconfia muito desses entendimentos através dos milênios. Os pintores da caverna de Chauvet deveriam ter uma visão de mundo completamente diversa da nossa, e o sentido daqueles cavalos e bisontes na parede está tão perdido quanto o pensamento dos próprios cavalos e bisontes retratados lá.

Tanto relativismo termina sendo impossível de sustentar. No mínimo, sabemos que quem retratou o bisonte queria, de fato, retratar um bisonte, e isso é visível para nós.

Seria apenas um ato religioso, um ritual mágico? Não haveria nenhuma intenção de beleza, de decoração, de arte naquilo?

Ah, o conceito de arte, de "obra", de "autoria", muda com o tempo. É verdade. Mas vale invocar o argumento do escritor católico G. K. Chesterton, em "O Homem Eterno" (editora Mundo Cristão). Por que imaginar, diz ele, que o homem das cavernas tinha apenas uma mente pragmática e utilitária, fazendo desenhos apenas para ter boa sorte nas caçadas?

Esse espírito interesseiro conviria mais a um burguês britânico do século 19 do que a um "primitivo"... O homem das cavernas não seria capaz de sorrir, de brincar, de fazer desenhos por prazer?

De tanto respeito à alteridade, de tanto relativismo, terminamos usando a palavra "outro" com O maiúsculo: o "Outro". É tão Outro que não nos julgamos capazes de entendê-lo.

O raciocínio termina por ser equivalente ao de quem, por desprezo, chama de "primitivos", de "trogloditas", os artistas da caverna. Mas eles nos estenderam as mãos.

Em volta daquele lugar, ainda vagavam hordas de Neandertais. O pintor daqueles cavalos e leões marcava, para o futuro, o território dos homens.


Ueba! Dilma cria o Bolsa Abadá! - JOSÉ SIMÃO

FOLHA DE SP - 06/02


O Carnaval mais animado do planeta é em Curitiba e com a namorada menstruada. E chovendo!


Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Oba! Faltam três dias pro Carnaval! E a manchete do Piauí Herald: "Dilma distribui abadás para a base aliada".

E a oposição? A oposição fica na pipoca mesmo! Já imaginou o Aécio todo mauricinho pulando na pipoca? E a marchinha oficial? "Mamãe, eu quero/ Mamãe, eu quero/ Mamãe, eu quero mamar/ Dá ministério/ Dá ministério/ Pro PMDB não chorar."

Aliás, pelo preço do abadá, a Dilma tinha que dar Bolsa Abadá! Tirar os brasileiros da pipoca. Ops, tirar os brasileiros da linha da extrema pipoca! Rarará! E o pior do Carnaval é o banheiro químico. Com o calor de Salvador vai virar forno crematório. Abadá de lata! Rarará!

E adorei esta: "Fidel vota em Cuba e conversa por uma hora". O quê? Só uma hora? Então ele não tá nada bem! Essa é a prova mais contundente de que o El Coma Andante não está nada bem! Uma hora pra ele equivale a um minuto!

E "Salve Jorge"? "Salve Jorge" se passa numa região entre Rio de Janeiro e Turquia chamada TAPADÓCIA! Só tem tapados! "Salve Jorge" se passa na Tapadócia!

E o Big Bode Plasil? Eu quero saber o número pra eliminar todo mundo! Eu quero eliminar todo mundo! Dar um strike no "BBB"! E tem gente que acha o "BBB" antropológico. Eu acho ANTAlógico!

E tá parecendo desfile de Sete de Setembro: só tem canhão! A "Playboy" vai ter que rebolar. Nem Photoshop adianta. Vão ter que inventar uma coisa além.

E olha o e-mail que eu recebi dum curitibano: "Zé Simão, vem pra Curitiba! O Carnaval não cansa!". Eu é que não me canso de repetir que o Carnaval mais animado do planeta é em Curitiba e com a namorada menstruada. E chovendo!

E o Pato? Pensamento do dia: "Como um bom pato, o Pato fez gol de cagada" (Clarice Lispector). Rarará! É mole? É mole, mas é meu! Rarará!

Carnaval 2013! A Grande Festa da Esculhambação Nacional! E os blocos? Adoro os nomes dos blocos! Direto de Olinda: "Só Como na Rua". Mas pela foto das folionas, é melhor comer em casa mesmo! Rarará!

E direto do Maranhão: "Chupa, Mas Não Morde". Deve ser da família Sarney. Ops, me enganei. O bloco da família Sarney chupa e morde. E mais um monte de coisa! Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Hoje só amanhã!

Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

Depois da ‘mordaça’, a impunidade - JORGE MARANHÃO

O GLOBO - 06/02


Contra a chamada PEC da Impunidade, enfim a sociedade organizada começa a reagir. Depois da famosa "Lei da Mordaça ao Ministério Público’,’ de Paulo Ma-luf, que está apenas engavetada e pode voltar a qualquer momento, temos agora a PEC 37, que quer restringir o poder de investigação do Ministério Público, e cujo autor é o deputado federal Lourival Mendes (MA), delegado de polícia. A PEC propõe que qualquer investigação criminal seja realizada exclusivamente pelas polícias Federal e civis, cabendo ao Ministério Público apenas o acompanhamento de cada caso. Desde que foi aprovada em dezembro na comissão especial, podendo ser encaminhada a qualquer momento à votação no plenário da Câmara Federal, a sociedade civil já divulgou três manifestos de alerta à cidadania.

O primeiro foi dos procuradores de São Paulo, um abaixo-assinado que virou o ano com 30 mil assinaturas. O segundo foi da Rede Articulação Brasileira contra a Corrupção e a Impunidade, cujas 90 entidades de combate à corrupção lançaram uma nota de repúdio à PEC 37. Já a Associação Nacional dos Procuradores da República lançou o seu decálogo de conscientização sobre a importância do poder de investigação do Ministério Público, lembrando que o próprio STF já definiu a constitucionalidade desta sua prerrogativa. Além de alertar que tal exclusividade atingirá também a Receita Federal, a CGU, o Coaf, a Previdência Social, o Ibama, a CVM e outros órgãos de fiscalização e controle que também poderão ter suas funções investigatórias questionadas.

Junte-se a isto que nem todos os setores da própria polícia apoiam a PEC 37, como, por exemplo, a Federação Nacional dos Policiais Federais, que fez questão de assinar o decálogo do Ministério Público, com o entendimento de que seu enfraquecimento é um grande retrocesso. E assim também entendem as associações dos magistrados brasileiros e dos juízes federais.

O que se questiona, portanto, não é o modelo do procedimento investigatório que deve mesmo ser seguido das instituições policiais. Mas daí, tratar toda e qualquer investigação como função exclusiva da polícia vai uma longa distância. Porque nada que é exclusivo numa democracia é bom para os cidadãos. Basta lembrar o caso recente da queda de braço entre o Conselho Nacional de Justiça e as corregedorias dos tribunais, quando se pacificou no próprio STF que o poder de um órgão não extingue o do outro. Na verdade, eles se complementam.

