FOLHA DE SP - 29/10
Dissecar animais em praça pública, como aconteceu no passado, seria impensável nos dias de hoje. Ainda bem
Recebi centenas de e-mails na semana passada por causa de um texto sobre os "direitos dos animais" ("Homens e animais", 22/10). Escuso de esclarecer que a maioria não foi simpática.
Com verdadeiro espírito humanista, muitos dos defensores dos animais desejaram-me doenças que eu, um hipocondríaco confesso, nem sabia que existiam. Sem falar das inevitáveis ameaças de morte, sempre antecedidas de tortura (lenta).
Agradeço a gentileza e espero ansiosamente pelo dia em que o mundo será governado pelo espírito tolerante dessa gente. Para os restantes leitores, que insistiram em seis perguntas recorrentes (e civilizadas), aqui vão respostas civilizadas:
1 - Se é possível fazer pesquisa sem animais, como justificar o uso dos bichos?
Infelizmente, não é possível fazer todo o tipo de pesquisas sem usar animais. Verdade que a ciência evoluiu imenso e a pesquisa "in vitro" (usando células em laboratório, algumas das quais humanas) e "in silico" (com computadores) tem ocupado as pesquisas "in vivo". Mas, para certas patologias, e sobretudo para se obterem respostas precisas a farmacologias várias, é necessário o uso de organismos vivos com certo grau de complexidade (o que exclui, por exemplo, moscas ou lesmas). Não usar animais implicaria, em muitos casos, usar seres humanos --ou, em alternativa, frear o progresso científico.
2 - Os animais dos laboratórios são tratados cruelmente.
Uma absoluta falácia. Os animais domésticos são, muitas vezes, tratados cruelmente. Animais de laboratório são, como o nome indica, seres vivos criados em ambiente controlado (temperatura, som, conforto, comida etc.) de forma a infligir o menor sofrimento possível. É claro que algumas experiências implicam dor ou desconforto. Mas o uso de animais em laboratório está submetido a legislação rigorosa, na qual os "limites de severidade" são cada vez mais apertados.
Dissecar animais em praça pública, como aconteceu no passado para conhecer o sistema circulatório (um feito que fez a medicina avançar vários séculos), seria impensável nos dias de hoje. E ainda bem.
3 - É legítimo usar animais para testar cremes e batons?
Não é legítimo e deve ser severamente punido. Na Europa, já é desde março deste ano. Mas a discussão do artigo lidava com pesquisa médica, não estética. Confundir ambas revela ignorância ou má-fé.
4 - Todos os ativistas dos "direitos dos animais" estão errados?
Pelo contrário: a ciência deve muito aos ativistas razoáveis dos "direitos dos animais", que contribuíram para que a ciência "humanizasse" o seu trato com os bichos.
Os defensores razoáveis dos "direitos dos animais" legaram à ciência o desafio dos "três R's": "to reduce" (reduzir, sempre que possível, o número de animais em laboratório); "to replace" (substituir, sempre que possível, o uso de animais por outra alternativa --estudo de células ou simulação computacional, por exemplo); e "to refine" (refinar, sempre que possível, a forma como a pesquisa é feita --uso de anestésicos e analgésicos quando o desconforto é previsto; criação de um ambiente confortável e estimulante para os animais etc.). O diálogo entre cientistas e "eticistas" deve por isso continuar.
5 - Você não gosta de animais e por isso defende o uso deles pela ciência?
Não pretendo tornar a discussão pessoal. Mas gosto de animais, tenho animais e até já escrevi sobre todas as lições "filosóficas" que aprendi com o meu gato.
6 - Todas as vidas são sagradas e nenhum animal deve ser sacrificado para nosso benefício.
Quem parte dessa premissa encerra o debate mesmo antes dele começar. Infelizmente, não tenho essas certezas --e, como onívoro, é evidente que continuo a usar os animais como fonte principal de alimentação. Sobre a "sacralidade" da vida, confesso uma certa paralisia agônica com certos cálculos utilitaristas mesmo em relação à vida humana (para mim, a mais importante).
Se, por hipótese, fosse possível salvar 10 milhões de pessoas gravemente doentes pelo sacrifício em laboratório de dez indivíduos, valeria a pena matar esses dez inocentes?
Instintivamente, direi que não e ficarei feliz com as minhas vaidades deontológicas. Pensando friamente, não sei se diria não --e que Deus, ou o sr. Kant, me perdoe. Porém, se a vida de 10 milhões de pessoas dependesse da vida do meu gato, não haveria hesitação alguma.
terça-feira, outubro 29, 2013
Vida e morte em Veneza - ARNALDO JABOR
O Estado de S.Paulo - 29/10
Estou em Veneza. Estava precisando mesmo de um pouco de arte, impregnado de todos os bodes do Brasil, pois sou esponja das notícias e dos fatos que elas escondem. Esse dias aqui têm sido um banho de purificação contra escândalos da Justiça, bandidos do PCC, balas perdidas, frases pomposas de ministros, mentiras de fisiológicos, ladrões de casaca, que envenenam minha função de comentarista.
Mergulhei na espantosa beleza da cidade e nas obras da Renascença que atulham aquela antiga República do comércio entre o Oriente e Ocidente e bateu-me a verdade óbvia: a grande obra de arte só floresce onde há dinheiro.
Sim, puros românticos, nos palácios dos Doges, nas igrejas bizantina-cristãs, nos tetos, portais, afrescos, em tudo jorram as encomendas da vaidade dos poderosos ou dos sacerdotes de Deus, que empresavam as oficinas de artesãos, comandadas por gênios como Tintoretto, Veronese, Ticiano. Fiquei dias dentro da Scuola Grande di San Rocco, na Academia, tudo.
Depois eu fui ver a casa de Peggy Guggenheim, onde estão tesouros da arte moderna dos primeiros 40 anos do século 20. E, em seguida, fui ver a arte contemporânea na Bienal de Veneza. Assim, nos últimos dias eu vi a Renascença, o Modernismo e o "pós-modernismo", se esse nome ainda cabe.
Foi um show de contrastes que me deu uma certeza: sem esperança não há arte. Mesmo nas obras de encomenda de duques e cardeais do século 16, feitas por empregados que podiam ir até em cana se não satisfizessem os poderosos, havia um fervor religioso ou meramente fabril, havia uma fé na beleza, nos ventos novos que humanizavam a figura. A genialidade de Tintoretto não buscava mais a representação estática de uma imobilidade submissa, mas a esperança de captar algum momento de agonia ou de triunfo.
Fui também à Fundação da Peggy Guggenheim, em sua casa à beira do Canal. Lá estão Picasso, Matisse, Kandinsky, Magritte, Pollock, tantos... E é deslumbrante ver o entusiasmo da nova arte que se desenhava no início do século 20, a arte como a militância por uma beleza construtiva, o olho humano sendo enriquecido, na "esperança" de que a modernidade se aperfeiçoasse, unida às grandes utopias do século 20. Os artistas modernos queriam repensar o mundo nas suas formas; e mesmo em um conceito deprimido, havia na atitude um desejo de mudança para algo melhor.
Depois, fui à Bienal de Veneza. A sensação dominante é a de que há qualquer coisa "faltando" na arte contemporânea. Há uma ausência, uma "hiância", como escreveu Mallarmé, um grande vazio em museus e bienais. Os pavilhões repetem os códigos e repertórios: terra arrasada, materiais brutos e sujos, desarmonia, assimetria, uma busca deliberada da feiura, uma clara vergonha de ser "arte".
A fruição poética é impedida como se o prazer fosse uma coisa reacionária, ignorando o "mal do mundo", que tem de ser esfregado na cara do espectador para que ele não esqueça o horror social e político que nos assola. Só que o mundo mudou muito. Depois do 11 de setembro, principalmente, ficou nítido que o mundo é hoje pior que qualquer representação deprimida. A destruição que vemos na vida, o império da sordidez mercantil, a ignorância no poder, o fanatismo do terror, a boçalidade da indústria cultural, o beco sem saída do racismo e do fundamentalismo, a destruição ambiental, em suma, toda a tempestade de bosta que nos ronda, está muito além de qualquer "denúncia" artística; o mal é tão profundo, tão difuso, que denunciá-lo mecanicamente, destruindo a própria arte como uma "prova do crime" virou uma ociosa cumplicidade. Em geral, é uma "arte engajada" no desespero.
A Bienal de Veneza (furada por alguns talentos individuais, claro: Paul McCarthy, Ai Weiwei, Nicola Constantino, maravilhosa argentina, ou Pawel Althamer) virou um parque temático de deprimidos, um muro de lamentações inúteis. Não adianta mais "chocar" ninguém, pois nada é mais chocante que a miséria global e a estupidez universal do inferno de hoje. O absurdismo do pós-guerra, nos anos 50, a arte pop, todo o desespero crítico ou paródico tinha um claro alvo construtivo em sua militância. Havia esperança na angústia. Hoje, sobrou apenas a psicose como bandeira, a melancolia como "denúncia" de uma vida sem solução. Lembro-me de uma frase de um crítico americano que disse que "antigamente os artistas de vanguarda queriam chocar a classe média; hoje a classe media é que choca os artistas". É claro que a arte tem de acusar o golpe do tempo atual. Mas não pode ser uma vitimização simplista, um desespero oportunista. Nada que haja na Bienal nos choca mais que uma explosão da discotecas onde morrem 300 jovens, nada é pior que a África ou a lama das favelas e periferias. Nada. E, aí, vemos a verdade: grande parte da arte contemporânea está aquém da realidade. É muito óbvio o uso do santo nome de Marcel Duchamp em vão para justificar uma distopia fácil. Que performance ou instalação será mais contundente que a destruição de Nova York, do WTC? Que cadáver exposto dentro de garrafas ou cavalos mortos ou ruínas são mais assustadoras que a eternidade da guerra Israel-Árabe ou do inferno da Síria?
Nunca esqueço da frase de Stravinski: "A obra de arte deve ser exaltante". Não se trata de uma cegueira complacente com o erro, mas uma ação exaltante da vida, da existência humana, exaltante de algo que está se perdendo. Muitos artistas se acham "militantes", mas estão abrindo mão da reflexão na arte para o eixo do mal capitalista. Críticos e curadores seguem de cabeça baixa, sem coragem de denunciar oportunismos, por medo de serem chamados de caretas ou reacionários. Será que o "novo" não pode ser um "belo" que denuncie, com sua luz, a injusta vida? Um bom exemplo é a obra de um gênio grafiteiro como Basquiat.
Em matéria de eventos de destruição esquemática do capitalismo, ninguém é melhor artista que os homens-bomba.
Estou em Veneza. Estava precisando mesmo de um pouco de arte, impregnado de todos os bodes do Brasil, pois sou esponja das notícias e dos fatos que elas escondem. Esse dias aqui têm sido um banho de purificação contra escândalos da Justiça, bandidos do PCC, balas perdidas, frases pomposas de ministros, mentiras de fisiológicos, ladrões de casaca, que envenenam minha função de comentarista.
Mergulhei na espantosa beleza da cidade e nas obras da Renascença que atulham aquela antiga República do comércio entre o Oriente e Ocidente e bateu-me a verdade óbvia: a grande obra de arte só floresce onde há dinheiro.
Sim, puros românticos, nos palácios dos Doges, nas igrejas bizantina-cristãs, nos tetos, portais, afrescos, em tudo jorram as encomendas da vaidade dos poderosos ou dos sacerdotes de Deus, que empresavam as oficinas de artesãos, comandadas por gênios como Tintoretto, Veronese, Ticiano. Fiquei dias dentro da Scuola Grande di San Rocco, na Academia, tudo.
Depois eu fui ver a casa de Peggy Guggenheim, onde estão tesouros da arte moderna dos primeiros 40 anos do século 20. E, em seguida, fui ver a arte contemporânea na Bienal de Veneza. Assim, nos últimos dias eu vi a Renascença, o Modernismo e o "pós-modernismo", se esse nome ainda cabe.
Foi um show de contrastes que me deu uma certeza: sem esperança não há arte. Mesmo nas obras de encomenda de duques e cardeais do século 16, feitas por empregados que podiam ir até em cana se não satisfizessem os poderosos, havia um fervor religioso ou meramente fabril, havia uma fé na beleza, nos ventos novos que humanizavam a figura. A genialidade de Tintoretto não buscava mais a representação estática de uma imobilidade submissa, mas a esperança de captar algum momento de agonia ou de triunfo.
Fui também à Fundação da Peggy Guggenheim, em sua casa à beira do Canal. Lá estão Picasso, Matisse, Kandinsky, Magritte, Pollock, tantos... E é deslumbrante ver o entusiasmo da nova arte que se desenhava no início do século 20, a arte como a militância por uma beleza construtiva, o olho humano sendo enriquecido, na "esperança" de que a modernidade se aperfeiçoasse, unida às grandes utopias do século 20. Os artistas modernos queriam repensar o mundo nas suas formas; e mesmo em um conceito deprimido, havia na atitude um desejo de mudança para algo melhor.
Depois, fui à Bienal de Veneza. A sensação dominante é a de que há qualquer coisa "faltando" na arte contemporânea. Há uma ausência, uma "hiância", como escreveu Mallarmé, um grande vazio em museus e bienais. Os pavilhões repetem os códigos e repertórios: terra arrasada, materiais brutos e sujos, desarmonia, assimetria, uma busca deliberada da feiura, uma clara vergonha de ser "arte".
A fruição poética é impedida como se o prazer fosse uma coisa reacionária, ignorando o "mal do mundo", que tem de ser esfregado na cara do espectador para que ele não esqueça o horror social e político que nos assola. Só que o mundo mudou muito. Depois do 11 de setembro, principalmente, ficou nítido que o mundo é hoje pior que qualquer representação deprimida. A destruição que vemos na vida, o império da sordidez mercantil, a ignorância no poder, o fanatismo do terror, a boçalidade da indústria cultural, o beco sem saída do racismo e do fundamentalismo, a destruição ambiental, em suma, toda a tempestade de bosta que nos ronda, está muito além de qualquer "denúncia" artística; o mal é tão profundo, tão difuso, que denunciá-lo mecanicamente, destruindo a própria arte como uma "prova do crime" virou uma ociosa cumplicidade. Em geral, é uma "arte engajada" no desespero.
A Bienal de Veneza (furada por alguns talentos individuais, claro: Paul McCarthy, Ai Weiwei, Nicola Constantino, maravilhosa argentina, ou Pawel Althamer) virou um parque temático de deprimidos, um muro de lamentações inúteis. Não adianta mais "chocar" ninguém, pois nada é mais chocante que a miséria global e a estupidez universal do inferno de hoje. O absurdismo do pós-guerra, nos anos 50, a arte pop, todo o desespero crítico ou paródico tinha um claro alvo construtivo em sua militância. Havia esperança na angústia. Hoje, sobrou apenas a psicose como bandeira, a melancolia como "denúncia" de uma vida sem solução. Lembro-me de uma frase de um crítico americano que disse que "antigamente os artistas de vanguarda queriam chocar a classe média; hoje a classe media é que choca os artistas". É claro que a arte tem de acusar o golpe do tempo atual. Mas não pode ser uma vitimização simplista, um desespero oportunista. Nada que haja na Bienal nos choca mais que uma explosão da discotecas onde morrem 300 jovens, nada é pior que a África ou a lama das favelas e periferias. Nada. E, aí, vemos a verdade: grande parte da arte contemporânea está aquém da realidade. É muito óbvio o uso do santo nome de Marcel Duchamp em vão para justificar uma distopia fácil. Que performance ou instalação será mais contundente que a destruição de Nova York, do WTC? Que cadáver exposto dentro de garrafas ou cavalos mortos ou ruínas são mais assustadoras que a eternidade da guerra Israel-Árabe ou do inferno da Síria?
Nunca esqueço da frase de Stravinski: "A obra de arte deve ser exaltante". Não se trata de uma cegueira complacente com o erro, mas uma ação exaltante da vida, da existência humana, exaltante de algo que está se perdendo. Muitos artistas se acham "militantes", mas estão abrindo mão da reflexão na arte para o eixo do mal capitalista. Críticos e curadores seguem de cabeça baixa, sem coragem de denunciar oportunismos, por medo de serem chamados de caretas ou reacionários. Será que o "novo" não pode ser um "belo" que denuncie, com sua luz, a injusta vida? Um bom exemplo é a obra de um gênio grafiteiro como Basquiat.
Em matéria de eventos de destruição esquemática do capitalismo, ninguém é melhor artista que os homens-bomba.
Enem! Pato erra nos chutes! - JOSÉ SIMÃO
FOLHA DE SP - 29/10
Enem quer dizer Eu Não Escrevi Miojo! Um amigo me ligou todo contente: "Passei! Eu Não Escrevi Miojo!"
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! E adorei o Roberto Carlos no "Cansástico": ele é a favor da biografia não autorizada, desde que autorizada! Rarará!
E o Enem? Enem quer dizer Eu Não Escrevi Miojo! Um amigo me ligou todo contente: "Passei! Eu Não Escrevi Miojo!".
