FOLHA DE SP - 25/06
Ponha-se na pele dela, vendo o manto do cárcere da demência se aproximando
A leitora me escreve para contar que sua mãe, antes de completar 70 anos, teve aparente morte súbita enquanto dormia. Ela havia sido uma ótima mãe e cuidado bem, além dos filhos, de todos os velhinhos da família.
Intrigada, a leitora acabou descobrindo que sua mãe havia se suicidado de maneira incrivelmente disfarçada. Seus sentimentos estão confusos, não sabe o que pensar, mas tem muita dor pela perda.
Eis o que lhe disse: Minha primeira reação é de admiração e encantamento pela generosidade dupla e imensa de sua mãe.
Ela que sabia bem o que é cuidar de inválidos, pode ter tido tempo de assistir o filme "Amour" (no Brasil, "Amor"), podia entender a dor que é conviver com um ser amado que apenas parece vivo, mas para nossa agonia extrema, não está mais lá, a demência o levou e deixou a casca irritante e trabalhosa para os entes outrora mais queridos pensarem "por que não morre logo?", e se culparem profundamente por ter tido esse pensamento mais que justo.
Há um momento da demência em que a percebemos tomando conta, mas que ainda não nos incapacitou. Hoje em dia as pessoas falam de Alzheimer, já chamaram de arteriosclerose, mas esses diagnósticos são incertos, por isso uso o genérico "demência", que significa perda progressiva e irreversível das capacidades cognitivas e motoras em direção à vida vegetativa que pode se estender por anos.
Quanto mais quando um complô de médicos gananciosos e familiares culpados inventam expedientes múltiplos que impedem a pessoa de morrer em paz.
Cães têm este direito, nós, infelizmente, não.
Se foi este o caso de sua mãe, se ela percebeu, ainda que tão moça, a demência se avizinhando e usou de sua não pouca inteligência para engendrar uma EUTANÁSIA (do grego, "a boa morte") discreta enquanto podia, não posso senão admirá-la. Imagino que não foi por altruísmo apenas, mas por egoísmo também. Não queria ter a dor de perder-se de si mesma.
Vocês ainda poderiam desfrutar da companhia dela, em momentos cada vez mais curtos, por algum tempo (ninguém sabe quanto)? Por certo.
Mas, ponha-se na pele dela, vendo o manto do cárcere da demência se aproximando e pensando, "daqui a pouco não poderei fazer mais nada para escapar da prisão".
Ouvi certa vez: "a vida é uma doença incurável, sexualmente transmitida, com prognostico fatal em 100% dos casos".
Quê dizer da velhice que, apesar de haver quem a chame de "melhor idade", é mesmo um fardo. A Maude ("Harold and Maude", filme de 1971 que aqui tem o nome de "Ensina-me a viver",) resolveu parar aos oitenta anos, achou que estava de bom tamanho. É uma decisão dolorosa e questionável.
Mas a eutanásia que sua mãe praticou era do direito dela.
Portanto, é seu direito divergir dela, ou mesmo de se sentir abandonada, faz parte do luto.
Mas aprecie o lado dela para guardar seu exemplo de grandeza, e ter compaixão por ela que, mesmo em benefício próprio, se poupou da decadência segundo seus critérios que, suspeito, eram muito bons e lúcidos.
terça-feira, junho 25, 2013
Brasil não joga jogo previsto pelos teóricos da política - GILLES LAPOUGE
O Estado de S.Paulo - 25/06
Seria uma grande presunção ousar emitir uma opinião sobre as manifestações que se multiplicam no Brasil, a 8.820 quilômetros de Paris. E, por outro lado, hesitamos em acrescentar um comentário aos milhares de comentários que os jornais, os políticos, os policiais, os jogadores de futebol ou o público brasileiro vêm fazendo há dias sobre os tumultos que sacodem as ruas de São Paulo, Rio e Belo Horizonte.
