FOLHA DE SP - 25/10
BRASÍLIA - Provavelmente por determinação de Lula e orientação dos marqueteiros, Dilma reage à estagnação nas pesquisas e à aliança de Marina Silva com Eduardo Campos usando freneticamente todos os instrumentos de campanha que a Presidência lhe proporciona. Sua popularidade vai aumentar na marra.
A semana começou com Dilma fugindo de eventuais vaias no Rio de Janeiro, mas enfrentando as câmeras para novo pronunciamento em cadeia de rádio e TV, em horário nobre, para enaltecer o resultado do campo de Libra, dizer que a sua privatização não é privatização e menosprezar o fato de apenas um consórcio ter se apresentado para um leilão que, assim, deixou de ser leilão.
Depois, vieram uma nova cerimônia (haverá outras!) do Mais Médicos, com o abraço e o emocionante pedido de desculpas do governo ao médico cubano humilhado por colegas brasileiras; nova passadinha nos palanques do Estado do concorrente Aécio Neves; e a solenidade de ontem no Planalto para anunciar recursos nas áreas de saneamento e pavimentação.
Dilma já admitiu que se faz "o diabo" em campanha (e em pré-campanha?), mas agora jura que nada disso é eleitoral. Ontem, no anúncio do saneamento, exemplificou: "O esgoto não é magnífico em sua aparência". Mas as solenidades no Planalto são...
Enquanto isso, continuam o "Café com a Presidenta", no rádio, o Twitter a todo vapor, na internet, e os preparativos, no cerimonial do palácio, para duas novas festas de arromba: a da assinatura do contrato de Libra e a do aniversário do Bolsa Família. Tome capa de jornal e tome horário nobre na TV.
E quem tiver curiosidade deve ouvir, se é que já não ouviu, "A Voz do Brasil" de terça-feira. A sensação é a de que foi Dilma quem cavou o pré-sal e criou o petróleo no fundo do oceano para salvar o país e os brasileiros.
E ainda querem mais financiamento público de campanha?
Enquanto o "povo" for emburrecido, tudo é possível.
ResponderExcluirVocês da imprensa têm a responsabilidade redobrada em tentar desarmar os desmandos de uma Democracia medida pelos votos e, não pela oposição de ideias.
Poderia adotar um refrão, diferente daquele: BRASIL, AME-O OU DEIXE-O.
Poderia responsabilizá-lo, assim tipo:
BRASIL, SALVE-SE!