E adorei o aviso a todos os candidatos: "Quem for fazer o Enem no chute, não faça como o Pato". E os barrados no Enem? Evangélica sem noção parou pra orar, perdeu a hora e ficou gritando no portão: "Abre em nome de Jesus! Abre em nome de Jesus!". Mas não era melhor gritar "Abra-te Sésamo"? Rarará!
E o tema da redação: Lei Seca! Ou seja, bafômetro. Reprovados: Mano Menezes, Luciano Huck e Aécio Neves! Rarará!
E o site Futirinhas revela o Enem dos jogadores. Sheik: foi expulso da sala após tentar dar um selinho no aplicador da prova. Ceni: chegou três dias antes da prova. Ganso: acertou uma questão e já ficou cobrando vaga na USP. Pato: respondeu tudo no chute e errou todas! Valdivia: fraturou a mão com o peso da prova e vai ficar 800 dias afastado. Roberto Dinamite: não pagou a taxa pra fazer a prova. E o Walter não foi porque era hora da feijoada! Rarará.
E adorei a charge do Nani com o Obama no divã do psicanalista: "Ouço vozes!". Rarará. "Qual o seu problema, presidente Obama?" "Ouço vozes. Todas as vozes do mundo."
E a charge do Aroeira com a ameaça da Merkel: "Se vocês continuarem me espionando, a gente invade a Polônia de novo!". Rarará. E a filosofia do Obama: quem espiona o que eu estou espionando é espionagem!
E essa piada pronta do caso Alstom: "Procurador de São Paulo disse que não atendeu aos pedidos de investigação da Justiça suíça porque colocou em: pasta errada". TÓÓÓIM!
E essa direto de Portugal: "Fusão da Portugal Telecom com Oi levará à extinção da PT". Só Portugal pra conseguir isso! Rarará!
É mole? É mole, mas sobe!
E como a redação do Enem foi o bafômetro, me lembrei da loira que foi parada pelo guarda: "Carteira Nacional de Habilitação". "Não tenho e nem sei o que é isso." "IPVA." "Não tenho e nem sei o que é isso." Aí o guarda abre a braguilha e bota o pingolim pra fora: "E isso, você sabe o que é?". "Ah, não! Bafômetro de novo!" Rarará.
Nóis sofre, mas nóis goza.
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
Enem quer dizer Eu Não Escrevi Miojo! Um amigo me ligou todo contente: "Passei! Eu Não Escrevi Miojo!"
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! E adorei o Roberto Carlos no "Cansástico": ele é a favor da biografia não autorizada, desde que autorizada! Rarará!
E o Enem? Enem quer dizer Eu Não Escrevi Miojo! Um amigo me ligou todo contente: "Passei! Eu Não Escrevi Miojo!".
E adorei o aviso a todos os candidatos: "Quem for fazer o Enem no chute, não faça como o Pato". E os barrados no Enem? Evangélica sem noção parou pra orar, perdeu a hora e ficou gritando no portão: "Abre em nome de Jesus! Abre em nome de Jesus!". Mas não era melhor gritar "Abra-te Sésamo"? Rarará!
E o tema da redação: Lei Seca! Ou seja, bafômetro. Reprovados: Mano Menezes, Luciano Huck e Aécio Neves! Rarará!
E o site Futirinhas revela o Enem dos jogadores. Sheik: foi expulso da sala após tentar dar um selinho no aplicador da prova. Ceni: chegou três dias antes da prova. Ganso: acertou uma questão e já ficou cobrando vaga na USP. Pato: respondeu tudo no chute e errou todas! Valdivia: fraturou a mão com o peso da prova e vai ficar 800 dias afastado. Roberto Dinamite: não pagou a taxa pra fazer a prova. E o Walter não foi porque era hora da feijoada! Rarará.
E adorei a charge do Nani com o Obama no divã do psicanalista: "Ouço vozes!". Rarará. "Qual o seu problema, presidente Obama?" "Ouço vozes. Todas as vozes do mundo."
E a charge do Aroeira com a ameaça da Merkel: "Se vocês continuarem me espionando, a gente invade a Polônia de novo!". Rarará. E a filosofia do Obama: quem espiona o que eu estou espionando é espionagem!
E essa piada pronta do caso Alstom: "Procurador de São Paulo disse que não atendeu aos pedidos de investigação da Justiça suíça porque colocou em: pasta errada". TÓÓÓIM!
E essa direto de Portugal: "Fusão da Portugal Telecom com Oi levará à extinção da PT". Só Portugal pra conseguir isso! Rarará!
É mole? É mole, mas sobe!
E como a redação do Enem foi o bafômetro, me lembrei da loira que foi parada pelo guarda: "Carteira Nacional de Habilitação". "Não tenho e nem sei o que é isso." "IPVA." "Não tenho e nem sei o que é isso." Aí o guarda abre a braguilha e bota o pingolim pra fora: "E isso, você sabe o que é?". "Ah, não! Bafômetro de novo!" Rarará.
Nóis sofre, mas nóis goza.
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
Espadas e floretes - TEREZA CRUVINEL
CORREIO BRAZILIENSE - 29/10
Eduardo Campos defende o legado dos governos FH e Lula. Reconhecer feitos do adversário é algo politicamente honesto, mas de resultados eleitorais discutíveis
No encontro de ontem, em que PSB e Rede começaram a discutir as bases de um programa de governo conjunto, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, assegurou: o "novo ciclo" de desenvolvimento que se propõe a liderar no Brasil preservará as "conquistas" de governos passados, como a estabilidade da moeda (FH) e a inclusão social (Lula/Dilma). Amanhã, o PT voltará a brandir a paternidade desta última, em ato com batida eleitoral, pelos 10 anos do Bolsa Família, com as presenças de Lula e de Dilma. É o aviso de que, na campanha, fará um cabo de guerra com os programas sociais, reivindicando a paternidade e advertindo sobre o risco de serem extintos se houver descontinuidade no governo federal. Se não podem negar o legado social do lulismo, ao qual eram ligados até ontem, defendê-lo será um dilema para Campos e Marina. Reconhecer feitos do adversário é algo politicamente honesto, mas de resultados eleitorais discutíveis.
Os eleitores que o PT conquistou com seus programas sociais - não apenas pela garantia da renda mínima, mas também pelos efeitos que tiveram sobre as microeconomias locais, especialmente no Nordeste - poderão se perguntar: se é para continuar, para quê mudar de governo? E se outro governo resolve mesmo acabar com o que temos hoje? Neste momento da pré-campanha, PT e governo parecem ter uma estratégia bastante clara: reavivar a memória dos que ascenderam socialmente nos últimos anos com dados sobre todos os programas que Dilma reuniu sob o carimbo do Brasil sem Miséria: além do Bolsa Família, fazem parte do pacote Brasil Carinhoso, Luz para Todos, Mulheres Mil, Inclusão Produtiva (ações de crédito e capacitação para bolsistas, no campo e na cidade) e o Pronatec (ensino profissionalizante). Os dois últimos serão usados para rebater o argumento dos críticos ao "assistencialismo", mostrando que o governo oferece ou vem tentando oferecer "portas de saída" para os assistidos.
Se o voto dos mais pobres ninguém tasca, o problema do PT e de Dilma é com a classe média, parte dela gerada pelo próprio lulismo, especialmente com os jovens, que, como visto nos idos de junho, cobram melhores serviços de educação, transporte, saúde e segurança. Para isso, o publicitário João Santana já tem um slogan: "Quem garantiu emprego e renda garantirá também melhores serviços públicos". Algo assim. Se o eleitorado será convencido a dar mais quatro anos a Dilma, são outros quinhentos.
Voltemos a Campos/Marina, PSB e Rede. Feita a promessa de manter a inflação controlada e a de preservar os programas sociais, ontem os grupos de trabalho apenas começaram a discutir as cinco metas que encabeçarão o programa de governo. Mas é certo, diz o líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque, que um dos cinco pontos tratará do novo modelo de crescimento, com ênfase na sustentabilidade, e outro das mudanças na política. Tais mudanças comporão o eixo "democratizar a democracia", pleonasmo que talvez queira dizer algo como aprofundar ou radicalizar a experiência democrática. Mas é certo que, nessa frente, PSB e Rede levam vantagem sobre o PT no diálogo com as legiões que foram às ruas. Essa massa que, agora, ressabiada com a violência dos vândalos, gasta na internet uma energia enorme no combate aos desatinos de políticos e de partidos no poder e à defesa de uma nova representação, com maior controle do eleitor sobre o eleito, a começar pelo voto, que deveria ser aberto em todas as circunstâncias. O discurso de Marina, de que é possível governar o Brasil fora do presidencialismo de coalizão, com base no apoio popular, que livraria o governante das mordidas que o sistema de alianças lhe impõe, em forma de concessões, barganhas e "distribuição de feudos", foi incorporado por Campos. Mais adiante, espera-se que esclareçam melhor como tal modelo de governança, amplamente desejado, funcionaria na prática. Por exemplo, como seriam aprovados os atos do governo que dependem do Congresso sem compor uma maioria parlamentar.
Candidaturas de terceira via esbarram nesse dilema, de não fazer a negação total do governo a que se opõem. E, com isso, acabam lutando de florete, e não de espada. Apostando na polaridade, Aécio Neves vem sendo mais incisivo e frontal, a começar com o endosso às críticas do FMI à política econômica de Dilma. Mas, mesmo ele, no social, apela para a lembrança de que tais programas começaram no governo FH, o que é verdade, mas com alcance muito mais restrito.
Aqui ao lado
A oposição, é certo, teve uma grande vitória na eleição de domingo na Argentina, embora o governo de Cristina Kirchner tenha garantido maioria no Congresso. O revés eleitoral é semelhante ao de 2009, que foi, porém, superado graças ao bom momento econômico e à unidade no peronismo, circunstâncias hoje em falta. Ninguém sabe sequer ao certo quando a presidente Cristina reassumirá suas funções. PSB e PSDB viram ali sinais de que todo poder um dia se esgarça. Quando, é que nunca se sabe, pois depende de inúmeras coisas. Talvez até dos astros.
Eduardo Campos defende o legado dos governos FH e Lula. Reconhecer feitos do adversário é algo politicamente honesto, mas de resultados eleitorais discutíveis
No encontro de ontem, em que PSB e Rede começaram a discutir as bases de um programa de governo conjunto, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, assegurou: o "novo ciclo" de desenvolvimento que se propõe a liderar no Brasil preservará as "conquistas" de governos passados, como a estabilidade da moeda (FH) e a inclusão social (Lula/Dilma). Amanhã, o PT voltará a brandir a paternidade desta última, em ato com batida eleitoral, pelos 10 anos do Bolsa Família, com as presenças de Lula e de Dilma. É o aviso de que, na campanha, fará um cabo de guerra com os programas sociais, reivindicando a paternidade e advertindo sobre o risco de serem extintos se houver descontinuidade no governo federal. Se não podem negar o legado social do lulismo, ao qual eram ligados até ontem, defendê-lo será um dilema para Campos e Marina. Reconhecer feitos do adversário é algo politicamente honesto, mas de resultados eleitorais discutíveis.
Os eleitores que o PT conquistou com seus programas sociais - não apenas pela garantia da renda mínima, mas também pelos efeitos que tiveram sobre as microeconomias locais, especialmente no Nordeste - poderão se perguntar: se é para continuar, para quê mudar de governo? E se outro governo resolve mesmo acabar com o que temos hoje? Neste momento da pré-campanha, PT e governo parecem ter uma estratégia bastante clara: reavivar a memória dos que ascenderam socialmente nos últimos anos com dados sobre todos os programas que Dilma reuniu sob o carimbo do Brasil sem Miséria: além do Bolsa Família, fazem parte do pacote Brasil Carinhoso, Luz para Todos, Mulheres Mil, Inclusão Produtiva (ações de crédito e capacitação para bolsistas, no campo e na cidade) e o Pronatec (ensino profissionalizante). Os dois últimos serão usados para rebater o argumento dos críticos ao "assistencialismo", mostrando que o governo oferece ou vem tentando oferecer "portas de saída" para os assistidos.
Se o voto dos mais pobres ninguém tasca, o problema do PT e de Dilma é com a classe média, parte dela gerada pelo próprio lulismo, especialmente com os jovens, que, como visto nos idos de junho, cobram melhores serviços de educação, transporte, saúde e segurança. Para isso, o publicitário João Santana já tem um slogan: "Quem garantiu emprego e renda garantirá também melhores serviços públicos". Algo assim. Se o eleitorado será convencido a dar mais quatro anos a Dilma, são outros quinhentos.
Voltemos a Campos/Marina, PSB e Rede. Feita a promessa de manter a inflação controlada e a de preservar os programas sociais, ontem os grupos de trabalho apenas começaram a discutir as cinco metas que encabeçarão o programa de governo. Mas é certo, diz o líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque, que um dos cinco pontos tratará do novo modelo de crescimento, com ênfase na sustentabilidade, e outro das mudanças na política. Tais mudanças comporão o eixo "democratizar a democracia", pleonasmo que talvez queira dizer algo como aprofundar ou radicalizar a experiência democrática. Mas é certo que, nessa frente, PSB e Rede levam vantagem sobre o PT no diálogo com as legiões que foram às ruas. Essa massa que, agora, ressabiada com a violência dos vândalos, gasta na internet uma energia enorme no combate aos desatinos de políticos e de partidos no poder e à defesa de uma nova representação, com maior controle do eleitor sobre o eleito, a começar pelo voto, que deveria ser aberto em todas as circunstâncias. O discurso de Marina, de que é possível governar o Brasil fora do presidencialismo de coalizão, com base no apoio popular, que livraria o governante das mordidas que o sistema de alianças lhe impõe, em forma de concessões, barganhas e "distribuição de feudos", foi incorporado por Campos. Mais adiante, espera-se que esclareçam melhor como tal modelo de governança, amplamente desejado, funcionaria na prática. Por exemplo, como seriam aprovados os atos do governo que dependem do Congresso sem compor uma maioria parlamentar.
Candidaturas de terceira via esbarram nesse dilema, de não fazer a negação total do governo a que se opõem. E, com isso, acabam lutando de florete, e não de espada. Apostando na polaridade, Aécio Neves vem sendo mais incisivo e frontal, a começar com o endosso às críticas do FMI à política econômica de Dilma. Mas, mesmo ele, no social, apela para a lembrança de que tais programas começaram no governo FH, o que é verdade, mas com alcance muito mais restrito.
Aqui ao lado
A oposição, é certo, teve uma grande vitória na eleição de domingo na Argentina, embora o governo de Cristina Kirchner tenha garantido maioria no Congresso. O revés eleitoral é semelhante ao de 2009, que foi, porém, superado graças ao bom momento econômico e à unidade no peronismo, circunstâncias hoje em falta. Ninguém sabe sequer ao certo quando a presidente Cristina reassumirá suas funções. PSB e PSDB viram ali sinais de que todo poder um dia se esgarça. Quando, é que nunca se sabe, pois depende de inúmeras coisas. Talvez até dos astros.
Memórias - HÉLIO SCHWARTSMAN
FOLHA DE SP- 29/10
SÃO PAULO - Roberto Carlos, o rei, que bloqueou na Justiça a circulação de um livro sobre a sua vida, agora diz que é a favor de biografias não autorizadas e informa que está escrevendo suas memórias. Qual das duas obras é mais confiável?
Obviamente, essa não é uma questão que possa ser respondida "a priori", mas temos boas razões para desconfiar das autobiografias. E não porque candidatos a ídolo sejam todos mentirosos compulsivos. O problema é que nossas memórias, embora nos pareçam vívidas a ponto de as julgarmos uma espécie de fotografia do passado, são mais bem descritas como uma fantasia de nossas psiques.
O que o cérebro guarda são registros hipertaquigráficos a partir dos quais nossa mente reconstrói o episódio cada vez que nos lembramos dele. Esse processo é distorcido pelo que estamos sentindo ou pensando quando acionamos a memória. Algumas lembranças ficam estáveis por décadas, outras são sutilmente modificadas e há as que sofrem transformações profundas. Elas são indistinguíveis em nossas cabeças.
Essas mudanças não ocorrem ao sabor do acaso. A memória não evoluiu para promover a verdade, mas para nos fazer viver vidas melhores. Ela não deve ser uma alucinação tão tresloucada que nos leve a cometer erros fatais, mas, se as distorções forem no sentido de nos tornar mais seguros e confiantes, são mais do que bem-vindas. Nós nos lembramos muito mais daquilo com o que podemos viver do que daquilo que efetivamente vivemos.
A notável exceção são as pessoas clinicamente deprimidas, que fazem uma avaliação surpreendentemente realistas de si mesmas. Não se sabe se é a depressão que leva à percepção mais acurada ou se é a visão mais realista que provoca os pensamentos deprimentes. De todo modo, o excesso de realismo não é muito saudável.
Se você é um leitor em busca de verdades, só compre autobiografias de depressivos notórios.