Falemos antes da reação dos franceses, que mal podem acreditar no que estão vendo e ouvindo. É que, neste século em que o telefone, a internet e a tecnologia digital anularam a dimensão do tempo, as notícias continuam lentas, são pouco aprofundadas e estão sempre atrasadas. Os franceses, muito mal informados pelos seus jornais e crentes de que o Brasil é sempre o país do "milagre econômico", da magia Lula, do crescimento de dois dígitos, estão atônitos: como é possível que esse "milagre" tenha se transformado, de uma hora para a outra, sem nenhum aviso, não em um inferno, mas em um problema, um perigo? Os comentários dos jornais franceses são numerosos, confusos e moderados. Não têm noção da dimensão da situação, e isso é compreensível. A ciência política não dispõe de instrumentos que expliquem choques da magnitude do atual. Nem Tocqueville nem Karl Marx nem Raymond Aron nos ofereceram as chaves desses movimentos. O Brasil "não está jogando o jogo" previsto pelos teóricos da política.
Que negócio é esse de ausência de liderança, de inexistência de preparação, de doutrina ou estratégia, de comandos de elite, de bazucas, e que faz tremer o poder? Em vão pesquisamos toda a biblioteca política; revoltas assim não são catalogadas, a menos que remontemos à Idade Média, quando, de tempos em tempos, a Europa era sacudida por febres espontâneas, por revoltas camponesas que atiravam os pobres, os esfomeados e os intelectuais sem emprego contra os castelos.
É esse aspecto que permite aos comentaristas europeus associar as revoltas que se sucedem no mundo há três anos. As convulsões que agitam as nações neste período apresentam duas características comuns: a espontaneidade e a imprevisibilidade.
E aqui está o paradoxo: jamais as polícias e os governantes estiveram melhor informados. Os Estados hoje se parecem com o Big Brother de George Orwell. Os dirigentes dispõem de uma "radiografia" permanente e instantânea das ações de seus administrados e de seus pensamentos mais íntimos graças à internet e aos serviços de segurança. Mas essas "grandes orelhas" não conseguem captar nada. Um belo dia, uma rua se inflama de repente, por si própria, e o fogo incendeia todo um povo.
Foi o que aconteceu nos países árabes. Para que a Tunísia explodisse foi preciso que um desempregado se imolasse. Dias mais tarde, o Egito pegava fogo; em seguida, foi a vez da Líbia. Meses mais tarde, as ruas sírias desafiaram Bachar al Assaf, em seguida, a Turquia, e agora o Brasil.
Ocorre que cada um desses sismos é específico. Os líbios se revoltaram contra um feroz ditador, Kadafi. Os turcos querem derrubar um primeiro-ministro poderoso e eficiente, escolhido por vias legais, mas tentado a reinstaurar um Islã obsoleto. A Síria se ergue contra um governante sanguinário. Entretanto, não devemos confundir essas revoltas. É verdade que todas obedecem a esse novo modelo: espontaneidade e anonimato, experimentado uma primeira vez em Paris, em maio de 1968, e ignoram todos os alfabetos clássicos da luta política.
Seus efeitos não são sempre positivos: as "primaveras árabes" geraram desastres econômicos ou retrocessos políticos, como o despertar dos "islamismos" mais obscuros. A revolta dos sírios deu origem a uma guerra sangrenta. Na França, maio de 1968 (de cunho esquerdista) garantiu o retorno da direita por longos anos. Portanto, não devemos confundir todos esses levantes entre si nem suas causas nem suas estratégias e efeitos. Mas elas têm um ponto em comum. Todas dizem aos dirigentes: "Não bebam o nosso sangue, não se comportem como ladrões, não entreguem as chaves da casa aos arrombadores. As pessoas estão cansadas; é verdade, elas parecem passivas e resignadas, mas um dia despertarão e o poder estará ameaçado. Governantes, tenham medo!" / TRADUÇÃO ANNA CAPOVILLA
Seria uma grande presunção ousar emitir uma opinião sobre as manifestações que se multiplicam no Brasil, a 8.820 quilômetros de Paris. E, por outro lado, hesitamos em acrescentar um comentário aos milhares de comentários que os jornais, os políticos, os policiais, os jogadores de futebol ou o público brasileiro vêm fazendo há dias sobre os tumultos que sacodem as ruas de São Paulo, Rio e Belo Horizonte.
