domingo, fevereiro 02, 2014

Antes do carnaval - DENISE ROTHENBURG


CORREIO BRAZILIENSE - 02/02

O ex-presidente do Banco Central e atual presidente da holding J&F Participações Financeiras (que dirige, entre outras empresas, a JBS Friboi), Henrique Meirelles, prometeu para o fim de fevereiro a resposta se concorrerá ao Senado pelo PSD de São Paulo. Esse é o desejo da direção pessedista, principalmente, do presidente da legenda, Gilberto Kassab.

Deputado federal mais votado pelo PSDB goiano em 2002, Meirelles abandonou o partido para tornar-se presidente do Banco Central em 2003, durante o governo Lula. Não disputou mais eleições desde então, mas sempre demonstrou interesse em manter-se na política.

A representantes do mercado financeiro, Meirelles tem demonstrado pouca disposição para aceitar a empreitada. O PT torce contra, porque, em outubro, só haverá uma vaga em disputa. E, apesar de tudo, os petistas querem reeleger Eduardo Suplicy.

Waiting for you
O PMDB acha que Dilma chamará o partido para conversar semana que vem. Ela prometeu que faria isso quando voltasse da viagem à Davos (Suíça) e Havana (Cuba). Por enquanto, nada. “Uma semana a mais, uma a menos, tudo bem”. Mas lembram: “estamos esperando uma definição desde setembro. Temos um limite de paciência.”

Inimigo meu
Estrategistas da pré-campanha de Dilma Rousseff ao Planalto consideram um erro de setores do PT comprar briga com Eduardo Campos (PSB-PE). Para os analistas, o adversário é Aécio Neves (PSDB-MG). “Se Eduardo tiver 60% dos votos em Pernambuco e Aécio, 60% em Minas, quem vai para o segundo turno?”, indagou o aliado de Dilma. “Se quiser ter chances, Eduardo terá de ter votos no Sudeste, algo que ele ainda não tem”, completou o estrategista.

Águas de março
Os tucanos juram que não é provocação e, sim, a escolha de um prazo confortável no calendário eleitoral. Mas o ato político para definição da pré-candidatura de Aécio Neves ao Planalto será em março, mesma data em que José Serra defendia a realização de prévias internas.

Tucano de pirata
Tasso Jereissatti, do PSDB-CE, explicou à cúpula tucana porque quer ser candidato ao Senado. “Quero estar quietinho, na foto oficial, quando Aécio Neves entrar no Congresso como presidente eleito”. Por sinal, Tasso lidera as pesquisas de intenção de voto.

Fazenda
Pessoas próximas a Meirelles dizem que ele gostaria de retornar para a equipe econômica, mas como o comandante da barca. O ex-presidente Lula defendeu que ele substituísse Guido Mantega ainda durante o primeiro mandato de Dilma Rousseff. A presidente resolveu manter o ministro no posto, pelo menos até dezembro.

Só que não
Não se tem certeza se Dilma concordará em ter Meirelles em sua equipe em um eventual segundo mandato, caso seja reeleita. Ao longo dos primeiros quatro anos, Dilma tem demonstrado claramente que ela pensa e decide a execução das políticas econômicas. Não delega. Meirelles tem dificuldades em ser tutelado. Um casamento difícil de dar certo.

Deixa para depois
Aliados de Gilberto Kassab defendem que o ex-prefeito não indique nenhum nome na atual reforma ministerial. Querem evitar o discurso, caso Dilma seja eleita, de que já foram contemplados com duas pastas. O partido atualmente comanda o Ministério da Micro e Pequena Empresa.

Por via das dúvidas
Mesmo assim, Kassab procura um bom quadro na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Falou-se que o PSD poderia herdar o Ministério de Ciência e Tecnologia. mas que não deveria apresentar um nome político. Dilma quer um técnico para substituir o atual ministro, Marco Antonio Raupp.

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