SÃO PAULO - Roberto Carlos, o rei, que bloqueou na Justiça a circulação de um livro sobre a sua vida, agora diz que é a favor de biografias não autorizadas e informa que está escrevendo suas memórias. Qual das duas obras é mais confiável?
Obviamente, essa não é uma questão que possa ser respondida "a priori", mas temos boas razões para desconfiar das autobiografias. E não porque candidatos a ídolo sejam todos mentirosos compulsivos. O problema é que nossas memórias, embora nos pareçam vívidas a ponto de as julgarmos uma espécie de fotografia do passado, são mais bem descritas como uma fantasia de nossas psiques.
O que o cérebro guarda são registros hipertaquigráficos a partir dos quais nossa mente reconstrói o episódio cada vez que nos lembramos dele. Esse processo é distorcido pelo que estamos sentindo ou pensando quando acionamos a memória. Algumas lembranças ficam estáveis por décadas, outras são sutilmente modificadas e há as que sofrem transformações profundas. Elas são indistinguíveis em nossas cabeças.
Essas mudanças não ocorrem ao sabor do acaso. A memória não evoluiu para promover a verdade, mas para nos fazer viver vidas melhores. Ela não deve ser uma alucinação tão tresloucada que nos leve a cometer erros fatais, mas, se as distorções forem no sentido de nos tornar mais seguros e confiantes, são mais do que bem-vindas. Nós nos lembramos muito mais daquilo com o que podemos viver do que daquilo que efetivamente vivemos.
A notável exceção são as pessoas clinicamente deprimidas, que fazem uma avaliação surpreendentemente realistas de si mesmas. Não se sabe se é a depressão que leva à percepção mais acurada ou se é a visão mais realista que provoca os pensamentos deprimentes. De todo modo, o excesso de realismo não é muito saudável.
Se você é um leitor em busca de verdades, só compre autobiografias de depressivos notórios.
Propriedade intelectual e inovação - ANTONIO MÁRCIO BUAINAIN
O Estado de S.Paulo - 29/10
A propriedade intelectual (PI) já representa a maior fonte de riqueza das sociedades contemporâneas. O valor estratosférico da maioria das empresas mais valiosas do mundo se deve à PI, e não à propriedade de ativos físicos, como no passado. A economia do futuro, mais verde, depende de inovações para as quais a PI também é crucial, porque sem definição clara dos direitos de propriedade seria difícil mobilizar os investimentos que já transformaram a ficção científica em realidade. Por tudo isso, a PI é estratégica e os debates em torno do tema são tão intensos quanto distorcidos pelos preconceitos ideológicos, a favor e contra.
No Brasil, continuam os debates que marcaram a aprovação da legislação de PI, nos anos 90. A controvérsia sobre royalties pelo uso de sementes continua e a nova Lei de Direitos Autorais (n.º 12.853) foi aprovada em meio a forte cisão da classe artística. Dois fatos neste mês indicam que o tema voltou à pauta política do País: a mudança na presidência do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) e o lançamento do documento A revisão da lei de patentes: inovação em prol da competitividade nacional, coordenado pelo deputado Newton Lima.
As questões de fundo são: a inovação precisa ou prescinde da PI? Que ambiente é mais favorável à inovação, aquele marcado por mecanismos fortes e claros de proteção da PI, em que os agentes se sentem seguros e estimulados a investir, ou aquele com regras de PI mais flexíveis, que facilita cópias e permite o questionamento da PI por ministros de Estado ou agências reguladoras setoriais, com base em exceções incluídas na lei? Está em jogo a indústria do País e pergunta-se: a melhor proteção é o ambiente que resguarda os ganhos de quem investe em inovação ou de quem investe em se apropriar de inovações de terceiros? Os dois caminhos são possíveis e válidos, até porque poucos países têm condições e potencial para criar uma economia inovadora. Penso que o Brasil tem condições e deveria investir na construção do ambiente que é reconhecido pelos países bem-sucedidos como o mais adequado para promover o desenvolvimento e a inovação.
Em 2001 visitei o Escritório de Patentes e Marcas da China e encontrei milhares de engenheiros buscando, na base de patentes da Organização Mundial de Propriedade Intelectual, informação útil para a apropriação de tecnologias disponíveis. Os chineses aprendiam a usar o sistema a seu favor. Em 2011 voltei à China e um acadêmico resumiu a política de propriedade intelectual do país: "Desistimos de brigar contra as patentes dos outros e resolvemos ter as nossas. Cansamos de brigar contra o sistema, e resolvemos usá-lo em benefício do nosso desenvolvimento. Só é possível fazer isso sem xenofobia e respeitando integralmente a PI alheia". E a China que vi já não era a da cópia malfeita, mas um país que se preparava para assumir a liderança mundial também em inovação.
O Brasil ainda titubeia em que caminho tomar, mas tem sinalizado para a construção de um bom ambiente pró inovação, com respeito à PI, estímulo à atração de centros internacionais de P&D das grandes corporações e diálogo sobre PI com os empresários, no âmbito da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI). Recentemente, o Inpi passou por notável revitalização: revisão dos procedimentos de exame de marcas e patentes, redução do passivo de pedidos acumulados e do tempo médio de emissão de registro; ganhou respeitabilidade internacional e participou de controvérsias relevantes associadas à proteção de produtos farmacêuticos, que foram conduzidas com equilíbrio, sem ideologização e prejuízo para o País. No contexto de internacionalização crescente e do aumento notável da atividade inovadora da empresa brasileira, resta torcer para que as mudanças anunciadas venham para reforçar a agenda de desenvolvimento por meio da inovação, e não para promover a agenda bolivariana, que questiona a PI e considera o sistema como obstáculo para a indústria local.
A propriedade intelectual (PI) já representa a maior fonte de riqueza das sociedades contemporâneas. O valor estratosférico da maioria das empresas mais valiosas do mundo se deve à PI, e não à propriedade de ativos físicos, como no passado. A economia do futuro, mais verde, depende de inovações para as quais a PI também é crucial, porque sem definição clara dos direitos de propriedade seria difícil mobilizar os investimentos que já transformaram a ficção científica em realidade. Por tudo isso, a PI é estratégica e os debates em torno do tema são tão intensos quanto distorcidos pelos preconceitos ideológicos, a favor e contra.
No Brasil, continuam os debates que marcaram a aprovação da legislação de PI, nos anos 90. A controvérsia sobre royalties pelo uso de sementes continua e a nova Lei de Direitos Autorais (n.º 12.853) foi aprovada em meio a forte cisão da classe artística. Dois fatos neste mês indicam que o tema voltou à pauta política do País: a mudança na presidência do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) e o lançamento do documento A revisão da lei de patentes: inovação em prol da competitividade nacional, coordenado pelo deputado Newton Lima.
As questões de fundo são: a inovação precisa ou prescinde da PI? Que ambiente é mais favorável à inovação, aquele marcado por mecanismos fortes e claros de proteção da PI, em que os agentes se sentem seguros e estimulados a investir, ou aquele com regras de PI mais flexíveis, que facilita cópias e permite o questionamento da PI por ministros de Estado ou agências reguladoras setoriais, com base em exceções incluídas na lei? Está em jogo a indústria do País e pergunta-se: a melhor proteção é o ambiente que resguarda os ganhos de quem investe em inovação ou de quem investe em se apropriar de inovações de terceiros? Os dois caminhos são possíveis e válidos, até porque poucos países têm condições e potencial para criar uma economia inovadora. Penso que o Brasil tem condições e deveria investir na construção do ambiente que é reconhecido pelos países bem-sucedidos como o mais adequado para promover o desenvolvimento e a inovação.
Em 2001 visitei o Escritório de Patentes e Marcas da China e encontrei milhares de engenheiros buscando, na base de patentes da Organização Mundial de Propriedade Intelectual, informação útil para a apropriação de tecnologias disponíveis. Os chineses aprendiam a usar o sistema a seu favor. Em 2011 voltei à China e um acadêmico resumiu a política de propriedade intelectual do país: "Desistimos de brigar contra as patentes dos outros e resolvemos ter as nossas. Cansamos de brigar contra o sistema, e resolvemos usá-lo em benefício do nosso desenvolvimento. Só é possível fazer isso sem xenofobia e respeitando integralmente a PI alheia". E a China que vi já não era a da cópia malfeita, mas um país que se preparava para assumir a liderança mundial também em inovação.
O Brasil ainda titubeia em que caminho tomar, mas tem sinalizado para a construção de um bom ambiente pró inovação, com respeito à PI, estímulo à atração de centros internacionais de P&D das grandes corporações e diálogo sobre PI com os empresários, no âmbito da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI). Recentemente, o Inpi passou por notável revitalização: revisão dos procedimentos de exame de marcas e patentes, redução do passivo de pedidos acumulados e do tempo médio de emissão de registro; ganhou respeitabilidade internacional e participou de controvérsias relevantes associadas à proteção de produtos farmacêuticos, que foram conduzidas com equilíbrio, sem ideologização e prejuízo para o País. No contexto de internacionalização crescente e do aumento notável da atividade inovadora da empresa brasileira, resta torcer para que as mudanças anunciadas venham para reforçar a agenda de desenvolvimento por meio da inovação, e não para promover a agenda bolivariana, que questiona a PI e considera o sistema como obstáculo para a indústria local.
Lei Roberto Carlos - ANCELMO GOIS
O GLOBO - 29/10
Tem o dedo de Dody Sirena, empresário de Roberto Carlos, nesta operação que afastou Paula Lavigne, presidente do grupo Procure Saber, da linha de frente do debate sobre biografias.
A ideia é que a empresária cuide de outros assuntos, como as questões de direitos autorais.
Segue...
Com o mando de campo nas mãos do pessoal ligado a Roberto Carlos, será reforçado o trabalho do famoso advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que conhece todo mundo em Brasília.
Só que...
O “impeachment” de Paula provocou ruídos entre os artistas do grupo Procure Saber.
Por fim...
Do mestre Nelson Sargento, baluarte da Mangueira, sobre as biografias não autorizadas:
— Procure saber se tem algum sambista nesta roda. Não somos convidados para palpitar. Depois que eu morrer, podem até me chamar de homossexual.
Estação Cenimar
Enquanto a Comissão Nacional da Verdade parece definhar, a Comissão da Verdade do Rio está a todo vapor.
Além da Base Aérea do Galeão, onde funcionou o Cisa, Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica, está prevista uma visita às antigas instalações do Cenimar, no Arsenal da Marinha.
Sem serviço
A OGX está devendo R$ 3 milhões à IBM, que, depois de tentativas de renegociações, cortou o e-mail externo e o acesso ao sistema de gestão financeira da empresa de Eike Batista.
A OGX já contratou outra empresa.
Calma, gente
Um grupo formado por ex-funcionários, admiradores e membros da Sociedade de Amigos da Rádio MEC vai fazer um protesto quinta agora, às 16h.
É gente temendo que a demissão de funcionários com mais de 15 anos de casa abale a qualidade da rádio, a única que toca música clássica no Rio.
Em tempo...
Chico Teixeira, gerente-geral da rádio, diz que as demissões já estavam previstas desde a criação da Empresa Brasileira de Comunicação, há cinco anos.
Ele garante que a rádio vai passar por um processo de renovação, mas que continuará tocando música clássica da melhor qualidade.
Vamos torcer, vamos cobrar.
Tela grande
A comédia romântica “Meu passado me condena — O filme”, dirigida por Julia Rezende e protagonizada por Fabio Porchat e Miá Mello, levou mais de 420 mil pessoas ao cinema em três dias.
O filme, que estreou na última sexta-feira, ficou em primeiro lugar no ranking do fim de semana.
Abaixa o som!
A querida atriz Elizabeth Savalla foi protagonista de um bafafá no condomínio Porto Real, em Mangaratiba, no sábado passado.
Chateada com uma festa que tinha o som nas alturas, lá pelas três da manhã, a atriz apareceu de roupão preto, reclamando do barulho.
Mas...
Ela, é claro, foi logo reconhecida como a ex-chacrete Márcia, de “Amor à vida”.
Um gaiato gritou um “vai vender cachorro-quente”. Mas o dono da casa preferiu encerrar logo a festa.
Para ciclistas
Eduardo Paes mandou que técnicos da prefeitura estudassem a viabilidade do fechamento das pistas da Serra da Grota Funda, onde construiu um túnel.
Quer que o lugar seja de uso exclusivo de ciclistas todo final de semana e feriado.
Ai, que calor!
No voo da Emirates, que chegou ontem ao Rio vindo de Dubai, o calor dentro do avião era insuportável.
Não adiantou ninguém reclamar. O calorão era tão forte que a piada a bordo era que a tripulação estava com saudades da temperatura do deserto.
Onde está Amarildo?
A família de Amarildo, desaparecido desde 14 de julho, vai fazer uma caminhada da sede da UPP até o alto da Favela da Rocinha, no próximo sábado, com apoio do Rio de Paz.
O objetivo é exigir os restos mortais do auxiliar de pedreiro.
Preço de Zona Sul
Os novos trens da SuperVia, já em circulação, parecem ter atraído... Dona Inflação.
Domingo, num trem no Ramal Santa Cruz, uma lata de Coca-Cola era vendida a... R$ 4.
A ideia é que a empresária cuide de outros assuntos, como as questões de direitos autorais.
Segue...
Com o mando de campo nas mãos do pessoal ligado a Roberto Carlos, será reforçado o trabalho do famoso advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que conhece todo mundo em Brasília.
Só que...
O “impeachment” de Paula provocou ruídos entre os artistas do grupo Procure Saber.
Por fim...
Do mestre Nelson Sargento, baluarte da Mangueira, sobre as biografias não autorizadas:
— Procure saber se tem algum sambista nesta roda. Não somos convidados para palpitar. Depois que eu morrer, podem até me chamar de homossexual.
Estação Cenimar
Enquanto a Comissão Nacional da Verdade parece definhar, a Comissão da Verdade do Rio está a todo vapor.
Além da Base Aérea do Galeão, onde funcionou o Cisa, Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica, está prevista uma visita às antigas instalações do Cenimar, no Arsenal da Marinha.
Sem serviço
A OGX está devendo R$ 3 milhões à IBM, que, depois de tentativas de renegociações, cortou o e-mail externo e o acesso ao sistema de gestão financeira da empresa de Eike Batista.
A OGX já contratou outra empresa.
Calma, gente
Um grupo formado por ex-funcionários, admiradores e membros da Sociedade de Amigos da Rádio MEC vai fazer um protesto quinta agora, às 16h.
É gente temendo que a demissão de funcionários com mais de 15 anos de casa abale a qualidade da rádio, a única que toca música clássica no Rio.
Em tempo...
Chico Teixeira, gerente-geral da rádio, diz que as demissões já estavam previstas desde a criação da Empresa Brasileira de Comunicação, há cinco anos.
Ele garante que a rádio vai passar por um processo de renovação, mas que continuará tocando música clássica da melhor qualidade.
Vamos torcer, vamos cobrar.
Tela grande
A comédia romântica “Meu passado me condena — O filme”, dirigida por Julia Rezende e protagonizada por Fabio Porchat e Miá Mello, levou mais de 420 mil pessoas ao cinema em três dias.
O filme, que estreou na última sexta-feira, ficou em primeiro lugar no ranking do fim de semana.
Abaixa o som!
A querida atriz Elizabeth Savalla foi protagonista de um bafafá no condomínio Porto Real, em Mangaratiba, no sábado passado.
Chateada com uma festa que tinha o som nas alturas, lá pelas três da manhã, a atriz apareceu de roupão preto, reclamando do barulho.
Mas...
Ela, é claro, foi logo reconhecida como a ex-chacrete Márcia, de “Amor à vida”.
Um gaiato gritou um “vai vender cachorro-quente”. Mas o dono da casa preferiu encerrar logo a festa.
Para ciclistas
Eduardo Paes mandou que técnicos da prefeitura estudassem a viabilidade do fechamento das pistas da Serra da Grota Funda, onde construiu um túnel.
Quer que o lugar seja de uso exclusivo de ciclistas todo final de semana e feriado.
Ai, que calor!
No voo da Emirates, que chegou ontem ao Rio vindo de Dubai, o calor dentro do avião era insuportável.
Não adiantou ninguém reclamar. O calorão era tão forte que a piada a bordo era que a tripulação estava com saudades da temperatura do deserto.
Onde está Amarildo?
A família de Amarildo, desaparecido desde 14 de julho, vai fazer uma caminhada da sede da UPP até o alto da Favela da Rocinha, no próximo sábado, com apoio do Rio de Paz.
O objetivo é exigir os restos mortais do auxiliar de pedreiro.
Preço de Zona Sul
Os novos trens da SuperVia, já em circulação, parecem ter atraído... Dona Inflação.
Domingo, num trem no Ramal Santa Cruz, uma lata de Coca-Cola era vendida a... R$ 4.
DEVO E PAGO - MONICA BERGAMO
FOLHA DE SP - 29/10
A inadimplência entre usuários de cartão de crédito continua em queda acentuada no Brasil. De 8,7% em meados do ano passado, caiu para 7,8% no fim de 2012 e agora chegou a 7,3%.
