sexta-feira, outubro 25, 2013

Olha eles aí de novo! - PLÁCIDO FERNANDES VIEIRA

CORREIO BRAZILIENSE - 25/10
Parece piada, mas não é. É escracho com os otários que pagam impostos para sustentá-los. Em vez de regras para inibir a bandalheira, instituir meios que permitam ao cidadão ter mais transparência sobre a atividade parlamentar e criar mecanismos mais eficazes de fiscalização sobre corruptos contumazes, a Câmara dos Deputados (o projeto vai voltar para o Senado) está aproveitando a tal da minirreforma política para avacalhar ainda mais o sistema.
Só faltou (toc, toc, toc! Vixe, ainda dá tempo!), arrombarem de vez os cofres do Tesouro ao financiamento "exclusivamente" (quem acredita nisso acredita em tudo!) público de campanha, como deseja o PT. Mas pintaram, bordaram e debocharam da cara do eleitor como havia muito não ousavam fazer publicamente. Decidiram, por exemplo, que o dinheiro do fundo partidário (bancado por nós, contribuintes) pode ser usado por eles do jeito que bem lhes convier. E, também, que o repasse não pode ser suspenso de forma nenhuma. Nem se o sujeito privilegiado com a bufunfa for flagrado no mais escabroso dos "malfeitos".

Não é mole não. Depois que os black blocs de butique - que estranhamente nunca protestam contra nada de interesse do PT - expulsaram os brasileiros comuns das ruas, as excelências os congressistas, com raras exceções, se sentiram à vontade para tripudiar da tal voz rouca (e cega?) da sociedade.

É um deboche inominável com os brasileiros que em junho cobraram ética na política, pediram cadeia para os mensaleiros e reivindicaram educação, saúde e transporte público de boa qualidade - segundo articulista chique com inclinações chapa-branca, não é de bom tom escrever que eles querem serviço público padrão Fifa. Da forma que as excelências agem, como agem e por que agem, fica a impressão de que já está tudo dominado: 2014 servirá apenas para um passeio nas urnas sobre os descontentes. Será assim tão fácil? Extremamente fácil?

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