Falemos antes da reação dos franceses, que mal podem acreditar no que estão vendo e ouvindo. É que, neste século em que o telefone, a internet e a tecnologia digital anularam a dimensão do tempo, as notícias continuam lentas, são pouco aprofundadas e estão sempre atrasadas. Os franceses, muito mal informados pelos seus jornais e crentes de que o Brasil é sempre o país do "milagre econômico", da magia Lula, do crescimento de dois dígitos, estão atônitos: como é possível que esse "milagre" tenha se transformado, de uma hora para a outra, sem nenhum aviso, não em um inferno, mas em um problema, um perigo? Os comentários dos jornais franceses são numerosos, confusos e moderados. Não têm noção da dimensão da situação, e isso é compreensível. A ciência política não dispõe de instrumentos que expliquem choques da magnitude do atual. Nem Tocqueville nem Karl Marx nem Raymond Aron nos ofereceram as chaves desses movimentos. O Brasil "não está jogando o jogo" previsto pelos teóricos da política.
Que negócio é esse de ausência de liderança, de inexistência de preparação, de doutrina ou estratégia, de comandos de elite, de bazucas, e que faz tremer o poder? Em vão pesquisamos toda a biblioteca política; revoltas assim não são catalogadas, a menos que remontemos à Idade Média, quando, de tempos em tempos, a Europa era sacudida por febres espontâneas, por revoltas camponesas que atiravam os pobres, os esfomeados e os intelectuais sem emprego contra os castelos.
É esse aspecto que permite aos comentaristas europeus associar as revoltas que se sucedem no mundo há três anos. As convulsões que agitam as nações neste período apresentam duas características comuns: a espontaneidade e a imprevisibilidade.
E aqui está o paradoxo: jamais as polícias e os governantes estiveram melhor informados. Os Estados hoje se parecem com o Big Brother de George Orwell. Os dirigentes dispõem de uma "radiografia" permanente e instantânea das ações de seus administrados e de seus pensamentos mais íntimos graças à internet e aos serviços de segurança. Mas essas "grandes orelhas" não conseguem captar nada. Um belo dia, uma rua se inflama de repente, por si própria, e o fogo incendeia todo um povo.
Foi o que aconteceu nos países árabes. Para que a Tunísia explodisse foi preciso que um desempregado se imolasse. Dias mais tarde, o Egito pegava fogo; em seguida, foi a vez da Líbia. Meses mais tarde, as ruas sírias desafiaram Bachar al Assaf, em seguida, a Turquia, e agora o Brasil.
Ocorre que cada um desses sismos é específico. Os líbios se revoltaram contra um feroz ditador, Kadafi. Os turcos querem derrubar um primeiro-ministro poderoso e eficiente, escolhido por vias legais, mas tentado a reinstaurar um Islã obsoleto. A Síria se ergue contra um governante sanguinário. Entretanto, não devemos confundir essas revoltas. É verdade que todas obedecem a esse novo modelo: espontaneidade e anonimato, experimentado uma primeira vez em Paris, em maio de 1968, e ignoram todos os alfabetos clássicos da luta política.
Seus efeitos não são sempre positivos: as "primaveras árabes" geraram desastres econômicos ou retrocessos políticos, como o despertar dos "islamismos" mais obscuros. A revolta dos sírios deu origem a uma guerra sangrenta. Na França, maio de 1968 (de cunho esquerdista) garantiu o retorno da direita por longos anos. Portanto, não devemos confundir todos esses levantes entre si nem suas causas nem suas estratégias e efeitos. Mas elas têm um ponto em comum. Todas dizem aos dirigentes: "Não bebam o nosso sangue, não se comportem como ladrões, não entreguem as chaves da casa aos arrombadores. As pessoas estão cansadas; é verdade, elas parecem passivas e resignadas, mas um dia despertarão e o poder estará ameaçado. Governantes, tenham medo!" / TRADUÇÃO ANNA CAPOVILLA
O bicho de Neymar - ANCELMO GOIS
O GLOBO - 25/06
Ainda na sexta, antes do jogo com a Itália, Marin, presidente da CBF, mandou depositar o bicho dos jogadores pela classificação na primeira fase da Copa das Confederações.
