Por diferentes razões, entre as quais o mau desempenho dos fundos de investimento e de outras formas de proteção dos recursos financeiros, os brasileiros acabaram se encarregando de passar uma mensagem positiva à economia, às voltas com sinais crescentes para inquietação. Dados do Banco Central mostram que em 2013 a captação líquida da poupança foi recorde, aumentando 43% em relação ao ano anterior e com tendência de se manter ao longo de 2014. Ainda que seja motivada em parte por investidores de grande porte, desprotegidos pelos baixos juros pagos por investimentos em renda fixa e pelas perdas das bolsas, a tendência é animadora, pois demonstra que mais gente está se precavendo para dispor de seus ganhos de forma mais racional.
Sabe-se que a poupança se transformou em refúgio de grandes recursos, no contexto da queda persistente dos juros, nos últimos anos. Mas essa forma consagrada de proteger patrimônios não teria tal performance se fosse um produto desacreditado. Pelo contrário, sai fortalecida, com o balanço apresentado pelo BC, a imagem da poupança como instituição nacional. Nada disso encobre o fato de que a saudável queda dos juros _ com eventuais puxadas para cima, como ocorreu em movimentos recentes _ ainda produz distorções. A principal é a que mantém as distâncias entre o juro que remunera as aplicações, como a poupança, e as taxas cobradas de quem é tomador de empréstimos e financiamentos. O chamado spread, que mede essa diferença, continua sendo uma anomalia no Brasil, sem similar em países em desenvolvimento.
A proteção da poupança, que garante a suplementação de renda e a sobrevivência de boa parte da população, ainda depende de mecanismos complementares das autoridades. É impensável imaginar-se que a economia se sustentará, indefinidamente, no estímulo ao consumo, mas com inflação fora das metas estabelecidas pelo próprio governo. Exige atenção prioritária, no mesmo sentido, a eliminação dos resíduos da indexação, que realimentam os aumentos de preços e corroem rendas.
Insere-se igualmente nesse cenário a situação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, maltratado por uma remuneração que contempla, historicamente, apenas metade da inflação, com perdas bilionárias para os trabalhadores, que são seus verdadeiros donos. É frágil o argumento do governo de que se apropria do FGTS, uma poupança compulsória bancada pelas empresas, para financiar obras públicas de interesse de todos. Os recursos aplicados nesses projetos têm remuneração razoável, como já demonstraram reportagens produzidas pela imprensa. Mas os resultados não são repassados às contas.
Governos devem criar mecanismos que resguardem a renda da população. No caso brasileiro, o que se verifica é a compulsão arrecadatória, que transfere ganhos da sociedade para o setor público, sem a contrapartida da melhoria dos serviços. Essa ainda é uma contradição a ser desfeita, para que o Estado não se transforme no grande sócio do esforço pessoal e empresarial dos que enfrentam incertezas, empreendem, poupam e viabilizam a prosperidade.
Sabe-se que a poupança se transformou em refúgio de grandes recursos, no contexto da queda persistente dos juros, nos últimos anos. Mas essa forma consagrada de proteger patrimônios não teria tal performance se fosse um produto desacreditado. Pelo contrário, sai fortalecida, com o balanço apresentado pelo BC, a imagem da poupança como instituição nacional. Nada disso encobre o fato de que a saudável queda dos juros _ com eventuais puxadas para cima, como ocorreu em movimentos recentes _ ainda produz distorções. A principal é a que mantém as distâncias entre o juro que remunera as aplicações, como a poupança, e as taxas cobradas de quem é tomador de empréstimos e financiamentos. O chamado spread, que mede essa diferença, continua sendo uma anomalia no Brasil, sem similar em países em desenvolvimento.
A proteção da poupança, que garante a suplementação de renda e a sobrevivência de boa parte da população, ainda depende de mecanismos complementares das autoridades. É impensável imaginar-se que a economia se sustentará, indefinidamente, no estímulo ao consumo, mas com inflação fora das metas estabelecidas pelo próprio governo. Exige atenção prioritária, no mesmo sentido, a eliminação dos resíduos da indexação, que realimentam os aumentos de preços e corroem rendas.
Insere-se igualmente nesse cenário a situação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, maltratado por uma remuneração que contempla, historicamente, apenas metade da inflação, com perdas bilionárias para os trabalhadores, que são seus verdadeiros donos. É frágil o argumento do governo de que se apropria do FGTS, uma poupança compulsória bancada pelas empresas, para financiar obras públicas de interesse de todos. Os recursos aplicados nesses projetos têm remuneração razoável, como já demonstraram reportagens produzidas pela imprensa. Mas os resultados não são repassados às contas.
Governos devem criar mecanismos que resguardem a renda da população. No caso brasileiro, o que se verifica é a compulsão arrecadatória, que transfere ganhos da sociedade para o setor público, sem a contrapartida da melhoria dos serviços. Essa ainda é uma contradição a ser desfeita, para que o Estado não se transforme no grande sócio do esforço pessoal e empresarial dos que enfrentam incertezas, empreendem, poupam e viabilizam a prosperidade.
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