BOA-NOVA
Os dados serão divulgados hoje no congresso da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões e Serviços), que reúne os principais bancos, bandeiras e empresas do setor no país. "Os números são alvissareiros", diz Marcelo Noronha, presidente da entidade e diretor de cartões e crédito ao consumo do Bradesco.
BOA-NOVA 2
A pesquisa também mostrará que aumentou a penetração dos meios eletrônicos de pagamento entre os brasileiros. Hoje, 76% da população economicamente ativa tem pelo menos um cartão de crédito. Em 2008, o percentual era de 68%.
PRAZO
O pedido de recuperação judicial da OGX de Eike Batista, que executivos que tocam a empresa defendiam que fosse feito ontem, esbarrou no Dia do Funcionário Público --a data afeta o funcionamento dos tribunais. Pode ocorrer ainda hoje.
EM CAMPANHA
Pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PT, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, vai participar da reunião do Codivap (Consórcio de Desenvolvimento Integrado do Vale do Paraíba) com prefeitos de 39 municípios, em novembro. Com 2,3 milhões de habitantes, a região é berço político do governador Geraldo Alckmin (PSDB), natural de Pindamonhangaba.
EM CAMPANHA 2
Também pré-candidato, pelo PMDB, Paulo Skaf cumpriu a mesma agenda em maio. "Estamos abertos a todos os partidos", diz Ana Karin Andrade, presidente do Codivap, filiada ao PR e prefeita de Cruzeiro. Segundo ela, o presidenciável Eduardo Campos (PSB-PE) e sua aliada Marina Silva também querem ser recebidos pelos prefeitos. Dos 39 municípios, 22 são governados pelos PSDB e oito pelo PT.
ECONOMIA DOMÉSTICA
Protagonista de um ensaio sensual para a revista "Status", Marina Mantega, filha do ministro Guido Mantega, temeu a reação paterna. "Eu tenho medo do meu pai. Ele gosta de ver mulheres nas capas das revistas, mas não a filha. Acho que só terei coragem de falar com ele daqui a um mês", declarou ela, em entrevista a Amaury Jr..
O programa vai ao ar hoje à noite na Rede TV!.
ETIQUETA VERDE
A confecção de um par de tênis Osklen consome 4.770 litros de água em toda a cadeia produtiva. Destes, 4.488 vêm da chuva. Os dados são de metodologia pioneira que a grife implantou em parceria com o Ministério do Meio Ambiente da Itália. "Usamos parâmetros internacionais para medir o consumo e identificar onde reduzi-lo", explica Martina Hauser, coordenadora do programa.
A etiqueta sustentável é adotada também por marcas como Gucci e Benetton.
ANIVERSÁRIO
Carine Roitfeld, diretora global de moda da "Harper's Bazaar", será recebida amanhã em almoço na casa da estilista Cris Barros, em SP. Ela vem festejar os dois anos do título internacional no Brasil.
AMIGA MASSA
"A Veveta é minha melhor amiga, daquelas que a gente pode contar a qualquer hora...Estou até com uma mania dela: de vez em quando me pego falando massa'", diz Xuxa sobre Ivete Sangalo, 41.
O texto foi escrito para a "Glamour" de novembro, com a baiana na capa. A cantora revela hábitos de beleza, como dormir oito horas por noite, ingerir muito líquido e fazer hidratação no cabelo uma vez por semana. Seu mantra é: "Se você é feliz, você pode tudo".
PODE VIR QUENTE!
O músico Frejat fez apresentação do show "O Amor É Quente", na sexta. Alice Pellegatti, mulher e empresária do roqueiro, a apresentadora Mylena Ciribelli, a atriz Lúcia Veríssimo e o músico Marco Túlio, do Jota Quest, passaram pelo HSBC Brasil.
SHOW DAS PODEROSAS
As modelos Isabeli Fontana e Cíntia Dicker participaram, no último sábado, do Risqué Dream Fashion Show, no Espaço das Américas. O rapper inglês Taio Cruz cantou durante o desfile, que também contou com a presença de Ana Beatriz Barros e de Izabel Goulart.
CURTO-CIRCUITO
Mary Nigri recebe Bibba Chuqui e Marcinho Eiras para noite de nhoque com música, hoje, às 21h, no restaurante Quattrino.
A chef Bel Coelho prepara hoje jantar especial em prol da ONG Trapézio, às 20h30, na Oca Tupiniquim.
Nasi e Edgard Scandurra, ex-integrantes do Ira!, se reúnem amanhã para show beneficente no Espaço Traffô, na Vila Olímpia. 18 anos.
BOA-NOVA
Os dados serão divulgados hoje no congresso da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões e Serviços), que reúne os principais bancos, bandeiras e empresas do setor no país. "Os números são alvissareiros", diz Marcelo Noronha, presidente da entidade e diretor de cartões e crédito ao consumo do Bradesco.
BOA-NOVA 2
A pesquisa também mostrará que aumentou a penetração dos meios eletrônicos de pagamento entre os brasileiros. Hoje, 76% da população economicamente ativa tem pelo menos um cartão de crédito. Em 2008, o percentual era de 68%.
PRAZO
O pedido de recuperação judicial da OGX de Eike Batista, que executivos que tocam a empresa defendiam que fosse feito ontem, esbarrou no Dia do Funcionário Público --a data afeta o funcionamento dos tribunais. Pode ocorrer ainda hoje.
EM CAMPANHA
Pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PT, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, vai participar da reunião do Codivap (Consórcio de Desenvolvimento Integrado do Vale do Paraíba) com prefeitos de 39 municípios, em novembro. Com 2,3 milhões de habitantes, a região é berço político do governador Geraldo Alckmin (PSDB), natural de Pindamonhangaba.
EM CAMPANHA 2
Também pré-candidato, pelo PMDB, Paulo Skaf cumpriu a mesma agenda em maio. "Estamos abertos a todos os partidos", diz Ana Karin Andrade, presidente do Codivap, filiada ao PR e prefeita de Cruzeiro. Segundo ela, o presidenciável Eduardo Campos (PSB-PE) e sua aliada Marina Silva também querem ser recebidos pelos prefeitos. Dos 39 municípios, 22 são governados pelos PSDB e oito pelo PT.
ECONOMIA DOMÉSTICA
Protagonista de um ensaio sensual para a revista "Status", Marina Mantega, filha do ministro Guido Mantega, temeu a reação paterna. "Eu tenho medo do meu pai. Ele gosta de ver mulheres nas capas das revistas, mas não a filha. Acho que só terei coragem de falar com ele daqui a um mês", declarou ela, em entrevista a Amaury Jr..
O programa vai ao ar hoje à noite na Rede TV!.
ETIQUETA VERDE
A confecção de um par de tênis Osklen consome 4.770 litros de água em toda a cadeia produtiva. Destes, 4.488 vêm da chuva. Os dados são de metodologia pioneira que a grife implantou em parceria com o Ministério do Meio Ambiente da Itália. "Usamos parâmetros internacionais para medir o consumo e identificar onde reduzi-lo", explica Martina Hauser, coordenadora do programa.
A etiqueta sustentável é adotada também por marcas como Gucci e Benetton.
ANIVERSÁRIO
Carine Roitfeld, diretora global de moda da "Harper's Bazaar", será recebida amanhã em almoço na casa da estilista Cris Barros, em SP. Ela vem festejar os dois anos do título internacional no Brasil.
AMIGA MASSA
"A Veveta é minha melhor amiga, daquelas que a gente pode contar a qualquer hora...Estou até com uma mania dela: de vez em quando me pego falando massa'", diz Xuxa sobre Ivete Sangalo, 41.
O texto foi escrito para a "Glamour" de novembro, com a baiana na capa. A cantora revela hábitos de beleza, como dormir oito horas por noite, ingerir muito líquido e fazer hidratação no cabelo uma vez por semana. Seu mantra é: "Se você é feliz, você pode tudo".
PODE VIR QUENTE!
O músico Frejat fez apresentação do show "O Amor É Quente", na sexta. Alice Pellegatti, mulher e empresária do roqueiro, a apresentadora Mylena Ciribelli, a atriz Lúcia Veríssimo e o músico Marco Túlio, do Jota Quest, passaram pelo HSBC Brasil.
SHOW DAS PODEROSAS
As modelos Isabeli Fontana e Cíntia Dicker participaram, no último sábado, do Risqué Dream Fashion Show, no Espaço das Américas. O rapper inglês Taio Cruz cantou durante o desfile, que também contou com a presença de Ana Beatriz Barros e de Izabel Goulart.
CURTO-CIRCUITO
Mary Nigri recebe Bibba Chuqui e Marcinho Eiras para noite de nhoque com música, hoje, às 21h, no restaurante Quattrino.
A chef Bel Coelho prepara hoje jantar especial em prol da ONG Trapézio, às 20h30, na Oca Tupiniquim.
Nasi e Edgard Scandurra, ex-integrantes do Ira!, se reúnem amanhã para show beneficente no Espaço Traffô, na Vila Olímpia. 18 anos.
Maioria no PPS quer Eduardo - ILIMAR FRANCO
O GLOBO - 29/10
O PSDB está chegando tarde demais. O PPS deve aprovar, segunda-feira, um texto base para seu Congresso, em dezembro, que, segundo seu presidente, deputado Roberto Freire (SP), representa "uma virada mais à esquerda do partido" O PPS já tem uma maioria favorável a um "bloco democrático de centro-esquerda" que dê sustentação à chapa Eduardo Campos-Marina Silva.
Apesar de Marina Silva
Os ministros da Agricultura nos governos FH e Lula, Francisco Turra, Pratini de Moraes e Roberto Rodrigues, não interromperam o diálogo, iniciado em janeiro, com Eduardo Campos (PSB). Mesmo após as declarações polêmicas de Marina Silva (Rede), eles continuam firmes. Os três têm em comum, segundo um parlamentar ruralista, dúvidas sobre a competitividade de Aécio Neves (PSDB). Roberto Rodrigues disse um dia desses que a candidatura de Eduardo tem charme de direita. Avaliam que ele tem condições de "derrubar" a reeleição da presidente Dilma. Eles sustentam que Marina não atrapalha, desde que fique claro que Eduardo é o cabeça da chapa.
"Está fora da agenda do mundo quem tratar da produção sem considerar a sustentabilidade, a preservação e a redução da emissão de carbono"
Beto Albuquerque, Líder do PSB na Câmara (RS), sobre as polêmicas em torno do ingresso de Marina Silva no partido
Ética seletiva
Chama a atenção da bancada no Congresso, autodenominada "ética" a displicência do Ministério Público de São Paulo e das autoridades do estado, inclusive seu Poder Legislativo, com o caso de corrupção envolvendo a multinacional Alstom.
Por dentro do PT
Integrante do comando do PT nacional, Alberto Cantalice, na condição de vice do partido, participa das articulações nacionais sobre a política eleitoral petista nos estados e na sucessão presidencial.
Sobre o Rio, ele garante:
"Não há pressão possível. O PT terá candidato próprio para governador, em 2014. E o pré-candidato é Lindbergh Farias!"
Superprodução
A cineasta Tizuka Yamasaki está documentando todos os passos da dupla Eduardo Campos e Marina Silva. Gravou tudo ontem no seminário conjunto PSB/Rede, em São Paulo, e continuará andando com os dois pelo país.
Erosão de quadros
A perda de quadros, provocada pelo escândalo do mensalão, abalou a qualidade da bancada do PT na Câmara. O partido considera que tem hoje três quadros de experiência para comandá-lo na Casa. O líder do governo, Arlindo Chinaglia (SP), o líder do PT, José Guimarães (CE), e o ex-líder Cândido Vaccarezza (SP). Por isso, a preferência do partido é que eles disputem a reeleição.
Para enxugar o quadro partidário
Numa conversa com a presidente Dilma, semana passada, um dos caciques do PMDB afirmou que o governo deverá jogar todas as suas fichas numa única mudança na lei eleitoral. A da proibição das coligações nas eleições proporcionais.
Nos mínimos detalhes
Na reunião do PSB-Rede, a maior preocupação era garantir total equilíbrio. Eduardo Campos e Marina Silva falaram o mesmo tempo. As dez mesas temáticas foram montadas com um presidente e um relator. Mas um de cada lado.
O governador Camilo Capiberíse (PSB-AP) anda dizendo por aí que não fará comício nem para Eduardo Campos (PSB) nem para a presidente Dilma (PT).
Apesar de Marina Silva
Os ministros da Agricultura nos governos FH e Lula, Francisco Turra, Pratini de Moraes e Roberto Rodrigues, não interromperam o diálogo, iniciado em janeiro, com Eduardo Campos (PSB). Mesmo após as declarações polêmicas de Marina Silva (Rede), eles continuam firmes. Os três têm em comum, segundo um parlamentar ruralista, dúvidas sobre a competitividade de Aécio Neves (PSDB). Roberto Rodrigues disse um dia desses que a candidatura de Eduardo tem charme de direita. Avaliam que ele tem condições de "derrubar" a reeleição da presidente Dilma. Eles sustentam que Marina não atrapalha, desde que fique claro que Eduardo é o cabeça da chapa.
"Está fora da agenda do mundo quem tratar da produção sem considerar a sustentabilidade, a preservação e a redução da emissão de carbono"
Beto Albuquerque, Líder do PSB na Câmara (RS), sobre as polêmicas em torno do ingresso de Marina Silva no partido
Ética seletiva
Chama a atenção da bancada no Congresso, autodenominada "ética" a displicência do Ministério Público de São Paulo e das autoridades do estado, inclusive seu Poder Legislativo, com o caso de corrupção envolvendo a multinacional Alstom.
Por dentro do PT
Integrante do comando do PT nacional, Alberto Cantalice, na condição de vice do partido, participa das articulações nacionais sobre a política eleitoral petista nos estados e na sucessão presidencial.
Sobre o Rio, ele garante:
"Não há pressão possível. O PT terá candidato próprio para governador, em 2014. E o pré-candidato é Lindbergh Farias!"
Superprodução
A cineasta Tizuka Yamasaki está documentando todos os passos da dupla Eduardo Campos e Marina Silva. Gravou tudo ontem no seminário conjunto PSB/Rede, em São Paulo, e continuará andando com os dois pelo país.
Erosão de quadros
A perda de quadros, provocada pelo escândalo do mensalão, abalou a qualidade da bancada do PT na Câmara. O partido considera que tem hoje três quadros de experiência para comandá-lo na Casa. O líder do governo, Arlindo Chinaglia (SP), o líder do PT, José Guimarães (CE), e o ex-líder Cândido Vaccarezza (SP). Por isso, a preferência do partido é que eles disputem a reeleição.
Para enxugar o quadro partidário
Numa conversa com a presidente Dilma, semana passada, um dos caciques do PMDB afirmou que o governo deverá jogar todas as suas fichas numa única mudança na lei eleitoral. A da proibição das coligações nas eleições proporcionais.
Nos mínimos detalhes
Na reunião do PSB-Rede, a maior preocupação era garantir total equilíbrio. Eduardo Campos e Marina Silva falaram o mesmo tempo. As dez mesas temáticas foram montadas com um presidente e um relator. Mas um de cada lado.
O governador Camilo Capiberíse (PSB-AP) anda dizendo por aí que não fará comício nem para Eduardo Campos (PSB) nem para a presidente Dilma (PT).
É pra já? - VERA MAGALHÃES - PAINEL
FOLHA DE SP - 29/10
Integrantes do Supremo Tribunal Federal sustentam que a súmula vinculante 354 determina que os condenados do mensalão devem começar a cumprir pena pelos crimes sobre os quais não há embargos infringentes. A súmula diz que é "definitiva a parte da decisão embargada em que não houve divergência na votação". Por esse entendimento, se o Ministério Público pedir ou o relator suscitar a questão, os mandados de prisão podem ser expedidos a partir de 6 de novembro.
Aquele abraço Eduardo Campos (PSB) telefonou para Lula no domingo para desejar feliz aniversário ao ex-presidente. Campos disse à coluna que a conversa "foi boa", mas não relatou o conteúdo.
1+1 Em um dos intervalos do seminário de ontem com a Rede, o governador pernambucano projetava a aliados qual deverá ser a fatia do PSB na propaganda eleitoral: até quatro minutos por bloco.
Bê-a-bá Segundo correligionários, esse tempo levaria em conta PPS, PV e PDT ou Solidariedade.
Minimalista Campos tomou café da manhã ontem com Miguel Manso, presidente nacional do PPL. A sigla não tem bancada na Câmara, mas sua adesão, segundo pessebistas, retiraria um nanico da disputa, o que aumentaria o rateio do tempo entre os demais candidatos.
Claquete Uma equipe comandada pela cineasta Tizuka Yamasaki captou imagens do encontro de ontem. A diretora trabalha com a Link, agência que atende o PSB e o governo de Pernambuco.
Dinâmica... Rede e PSB criaram regras pitorescas para tentar organizar o debate. Em cada mesa, só podia falar aquele que estivesse segurando uma bolinha de tênis.