Salvadores da pátria - TOSTÃO

FOLHA DE SP - 06/02

Espanha, Alemanha, Brasil e Argentina são as quatro seleções com mais chances de ganhar a Copa-14


Hoje, seleções candidatas ao título mundial em 2014 entram em campo para jogos amistosos. Apesar de não ter um único excelente atacante, seja um típico centroavante ou não, a Espanha, pelos últimos títulos conquistados, pelo futebol coletivo, pelo ótimo sistema defensivo e por ter vários craques no meio-campo, é a seleção com mais chances de ganhar a Copa do Mundo.

Embora a seleção da Alemanha seja melhor que as de Brasil e Argentina, vejo as três com a mesma possibilidade de vencer o Mundial. A Alemanha tem um ótimo conjunto, mas não possui os craques que tem a Espanha.

O Brasil, pela tradição, por jogar em casa, por ter chances de melhorar até a Copa e por ter Neymar, tem boas chances de ser campeão, com Felipão, Mano Menezes, Tite ou qualquer outro bom treinador. Além disso, o resultado nem sempre se associa à qualidade.

Craques, como Neymar, costumam salvar a pátria e os dirigentes obsoletos, como Marín.

A Argentina, por estar perto de casa, ter Messi e mais três excelentes jogadores do meio para a frente (Higuaín, Agüero e Di Maria), além de ter melhorado muito a defesa após a chegada do técnico Sabella, é também candidata ao título.

A Inglaterra, rival hoje do Brasil, tem um bom time, mas é muito melhor nos comentários e na marca de prestígio do que pelo que joga.

A dúvida na seleção brasileira é se Oscar vai jogar mais como um atacante pela direita ou se vai atuar mais recuado, participando mais da marcação no meio-campo. Analisar a maneira de jogar pelo sistema tático não faz mais nenhum sentido. Os jogadores se movimentam tanto que formam vários esquemas em um mesmo jogo, independentemente da conduta do treinador.

Muito mais importante que o sistema tático são as características dos jogadores, suas movimentações, o tipo de marcação, as distâncias entre os setores, se a equipe privilegia a posse de bola, a troca de passes ou os lançamentos longos, as jogadas aéreas e as bolas paradas, além de outros detalhes.

Há uma grande expectativa sobre alguns jogadores, especialmente Ronaldinho. Contra o Cruzeiro, ele se limitou a jogar a bola na área e a fazer lançamentos longos, além de centralizar as jogadas. Isso funcionou muito bem no ano passado. Seleção não é clube. Receio que sua volta seja mais uma repetição fracassada de seu retorno com Mano.

Diferentemente do que pensa a maioria, prefiro mais ver um clássico entre seleções, ainda mais se tiver o time brasileiro, a ver um clássico entre clubes, do Brasil ou de fora. Isso deve ter a ver com minhas lembranças afetivas, quando ficava arrepiado ao escutar o hino nacional, antes das partidas. Isso é uma coisa. Outra é distorcer os fatos, ser conivente com as falcatruas, ser um ufanista, um Policarpo Quaresma.

PROGRAMAÇÃO ESPORTIVA NA TV - 06/02


13h - Mali x Nigéria, Copa Africana de Nações, SporTV

16h - Espanha x Uruguai, amistoso, SporTV 3

16h30 - Burkina Faso x Gana, Copa Africana de Nações, SporTV 2

17h30 - Inglaterra x Brasil, amistoso, Globo e SporTV

17h30 - Holanda x Itália, amistoso, Bandsports

18h - França x Alemanha, amistoso, Esporte Interativo e SporTV 3

18h45 - Portugal x Equador, amistoso, SporTV 2

20h30 - Avaí x Joinville, Catarinense, SporTV

22h - Botafogo-SP x Corinthians, Paulista, Band e Globo (para SP)

22h - Flamengo x Friburguense, Estadual do Rio, Band e Globo (para RJ)

22h - Fortaleza x Confiança, Copa do Nordeste, Esporte Interativo

22h - Baylor x Oklahoma State, basquete universitário, ESPN +

22h - Minnesota x Michigan State, basquete universitário, Bandsports

24h - Minnesota Timberwolves x San Antonio Spurs, NBA, ESPN

0h30 - México x Jamaica, eliminatória, Bandsports, ESPN + e Esporte Interativo

Rajoy e a corrupção - GILLES LAPOUGE

O Estado de S.Paulo - 06/02

O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, estava em Berlim na segunda-feira. Tinha na ponta da língua um grande discurso no qual pediria à chanceler alemã, Angela Merkel, que cedesse um pouco e tomasse iniciativas destinadas a relançar o crescimento na Europa.

Infelizmente, o discurso ficou entalado na garganta do chefe de governo da Espanha, pois dois jornais, El País (centro-esquerda) e El Mundo (direita), faziam revelações detestáveis a respeito de Rajoy. O herói da virtude e do rigor ficou num estado lastimável depois de ouvir as acusações. O adjetivo era usado de modo incorreto: o incorruptível era um corrupto.

O ex-tesoureiro do Partido Popular Luis Bárcenas afirmava que os quadros do partido conservador, com Rajoy à frente, haviam recebido complementos salariais por baixo do pano até 2008. Desde a noite de domingo, o líder do Partido Socialista, Alfredo Pérez Rubalcaba, pedia a demissão de Rajoy.

O mais estranho é que os espanhóis sabiam há muito tempo que seus dirigentes, tanto da esquerda quanto da direita, praticavam animadamente o esporte da corrupção. Mas estavam conformados com essa praga, pelo menos desde que a Espanha ia de vento em popa, enriquecia, construía imóveis sem parar (aliás, muito feios, que desfiguraram uma das paisagens mais suntuosas do mundo) nos quais a nova burguesia passou a se instalar. Essa situação durou até 2008. Naquele ano estourou a crise. E foi um furacão. As famílias não puderam mais cumprir suas obrigações financeiras. Expulsas de suas novas habitações, acordaram na rua.

Naquelas circunstâncias, os mesmos espanhóis atirados à sarjeta foram informados de que os políticos, não satisfeitos com seus bons salários, recebiam complementos. O cinismo tornou-se um insulto à miséria e à virtude. Apesar dos esforços corajosos e da ajuda da Europa, a Espanha foi perdendo fôlego. Agora, a desocupação destrói a sociedade: 55% dos jovens não têm emprego. Sobrevivem morando com os pais. O desespero pode levar a fugas perigosas (drogas, extremismos de direita ou de esquerda, aversão pelo "político", tráfico, etc.). A sociedade espanhola se desfaz.

Felizmente, a Espanha tem um rei, a instituição monárquica que mantém a coesão da nação. Mas, infelizmente, este ano ficamos sabendo de duas coisas a respeito de Juan Carlos: em primeiro lugar, no que diz respeito às mulheres, ele seria uma espécie de Dominique Strauss-Kahn. Tem o hábito de mostrar-se carinhoso com todas as que encontra em seu caminho. E, em segundo lugar, há alguns meses, ele se machucou numa viagem à África tropical. E como foi que ele se feriu, coitado? Bom, participava de um safari e escorregou. Um rei matar animais selvagens!?

Rajoy tentará construir uma barragem contra a maré destas hediondas revelações. Não será fácil. A Espanha, já desmantelada, voltará a fazer água. O que não é um bom auspício para a União Europeia. Bruxelas acreditava estar vendo "o fim do túnel", depois de quatro anos de dramas. Uma crise política, e então econômica, num país tão importante quanto a Espanha, poderá tornar o túnel mais longo do que já é. Tradução de Anna Capovilla.

Teoremas do diário presidencial - ROSÂNGELA BITTAR

Valor Econômico - 06/02

O governador Eduardo Campos (PSB) é objeto de duas avaliações, hoje, na aliança que apoia o governo. Para o PT e seus aliados sem perspectiva de candidatura própria, Eduardo está fazendo o jogo de pressão para desbancar o PMDB da Vice-Presidência na chapa de reeleição da presidente Dilma. Uma vez na Vice ele prepararia sua candidatura, arrastando as forças ao redor do PT a apoiá-lo na liderança da chapa em 2018. Essa conjectura, feita com preocupação no PMDB mas com satisfação entre os outros aliados, é uma solução que agradaria à presidente Dilma e ao ex-presidente Lula. A outra é mais clara, e feita no partido do próprio Eduardo Campos. Estabelece que, para atuar em 2018, o PSB tem que ter protagonismo em 2014. Ir para a mídia, fazer sua liderança aparecer, eleger bancada ampla para aumentar o peso no Congresso e na aliança, fazer o debate de propostas para o país.

Interessa também ao PSB, para crescer e aparecer, que muitas candidaturas sejam lançadas. A de Aécio Neves (PSDB), a de Marina Silva (Semear?), além da óbvia, de Dilma Rousseff (PT), sendo Eduardo Campos, o nome do partido para a disputa, a alavanca eleitoral socialista na próxima rodada.

Diante desse teorema, o primeiro dos três que se colocam à sua atenção no momento, está a presidente Dilma Rousseff. Ela já conversou com Eduardo Campos sobre o assunto, disse a ele prezar a companhia do PSB na reeleição mas mostrou-se compreensiva caso a opção do partido seja pela candidatura própria.

PSB quer protagonismo em 2014

Não que o PSB esteja completamente cindido em torno dessa ideia, mas o governador do Ceará, Cid Gomes, não absorve a argumentação dos que acham que a candidatura de Eduardo é o caminho mais célere do sucesso à frente. Quer apoiar o governo e ponto. A grande maioria do partido, porém, nos Estados que governa e nas prefeituras importantes que conquistou, defende o ponto de vista que o PSB está na sua hora de entrar em campo, no melhor estilo "quem não joga não conquista torcida".

Os partidários da tese de que não há volta atrás na candidatura Eduardo até admitem que a força do Ceará é fundamental, mas esperam levar Cid e Ciro Gomes para a tese majoritária de ser hora de aproveitar o candidato com juventude, que representa renovação e demonstrou capacidade de gestão, para ampliar o Brasil do PSB. Convicção há no PSB de que os partidários da outra tese - apoie-me em 2014 que te ajudarei em 2018 - não concedem qualquer garantia. "O PT jamais abrirá mão da cabeça de chapa, e na fila do PT já há uns 10 pensando em 2018", diz um especialistas nessa aliança.

Um segundo teorema, de mais difícil resolução entre os que são foco das atenções presidenciais, é o da troca do ministro da Fazenda, Guido Mantega, indicado pelo ex-presidente Lula e por ela integralmente apoiado, enquanto ainda há tempo para corrigir rumos e obter resultados concretos na economia. Embora tenha colocado ao lado do ministro o secretário do Tesouro, Arno Augustin, como uma espécie de funcionário padrão de sua confiança pessoal, a ideia da mudança, na onda há meses, ainda não se afastou. Já se disse nos gabinetes partidários apropriados que Mantega, mesmo com sua atuação visivelmente esgotada, não deixará a pasta sem que o PT influa na nomeação do substituto. O PT aceitaria qualquer nome novamente escolhido pelo ex-presidente Lula, mas ocorre que esse nome não existe.

Mantega teria se enfraquecido até para atender Lula, porém o ex-presidente não tem um substituto a oferecer. Dilma também não tem um nome óbvio e, para não ficar nas mãos de uma nova imposição, e dessa vez no escuro, vai levando adiante o problema. Fato é que Mantega não é mais interlocutor, não se dá crédito às suas assertivas. Mas, na aliança, as cúpulas consideram que é pior a presidente parecer fraca do que ter um ministro da Fazenda fraco. Diz-se que, na falta de uma solução ideal, Lula gostaria que, pelo menos, Antonio Palocci voltasse a influir no governo. Com Mantega no cargo isso é impossível, o atual ministro da Fazenda do PT não suporta o ex-ministro da Fazenda do PT.

O terceiro teorema, por ordem de complexidade o menor, se coloca à solução da presidente Dilma: a candidatura Marina Silva, pelo campo da oposição não tradicional. Embora não possa ser tratada desde já como adversária, não há perspectiva de ser levada à aliança. E, segundo pesquisas recentes que as candidaturas potenciais conhecem, Marina Silva está muito bem com o eleitorado.

As análises mais realistas consideram que esse sucesso com o eleitorado se deve ainda a recall da última campanha presidencial, o nome se tornou conhecido e ficou. Seja por que razão for, é um elemento que com certeza levaria a próxima disputa ao segundo turno. Porém, há complicadores terríveis que afastam o sentimento de urgência para solucionar a equação. A candidatura Marina tem seus pilares em dois segmentos que restringem os horizontes, não os expandem como seria desejável nas campanhas eleitorais: os evangélicos, como força eleitoral e projeto de sociedade, e os ambientalistas. Além disso, a ex-senadora não tem ainda um partido pelo qual se candidatar. Se foi difícil para o ex-prefeito de São Paulo, com sua base espalhada no Brasil e o apoio de muitos políticos com mandato fundar o PSD, imagina-se que será pior para Marina criar o seu partido (Semear?).

U; m elemento novíssimo surgiu entre as hipóteses de mudança de titulares na reforma ministerial a ser feita, pelo estilo Dilma, de forma fatiada e lenta, a partir de agora, uma vez definida a cúpula do Poder Legislativo. O ministro Alexandre Padilha, da Saúde, entrou na lista.

Ele é um dos candidatos do ex-presidente Lula ao governo de São Paulo, dentro do projeto de renovação das possibilidades eleitorais no PT, tendo figurado até há bem pouco tempo como o primeiro nome de uma lista de estreantes que tem Luiz Marinho e Guido Mantega na composição. Só por isso Dilma não havia ainda deixado o nome de Padilha penar na boataria.

Perdida, de repente, a inibição, Dilma não esconde que abandonou a saúde e o ministro. A campanha da reeleição está começando, os ministros têm que apresentar resultados e o da Saúde está longe de ter o que mostrar. Não significa que já está degolado. Mas consta da lista dos mais desprestigiados.