O equivalente a uns 30 mil dólares para cada um. Merecem.
Continua no jogo
Embora a CBF tenha rompido o contrato com a Seara, por falta de pagamentos, a empresa ainda faz uma promoção envolvendo a camisa da seleção.
As placas da Seara continuam aparecendo nos estádios da Copa por causa de um outro contrato, em vigor, com a Fifa.
Sobrou para Barroso
A posse, amanhã, do ministro Luís Roberto Barroso no STF virou uma confusão. Primeiro, foi antecipada para 14h30m por causa do jogo entre Brasil e Uruguai. Os cumprimentos foram, então, adiados para a noite, na casa de festa Porto Vitória.
E, para completar, estão marcados protestos para amanhã.
A volta do efeito Orloff
A temporada de passeatas no Brasil repercute na Argentina. Sábado, em debate na TV TN (Todo Notícias), a terra de Dilma era toda hora citada. Ricardo Alfonsín, filho de ex-presidente, resumiu:
— O Brasil tem que nos servir de alerta para que aqui tenhamos maior atenção às vozes das ruas.
Faz sentido.
No mais
Uma senhora espirrou, e logo alguém desejou “saúde”. Um gaiato aproveitou e disse alto: “Educação.” Aí, todos cantaram o Hino Nacional.
Trata-se de uma piada. Mas há quem jure que a cena está se repetindo por aí.
Tem que suar
A última moda da ioga, veja só, é fazer as aulas durante uma hora e meia numa sala com temperatura a 42 graus.
Chama-se bikran ioga. Perdem-se ao menos dois quilos durante a aula. O ator Paulo Betti e as atrizes Daniela Suzuki e Bárbara Paz são frequentadores assíduos.
Peladões
O diretor André Heller-Lopes, que ensaia, no Teatro Municipal do Rio, a ópera “A Valquíria”, de Wagner, prepara um ato, digamos, polêmico.
Em determinado momento, 16 homens vão subir ao palco. Metade estará vestida de cavaleiros apocalípticos. Os outros oito... peladões.
A ópera será apresentada nos dias 14, 17, 19 e 21 de julho.
Salve, Sérgio
Amigos de Sérgio Britto, o maravilhoso ator que morreu em 2011, vão se reunir no teatro do CCBB, no Rio, sábado agora.
Sérgio faria 90 anos. O diretor Hermes Frederico vai apresentar episódios da vida do ator.
Coral para o Papa
O padre-cantor Omar Raposo, responsável pelo Cristo Redentor, vai receber o Papa Francisco dia 22 de julho, no Aeroporto Tom Jobim, com um coral de 50 vozes infantis.
Eles entoarão a canção de Paulo Lima sobre “esse jesuíta que vem mostrar a luz de Cristo na Terra de Santa Cruz”.
Controle da natalidade
A prefeitura do Rio calcula que, nos últimos 20 anos, a Unidade de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman (UJV) castrou cerca de 30 mil gatas e cadelas.
Isso teria evitado o nascimento de uns 273 mil filhotes de cães e gatos.
Zeca das Tubaínas
Quem lidera a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Indústria Brasileira de Bebidas é o deputado Zeca Dirceu, filho de quem o nome sugere. Reúne o pessoal das tubaínas, fabricantes de pequenos refrigerantes, que quer enfrentar as grandes marcas.
Edu e os amigos
A comemoração dos 70 anos de Edu Lobo, no Teatro Municipal, terá convidados superespeciais.
No show, no dia 29 de agosto, vão se apresentar ao seu lado o amigo da vida inteira Chico Buarque, Maria Bethânia, Monica Salmaso e seu filho Bena Lobo.
Muda o filme!
Na sessão de sábado das 19h40m, no Vivo Gávea, o rapaz da cabine se atrapalhou.
Em vez de “Adeus, minha rainha”, passava “Segredos de sangue”. Tiveram que gritar dez minutos pelo filme certo.
O equivalente a uns 30 mil dólares para cada um. Merecem.
Continua no jogo
Embora a CBF tenha rompido o contrato com a Seara, por falta de pagamentos, a empresa ainda faz uma promoção envolvendo a camisa da seleção.
As placas da Seara continuam aparecendo nos estádios da Copa por causa de um outro contrato, em vigor, com a Fifa.
Sobrou para Barroso
A posse, amanhã, do ministro Luís Roberto Barroso no STF virou uma confusão. Primeiro, foi antecipada para 14h30m por causa do jogo entre Brasil e Uruguai. Os cumprimentos foram, então, adiados para a noite, na casa de festa Porto Vitória.
E, para completar, estão marcados protestos para amanhã.
A volta do efeito Orloff
A temporada de passeatas no Brasil repercute na Argentina. Sábado, em debate na TV TN (Todo Notícias), a terra de Dilma era toda hora citada. Ricardo Alfonsín, filho de ex-presidente, resumiu:
— O Brasil tem que nos servir de alerta para que aqui tenhamos maior atenção às vozes das ruas.
Faz sentido.
No mais
Uma senhora espirrou, e logo alguém desejou “saúde”. Um gaiato aproveitou e disse alto: “Educação.” Aí, todos cantaram o Hino Nacional.
Trata-se de uma piada. Mas há quem jure que a cena está se repetindo por aí.
Tem que suar
A última moda da ioga, veja só, é fazer as aulas durante uma hora e meia numa sala com temperatura a 42 graus.
Chama-se bikran ioga. Perdem-se ao menos dois quilos durante a aula. O ator Paulo Betti e as atrizes Daniela Suzuki e Bárbara Paz são frequentadores assíduos.
Peladões
O diretor André Heller-Lopes, que ensaia, no Teatro Municipal do Rio, a ópera “A Valquíria”, de Wagner, prepara um ato, digamos, polêmico.
Em determinado momento, 16 homens vão subir ao palco. Metade estará vestida de cavaleiros apocalípticos. Os outros oito... peladões.
A ópera será apresentada nos dias 14, 17, 19 e 21 de julho.
Salve, Sérgio
Amigos de Sérgio Britto, o maravilhoso ator que morreu em 2011, vão se reunir no teatro do CCBB, no Rio, sábado agora.
Sérgio faria 90 anos. O diretor Hermes Frederico vai apresentar episódios da vida do ator.
Coral para o Papa
O padre-cantor Omar Raposo, responsável pelo Cristo Redentor, vai receber o Papa Francisco dia 22 de julho, no Aeroporto Tom Jobim, com um coral de 50 vozes infantis.
Eles entoarão a canção de Paulo Lima sobre “esse jesuíta que vem mostrar a luz de Cristo na Terra de Santa Cruz”.
Controle da natalidade
A prefeitura do Rio calcula que, nos últimos 20 anos, a Unidade de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman (UJV) castrou cerca de 30 mil gatas e cadelas.
Isso teria evitado o nascimento de uns 273 mil filhotes de cães e gatos.
Zeca das Tubaínas
Quem lidera a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Indústria Brasileira de Bebidas é o deputado Zeca Dirceu, filho de quem o nome sugere. Reúne o pessoal das tubaínas, fabricantes de pequenos refrigerantes, que quer enfrentar as grandes marcas.
Edu e os amigos
A comemoração dos 70 anos de Edu Lobo, no Teatro Municipal, terá convidados superespeciais.
No show, no dia 29 de agosto, vão se apresentar ao seu lado o amigo da vida inteira Chico Buarque, Maria Bethânia, Monica Salmaso e seu filho Bena Lobo.
Muda o filme!
Na sessão de sábado das 19h40m, no Vivo Gávea, o rapaz da cabine se atrapalhou.
Em vez de “Adeus, minha rainha”, passava “Segredos de sangue”. Tiveram que gritar dez minutos pelo filme certo.
Dez impressões sobre o Brasil - JOÃO PEREIRA COUTINHO
FOLHA DE SP - 25/06
É fácil aceitar a desigualdade, a corrupção e a insegurança quando não existem termos de comparação
1. Raramente escrevo sobre o Brasil no Brasil. Questão de cortesia. Sou convidado do país e um convidado não critica os anfitriões. Exceto quando os anfitriões deixam de ser assunto doméstico e viram fenômeno internacional.
2. Ironia. Quinze dias atrás gravei um podcast para esta Folha no qual dizia: as grandes rebeliões da história começam quase sempre por episódios anedóticos. A minha atenção estava na Turquia e na ambição de Erdogan em arrasar com um parque em Istambul para construir um shopping. Deu no que deu.
Quando debitava estas sábias linhas, nem reparei que São Paulo marchava contra aumentos nos transportes. Deu no que deu.
3. Historicamente, o melhor exemplo de um episódio anedótico que precipitou uma revolução encontra-se nos Estados Unidos. No século 18, os colonos americanos não desejavam "criar" um país. Queriam, mais modestamente, não pagar impostos à metrópole britânica, uma vez que não estavam representados no Parlamento de Londres ("no taxation without representation"). Foi a intransigência do rei inglês que mudou a história moderna.
4. Dilma parece ter alguma intuição histórica (ou será apenas bom senso?) ao não ter subido a parada da repressão. Sobretudo quando se confrontou com as consequências desastrosas das primeiras investidas policiais. Um gesto inteligente que distingue o Brasil do autoritarismo turco.
5. Dilma discursa ao país. Promete escutar todo mundo, investir mais em educação, importar médicos etc. Mas o que pensam os brasileiros quando a presidente nada diz sobre o "pibinho pequenininho", a inflação que não desce, a queda do investimento (sobretudo estrangeiro), a perda de competitividade"¦ [continua].
6. Portugal construiu dez estádios "padrão Fifa" para a Eurocopa de 2004. Sete anos depois o país estava falido. A Grécia cometeu iguais loucuras para as Olimpíadas do mesmo ano. Teve a honra de falir primeiro. Lição? Grandes acontecimentos desportivos nem sempre dão o retorno esperado.
7. Comparações entre o Brasil e a Europa não funcionam? Duvido. Começo pela economia: o desastre português não se deveu apenas aos dez fatídicos estádios, que na sua maioria hoje apodrecem ao sol.
Começou com a pior combinação econômica possível: juros baixos (com o euro), endividamento explosivo (Estado, empresas, famílias) e, golpe de misericórdia, crescimento econômico medíocre (uma década perdida abaixo de 1%). Soa familiar?
8. Na crise europeia, existe um bloqueio político evidente: as populações não confiam nos governos, mas também não confiam nas oposições. Assim é na Grécia, em Portugal "" e, claro, na Itália, que quase elegeu um comediante (Beppe Grillo, não Berlusconi). E no Brasil?
Suspeito que exista o mesmo bloqueio. O PT, tradicionalmente a voz de protesto do sistema, é hoje governo. Donde, quem é a voz de protesto? Quem não acredita no governo, normalmente acredita na alternativa ao governo. Donde, onde está a alternativa?
9. Escrevo um diário desde os 16 anos. Procurei páginas passadas das minhas viagens pelo Brasil. Reli-as. Pergunta recorrente: como é possível às elites conviverem tranquilamente com a pobreza em volta?
Para certos espíritos, essa pergunta não é própria da "direita". Erro crasso. Não há nada que um conservador mais tema do que situações potencialmente revolucionárias. E a melhor forma de as evitar é seguir o velho conselho de Edmund Burke: para que o nosso país seja amado é também preciso que ele seja amável.
10. Revoluções. Regresso aos Estados Unidos. A guerra da independência não gerou apenas um país. Uma das consequências da guerra foi a ruína financeira da França, que apoiou os colonos. Essa ruína seria uma das causas da Revolução de 1789.
Mas existe outro legado revolucionário que os estudiosos tendem a esquecer: os intelectuais e os soldados gauleses que participaram na guerra viram no exemplo americano a medida da sua frustração caseira. Por isso, pergunto: quantos daqueles milhares de brasileiros que tomaram pacificamente as ruas não estudaram, trabalharam ou simplesmente se informaram sobre o mundo exterior?
É fácil aceitar a desigualdade, a corrupção e a insegurança quando não existem termos de comparação. Uma classe média mais fluente e afluente começa a fazer comparações. Brindo a isso.
É fácil aceitar a desigualdade, a corrupção e a insegurança quando não existem termos de comparação
1. Raramente escrevo sobre o Brasil no Brasil. Questão de cortesia. Sou convidado do país e um convidado não critica os anfitriões. Exceto quando os anfitriões deixam de ser assunto doméstico e viram fenômeno internacional.
2. Ironia. Quinze dias atrás gravei um podcast para esta Folha no qual dizia: as grandes rebeliões da história começam quase sempre por episódios anedóticos. A minha atenção estava na Turquia e na ambição de Erdogan em arrasar com um parque em Istambul para construir um shopping. Deu no que deu.
Quando debitava estas sábias linhas, nem reparei que São Paulo marchava contra aumentos nos transportes. Deu no que deu.
3. Historicamente, o melhor exemplo de um episódio anedótico que precipitou uma revolução encontra-se nos Estados Unidos. No século 18, os colonos americanos não desejavam "criar" um país. Queriam, mais modestamente, não pagar impostos à metrópole britânica, uma vez que não estavam representados no Parlamento de Londres ("no taxation without representation"). Foi a intransigência do rei inglês que mudou a história moderna.
4. Dilma parece ter alguma intuição histórica (ou será apenas bom senso?) ao não ter subido a parada da repressão. Sobretudo quando se confrontou com as consequências desastrosas das primeiras investidas policiais. Um gesto inteligente que distingue o Brasil do autoritarismo turco.
5. Dilma discursa ao país. Promete escutar todo mundo, investir mais em educação, importar médicos etc. Mas o que pensam os brasileiros quando a presidente nada diz sobre o "pibinho pequenininho", a inflação que não desce, a queda do investimento (sobretudo estrangeiro), a perda de competitividade"¦ [continua].
6. Portugal construiu dez estádios "padrão Fifa" para a Eurocopa de 2004. Sete anos depois o país estava falido. A Grécia cometeu iguais loucuras para as Olimpíadas do mesmo ano. Teve a honra de falir primeiro. Lição? Grandes acontecimentos desportivos nem sempre dão o retorno esperado.
7. Comparações entre o Brasil e a Europa não funcionam? Duvido. Começo pela economia: o desastre português não se deveu apenas aos dez fatídicos estádios, que na sua maioria hoje apodrecem ao sol.
Começou com a pior combinação econômica possível: juros baixos (com o euro), endividamento explosivo (Estado, empresas, famílias) e, golpe de misericórdia, crescimento econômico medíocre (uma década perdida abaixo de 1%). Soa familiar?
8. Na crise europeia, existe um bloqueio político evidente: as populações não confiam nos governos, mas também não confiam nas oposições. Assim é na Grécia, em Portugal "" e, claro, na Itália, que quase elegeu um comediante (Beppe Grillo, não Berlusconi). E no Brasil?
Suspeito que exista o mesmo bloqueio. O PT, tradicionalmente a voz de protesto do sistema, é hoje governo. Donde, quem é a voz de protesto? Quem não acredita no governo, normalmente acredita na alternativa ao governo. Donde, onde está a alternativa?
9. Escrevo um diário desde os 16 anos. Procurei páginas passadas das minhas viagens pelo Brasil. