segunda-feira, novembro 26, 2012

Os planos A e B falharam - CARTA AO LEITOR - REVISTA VEJA

REVISTA VEJA 


Em sua edição de 18 de abril passa­do, VEJA revelou que os radicais do PT planejavam lançar uma corti­na de fumaça sobre o iminente julgamento do maior escândalo de corrupção da histó­ria do país, o mensalão. A Carta ao Leitor daquela edição dizia que, "com a aproxi­mação do julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o PT lançou uma ofensiva desesperada contra a imprensa e a oposição", que o partido jul­ga responsáveis pelas proporções tomadas pelo escândalo que manchou o primeiro man­dato do presi­dente Lula. A ofensiva se materializaria pouco depois com a CPI do Cachoei­ra, instalada ofi­cialmente para apurar os negócios ilegais de um con­traventor de Goiás. Mal a CPI foi instalada, porém, Rui Falcão, presidente do PT, anunciaria que o real ob­jetivo de seu partido na comissão era "apu­rar esse escândalo dos autores da farsa do mensalão". Por total inconsistência, fracas­sou o plano de confundir a opinião pública com a tese delirante de que o mensalão fo­ra uma farsa fabricada pela imprensa e pe­la oposição e encampada pelo Ministério Público e por alguns juízes do STF. Os mensaleiros foram condenados a penas va­riadas de prisão, e a CPI nada encontrou que pudesse dar sustentação ao projeto de confundir o escândalo do mensalão com as atividades de Carlos Cachoeira.

O plano B dos radicais foi posto em ação, revela uma reportagem desta edição de VEJA. Ele consistiu em instrumentalizar o deputado Odair Cunha, do PT de Minas Gerais, relator da CPI do Cachoeira, pres­sionado a ponto de, contra suas convicções, produzir um relatório com acusações graves e falsas a Roberto Gur­gel, procurador- geral da Repú­blica, e a Policar­po Junior, diretor da sucursal de Brasília e um dos redatores-chefes de VEJA. Gurgel disse que a inten­ção foi "retaliar", indo ao ponto central da motivação original dos radicais ligados aos mensaleiros. Foi Gurgel quem acolheu as acusa­ções contra os mensaleiros e os transfor­mou em réus junto ao STF. Policarpo foi alvejado por ter sido um dos mais atuantes jornalistas na obtenção de provas do envol­vimento dos petistas com os crimes do mensalão. Foi enorme a reação na impren­sa e no Congresso ao relatório manipulado pelos radicais - afinal, a CPI é uma ins­tância do estado brasileiro, e não um ins­trumento de vingança a serviço de uma ala ligada a réus de um partido político pego em delito.

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