... de grupo Um papel ensinava: "O silêncio faz parte da conversa", "preparar mentalmente o que tem a dizer" e "falar apenas o necessário".
Linha de frente Com as denúncias de que os EUA espionavam até Angela Merkel, a ação do Planalto contra a agência de inteligência NSA virou a prioridade da política externa e interna.
Pretensão Segundo assessores, Dilma Rousseff considera que pode liderar uma reforma real nas ações pela privacidade na internet, mas para isso terá que aprovar o Marco Civil no Congresso.
Costura Os ministros da área política foram autorizados a negociar para aprovar a matéria, que encontra forte oposição das companhias telefônicas e de informática.
Caça às bruxas O Planalto ordenou pente-fino nas denúncias de atraso de entregas de cisternas no Nordeste. O governo quer entender se a demora foi por dificuldade de acesso às localidades, como diz o Ministério da Integração, ou por razões políticas.
Onde pega A pasta era comandada até recentemente por Fernando Bezerra, aliado de Eduardo Campos.
Pra ficar O ministro Guilherme Afif (Micro e Pequena Empresa) já avisou Dilma que não será candidato em 2014. Ele é do PSD de Gilberto Kassab, mas foi nomeado na cota pessoal da petista.
Nordestina A presidente irá pela segunda vez à Bahia em 15 dias. Ela vai sexta-feira a Salvador para a inauguração da Via Expressa, obra de R$ 500 milhões com recursos federais e estaduais.
Visita à Folha Claudio Luiz Lottenberg, presidente da Associação Beneficiente Israelita Brasileira Albert Einstein, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava com Valdeci Verdelho, assessor de comunicação.
com ANDRÉIA SADI e BRUNO BOGHOSSIAN
tiroteio
"Se o PT quiser oferecer a vice de Alexandre Padilha para o PSD, o PR vai procurar outro aliado para a eleição em São Paulo em 2014."
DO SENADOR ANTONIO CARLOS RODRIGUES (PR-SP), sobre as negociações entre o PT e partidos aliados para composição da chapa ao governo do Estado.
contraponto
Nota zero
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, se posicionou em frente às câmeras de TV para conceder entrevista sobre o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), na última sexta-feira. Prestes a iniciar sua fala, ouviu o apelo de um jornalista para que aguardasse mais alguns minutos até que fosse providenciado um novo microfone. Passado algum tempo, ao perceber que o equipamento não chegava, o ministro disparou, aos risos:
--Vejam a cena: quem não se preparou para a coletiva não conseguiu chegar na hora. Se fosse no Enem, os portões já estariam fechados e ele seria desclassificado!
Integrantes do Supremo Tribunal Federal sustentam que a súmula vinculante 354 determina que os condenados do mensalão devem começar a cumprir pena pelos crimes sobre os quais não há embargos infringentes. A súmula diz que é "definitiva a parte da decisão embargada em que não houve divergência na votação". Por esse entendimento, se o Ministério Público pedir ou o relator suscitar a questão, os mandados de prisão podem ser expedidos a partir de 6 de novembro.
Aquele abraço Eduardo Campos (PSB) telefonou para Lula no domingo para desejar feliz aniversário ao ex-presidente. Campos disse à coluna que a conversa "foi boa", mas não relatou o conteúdo.
1+1 Em um dos intervalos do seminário de ontem com a Rede, o governador pernambucano projetava a aliados qual deverá ser a fatia do PSB na propaganda eleitoral: até quatro minutos por bloco.
Bê-a-bá Segundo correligionários, esse tempo levaria em conta PPS, PV e PDT ou Solidariedade.
Minimalista Campos tomou café da manhã ontem com Miguel Manso, presidente nacional do PPL. A sigla não tem bancada na Câmara, mas sua adesão, segundo pessebistas, retiraria um nanico da disputa, o que aumentaria o rateio do tempo entre os demais candidatos.
Claquete Uma equipe comandada pela cineasta Tizuka Yamasaki captou imagens do encontro de ontem. A diretora trabalha com a Link, agência que atende o PSB e o governo de Pernambuco.
Dinâmica... Rede e PSB criaram regras pitorescas para tentar organizar o debate. Em cada mesa, só podia falar aquele que estivesse segurando uma bolinha de tênis.
... de grupo Um papel ensinava: "O silêncio faz parte da conversa", "preparar mentalmente o que tem a dizer" e "falar apenas o necessário".
Linha de frente Com as denúncias de que os EUA espionavam até Angela Merkel, a ação do Planalto contra a agência de inteligência NSA virou a prioridade da política externa e interna.
Pretensão Segundo assessores, Dilma Rousseff considera que pode liderar uma reforma real nas ações pela privacidade na internet, mas para isso terá que aprovar o Marco Civil no Congresso.
Costura Os ministros da área política foram autorizados a negociar para aprovar a matéria, que encontra forte oposição das companhias telefônicas e de informática.
Caça às bruxas O Planalto ordenou pente-fino nas denúncias de atraso de entregas de cisternas no Nordeste. O governo quer entender se a demora foi por dificuldade de acesso às localidades, como diz o Ministério da Integração, ou por razões políticas.
Onde pega A pasta era comandada até recentemente por Fernando Bezerra, aliado de Eduardo Campos.
Pra ficar O ministro Guilherme Afif (Micro e Pequena Empresa) já avisou Dilma que não será candidato em 2014. Ele é do PSD de Gilberto Kassab, mas foi nomeado na cota pessoal da petista.
Nordestina A presidente irá pela segunda vez à Bahia em 15 dias. Ela vai sexta-feira a Salvador para a inauguração da Via Expressa, obra de R$ 500 milhões com recursos federais e estaduais.
Visita à Folha Claudio Luiz Lottenberg, presidente da Associação Beneficiente Israelita Brasileira Albert Einstein, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava com Valdeci Verdelho, assessor de comunicação.
com ANDRÉIA SADI e BRUNO BOGHOSSIAN
tiroteio
"Se o PT quiser oferecer a vice de Alexandre Padilha para o PSD, o PR vai procurar outro aliado para a eleição em São Paulo em 2014."
DO SENADOR ANTONIO CARLOS RODRIGUES (PR-SP), sobre as negociações entre o PT e partidos aliados para composição da chapa ao governo do Estado.
contraponto
Nota zero
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, se posicionou em frente às câmeras de TV para conceder entrevista sobre o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), na última sexta-feira. Prestes a iniciar sua fala, ouviu o apelo de um jornalista para que aguardasse mais alguns minutos até que fosse providenciado um novo microfone. Passado algum tempo, ao perceber que o equipamento não chegava, o ministro disparou, aos risos:
--Vejam a cena: quem não se preparou para a coletiva não conseguiu chegar na hora. Se fosse no Enem, os portões já estariam fechados e ele seria desclassificado!
Apostas paulistas - DENISE ROTHENBURG
CORREIO BRAZILIENSE - 29/10
Todos os pré-candidatos a presidente da República pisaram nos últimos dias em São Paulo e saíram de lá com um pré-desenho dos palanques no estado. Dilma Rousseff fica com três e sem o fosso de problemas que enfrenta no Rio de Janeiro. A preços de hoje, tem o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, do PT, o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, do PSD, e do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, do PMDB. A campanha pela reeleição só não engloba o governador Geraldo Alckmin, do PSDB, até o momento restrito à candidatura presidencial do senador Aécio Neves.
Na seara de Dilma, o grupo de Kassab faz o seguinte cálculo: o PT terá dificuldades por causa do desgaste do partido na prefeitura, uma vez que estão em cena dezenas de problemas, como o aumento do IPTU. Skaf é novo nesse ramo, visto pelos kassabistas como um piloto que acabou de tirar o brevê e quer comandar um avião de grande porte, ou seja, sem experiência de administração pública. Falta, entretanto, combinar com os eleitores, que mantêm Skaf com boas intenções de voto nas pesquisas.
Operação salvamento
A presidente Dilma Rousseff vai retirar do Senado a indicação de Paulo Passos para a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O relator da proposta é nada mais, nada menos do que Alfredo Nascimento, presidente do PR e antecessor de Passos no Ministério dos Transportes. Alfredo atribui a Passos parte de suas agruras na pasta e estava pedindo aos líderes que rejeitassem a indicação. Passos, entretanto, “cai para cima”, vai para a Empresa de Planejamento e Logística (EPL) no lugar de Bernardo Figueiredo.
Pano de fundo I
Os petistas adiaram todos os afazeres de rotina entre hoje e amanhã para dedicar os dois dias a enaltecer a presença do ex-presidente Lula em Brasília. Querem fotos e imagens, em especial dos aniversários do Bolsa Família e de Lula. A turma do PT está convicta de que terá lucros eleitorais, caso consiga disseminar a ideia de que o programa estará em risco se houver troca de comando no país.
Pano de fundo II
Os tucanos, por sua vez, querem aproveitar a presença de Fernando Henrique Cardoso hoje na cidade para colocar em cena a ideia de que o partido, pai do Plano Real, será aquele capaz de oferecer qualidade aos serviços que a população precisa.
“Não sei qual foi o dirigente petista que teve essa ‘brilhante’ ideia. Comício não é programa de calouros!”
Do líder do PR na Câmara, Anthony Garotinho, rechaçando a ideia de palanque quádruplo no Rio de Janeiro
Brigas futuras
As discussões sobre direito autoral de conteúdos veiculados na internet ficaram para uma legislação posterior sobre o tema, que ainda está em debate no governo. Ou seja, saíram do marco civil que está na ordem do dia. O mesmo vale para o armazenamento no Brasil de dados de usuários que navegam aqui. Essa parte será incluída no projeto de proteção de dados pessoais, em gestação no Ministério da Justiça. Sobra a polêmica neutralidade da rede, considerada o coração da proposta.
Número mágico/ JK prometeu 50 anos em cinco. Fernando Henrique Cardoso, quando em campanha, tinha a mão espalmada com cinco dedos elencando suas prioridades. Dilma Rousseff falava dia desses dos cinco pactos. Agora, Eduardo Campos e Marina Silva prometem afunilar as discussões de ontem em cinco desafios. Dois deles devem ser a reforma do estado e a maneira de indicar pessoas ao governo.
Feriadão/ O pessoal do Poder Judiciário trabalhou normalmente ontem porque o feriado pelo Dia do Servidor foi transferido para quinta-feira, 31. Epa! Folga na quinta… Sexta-feira, trabalha… Sábado, 2 de novembro, Finados… Noves fora… Tá com cara de emenda. Pode ser só impressão de alguns. Afinal, o que não falta nos poderes da República é serviço.
Meirelles, o retorno/ Toda eleição é a mesma coisa. Lá está Henrique Meirelles citado candidato, ora como vice, ora como governador, senador. Para 2014, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, cogita fazer do ex-presidente do Banco Central candidato ao Senado por São Paulo.
A volta da musa/ Convidada especial da cerimônia de 25 anos da Constituição, hoje no Senado, a cantora Fafá de Belém (foto) jantou ontem com um grupo de senadores. Ela entrou para a história do país com uma interpretação magistral do Hino Nacional na campanha das Diretas Já, na eleição de Tancredo Neves e também na Constituinte, aliás, uma bandeira do movimento das eleições diretas. Hoje, espera-se uma performance na sessão do Senado, a partir das 10h30.
Na seara de Dilma, o grupo de Kassab faz o seguinte cálculo: o PT terá dificuldades por causa do desgaste do partido na prefeitura, uma vez que estão em cena dezenas de problemas, como o aumento do IPTU. Skaf é novo nesse ramo, visto pelos kassabistas como um piloto que acabou de tirar o brevê e quer comandar um avião de grande porte, ou seja, sem experiência de administração pública. Falta, entretanto, combinar com os eleitores, que mantêm Skaf com boas intenções de voto nas pesquisas.
Operação salvamento
A presidente Dilma Rousseff vai retirar do Senado a indicação de Paulo Passos para a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O relator da proposta é nada mais, nada menos do que Alfredo Nascimento, presidente do PR e antecessor de Passos no Ministério dos Transportes. Alfredo atribui a Passos parte de suas agruras na pasta e estava pedindo aos líderes que rejeitassem a indicação. Passos, entretanto, “cai para cima”, vai para a Empresa de Planejamento e Logística (EPL) no lugar de Bernardo Figueiredo.
Pano de fundo I
Os petistas adiaram todos os afazeres de rotina entre hoje e amanhã para dedicar os dois dias a enaltecer a presença do ex-presidente Lula em Brasília. Querem fotos e imagens, em especial dos aniversários do Bolsa Família e de Lula. A turma do PT está convicta de que terá lucros eleitorais, caso consiga disseminar a ideia de que o programa estará em risco se houver troca de comando no país.
Pano de fundo II
Os tucanos, por sua vez, querem aproveitar a presença de Fernando Henrique Cardoso hoje na cidade para colocar em cena a ideia de que o partido, pai do Plano Real, será aquele capaz de oferecer qualidade aos serviços que a população precisa.
“Não sei qual foi o dirigente petista que teve essa ‘brilhante’ ideia. Comício não é programa de calouros!”
Do líder do PR na Câmara, Anthony Garotinho, rechaçando a ideia de palanque quádruplo no Rio de Janeiro
Brigas futuras
As discussões sobre direito autoral de conteúdos veiculados na internet ficaram para uma legislação posterior sobre o tema, que ainda está em debate no governo. Ou seja, saíram do marco civil que está na ordem do dia. O mesmo vale para o armazenamento no Brasil de dados de usuários que navegam aqui. Essa parte será incluída no projeto de proteção de dados pessoais, em gestação no Ministério da Justiça. Sobra a polêmica neutralidade da rede, considerada o coração da proposta.
Número mágico/ JK prometeu 50 anos em cinco. Fernando Henrique Cardoso, quando em campanha, tinha a mão espalmada com cinco dedos elencando suas prioridades. Dilma Rousseff falava dia desses dos cinco pactos. Agora, Eduardo Campos e Marina Silva prometem afunilar as discussões de ontem em cinco desafios. Dois deles devem ser a reforma do estado e a maneira de indicar pessoas ao governo.
Feriadão/ O pessoal do Poder Judiciário trabalhou normalmente ontem porque o feriado pelo Dia do Servidor foi transferido para quinta-feira, 31. Epa! Folga na quinta… Sexta-feira, trabalha… Sábado, 2 de novembro, Finados… Noves fora… Tá com cara de emenda. Pode ser só impressão de alguns. Afinal, o que não falta nos poderes da República é serviço.
Meirelles, o retorno/ Toda eleição é a mesma coisa. Lá está Henrique Meirelles citado candidato, ora como vice, ora como governador, senador. Para 2014, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, cogita fazer do ex-presidente do Banco Central candidato ao Senado por São Paulo.
A volta da musa/ Convidada especial da cerimônia de 25 anos da Constituição, hoje no Senado, a cantora Fafá de Belém (foto) jantou ontem com um grupo de senadores. Ela entrou para a história do país com uma interpretação magistral do Hino Nacional na campanha das Diretas Já, na eleição de Tancredo Neves e também na Constituinte, aliás, uma bandeira do movimento das eleições diretas. Hoje, espera-se uma performance na sessão do Senado, a partir das 10h30.
MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO
FOLHA DE SP - 29/10
Rede hoteleira planeja 81 novas unidades
Com 80 unidades em operação hoje, a Atlantica Hotels planeja dobrar o número de empreendimentos até 2017.
O projeto de expansão da rede hoteleira demandará um aporte total de cerca de R$ 3 bilhões --recursos provenientes de investidores.
O número de cidades onde a empresa atua deverá passar de 42 para 60. Embora não haja um perfil específico dos municípios em que entrará, aqueles com 500 mil habitantes atraem a companhia.
"Nós trabalhamos para os investidores, estudamos os mercados e vemos onde tem demanda", afirma o CEO, Paul Sistare.
Capitais menores, como Rio Branco, e regiões que estão se desenvolvendo em decorrência da exploração do petróleo ou da construção de parques industriais também estão no radar da Atlantica.
"Cidades onde há apenas hotéis familiares sempre foram nosso foco."
O mercado hoteleiro brasileiro não deve ficar saturado com os empreendimentos que serão lançados nos próximos anos, muitos para receber os turistas que vêm para a Copa e para a Olimpíada, segundo Sistare.
"A Accor [que terá mais de 300 unidades até 2016], por exemplo, tem a categoria econômica e a bandeira Ibis como foco. Nós trabalhamos mais com categorias média ou até de luxo."
Entre janeiro e setembro deste ano, o volume de negócios da Atlantica ficou em R$ 504,2 milhões --crescimento de 9% na comparação com o mesmo período de 2012.
BOM HUMOR EUROPEU
A população europeia está otimista em relação à economia. O indicador da GfK que mensura a confiança do consumidor passou de -29 (em escala de -100 a 100), no segundo trimestre deste ano, para 6, no terceiro trimestre.
A alta foi motivada pelo crescimento das exportações, pela propensão dos consumidores a gastar mais e por uma política menos austera.
O turismo de verão nos países do sul também ajudou a melhorar a situação econômica e, consequentemente, a elevar o índice.
Ingleses e alemães puxaram o indicador para cima, registrando 19 e 11 pontos, respectivamente.
O relatório da GfK aponta que o otimismo na Inglaterra é decorrente da expansão do consumo privado e dos investimentos do governo, que resultaram em um crescimento de 0,6% no PIB entre abril e junho.
Em Portugal, o índice continua negativo (-29), mas no patamar mais elevado desde abril de 2010. A Grécia permanece como o país mais pessimista, com -41 pontos.
Mais uma A norte-americana GAP vai inaugurar no dia 5 de novembro sua segunda loja no Brasil, no Morumbi Shopping. A unidade terá 961 metros quadrados e seguirá o modelo "flagship store" (loja-conceito).
Combustível... A ALL (América Latina Logística), em parceria com a Cattalini Terminais Marítimos, transportará pela primeira vez por ferrovias uma carga de diesel que entrará no país pelo porto de Paranaguá.
...mexicano O carregamento, vindo do Golfo do México, irá para as bases de abastecimento da Distribuidora Ipiranga, no Paraná. A expectativa da ALL é transportar 56,5 mil m3 de diesel até o final deste ano.
Visita Emilio Botín, presidente do grupo Santander, estará no Brasil em novembro para participar da entrega do prêmio Santander Universidades e anunciar um encontro internacional de reitores que ocorrerá no Rio em 2014.
REGIÕES QUE SURGEM
A McKinsey vai alterar a divisão das regiões do mundo em que atua. Após cinco meses de conversas entre os seus principais sócios, a consultoria avaliou a necessidade de ampliar de três para cinco as áreas onde trabalha.
A partir de 1º de janeiro de 2014, a nova distribuição contemplará: Nafta (EUA, Canadá e México), América do Sul, Europa Central, EEMA (Leste Europeu, Oriente Médio e África) e Ásia.
"Estamos dando um foco maior em mercados emergentes. Promovemos uma mudança estrutural pensando nos países e regiões que se destacarão nos próximos 15 anos", diz Nicola Calicchio, responsável por América do Sul na McKinsey.
A alteração fortalece o Brasil, que contará pela primeira vez com um representante brasileiro, o próprio Calicchio, no comitê- executivo global, de 12 membros.
"Ao se criar um recorte América do Sul', o Brasil se destaca ainda mais na estratégia da firma, que vê o país como central no cenário global em alguns anos."
Para o sócio, é possível aliar o crescimento do consumo à expansão do investimento no país. "O desafio é diagnosticar e eliminar a perda de eficiência. Atividades voltadas à operação ganham ainda mais relevância."
TRABALHO EM GRUPO
A Regus, multinacional de espaços compartilhados de trabalho, pretende abrir 156 novos centros de negócios no Brasil nos próximos anos.
A expansão incluirá cidades como Macaé (RJ) e Uberlândia (MG), que ainda não possuem unidades da rede.
"O Brasil foi o primeiro país latino-americano a ter um centro de negócios da marca e está no foco do plano global de expansão", afirma Hernán Saucedo, diretor da Regus no país.
"A expansão reflete o fortalecimento de uma nova relação dos brasileiros com os espaços de trabalho", diz.
A rede possui 1.700 unidades em 100 países.
DE OLHO NA QUALIDADE
Pouco mais da metade dos brasileiros considera mudar a marca de um produto que consome por outra de maior qualidade, mesmo que o preço seja mais elevado, segundo pesquisa feita pela Ipsos.
No país, 52% dos entrevistados se mostraram mais propensos à alteração. A média global foi de 45%.
O índice do Brasil só ficou abaixo de Noruega (62%), Suécia (57%), Índia (56%), Indonésia (56%) e México (54%).
Foram ouvidas 18.503 pessoas em 25 países.
Rede hoteleira planeja 81 novas unidades
Com 80 unidades em operação hoje, a Atlantica Hotels planeja dobrar o número de empreendimentos até 2017.
O projeto de expansão da rede hoteleira demandará um aporte total de cerca de R$ 3 bilhões --recursos provenientes de investidores.
O número de cidades onde a empresa atua deverá passar de 42 para 60. Embora não haja um perfil específico dos municípios em que entrará, aqueles com 500 mil habitantes atraem a companhia.
"Nós trabalhamos para os investidores, estudamos os mercados e vemos onde tem demanda", afirma o CEO, Paul Sistare.
Capitais menores, como Rio Branco, e regiões que estão se desenvolvendo em decorrência da exploração do petróleo ou da construção de parques industriais também estão no radar da Atlantica.
"Cidades onde há apenas hotéis familiares sempre foram nosso foco."
O mercado hoteleiro brasileiro não deve ficar saturado com os empreendimentos que serão lançados nos próximos anos, muitos para receber os turistas que vêm para a Copa e para a Olimpíada, segundo Sistare.
"A Accor [que terá mais de 300 unidades até 2016], por exemplo, tem a categoria econômica e a bandeira Ibis como foco. Nós trabalhamos mais com categorias média ou até de luxo."
Entre janeiro e setembro deste ano, o volume de negócios da Atlantica ficou em R$ 504,2 milhões --crescimento de 9% na comparação com o mesmo período de 2012.
BOM HUMOR EUROPEU
A população europeia está otimista em relação à economia. O indicador da GfK que mensura a confiança do consumidor passou de -29 (em escala de -100 a 100), no segundo trimestre deste ano, para 6, no terceiro trimestre.
A alta foi motivada pelo crescimento das exportações, pela propensão dos consumidores a gastar mais e por uma política menos austera.
O turismo de verão nos países do sul também ajudou a melhorar a situação econômica e, consequentemente, a elevar o índice.
Ingleses e alemães puxaram o indicador para cima, registrando 19 e 11 pontos, respectivamente.
O relatório da GfK aponta que o otimismo na Inglaterra é decorrente da expansão do consumo privado e dos investimentos do governo, que resultaram em um crescimento de 0,6% no PIB entre abril e junho.
Em Portugal, o índice continua negativo (-29), mas no patamar mais elevado desde abril de 2010. A Grécia permanece como o país mais pessimista, com -41 pontos.
Mais uma A norte-americana GAP vai inaugurar no dia 5 de novembro sua segunda loja no Brasil, no Morumbi Shopping. A unidade terá 961 metros quadrados e seguirá o modelo "flagship store" (loja-conceito).
Combustível... A ALL (América Latina Logística), em parceria com a Cattalini Terminais Marítimos, transportará pela primeira vez por ferrovias uma carga de diesel que entrará no país pelo porto de Paranaguá.
...mexicano O carregamento, vindo do Golfo do México, irá para as bases de abastecimento da Distribuidora Ipiranga, no Paraná. A expectativa da ALL é transportar 56,5 mil m3 de diesel até o final deste ano.
Visita Emilio Botín, presidente do grupo Santander, estará no Brasil em novembro para participar da entrega do prêmio Santander Universidades e anunciar um encontro internacional de reitores que ocorrerá no Rio em 2014.
REGIÕES QUE SURGEM
A McKinsey vai alterar a divisão das regiões do mundo em que atua. Após cinco meses de conversas entre os seus principais sócios, a consultoria avaliou a necessidade de ampliar de três para cinco as áreas onde trabalha.
A partir de 1º de janeiro de 2014, a nova distribuição contemplará: Nafta (EUA, Canadá e México), América do Sul, Europa Central, EEMA (Leste Europeu, Oriente Médio e África) e Ásia.
"Estamos dando um foco maior em mercados emergentes. Promovemos uma mudança estrutural pensando nos países e regiões que se destacarão nos próximos 15 anos", diz Nicola Calicchio, responsável por América do Sul na McKinsey.
A alteração fortalece o Brasil, que contará pela primeira vez com um representante brasileiro, o próprio Calicchio, no comitê- executivo global, de 12 membros.
"Ao se criar um recorte América do Sul', o Brasil se destaca ainda mais na estratégia da firma, que vê o país como central no cenário global em alguns anos."
Para o sócio, é possível aliar o crescimento do consumo à expansão do investimento no país. "O desafio é diagnosticar e eliminar a perda de eficiência. Atividades voltadas à operação ganham ainda mais relevância."
TRABALHO EM GRUPO
A Regus, multinacional de espaços compartilhados de trabalho, pretende abrir 156 novos centros de negócios no Brasil nos próximos anos.
A expansão incluirá cidades como Macaé (RJ) e Uberlândia (MG), que ainda não possuem unidades da rede.
"O Brasil foi o primeiro país latino-americano a ter um centro de negócios da marca e está no foco do plano global de expansão", afirma Hernán Saucedo, diretor da Regus no país.
"A expansão reflete o fortalecimento de uma nova relação dos brasileiros com os espaços de trabalho", diz.
A rede possui 1.700 unidades em 100 países.
DE OLHO NA QUALIDADE
Pouco mais da metade dos brasileiros considera mudar a marca de um produto que consome por outra de maior qualidade, mesmo que o preço seja mais elevado, segundo pesquisa feita pela Ipsos.
No país, 52% dos entrevistados se mostraram mais propensos à alteração. A média global foi de 45%.
O índice do Brasil só ficou abaixo de Noruega (62%), Suécia (57%), Índia (56%), Indonésia (56%) e México (54%).
Foram ouvidas 18.503 pessoas em 25 países.
É cedo para sepultar a era K - CLOVIS ROSSI
FOLHA DE SP - 29/10
Mesmo na crise, Cristina mantém um terço do eleitorado, contra uma oposição fragmentada
O governo de Cristina Kirchner perdeu as eleições legislativas de domingo, mas é prematuro dar por sepultada a era dos K, iniciada com a Presidência de Néstor Kirchner (2003/2007).
Prematuro porque a maioria relativa dos votos (cerca de 32%) ainda foi para o kirchnerismo e seus aliados, que preservam, com isso, a sua maioria no Congresso. Até aumentou a bancada da FpV (Frente para a Vitória, o conglomerado governista), que passou de 111 para 116 deputados, aos quais se somam 17 de partidos aliados (eram 21).
A oposição faz uma conta diferente: diz que quase sete de cada dez argentinos votaram contra o governo. É fato. Mas é igualmente fato que esses quase 70% que foram para a oposição dividiram-se em pelo menos cinco correntes, da direita representada pelo prefeito de Buenos Aires Mauricio Macri a uma ultraesquerda que conseguiu três lugares na Câmara.
É razoável somar os votos desses grupos quando seus líderes apressaram-se, mal divulgados os resultados da eleição, a lançar-se, cada um deles, como candidatos presidenciais em 2015?
"A vitória nos obriga a cruzar a fronteira [da província de Buenos Aires] e percorrer a Argentina", disse Sergio Massa, prefeito do pequeno município de Tigre, kirchnerista dissidente. "Temos uma proposta para a nação", cantou de seu lado o socialista Hermes Binner.
"O radicalismo abre suas portas para construir um espaço tanto na província como na nação", proclamou Julio Cobos, que fora vice de Cristina, até romper com ela, e é o mais destacado líder da centenária União Cívica Radical, partido centrista descafeinado, porque dois dos presidentes que elegeu (Raúl Alfonsín e Fernando de la Rúa) tiveram que renunciar por pressão popular.
"Vou ser o presidente da mudança em 2015", vaticinou Macri.
Com tantos pré-candidatos, mesmo os magros 32% obtidos agora pelo kirchnerismo bastariam para assegurar a passagem para o segundo turno em 2015, se o governismo lograr pelo menos mantê-los.
Difícil discordar de Horacio Verbitsky, um dos grandes nomes do jornalismo argentino, mesmo que se dê um desconto para seu apoio incondicional ao kirchnerismo, quando ele escreve que a "oposição [está] fragmentada em alternativas de alcance provincial que até agora não logrou projetar-se além de seus respectivos bastiões nem alcançar acordos entre elas para compor uma aliança com capacidade eleitoral e viabilidade governativa".
A esse cenário mais ou menos claro, ainda que provisório, é fundamental acrescentar uma incógnita: Cristina Kirchner poderá voltar a governar? Se sim, estará na plenitude de suas condições físicas? Se sim, entronizará Daniel Scioli, governador da província de Buenos Aires, como candidato do kirchnerismo, apesar de ter sido um dos grandes derrotados, talvez o maior, na eleição de domingo?
Ou procurará um outro nome capaz de tentar prorrogar a era K, que, com todos os problemas conjunturais ou estruturais, deixou a Argentina melhor do que estava quando Néstor assumiu em 2003?
Mesmo na crise, Cristina mantém um terço do eleitorado, contra uma oposição fragmentada
O governo de Cristina Kirchner perdeu as eleições legislativas de domingo, mas é prematuro dar por sepultada a era dos K, iniciada com a Presidência de Néstor Kirchner (2003/2007).
Prematuro porque a maioria relativa dos votos (cerca de 32%) ainda foi para o kirchnerismo e seus aliados, que preservam, com isso, a sua maioria no Congresso. Até aumentou a bancada da FpV (Frente para a Vitória, o conglomerado governista), que passou de 111 para 116 deputados, aos quais se somam 17 de partidos aliados (eram 21).
A oposição faz uma conta diferente: diz que quase sete de cada dez argentinos votaram contra o governo. É fato. Mas é igualmente fato que esses quase 70% que foram para a oposição dividiram-se em pelo menos cinco correntes, da direita representada pelo prefeito de Buenos Aires Mauricio Macri a uma ultraesquerda que conseguiu três lugares na Câmara.
É razoável somar os votos desses grupos quando seus líderes apressaram-se, mal divulgados os resultados da eleição, a lançar-se, cada um deles, como candidatos presidenciais em 2015?
"A vitória nos obriga a cruzar a fronteira [da província de Buenos Aires] e percorrer a Argentina", disse Sergio Massa, prefeito do pequeno município de Tigre, kirchnerista dissidente. "Temos uma proposta para a nação", cantou de seu lado o socialista Hermes Binner.
"O radicalismo abre suas portas para construir um espaço tanto na província como na nação", proclamou Julio Cobos, que fora vice de Cristina, até romper com ela, e é o mais destacado líder da centenária União Cívica Radical, partido centrista descafeinado, porque dois dos presidentes que elegeu (Raúl Alfonsín e Fernando de la Rúa) tiveram que renunciar por pressão popular.
"Vou ser o presidente da mudança em 2015", vaticinou Macri.
Com tantos pré-candidatos, mesmo os magros 32% obtidos agora pelo kirchnerismo bastariam para assegurar a passagem para o segundo turno em 2015, se o governismo lograr pelo menos mantê-los.
Difícil discordar de Horacio Verbitsky, um dos grandes nomes do jornalismo argentino, mesmo que se dê um desconto para seu apoio incondicional ao kirchnerismo, quando ele escreve que a "oposição [está] fragmentada em alternativas de alcance provincial que até agora não logrou projetar-se além de seus respectivos bastiões nem alcançar acordos entre elas para compor uma aliança com capacidade eleitoral e viabilidade governativa".
A esse cenário mais ou menos claro, ainda que provisório, é fundamental acrescentar uma incógnita: Cristina Kirchner poderá voltar a governar? Se sim, estará na plenitude de suas condições físicas? Se sim, entronizará Daniel Scioli, governador da província de Buenos Aires, como candidato do kirchnerismo, apesar de ter sido um dos grandes derrotados, talvez o maior, na eleição de domingo?
Ou procurará um outro nome capaz de tentar prorrogar a era K, que, com todos os problemas conjunturais ou estruturais, deixou a Argentina melhor do que estava quando Néstor assumiu em 2003?
Suprema felicidade - JOSÉ CASADO
O GLOBO - 29/10
Venezuelanos não têm nem papel higiênico, mas seu presidente leva vida de rei, com mordomias e séquito de 120 mil pessoas, em gabinete que custa US$ 700 milhões ao ano
O "socialismo bolivariano do século XXI" não fracassou. Talvez seja apenas uma peça de humor político mal compreendida.
Na semana passada, por exemplo, enquanto o Banco Central confirmava a falta de papel higiênico em 79% dos estabelecimentos comerciais da Venezuela, o presidente Nicolás Maduro discursava sobre a criação do "Ministério do Poder Popular para a Suprema Felicidade". O anúncio presidencial aconteceu enquanto emissários de Dilma Rousseff cobravam, em Caracas, o pagamento de cerca de US$ 800 milhões em dívidas pendentes com exportadores brasileiros.
O país derrete em grave crise econômica, porém Maduro garantiu a preservação da "Suprema Felicidade" dos 27 milhões de venezuelanos como um item do plano financeiro anual de governo.
Orçamento público é uma conta que se faz para saber como aplicar o dinheiro que já se gastou, ensinou o Barão de Itararé. A Venezuela foi além. Criou uma peça orçamentária que supera as melhores obras de ficção do ramo.
Por Decreto Supremo, os "Ministérios do Poder Popular" só podem investir dinheiro público em projetos para "Construir a Suprema Felicidade", "Aprofundar a Democracia Revolucionária", "Desenvolver uma Nova Ética Socialista" e "Construir uma Nova Geopolítica".
Essa fórmula de renovação permanente da promessa de paraíso político é de autoria de Hugo Chávez. Ele morreu em março, mas de vez em quando reaparece aos olhos do presidente Nicolás Maduro "na forma de um passarinho, bem pequeno, que me abençoa" segundo a descrição presidencial.
Maduro criou o ministério, depois de desvalorizar a "Suprema Felicidade Social do Povo". Sob pressão de uma inflação corrosiva (69% para alimentos no ano), um inédito declínio nas reservas cambiais (US$ 25 bilhões) e um déficit fiscal crescente (15% do PIB), maior que o da agonizante Grécia, ele reduziu a previsão do orçamento para a "Felicidade". Somava 47% do total de despesas governamentais, nos dois últimos anos de Chávez. Caiu para 37% dos gastos previstos entre 2013-2014.
Manteve intactas, porém, as mordomias presidenciais. Maduro tem um dos mais caros gabinetes presidenciais do planeta (US$ 700 milhões ao ano). Conserva o modelo de verbas secretas de Chávez, que gastava US$ 40 mil por mês apenas com roupas, sapatos e produtos de beleza e higiene pessoal tudo importado, claro.
O orçamento deste ano informa que na folha de pagamento do gabinete de Maduro estão inscritas 120 mil pessoas. Na maioria, são servidores encarregados de "processar e articular as solicitações que o povo dirige ao Palácio de Miraflores". Quase dois mil trabalham no aparato de guarda-costas pessoal e familiar, sob supervisão do serviço secreto cubano. E há, ainda, uma plêiade de especialistas em "técnicas de explosivos", "segurança alimentar" e "segurança médica" (com "epidemiologistas"), que o acompanham em todas as viagens, como a do mês passado à China, aonde foi pedir US$ 5 bilhões em crédito emergencial para compra de alimentos básicos.
O "socialismo bolivariano do século XXI" não fracassou. Apenas não funciona na vida real. Nem sequer na ficção. E, como peça de humor político, é simplesmente tragicômico.
Venezuelanos não têm nem papel higiênico, mas seu presidente leva vida de rei, com mordomias e séquito de 120 mil pessoas, em gabinete que custa US$ 700 milhões ao ano
O "socialismo bolivariano do século XXI" não fracassou. Talvez seja apenas uma peça de humor político mal compreendida.
Na semana passada, por exemplo, enquanto o Banco Central confirmava a falta de papel higiênico em 79% dos estabelecimentos comerciais da Venezuela, o presidente Nicolás Maduro discursava sobre a criação do "Ministério do Poder Popular para a Suprema Felicidade". O anúncio presidencial aconteceu enquanto emissários de Dilma Rousseff cobravam, em Caracas, o pagamento de cerca de US$ 800 milhões em dívidas pendentes com exportadores brasileiros.
O país derrete em grave crise econômica, porém Maduro garantiu a preservação da "Suprema Felicidade" dos 27 milhões de venezuelanos como um item do plano financeiro anual de governo.
Orçamento público é uma conta que se faz para saber como aplicar o dinheiro que já se gastou, ensinou o Barão de Itararé. A Venezuela foi além. Criou uma peça orçamentária que supera as melhores obras de ficção do ramo.
Por Decreto Supremo, os "Ministérios do Poder Popular" só podem investir dinheiro público em projetos para "Construir a Suprema Felicidade", "Aprofundar a Democracia Revolucionária", "Desenvolver uma Nova Ética Socialista" e "Construir uma Nova Geopolítica".
Essa fórmula de renovação permanente da promessa de paraíso político é de autoria de Hugo Chávez. Ele morreu em março, mas de vez em quando reaparece aos olhos do presidente Nicolás Maduro "na forma de um passarinho, bem pequeno, que me abençoa" segundo a descrição presidencial.
Maduro criou o ministério, depois de desvalorizar a "Suprema Felicidade Social do Povo". Sob pressão de uma inflação corrosiva (69% para alimentos no ano), um inédito declínio nas reservas cambiais (US$ 25 bilhões) e um déficit fiscal crescente (15% do PIB), maior que o da agonizante Grécia, ele reduziu a previsão do orçamento para a "Felicidade". Somava 47% do total de despesas governamentais, nos dois últimos anos de Chávez. Caiu para 37% dos gastos previstos entre 2013-2014.
Manteve intactas, porém, as mordomias presidenciais. Maduro tem um dos mais caros gabinetes presidenciais do planeta (US$ 700 milhões ao ano). Conserva o modelo de verbas secretas de Chávez, que gastava US$ 40 mil por mês apenas com roupas, sapatos e produtos de beleza e higiene pessoal tudo importado, claro.
O orçamento deste ano informa que na folha de pagamento do gabinete de Maduro estão inscritas 120 mil pessoas. Na maioria, são servidores encarregados de "processar e articular as solicitações que o povo dirige ao Palácio de Miraflores". Quase dois mil trabalham no aparato de guarda-costas pessoal e familiar, sob supervisão do serviço secreto cubano. E há, ainda, uma plêiade de especialistas em "técnicas de explosivos", "segurança alimentar" e "segurança médica" (com "epidemiologistas"), que o acompanham em todas as viagens, como a do mês passado à China, aonde foi pedir US$ 5 bilhões em crédito emergencial para compra de alimentos básicos.
O "socialismo bolivariano do século XXI" não fracassou. Apenas não funciona na vida real. Nem sequer na ficção. E, como peça de humor político, é simplesmente tragicômico.
Afinal, um critério - CELSO MING
O Estado de S.Paulo - 29/10
Foram necessários dez anos de populismo tarifário, de dilapidação do caixa e da capacidade de investimento da Petrobrás e de enganação sistemática da opinião pública para que, finalmente, o governo admitisse a necessidade de adotar um critério de preços para os derivados do petróleo.
As indicações são de que será montada uma espécie de gatilho que reajustará automaticamente os preços dos derivados, tanto para cima como para baixo, quando a diferença entre os nacionais e internacionais atingirem determinada magnitude, digamos de 5%. Não foram divulgados pormenores da fórmula a ser adotada. Em princípio, deverá considerar dois parâmetros, os mesmos que hoje são usados para calcular a diferença: os preços internacionais do petróleo (e/ou derivados) e a evolução das cotações do dólar em reais no câmbio interno (veja o gráfico no Confira).
Também não está claro como se corrigirá a diferença atual, que pode ser de 5% a 20%, para a gasolina e para o diesel, dependendo de como se faz essa conta. A novidade deverá ser aprovada na reunião do Conselho de Administração da Petrobrás, no dia 22 de novembro.
O rombo na Petrobrás foi definido pela política do governo do PT adotada até agora, que usou o caixa da estatal para subsidiar os combustíveis, de modo a reduzir seu impacto sobre a inflação. O resultado foi o aumento do endividamento bruto, de R$ 115,9 bilhões em dezembro de 2011 para R$ 250,9 bilhões em setembro de 2013, num período em que a Petrobrás mais precisa de recursos. Ontem, seu diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Almir Barbassa, admitiu que a Petrobrás ultrapassou a capacidade admitida de se endividar (alavancagem). Dia 3, quando festejava 60 anos de vida, suas promissórias tiveram a qualidade rebaixada pela Moody's, uma das mais importantes agências de classificação de risco.
As alegações dos governos Lula e Dilma para a manutenção dessa política dilapidadora eram de que a Petrobrás não trabalhava obsessivamente com cada oscilação dos preços; olhava para o longo prazo, embora nunca se soubesse de quanto fosse esse prazo nem os critérios dos reajustes. O achatamento dos preços da Petrobrás cumpriu a função de combater a inflação que a política fiscal (receitas e despesas do governo) e a política monetária (política dos juros) não vinham cumprindo.
O erro dessa política não está propriamente em ter produzido os resultados medíocres da empresa. Mas em trombar com outra política do governo, a de exigir dela cada vez mais investimentos. Outro efeito negativo foi a predação sistemática do setor do etanol, um dos mais promissores na área de energia renovável, que teve crescente dificuldade de competir com a gasolina subsidiada.
Em 2010, a Petrobrás foi beneficiada com a maior capitalização de uma empresa em todos os tempos para que pudesse dar conta do seu programa de negócios. Agora, está precisando de novo reforço de capital, mas para isso não conta com o apoio dos acionistas privados, que também se sentiram passados para trás (acima a evolução das cotações das ações da Petrobrás, desde janeiro).
Foram necessários dez anos de populismo tarifário, de dilapidação do caixa e da capacidade de investimento da Petrobrás e de enganação sistemática da opinião pública para que, finalmente, o governo admitisse a necessidade de adotar um critério de preços para os derivados do petróleo.
As indicações são de que será montada uma espécie de gatilho que reajustará automaticamente os preços dos derivados, tanto para cima como para baixo, quando a diferença entre os nacionais e internacionais atingirem determinada magnitude, digamos de 5%. Não foram divulgados pormenores da fórmula a ser adotada. Em princípio, deverá considerar dois parâmetros, os mesmos que hoje são usados para calcular a diferença: os preços internacionais do petróleo (e/ou derivados) e a evolução das cotações do dólar em reais no câmbio interno (veja o gráfico no Confira).
Também não está claro como se corrigirá a diferença atual, que pode ser de 5% a 20%, para a gasolina e para o diesel, dependendo de como se faz essa conta. A novidade deverá ser aprovada na reunião do Conselho de Administração da Petrobrás, no dia 22 de novembro.
O rombo na Petrobrás foi definido pela política do governo do PT adotada até agora, que usou o caixa da estatal para subsidiar os combustíveis, de modo a reduzir seu impacto sobre a inflação. O resultado foi o aumento do endividamento bruto, de R$ 115,9 bilhões em dezembro de 2011 para R$ 250,9 bilhões em setembro de 2013, num período em que a Petrobrás mais precisa de recursos. Ontem, seu diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Almir Barbassa, admitiu que a Petrobrás ultrapassou a capacidade admitida de se endividar (alavancagem). Dia 3, quando festejava 60 anos de vida, suas promissórias tiveram a qualidade rebaixada pela Moody's, uma das mais importantes agências de classificação de risco.
As alegações dos governos Lula e Dilma para a manutenção dessa política dilapidadora eram de que a Petrobrás não trabalhava obsessivamente com cada oscilação dos preços; olhava para o longo prazo, embora nunca se soubesse de quanto fosse esse prazo nem os critérios dos reajustes. O achatamento dos preços da Petrobrás cumpriu a função de combater a inflação que a política fiscal (receitas e despesas do governo) e a política monetária (política dos juros) não vinham cumprindo.
O erro dessa política não está propriamente em ter produzido os resultados medíocres da empresa. Mas em trombar com outra política do governo, a de exigir dela cada vez mais investimentos. Outro efeito negativo foi a predação sistemática do setor do etanol, um dos mais promissores na área de energia renovável, que teve crescente dificuldade de competir com a gasolina subsidiada.
Em 2010, a Petrobrás foi beneficiada com a maior capitalização de uma empresa em todos os tempos para que pudesse dar conta do seu programa de negócios. Agora, está precisando de novo reforço de capital, mas para isso não conta com o apoio dos acionistas privados, que também se sentiram passados para trás (acima a evolução das cotações das ações da Petrobrás, desde janeiro).
Dias de fúria - VINICIUS TORRES FREIRE
FOLHA DE SP - 29/10
Com ou sem black blocs, reações enfurecidas a 'coisas do governo' tornam-se comuns em SP e no Rio
DESDE A TARDE de domingo e até a noite de ontem, ônibus e caminhões são incendiados e o comércio é depredado, entre outras manifestações de violência e protestos num bairro em geral conservador e de pequena classe média da zona norte da cidade de São Paulo, a Vila Medeiros, próxima da Vila Maria um dia janista, caricatura do conservadorismo paulistano.
O tumulto aparentemente se deve ou inicialmente se deveu à morte estúpida de um rapaz, morto por um policial militar, talvez por acidente.
A descrição vai na voz passiva mesmo porque não se sabe bem quem comete os incêndios e depredações, muito parecidas com os tumultos que ocorrem desde junho, em especial com os tumultos que ocorrem desde setembro em cidades grandes.
Antes de junho, a gente poderia comparar a irrupção de fúria a outros tumultos indignados contra violências da polícia, em geral mais comuns em bairros bem mais pobres, em geral mais comuns no Rio do que em São Paulo. Só que agora não.
Um dos clichês que ficaram das manifestações de junho é que "a pauta dos protestos era difusa".
Desde o arrefecimento das passeatas maciças, os protestos foram se tornando cada vez mais difusos, com pautas concentradas. Cada grupo de interesse, bairro, corporação ou qual fosse o fator agregador passou a sair às ruas. Em números menores, chamavam menos a atenção. Houve a impressão de arrefecimento, diluição, fim agônico de uma moda. Só que não.
A atuação do grupo dos mascarados, ditos black blocs, aumentou a temperatura midiática e tumultuária de protestos de grupos quaisquer. Não se pode dizer se por imitação ou pelo fato de compartilharem da mesma fúria contra a ordem, há grupos de pessoas sem relação visível com black blocs que demonstram sua indignação sem mais: botando para quebrar.
Parêntese: não temos uma palavra boa para o que se chama aqui de tumulto, entre outros motivos por não termos lá muita tradição de protestos de rua. Em inglês, temos "riot". Em francês "émeute". Ambos tratam de reações espontâneas e violentas a um abalo emocional coletivo.
Não se trata de dizer que há uma epidemia furiosa, adesão geral ou simpatia aos tumultos, ou que nome se dê à coisa. No entanto, com violências e tudo mais, ainda não há repúdio amplo ao que passa nas ruas.
Segundo pesquisa Datafolha publicada no domingo, desde junho está diminuindo o apoio aos "protestos" na cidade de São Paulo, mas o júri ainda não é decisivo. Pode ser que os transtornos à vida cotidiana, a insatisfação com violências e prejuízos expliquem a crescente desaprovação. Mas dois terços dos paulistanos ainda são "a favor" dos protestos. De quais protestos, não se sabe bem.
Pode ser que tenha sobrado a memória dos dias simpáticos e em geral alegres das passeatas de junho, daí a resistente aprovação dos "protestos".
Talvez. Pode ser que a paciência com uma ordem imóvel e estúpida tenha se esgotado. Algo se quebrou. Sem respostas visíveis de um Estado incompreensível e distante, "botar para quebrar" tenha se tornado atitude (mais ou menos) aceitável.
Não, não se trata de economia, perda de renda, desemprego. Nada disso é capaz de explicar essa, digamos, variação de humores. Que pode temperar a eleição de 2014.
Com ou sem black blocs, reações enfurecidas a 'coisas do governo' tornam-se comuns em SP e no Rio
DESDE A TARDE de domingo e até a noite de ontem, ônibus e caminhões são incendiados e o comércio é depredado, entre outras manifestações de violência e protestos num bairro em geral conservador e de pequena classe média da zona norte da cidade de São Paulo, a Vila Medeiros, próxima da Vila Maria um dia janista, caricatura do conservadorismo paulistano.
O tumulto aparentemente se deve ou inicialmente se deveu à morte estúpida de um rapaz, morto por um policial militar, talvez por acidente.
A descrição vai na voz passiva mesmo porque não se sabe bem quem comete os incêndios e depredações, muito parecidas com os tumultos que ocorrem desde junho, em especial com os tumultos que ocorrem desde setembro em cidades grandes.
Antes de junho, a gente poderia comparar a irrupção de fúria a outros tumultos indignados contra violências da polícia, em geral mais comuns em bairros bem mais pobres, em geral mais comuns no Rio do que em São Paulo. Só que agora não.
Um dos clichês que ficaram das manifestações de junho é que "a pauta dos protestos era difusa".
Desde o arrefecimento das passeatas maciças, os protestos foram se tornando cada vez mais difusos, com pautas concentradas. Cada grupo de interesse, bairro, corporação ou qual fosse o fator agregador passou a sair às ruas. Em números menores, chamavam menos a atenção. Houve a impressão de arrefecimento, diluição, fim agônico de uma moda. Só que não.
A atuação do grupo dos mascarados, ditos black blocs, aumentou a temperatura midiática e tumultuária de protestos de grupos quaisquer. Não se pode dizer se por imitação ou pelo fato de compartilharem da mesma fúria contra a ordem, há grupos de pessoas sem relação visível com black blocs que demonstram sua indignação sem mais: botando para quebrar.
Parêntese: não temos uma palavra boa para o que se chama aqui de tumulto, entre outros motivos por não termos lá muita tradição de protestos de rua. Em inglês, temos "riot". Em francês "émeute". Ambos tratam de reações espontâneas e violentas a um abalo emocional coletivo.
Não se trata de dizer que há uma epidemia furiosa, adesão geral ou simpatia aos tumultos, ou que nome se dê à coisa. No entanto, com violências e tudo mais, ainda não há repúdio amplo ao que passa nas ruas.
Segundo pesquisa Datafolha publicada no domingo, desde junho está diminuindo o apoio aos "protestos" na cidade de São Paulo, mas o júri ainda não é decisivo. Pode ser que os transtornos à vida cotidiana, a insatisfação com violências e prejuízos expliquem a crescente desaprovação. Mas dois terços dos paulistanos ainda são "a favor" dos protestos. De quais protestos, não se sabe bem.
Pode ser que tenha sobrado a memória dos dias simpáticos e em geral alegres das passeatas de junho, daí a resistente aprovação dos "protestos".
Talvez. Pode ser que a paciência com uma ordem imóvel e estúpida tenha se esgotado. Algo se quebrou. Sem respostas visíveis de um Estado incompreensível e distante, "botar para quebrar" tenha se tornado atitude (mais ou menos) aceitável.
Não, não se trata de economia, perda de renda, desemprego. Nada disso é capaz de explicar essa, digamos, variação de humores. Que pode temperar a eleição de 2014.
Fim de ciclo - MIRIAM LEITÃO
O GLOBO - 29/10
A eleição na Argentina, para renovar parte da Câmara e do Senado, antecipou o debate da eleição de 2015. Desde que as umas começaram a mostrar a forte derrota das forças govemistas, os possíveis candidatos à eleição presidencial começaram a se apresentar. Com uma margem estreita nas duas Casas, a presidente não terá chance de realizar seu projeto de permanecer no poder em um terceiro mandato.
Dramático, como tudo na Argentina, o quadro é assim: a presidente não votou, continua de licença médica, e seu filho, Máximo, que nunca se pronuncia, falou que não há data para ela voltar. O retorno era previsto para o dia 9. Enquanto isso, no dia exato que completava o terceiro aniversário da morte de Nestor Kirchner, o Kirchnerismo perdeu em estados que representam 70% do eleitorado, perdeu até na pequena Santa Cruz, na Patagônia, reduto eleitoral da presidente.
O projeto de Cristina Kirchner é o mesmo que embalava Hugo Chávez: eleições sucessivas. Ela agora tentaria mudar a Constituição para ter o direito de disputar o terceiro mandato. Para isso, precisaria de dois terços nas duas Casas, o que não tem mais. Ficou com uma estreita margem: três deputados a mais, dois senadores a mais que a maioria simples. Isso contando o grupo Kirchnerista e seus aliados.
Na economia, a inflação continua em tomo de 25%, o governo já admite que ninguém acredita no índice oficial, o câmbio está controlado porque as reservas se esgotam, e o crescimento não cresce mais como nos últimos anos. Os investidores abandonam a Argentina tamanha a intervenção do governo na economia.
O secretário de Comércio, Guilhermo Moreno, que é o mais poderoso integrante do gabinete, nem apareceu no bunker onde aliados do governo esperaram o resultado. O senador Anibal Femandez, que também é forte defensor do govemo, também não apareceu. Isso fortalece a ideia de que a derrota começa a produzir dispersão nas fileiras do governismo.
A vitória de Sérgio Massa, ex-aliado da presidente, em Buenos Aires, foi acachapante. Lá, o voto é em lista, portanto, seus 42% de votos puxam uma grande bancada no colégio eleitoral que, sozinho, representa 38% do eleitorado. Por isso, Massa já começa a postular candidatura. Mas não é o único. Dentro do grupo da presidente apresenta-se Daniel Scioli, na hipótese de a presidente não ter o terceiro mandato. Outros vitoriosos, como o ex-vice-presidente Julio Cobos, que saiu do govemo brigado com a presidente e foi para a União Cívica Radical, também usaram a vitória para falar como candidato. Isso, além de Mauricio Macri, de centro-direita, governador de Buenos Aires.
Felipe Solá, um críticos ferrenho do governo, disse que o resultado mostra que "a Argentina está cansada desse estilo de governo, querendo sempre cada vez mais poder" Os empresários estão cansados do que não funciona numa economia que tem tanta chance de dar certo.
O economista Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central do Brasil, resume assim a situação:
— A Argentina não está em recessão, mas cresce pouco. Em 2012,1,9%, este ano, 2%, e no ano que vem a projeção é 1,5%. Mas isso se confiarmos nos números do instituto de pesquisas do país (que sofreu intervenção). O país continua sem reservas. O turista argentino para gastar dólares tem que se justificar, exportadores brasileiros têm dificuldade de receber não porque o importador não tenha como pagar, mas porque não recebe autorização do Banco Central, tem muita empresa fechando as portas porque o desabastecimento de insumos industriais está atrapalhando a produção. Tudo parece mostrar o fim de um ciclo na Argentina.
É um espanto que o país enfrente uma crise cambial depois de um longo período de boom de com-modities. Na definição de Loyola, a Argentina continua sendo um país com grande potencial e uma péssima gestão macroeconômica
Dramático, como tudo na Argentina, o quadro é assim: a presidente não votou, continua de licença médica, e seu filho, Máximo, que nunca se pronuncia, falou que não há data para ela voltar. O retorno era previsto para o dia 9. Enquanto isso, no dia exato que completava o terceiro aniversário da morte de Nestor Kirchner, o Kirchnerismo perdeu em estados que representam 70% do eleitorado, perdeu até na pequena Santa Cruz, na Patagônia, reduto eleitoral da presidente.
O projeto de Cristina Kirchner é o mesmo que embalava Hugo Chávez: eleições sucessivas. Ela agora tentaria mudar a Constituição para ter o direito de disputar o terceiro mandato. Para isso, precisaria de dois terços nas duas Casas, o que não tem mais. Ficou com uma estreita margem: três deputados a mais, dois senadores a mais que a maioria simples. Isso contando o grupo Kirchnerista e seus aliados.
Na economia, a inflação continua em tomo de 25%, o governo já admite que ninguém acredita no índice oficial, o câmbio está controlado porque as reservas se esgotam, e o crescimento não cresce mais como nos últimos anos. Os investidores abandonam a Argentina tamanha a intervenção do governo na economia.
O secretário de Comércio, Guilhermo Moreno, que é o mais poderoso integrante do gabinete, nem apareceu no bunker onde aliados do governo esperaram o resultado. O senador Anibal Femandez, que também é forte defensor do govemo, também não apareceu. Isso fortalece a ideia de que a derrota começa a produzir dispersão nas fileiras do governismo.
A vitória de Sérgio Massa, ex-aliado da presidente, em Buenos Aires, foi acachapante. Lá, o voto é em lista, portanto, seus 42% de votos puxam uma grande bancada no colégio eleitoral que, sozinho, representa 38% do eleitorado. Por isso, Massa já começa a postular candidatura. Mas não é o único. Dentro do grupo da presidente apresenta-se Daniel Scioli, na hipótese de a presidente não ter o terceiro mandato. Outros vitoriosos, como o ex-vice-presidente Julio Cobos, que saiu do govemo brigado com a presidente e foi para a União Cívica Radical, também usaram a vitória para falar como candidato. Isso, além de Mauricio Macri, de centro-direita, governador de Buenos Aires.
Felipe Solá, um críticos ferrenho do governo, disse que o resultado mostra que "a Argentina está cansada desse estilo de governo, querendo sempre cada vez mais poder" Os empresários estão cansados do que não funciona numa economia que tem tanta chance de dar certo.
O economista Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central do Brasil, resume assim a situação:
— A Argentina não está em recessão, mas cresce pouco. Em 2012,1,9%, este ano, 2%, e no ano que vem a projeção é 1,5%. Mas isso se confiarmos nos números do instituto de pesquisas do país (que sofreu intervenção). O país continua sem reservas. O turista argentino para gastar dólares tem que se justificar, exportadores brasileiros têm dificuldade de receber não porque o importador não tenha como pagar, mas porque não recebe autorização do Banco Central, tem muita empresa fechando as portas porque o desabastecimento de insumos industriais está atrapalhando a produção. Tudo parece mostrar o fim de um ciclo na Argentina.
É um espanto que o país enfrente uma crise cambial depois de um longo período de boom de com-modities. Na definição de Loyola, a Argentina continua sendo um país com grande potencial e uma péssima gestão macroeconômica
Além do tripé, uma centopeia - SOLANGE SROUR CHACHAMOVITZ
VALOR ECONÔMICO - 29/10
Entramos definitivamente em plena campanha eleitoral e já é possível perceber que o foco do embate será o resgate do tripé macroeconômico : inflação sob controle, contas públicas sólidas e regime de câmbio flutuante.
Não poderíamos esperar nada diferente, afinal as resultantes das políticas macroeconômicas adotadas desde 2008 foram o baixo crescimento e inflação perto do topo da meta. Nossa sociedade já aprendeu que sem crescimento e com inflação será impossível manter e aprofundar as conquistas sociais obtidas desde o lançamento do Plano Real, que possibilitaram a inclusão de milhares de brasileiros no mercado consumidor e permitiram a queda da desigualdade social.
Não há dúvidas que o próximo presidente terá que restabelecer o tripé. A situação atual não é sustentável por mais quatro anos. A pergunta que se coloca é: será que o tripé é suficiente para colocar o Brasil em outro patamar de crescimento e inflação?
A resposta é um sonoro não! O tripé é uma condição necessária, mas de longe não é suficiente. Sem o resgate da Agenda perdida das reformas microeconômicas não conseguiremos crescer mais do que 2,5% com uma inflação mais baixa do que a atual. A literatura econômica comprova que longos ciclos de crescimento sucedem reformas que aumentam a eficiência do mercado, a produtividade das empresas, a renda, o consumo e consequentemente os investimentos.
Em 2004, parecia que a agenda que já vinha sendo tocada pelo governo anterior, seria aprofundada, mas infelizmente poucas ideias prosperaram, como a Lei de Falências, a instituição do crédito consignado e o Cadastro Positivo. De 2008 para cá, o que tivemos foi um retrocesso enorme no que se refere ao livre funcionamento dos mercados. Em resposta à crise, adotamos políticas de estímulo ao consumo, desonerações pontuais e controle de preços administrados.
As políticas anticíclicas tiveram seu mérito, mas mesmo após a nossa recuperação econômica, continuamos turbinando o crédito público, subsidiando setores prioritários , fechamos ainda mais a economia e mais recentemente lançamos um programa audacioso de concessões calcado na forte participação do Estado. Não só abandonamos a Agenda perdida como demos alguns bons passos para trás.
Não é a toa que a produtividade total da nossa economia, que cresceu um ponto a mais por ano ao longo da década passada, ficou estagnada desde 2009. Essa é a maior prova de que a fraqueza da nossa economia não é cíclica, é estrutural. O cenário externo é sempre uma desculpa conveniente para a falta de crescimento e choques de alimentos a desculpa para alta inflação. Argumentos desse tipo podem ser válidos por algum período curto, mas não por cinco anos. Também não justificam expectativas pouco favoráveis para nossa economia nos próximos anos. O mundo não está mais em crise. Pode ser que esteja crescendo menos do que o desejável, dados os enormes problemas fiscais que as principais economias desenvolvidas enfrentam. Entretanto, isso não tem impedido que várias economias cresçam mais do que o Brasil desde 2011 e com boas perspectivas para os próximos anos. Em comum, tais países possuem, além de políticas macroeconômicas sólidas, uma agenda de boas reformas institucionais: Chile, Peru, Colômbia e mais recentemente México.
Por que não incluir no debate eleitoral propostas para aumentar nossa produtividade, nossa competitividade, criando condições para aprofundar a inclusão social? Certamente é mais fácil mostrar como o Bolsa Família é um programa barato e de grande efeito multiplicador. Difícil é explicar como melhoraremos nossa saúde, educação, transportes sem crescer de maneira sustentável. As manifestações populares revelaram um desejo da sociedade por um salto de qualidade. O Estado provedor do Bem-Estar Social não pode estar restrito aos programas sociais sem contrapartidas. Temos que dar condições à sociedade de alcançar um maior desenvolvimento, aumentar a eficiência da economia e melhorar cada vez mais a distribuição de renda.
A ânsia pelo crescimento a qualquer preço, a crença de que uma inflação perto do topo da meta não é um problema e que o intervencionismo estatal bem intencionado fortalece a economia nos colocaram em posição medíocre.
A incerteza em relação aos rumos da nossa economia após 2015 é extremamente elevada. Mesmo com todos os candidatos prometendo a volta do tripé macroecônomico , as dúvidas em relação aos múltiplos pilares microeconômicos destruídos nos últimos anos persistirão. Para crescermos de forma sustentável, com inflação baixa e inclusão social, não é necessária uma nova matriz macroeconômica e microeconômica. A reinvenção da roda não deu certo. Precisamos restabelecer as conquistas macroeconômicas passadas e avançar nas reformas perdidas. Delimitar o debate atual apenas à questão macroeconômica é um grande erro.
Entramos definitivamente em plena campanha eleitoral e já é possível perceber que o foco do embate será o resgate do tripé macroeconômico : inflação sob controle, contas públicas sólidas e regime de câmbio flutuante.
Não poderíamos esperar nada diferente, afinal as resultantes das políticas macroeconômicas adotadas desde 2008 foram o baixo crescimento e inflação perto do topo da meta. Nossa sociedade já aprendeu que sem crescimento e com inflação será impossível manter e aprofundar as conquistas sociais obtidas desde o lançamento do Plano Real, que possibilitaram a inclusão de milhares de brasileiros no mercado consumidor e permitiram a queda da desigualdade social.
Não há dúvidas que o próximo presidente terá que restabelecer o tripé. A situação atual não é sustentável por mais quatro anos. A pergunta que se coloca é: será que o tripé é suficiente para colocar o Brasil em outro patamar de crescimento e inflação?
A resposta é um sonoro não! O tripé é uma condição necessária, mas de longe não é suficiente. Sem o resgate da Agenda perdida das reformas microeconômicas não conseguiremos crescer mais do que 2,5% com uma inflação mais baixa do que a atual. A literatura econômica comprova que longos ciclos de crescimento sucedem reformas que aumentam a eficiência do mercado, a produtividade das empresas, a renda, o consumo e consequentemente os investimentos.
Em 2004, parecia que a agenda que já vinha sendo tocada pelo governo anterior, seria aprofundada, mas infelizmente poucas ideias prosperaram, como a Lei de Falências, a instituição do crédito consignado e o Cadastro Positivo. De 2008 para cá, o que tivemos foi um retrocesso enorme no que se refere ao livre funcionamento dos mercados. Em resposta à crise, adotamos políticas de estímulo ao consumo, desonerações pontuais e controle de preços administrados.
As políticas anticíclicas tiveram seu mérito, mas mesmo após a nossa recuperação econômica, continuamos turbinando o crédito público, subsidiando setores prioritários , fechamos ainda mais a economia e mais recentemente lançamos um programa audacioso de concessões calcado na forte participação do Estado. Não só abandonamos a Agenda perdida como demos alguns bons passos para trás.
Não é a toa que a produtividade total da nossa economia, que cresceu um ponto a mais por ano ao longo da década passada, ficou estagnada desde 2009. Essa é a maior prova de que a fraqueza da nossa economia não é cíclica, é estrutural. O cenário externo é sempre uma desculpa conveniente para a falta de crescimento e choques de alimentos a desculpa para alta inflação. Argumentos desse tipo podem ser válidos por algum período curto, mas não por cinco anos. Também não justificam expectativas pouco favoráveis para nossa economia nos próximos anos. O mundo não está mais em crise. Pode ser que esteja crescendo menos do que o desejável, dados os enormes problemas fiscais que as principais economias desenvolvidas enfrentam. Entretanto, isso não tem impedido que várias economias cresçam mais do que o Brasil desde 2011 e com boas perspectivas para os próximos anos. Em comum, tais países possuem, além de políticas macroeconômicas sólidas, uma agenda de boas reformas institucionais: Chile, Peru, Colômbia e mais recentemente México.
Por que não incluir no debate eleitoral propostas para aumentar nossa produtividade, nossa competitividade, criando condições para aprofundar a inclusão social? Certamente é mais fácil mostrar como o Bolsa Família é um programa barato e de grande efeito multiplicador. Difícil é explicar como melhoraremos nossa saúde, educação, transportes sem crescer de maneira sustentável. As manifestações populares revelaram um desejo da sociedade por um salto de qualidade. O Estado provedor do Bem-Estar Social não pode estar restrito aos programas sociais sem contrapartidas. Temos que dar condições à sociedade de alcançar um maior desenvolvimento, aumentar a eficiência da economia e melhorar cada vez mais a distribuição de renda.
A ânsia pelo crescimento a qualquer preço, a crença de que uma inflação perto do topo da meta não é um problema e que o intervencionismo estatal bem intencionado fortalece a economia nos colocaram em posição medíocre.
A incerteza em relação aos rumos da nossa economia após 2015 é extremamente elevada. Mesmo com todos os candidatos prometendo a volta do tripé macroecônomico , as dúvidas em relação aos múltiplos pilares microeconômicos destruídos nos últimos anos persistirão. Para crescermos de forma sustentável, com inflação baixa e inclusão social, não é necessária uma nova matriz macroeconômica e microeconômica. A reinvenção da roda não deu certo. Precisamos restabelecer as conquistas macroeconômicas passadas e avançar nas reformas perdidas. Delimitar o debate atual apenas à questão macroeconômica é um grande erro.