Um retrato do atraso - ZUENIR VENTURA

O GLOBO - 06/02

Em 85, diziam que Sarney era a ‘vanguarda do atraso’. Nem isso pode ser dito de seu sucessor no Senado; nada na história de Renan pode ser confundido com avanço, a não ser sobre bens públicos


Essa, sim, é uma foto que vale por mil palavras. É de Ailton de Freitas, foi publicada na primeira página do GLOBO do último sábado e mostra Fernando Collor e Renan Calheiros às gargalhadas comemorando a vitória obtida com votos inclusive de tucanos e de petistas, como Eduardo Suplicy. Os dois parecem dizer: "Olha nós aqui de novo, otários.” É o retrato fiel do Brasil andando para trás e trazendo de volta personagens de um passado que os condena. O primeiro sofreu impeachment em 1992, quando era presidente da República; o segundo teve que renunciar à presidência do Senado em 2007 por causa de um escândalo de corrupção. O segundo pertencia à tropa de choque do primeiro;agora, o primeiro é da tropa de choque do segundo. No seu discurso, o mais virulento em defesa do amigo, Collor esbravejou como nos tempos em que ameaçava "marajás" e prometia um choque de ordem no país. Uma mão lava a outra — e haja água. Já Renan falou de transparência e ética, apropriando-se indevidamente até das palavras. "A ética é meio, não é fim” disse, esquecendo-se de que é sobretudo princípio. Esse retrocesso de 20 anos dá razão ao escritor Antonio Callado, que dizia: "O Brasil não anda pra frente porque roubam as rodas do carro."

Numa noite de 1985, assisti no Teatro Casa Grande, em companhia de centenas de intelectuais e artistas na plateia, ao então ministro da Justiça, Fernando Lyra, classificar José Sarney como a "vanguarda do atraso’; uma maneira de justificar a adesão ao presidente que inaugurava a Nova República depois de ter apoiado a ditadura militar. Hoje, nem isso poderia ser dito do seu sucessor na presidência do Senado;nada na sua história pode ser confundido com avanço, a não ser sobre bens públicos. A política nacional é uma tragicomédia onde não há flash back, ou melhor, onde ele é permanente: o passado não sai de cena, está sempre presente Querem mais? Na Câmara e também com a bênção da presidente Dilma, Henrique Eduardo Alves, coberto de denúncias, foi eleito para a presidência da casa, e Eduardo Cunha, acusado de sonegação fiscal, para líder do PMDB. Como líder do PT, José Guimarães, aquele cujo assessor foi pego com dólares escondidos na cueca. E tem ainda Garotinho, respondendo a inquérito no STF por peculato, como líder do PR. Não há dúvida de que estamos vivendo, com alguns dias de antecedência, o reinado de Momo, onde tudo é permitido, principalmente os blocos de sujos. Como bem definiu o deputado Miro Teixeira, "pior do que este, só um parlamento fechado’!

Bravatas perigosas - MERVAL PEREIRA

O GLOBO - 06/02


O novo comando do PMDB no Congresso joga muito mais para o público interno do que para a opinião pública, e é essa a sua força política. Nos próximos dois anos, terá papel fundamental na facilitação, ou não, do governo Dilma, sendo ator importante na corrida presidencial de 2014. Da relação com o Executivo nascerá um PMDB influente e capaz de se impor na aliança governamental ou uma dissidência política que pode definir o rumo das futuras candidaturas.

Este papel dissidente não parece ser o mais provável, pois mesmo que o PT não queira, o PMDB comandando a Câmara e o Senado terá armas para manter e mesmo ampliar seu espaço político. Se a economia continuar patinando, indicando que a reeleição está ficando difícil, o PMDB terá condições de, por meio do Congresso, exigir do governo atitudes que protejam o projeto político comum. Terá, no entanto, mais dificuldade do que o PSB para abandonar o barco governista, inclusive porque a vice-presidência está ocupada por Michel Temer, o grande articulador político do partido. Mas poderemos ver novamente o PMDB dividido em duas canoas, buscando se posicionar para a próxima dança das cadeiras federais.

Não foi à toa, portanto, que a presidente Dilma apressou-se a enviar, em sua primeira mensagem na abertura dos trabalhos legislativos, sua solidariedade à atividade política que estaria sendo “vilipendiada”! E também não foi por acaso que ela salientou que a parceria com o Legislativo “construída sobre a legitimidade conferida pelo voto popular” assegura que as ações governamentais sejam “fortalecidas pela vontade política plasmada em mandatos representativos.”

Quem quiser ler nestas poucas linhas uma crítica à imprensa e, sobretudo, ao Supremo Tribunal Federal, estará livre para fazê-lo, estimulado pelo estilo da presidente. O ex-ministro José Dirceu, condenado pelo men-salão, já é mais direto e tem viajado pelo país defendendo a tese de que quem fala pelo povo é o Congresso, e não o Supremo, como se os ministros tivessem tomado o lugar dos políticos.

O presidente do Supremo, no seu comentário curto sobre a possibilidade de a Câmara não acatar a decisão do STF de cassar os mandatos dos deputados condenados, deixou claro que no Brasil cabe ao STF a palavra final de interpretação da Constituição, quando o caso é judicializado.

Com isso, sublinhou que não foi o Supremo que chamou a si o problema do mensalão.

É claro que a questão é controversa, tanto que quatro ministros votaram a favor de que a última palavra fosse do Congresso. Mas, tendo-se chegado a uma maioria, a decisão do Supremo tem que ser acatada, sem que seja considerada uma intromissão num outro Poder da República.

Mesmo sabendo-se que a defesa dos interesses dos parlamentares, e não apenas os do PMDB, será a grande bandeira dos novos presidentes da Câmara e do Senado, não será confrontando o Judiciário que eles conseguirão colocar em realce o Poder Legislativo que agora comandam.

Controlar as medidas provisórias, colocar sob a ação do Congresso os grandes debates nacionais, voltar a ter a iniciativa legislativa em questões fundamentais como os novos critérios do Fundo de Participação dos Estados e Municípios, e a distribuição dos royalties do petróleo com uma visão verdadeiramente nacional, sem ferir os direitos adquiridos, aprovar o Orçamento, quem sabe transformando-o em impositivo, são as tarefas de um Congresso que sabe seu papel na democracia brasileira.

Bravatas servem apenas para chamar a atenção para o lado negativo da política ou para tentar encobri-lo.

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO


FOLHA DE SP - 06/02


Vigilância de SP para vistoria em farmacêuticas
A Covisa (Coordenação de Vigilância em Saúde), que faz a vigilância sanitária no município de São Paulo, deixou de realizar a inspeção de indústrias farmacêuticas no fim de 2012 por problemas com a empresa de transporte.

Segundo o Sindusfarma (sindicato do setor), a verificação das companhias de medicamentos parou em setembro. O órgão não detalha quando o problema começou.

"É uma preocupação. O setor precisa de inspeção para funcionar", diz Nelson Mussolini, do Sindusfarma.

A entidade calcula que 78 industrias farmacêuticas necessitam da licença de funcionamento em São Paulo.

A ausência do documento pode impossibilitar as empresas de participarem de concorrências públicas.

"Isso onera o erário público, pois as empresas paulistanas não podem participar de alguns editais."

O órgão informa que "desde a segunda quinzena de janeiro, por ordem judicial, a empresa Brasil Dez voltou a prestar serviço de transporte para a prefeitura", porém não informa o dia em que a atividade foi retomada.

Sem detalhar, a Covisa afirma que "deu sequência ao trabalho de inspeção, de acordo com o cronograma estabelecido". O sindicato diz que ainda não houve solução.

POLÍTICA DE INVESTIMENTO
O mapa de riscos políticos que ameaçam os recursos de investidores nos países deve se expandir neste ano, segundo estudo da Marsh, corretora que realiza estudos anuais sobre o tema.

No início de 2012, a avaliação identificou 28 países onde a violência política era considerada alta. O mapeamento de 2013 aponta 38.

"São nações como Líbia, Síria, Líbano, Argélia, Mali, Marrocos, Tunísia e Egito", diz Kiyoshi Watari, executivo da Marsh especializado em práticas de seguro de crédito e risco político.

O trabalho considera impactos como ações de expropriação por governos, alterações em taxa de câmbio, protecionismo e riscos de insurgências sociais.

O Brasil tem a posição mais segura entre os Brics, mas não deixou ainda a categoria de médio risco.

"A situação brasileira piorou um pouco devido a ações de interferência do Banco Central para controlar a volatilidade da moeda. Alguns mecanismos atrapalham a visão do investidor no longo prazo", afirma.

"Na China, há uma preocupação crescente com a nacionalização de recursos."

PROTEÇÃO A BANCO
O Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, vinculado ao Ministério da Justiça, decidiu abrir um processo administrativo contra o Banco do Brasil.

O problema é a cobrança considerada indevida do "Seguro Proteção Ouro", sem que o cliente o tenha solicitado. O processo decorre de denúncias. O DPDC analisou documentos, ouviu o banco e concluiu que há "sérios indícios" de infração a direitos do consumidor e prática comercial abusiva. O BB terá prazo para apresentar defesa e, se condenado, poderá ser multado em até R$ 6 milhões.

MARCA CORRETA
Quatro em cada dez empresas no mundo investem em sustentabilidade para melhorar a reputação da marca, segundo levantamento do BCG (Boston Consulting Group) em parceria com a publicação "MIT Sloan Management Review", do Instituto de Tecnologia de Massachusetts.

A pesquisa também mostra que quase três em cada dez companhias acreditam que a sustentabilidade melhora a inovação de produtos.

Apenas 8% dos entrevistados afirmaram que não há benefícios decorrentes das medidas sustentáveis. Foram ouvidas 2.600 pessoas.

CLIMA GERMÂNICO
A expectativa de renda na Alemanha voltou a crescer no início deste ano e superou a marca do mesmo período de 2012, segundo índice da GfK que varia de -100 a 100.

No mês passado, foram registrados 36 pontos, ante 21,2 em dezembro e 34,1 em janeiro de 2012.

A propensão a comprar também aumentou e ficou em 35,3 pontos.

A inflação moderada e a estabilidade no nível de emprego foram os principais fatores que contribuíram para a melhora desses indicadores, segundo relatório da empresa.

A propensão a poupar em baixo patamar também influenciou os números.

CIDADE-SEDE CARIOCA
O setor de feiras e congressos atraiu 255 mil turistas para o Rio de Janeiro no ano passado, segundo balanço do Rio Convention & Visitors Bureau.

O número representa uma alta de 53% na comparação com o ano anterior.

A estimativa é que os eventos tenham gerado uma receita de US$ 390 milhões (cerca de R$ 774 milhões) -expansão de 54%.

A tendência é que até a Olimpíada de 2016, o Rio permaneça em alta dentro do mercado mundial, de acordo com o superintendente da fundação, Paulo Senise.

FLÁVIA OLIVEIRA - NEGÓCIOS & CIA

O GLOBO - 06/02

COMÉRCIO PERDERA R$ 36 BI COM FERIADOS ESTE ANO
Fecomércio-RJ estimou o rombo que cinco datas em dias úteis provocarão nos setores de varejo, serviços e turismo A Fecomércio-RJ fez as contas de quanto o varejo e os setores de serviços e turismo deixarão de movimentar este ano, em razão dos feriados nacionais que cairão no meio da semana. A cifra beira R$ 36,26 bilhões. Christian Travassos, economista da entidade, tomou por base a arrecadação dos impostos que incidem sobre a atividade comercial: o ICMS (circulação de mercadorias e serviços) e o ISQN (serviços de qualquer natureza). Travassos computou cinco feriados nacionais em dias úteis: 1º de janeiro, Sexta-Feira da Paixão, Dia do Trabalho, Proclamação da República e Natal. Ano passado, o prejuízo foi maior, segundo o estudo. Com 12 feriados em dias úteis, o faturamento não realizado pelo comércio chegou a R$ 73,75 bilhões em 2012. No Rio, a Fecomércio-RJ estima perdas de R$ 10,59 bilhões este ano. No ano passado, foram R$13,69 bilhões, com 13 feriados estaduais. Em 2013, o Rio terá cinco datas locais, além das cinco nacionais: Terça de Carnaval, São Jorge, Corpus Christi, Consciência Negra e Dia do Comércio. Travassos esclarece que a Terça-Feira Gorda é feriado no país, mas os estados o decretam; o de Corpus Christi depende das prefeituras municipais.

Em obra 1
Começa em março a reforma do pátio de aeronaves do Santos Dumont, no Rio. A construtora Alves Ribeiro venceu a licitação. O contrato de R$ 32,87 milhões tem 31 meses de duração.

As obras devem terminar a tempo dos Jogos 2016.

Em obra 2
A Infraero diz que as operações do aeroporto não serão afetadas. A obra será feita em etapas, sem grandes interdições. Ao todo, uma área de 71,2 mil metros quadrados será reformada.

Em tempo
O pátio do Santos Dumont foi projetado entre os anos 1940 e 1950 para suportar aviões Electra e DC-4, de 40 toneladas. Nas décadas seguintes, foi reforçado para 737 e A-320, de 70 toneladas.

Emprego
O Estado do Rio gerou 148.797 empregos formais em 2012. Foi alta de 4,17% sobre 2011. A renda cresceu 6,32%, a maior expansão do país. O IPP, municipal, fez as contas para o governo fluminense, com base nos dados do Caged/MTE.

Autopeças
A SKF, sueca de autopeças, produziu 2,5 milhões de rolamentos mês passado. Foi aumento de 38% sobre janeiro de 2012; e reflexo de bom resultado das montadoras. Com fábrica em Cajamar (SP), prevê que as encomendas crescerão 25% no primeiro trimestre.

Rock in Rio
Devem bater R$ 60 milhões as vendas no varejo dos produtos licenciados com a marca Rock in Rio. Ao todo, a organização do festival espera 595 mil pessoas na Cidade do Rock. As páginas do evento nas redes sociais alcançaram 8,3 milhões de fãs, depois que Beyoncé anunciou a vinda. Antes, eram 7,5 milhões.

Efeito tragédia
A demanda por sinalização de emergência disparou na empresa Rio Arte, após a tragédia na boate Kiss, em Santa Maria (RS). Saíram de 20 por mês para 60 em uma semana. Os pedidos vieram de casas noturnas, hotéis e bares.

Formalizado
É crescente a formalização de empreendedores em dez atividades ligadas ao carnaval, diz o Sebrae. Rio, São Paulo, Salvador e Recife tiveram alta média de 76% nos registros, até novembro de 2012. Costureiros, ambulantes e artesãos lideram a lista.

Cerveja
Extra e Pão de Açúcar esperam vender mais de 70 milhões de unidades de cerveja no carnaval. É alta de 20% sobre 2012 em todo o Brasil. No Walmart, o aumento deve ser de 15%.

Supermercado
A Super Rio Expofood, em março, no Riocentro, deve gerar mais de R$ 160 milhões em negócios. A feira dos supermercados vai superar em 15% o volume financeiro de 2012, de R$ 140 milhões.

CIDADE LIMPA
A BandNews FM estreia hoje a campanha “Jogue limpo com o Rio”. Famosos como o cantor Dudu Nobre e a escritora Thalita Rebouças gravaram mensagens, que serão veiculadas na programação. No carnaval, a rádio vai distribuir dez mil caixas com sacos de lixo.

Empresarial
A Assim Saúde fechou 2012 com 200 mil clientes nos planos do segmento empresarial. A carteira cresceu 82% em um ano e meio. Em julho de 2011, cobria 110 mil vidas.

Em dobro
A Oncoclínica termina até junho a ampliação da unidade de Copacabana. Vai abrir dois centros de infusão e terapia: um em Copa, outro em Niterói. A meta atender quatro mil pessoas por mês, o dobro de hoje. Investiu R$ 3,5 milhões.

Cresceu
A Clínica São Vicente reabre UTI hoje, após reforma. Manteve dez leitos, mas aumentou o espaço de recepção, quartos, vestiários e salas. Gastou R$ 1 milhão.

Fértil
O Vida, centro de fertilidade da Rede D’Or, terá mais dois polos, em março: Ipanema e Méier. Fez aporte de R$ 35 mil em cada. Em 2012, abriu seis. Fez 4.600 atendimentos, alta de 30% sobre 2011.

Livre Mercado
As bolsas Sophia Gomes usadas pelo núcleo feminino de “Salve Jorge” esgotaram-se das lojas em dois meses. A marca vai investir R$ 600 mil na próxima coleção.

A Verallia, de embalagens de vidro, patrocina a Vai-Vai, escola de São Paulo. O enredo é sobre vinho.

A Net vai distribuir sinais de TV HD, internet banda larga e wi-fi em 150 pontos da Sapucaí. A rede saiu de um para três quilômetros.

A loja virtual da Healthline terá kit carnaval. Vem com três energéticos. Prevê vender 20% mais.

O Buffet Fasano faz dez anos de Sapucaí. Serviu 600 mil unidades de raviólis e 2.600 quilos de risoto no camarote Devassa, ex-Schin. Por noite, são 75 profissionais.

O japonês Ten Kai vai servir 35 mil sushis, sashimis e enrolados no camarote Rio Samba e Carnaval.

O CDI entrou pela 2ª vez no ranking das cem ONGs mais influentes da revista suíça “The Global Journal”.

Heitor Chagas de Oliveira e José Aristides de Moura dão palestra amanhã, no CRA-RJ. O tema é o livro “Gestão integrada do negócio”.

Questões macroeconômicas resolvidas? - GIULIANO CONTENTO DE OLIVEIRA

FOLHA DE SP - 06/02


A despeito dos avanços, de maneira alguma se pode assegurar que as questões macroeconômicas estejam resolvidas, como quer Dilma


Ao longo dos últimos anos, diversos indicadores macroeconômicos do Brasil apresentaram melhora substancial. A dívida líquida do setor público (DLSP) recuou de pouco mais de 60% do PIB em 2002 para 35% do PIB em 2012. A taxa de desemprego aberto, no patamar aproximado de 13% em 2003, girou em torno de 5,5% em 2012, encerrando o ano em 4,6%, segundo o IBGE.

E a taxa básica real de juros, que atingiu níveis exorbitantes nos anos 1990, depois do Plano Real, caiu para menos de 2% no final de 2012. Essa situação levou a presidente Dilma Rousseff a afirmar que as questões macroeconômicas no Brasil estão resolvidas ("Valor", 12/12/2012).

De fato, não há como negar a importante melhora dos indicadores mencionados. Isso, contudo, não tem se mostrado suficiente para viabilizar o crescimento econômico sustentado da economia brasileira, tampouco para fazer deslanchar o investimento no país.

Ademais, fica cada vez mais patente que o Brasil sofre de um problema de competitividade.

A despeito dos avanços recentes, de maneira alguma se pode assegurar que as questões macroeconômicas estejam resolvidas no Brasil. De fato, a taxa de juros caiu substancialmente depois da crise, mas em um contexto de pressões deflacionárias nas principais economias do globo. A redução da DLSP em relação ao PIB, por seu turno, foi fortemente condicionada pelo expressivo acúmulo de reservas internacionais, em meio ao contexto de bonança internacional.

Não por outro motivo, à diminuição da dívida externa líquida correspondeu o aumento substancial do passivo externo líquido (estoque de investimentos estrangeiros no Brasil deduzido do estoque de investimentos brasileiros no exterior) da economia brasileira, de US$ 295 bilhões para US$ 738 bilhões entre 2004 e 2011. A geração de superavits fiscais primários e, principalmente, o crescimento econômico, também contribuíram para a redução da razão DLSP/PIB.

Não há como negar, contudo, que as condições internacionais peculiares que prevaleceram entre 2004 e 2008 também foram muito importantes para a aceleração do PIB nesse interregno. E a redução do patamar da taxa de desemprego corre o risco de não se manter, caso a elevação do nível de investimento não ocorra rapidamente e de maneira sustentada.

Deve-se destacar, ainda, que a própria capacidade de manutenção da taxa de câmbio em patamar competitivo no período mais recente, considerando-se a institucionalidade vigente do regime de metas para a inflação, apenas tem se mostrado factível no cenário atual de baixo crescimento.

Em 2012, com a economia brasileira crescendo somente cerca de 1%, a taxa de inflação medida pelo IPCA atingiu 5,84%. Destarte, uma aceleração vigorosa do crescimento econômico tende a tornar a sustentação da taxa de câmbio em um patamar considerado competitivo muito difícil, ante a maior pressão sobre a inflação.

Isso posto, pode-se dizer, no máximo, que as questões macroeconômicas estão sob controle no momento atual, considerando a comunhão dos fatores indicados. Mas de maneira alguma estão totalmente resolvidas. Não se pode dissociar a melhora de alguns indicadores macroeconômicos da conjuntura internacional sine qua non que prevaleceu tanto antes como depois da crise global.

A resolução efetiva das questões macroeconômicas requer, pois, a implementação de reformas e iniciativas capazes de permitir a compatibilização entre taxa de juros baixa, controle da inflação, crescimento econômico e solidez das contas externas. Trata-se de algo, pois, inseparável das questões ligadas à competitividade da economia brasileira.

O pedágio vai encarecer - EDITORIAL O ESTADÃO


O Estado de S.Paulo - 06/02


A bandeira da recuperação do papel do Congresso Nacional, alçada pelos seus novos dirigentes, o senador Renan Calheiros e o deputado Henrique Alves, mereceria respeito não fosse por um detalhe: os fins que os movem e os meios a que recorrem para alcançá-los. Se o espírito público tivesse algo que ver com uma coisa e outra - e com os votos que os elegeram entre a sexta-feira passada e anteontem -, a democracia só teria a ganhar com o advento de uma nova relação de forças entre o Executivo (hegemônico) e o Legislativo (desidratado). Isso não apenas revigoraria o debate das questões nacionais, que desapareceu dos plenários federais, como, ao menos em tese, aumentaria a probabilidade de que as leis do País resultassem antes de entendimentos amadurecidos entre os dois Poderes do que da vontade dominante do Planalto.

Não é que o Executivo não perca votações no Congresso, quando grupos de interesses dos quais os parlamentares são devedores fazem valer a sua influência. Mas o ponto central é que a agenda legislativa é sabidamente caudatária das intenções dos governantes de turno. E a verdade desalentadora é que as declarações de independência que emanaram esses dias do Congresso têm por meta exclusiva ampliar a capacidade de barganha das caciquias da base aliada - não para cumprir os programas políticos das suas agremiações, pois estes só existem pro forma, nem para produzir leis melhores, mas para encarecer o pedágio que o Planalto é constrangido a pagar nas votações, sob a forma de cargos, verbas e obras nos currais de suas excelências. Um partido como o PMDB de Renan Calheiros e Henrique Alves simplesmente não existe para outra coisa. Tampouco eles e suas corriolas.

A altissonância dos seus pronunciamentos teve ainda uma finalidade imediata: abafar, como que no grito, os escândalos de que são protagonistas. Um, o senador, denunciado por peculato, falsidade ideológica e utilização de documentos falsos. Outro, o deputado, alvo de uma ação de improbidade administrativa por enriquecimento ilícito. Daí o coro, engrossado pelo então presidente da Câmara, o petista Marco Maia, no seu discurso de saída, de que a imprensa transmite uma imagem degradada da instituição parlamentar e do ofício de seus membros. Até a presidente Dilma aderiu à farsa ao afirmar, em mensagem ao Congresso, que a atividade política vem sendo "vilipendiada". Se falou para fazer um agrado aos presumíveis vilipendiados ou porque acredita nessa enganação, pouco importa. O fato singelo é que o vilipêndio da política não existe porque a política deixou de existir, fulminada pela combinação letal de uma maioria que só se ocupa de seus interesses e de uma oposição sem voz nem rumo. O que há e viceja são crimes cometidos pelos políticos de que a imprensa e a Justiça se ocupam.

Não admira que contra essas instituições se volte a fúria do PT, na esteira do julgamento do mensalão, com o endosso de seus companheiros de proveitosa viagem. O ex-presidente da Câmara, Marco Maia, inventou a patranha de que "setores da grande imprensa questionam a existência e a própria finalidade do Poder Legislativo" e se disse preocupado com as "interpretações circunstanciais da Constituição por parte do Judiciário". O que está em jogo é a decisão do STF sobre o destino dos mensaleiros condenados com assento na Câmara: José Genoino e João Paulo Cunha, do PT, Valdemar Costa Neto, do PR, e Pedro Henry, do PP. A Corte entendeu que, findo o julgamento, eles serão automaticamente cassados. É o que determina o artigo 55 da Carta: "Perderá o mandato o deputado ou senador que (…) sofrer condenação criminal com sentença transitada em julgado". Já Henrique Alves acha "lógico" que a palavra final seja da Câmara, por terem sido os seus membros "abençoados pelo voto popular".

A bênção não basta. Como o presidente do STF, Joaquim Barbosa, explicou ao chegar para a posse de Alves, "no Brasil (em relação a), qualquer assunto que tenha natureza constitucional, uma vez judicializado, a palavra final é do Supremo Tribunal Federal". Nada mais disse - nem precisava.

Todos os erros da Argentina - EDITORIAL O GLOBO

O GLOBO - 06/02

Ao partir para o congelamento de preços, país cumpre a maldição de que certas sociedades vivem ciclos repetitivos de sempre cometer os mesmos equívocos



Ser latino-americano de meia idade é já ter presenciado as mais mirabolantes e heterodoxas tentativas de política econômica. Dolarizações — o Equador ainda insiste —, diversas modalidades de controles cambiais, troca de moedas. Em vão, pois toda esta criatividade está sempre a serviço da ideia inexequível de se estabilizar economias sem praticar a responsabilidade fiscal, entre outros requisitos das boas práticas no ramo.

A Argentina faz jus ao acelerado processo de conversão ao chavismo bolivariano e acaba de selar acordo com as maiores redes de supermercado para congelar preços. Congelamentos e tabelamentos são artifícios antigos no continente, abraçados com ardor nesta febre de nacional-populismo que assola a região, pois se ajusta como uma luva à visão intervencionista e autoritária do mundo, marca deste tipo de regime político.

Não é coincidência que o negociador do congelamento, em nome do governo, tenha sido o feroz secretário de Comércio Exterior, Guilherme Moreno, o mesmo que ameaça fisicamente os adversários políticos. Para esses “serviços” mafiosos conta com o apoio de não menos ferozes torcidas organizadas de clubes argentinos (os “barras bravas”).

O acordo com os supermercados vigorará até 1º de abril. Como o IBGE argentino, o Indec (Instituto Nacional de Estatística e Censos), está sob intervenção do próprio Moreno, é aposta certeira que os índices oficiais de preços cairão durante algum tempo. Se dará certo, é preciso esperar. Mas ensina a experiência que a chance de isso acontecer é nula.

O governo de Cristina Kirchner se vale do surrado instrumento do congelamento porque a situação se grava, e a Casa Rosada considera “neoliberal” combater a inflação como ensinam os manuais: corte de gastos, câmbio real. E como a velocidade da elevação dos preços cresce, o reflexo condicionado de um governo neopopulista o leva a intervir na formação de preços.

O momento é delicado também do ponto de vista diplomático, no relacionamento com o Fundo Monetário e, por tabela, com o resto do mundo pelos canais financeiro e de comércio.

Depois da intervenção de Moreno, o Indec passou a maquiar a inflação, para ela não se afastar do nível de 10%, quando, segundo entidades independentes, a taxa verdadeira está em 25%. Entidades estas sob ameaça da poderosa Casa Rosada. Esta manipulação levou o FMI a censurar a Argentina, para irritação de Cristina K., e a dar-lhe um prazo, até 29 de setembro, para corrigir a situação. O congelamento deve fazer parte de um plano para enganar o FMI. (Não será qualquer mérito, pois outros latino-americanos já o fizeram).

Mas, como em todo congelamento, haverá, cedo ou tarde, mercado negro e/ou desabastecimento. A Argentina confirma a maldição de que certos países vivem ciclos repetitivos de sempre cometer os mesmo erros.

Seguindo os passos de Lula - ILIMAR FRANCO


O GLOBO - 06/02

De olho na reeleição, a presidente Dilma começa 2013 retomando práticas do ex-presidente Lula que deram certo. Depois de um ano sem dar entrevistas a rádios regionais, resolveu falar ontem com três emissoras paranaenses. E pediu à assessoria que mantenha a prática. Dilma também turbinou a agenda de viagens. Irá neste mês a Alagoas, Pernambuco e Ceará.

Contrato de risco preocupa governo
O governo está preocupado com os contratos fechados entre a Match, operadora oficial da Fifa, e os hotéis, para a Copa do Mundo. Até fevereiro de 2014, todos os quartos reservados pela empresa podem ser devolvidos sem multa. Os hoteleiros não poderão cobrar tarifa menor do que a acertada no contrato com a Match, no caso da devolução. Na prática, estabeleceu-se um piso tarifário, medida abominada pelo Cade. Além do contrato de risco, que começa a causar arrependimento entre empresários, há ainda cláusula de confidencialidade que os proíbe de divulgar os preços contratados.

“Renan (Calheiros) e Henrique (Alves) se elegeram com o discurso de recuperar a soberania do Congresso. Esperamos que cumpram a palavra”
Ronaldo Caiado
Líder do DEM na Câmara

Agiliza aí
O primeiro pedido da presidente Dilma ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), é que faça requerimento de urgência para votar este mês a criação do Ministério da Micro e Pequena Empresa, a tempo da reforma.

Desagradou ao chefe
O vice Michel Temer está "decepcionadíssimo" com o deputado Sandro Mabel (GO), que recorreu ao STF para reverter a vitória de Eduardo Cunha (RJ) na disputa pela liderança do PMDB na Câmara. Temer avalizou um acordo entre os dois justamente para evitar o choro do perdedor. Portanto, o acerto previa que Mabel não recorreria à Justiça.

Quem manda
O empresário Jorge Gerdau foi o mentor da concessão dos portos, mas não gostou da redação da MP que libera construção de portos privados não só para fins industrias. Reclamou e o governo corre para mudar o texto e apresentar nova MP.

Presente de grego
A cúpula do PMDB não gostou da ideia do ex-presidente Lula de lançar o vice Michel Temer para o governo de São Paulo, com apoio do PT. Os peemedebistas não veem lucro nessa jogada. Primeiro, não acreditam no apoio fiel do PT. E acham que Temer entraria numa disputa contra a força da caneta do governador Geraldo Alckmin e do PSDB, há 18 anos no poder.

Cabo eleitoral
O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), reuniu domingo à noite 30 deputados em um restaurante para comemorar sua eleição. Aproveitou a presença de Rose de Freitas (ES) e pediu que votassem nela para presidente da Câmara.

Agenda lotada
A blogueira cubana Yoani Sánchez recém ganhou passaporte do governo e já tem compromissos no Brasil até abril, quando participará da 26ª edição do Fórum da Liberdade, em Porto Alegre.

SOMBRA E ÁGUA FRESCA. A presidente Dilma vai passar o carnaval na Base Naval de Aratu, em Salvador. Quer privacidade e viajará só com a família.

Para que a pressa? - VERA MAGALHÃES - PAINEL


FOLHA DE SP - 06/02

À diferença de Marco Maia (PT-RS), Henrique Alves (PMDB-RN) não deve alimentar o confronto com o STF no caso da cassação dos deputados mensaleiros. Para dar sobrevida a João Paulo Cunha (PT-SP), José Genoino (PT-SP), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT), o novo presidente da Câmara planeja esticar prazos. Os processos seguiriam um longo trâmite depois do acórdão e da fase de recursos. Há quem aposte que os quatro consigam até concluir os mandatos.

Rotas de fuga Deputados governistas articulam para que os processos passem pelo Conselho de Ética, que votaria pelo arquivamento e os remeteria ao plenário. Outros defendem que a situação dos mensaleiros seja analisada pela corregedoria da Casa.

Capitania O Conselho de Ética é o único órgão da Casa ainda vago. Ricardo Izar (PSD-SP), filho e homônimo do deputado que comandou o órgão quando veio à tona o mensalão, pleiteou a presidência, mas não há definição. A corregedoria deverá ficar com Átila Lins (PSD-AM).

Vizinhança Depois dos recados do discurso de posse, Alves fará visita institucional ao presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, hoje à tarde. Antes, pela manhã, se encontra com Dilma Rousseff.

Companheiro O presidente da Câmara recebeu telefonema de Lula, parabenizando-o pela vitória. Combinaram um encontro no final do mês, em São Paulo.

Ziriguidum O STF cancelou sessões plenárias marcadas para a Quarta-Feira de Cinzas e para a quinta-feira.

Só love Após maratona de inaugurações no Paraná, anteontem, Dilma e o governador Beto Richa marcaram nova audiência em Brasília, após o Carnaval. A presidente, que pediu aplausos para Gleisi Hoffmann (Casa Civil), potencial candidata em 2014, quer preservar a boa relação institucional com o tucano.

Fim... Encerrada a quarentena de transição republicana, auxiliares de Gilberto Kassab reagirão em defesa de projetos prioritários da gestão anterior engavetados por Fernando Haddad.

... da trégua Miguel Bucalem, ex-secretário de Desenvolvimento Urbano, está incumbido de debater a recém-congelada Nova Luz com o atual titular da pasta, Fernando de Mello Franco.

#prontofalei De Gabriel Medina, coordenador de Juventude de Haddad, em seu Twitter: "Renan e Henrique Alves são a expressão da crise da democracia representativa brasileira. Triste!".

Mais um O prefeito paulistano apresentará antecipadamente a líderes governistas o pacote de projetos que enviará à Câmara após o Carnaval, entre eles o que prevê isenção da taxa da inspeção veicular. Na ocasião, deve receber a adesão do DEM, que apoiou José Serra em 2012.

Quebra-cabeças Serra tem reclamado, em privado, de aliados que sugerem sua nomeação para a Secretaria de Desenvolvimento de São Paulo. Diz que o movimento ocorre à sua revelia e o indispõe com Geraldo Alckmin.

Baixa Em carta, Mendes Thame comunicou aos dirigentes do PSDB-SP que deixará a coordenação do congresso estadual da sigla. O deputado preside a seção paulista do Instituto Teotônio Vilela e afirma ter sido escanteado no evento.

Bases Ao sinalizar à CUT que reabrirá diálogo com as centrais sindicais, Dilma procura isolar o desafeto Paulinho da Força (PDT). A presidente, que esteve com líderes do MST anteontem, confirmou que irá a encontro de mulheres camponesas.

com FÁBIO ZAMBELI e ANDRÉIA SADI

tiroteio
Fonteles é o Sherlock brasileiro? Seria bom se a Comissão da Verdade desvendasse agora as mortes de Celso Daniel e Toninho do PT.
DO DEPUTADO JAIR BOLSONARO (PP-RJ), sobre o ex-procurador-geral da República ter confirmado que Rubens Paiva foi assassinado no DOI-Codi.

contraponto


Homenagem póstuma


Garibaldi Alves visitava Parelhas (RN), no mês passado, para comemorar o Dia de São Sebastião. Em clima de festa, o ministro da Previdência foi recebido calorosamente pelos convidados de seu Estado. Em determinado momento, uma senhora se aproximou e disse que gostaria de fazer uma solicitação:

-Olha, ministro, eu gostaria muito que o senhor viesse para o meu enterro!

Atônito com o inusitado pedido da conterrânea potiguar, Alves devolveu, sem titubear:

-Olhe, já eu não gostaria de lhe atender tão cedo...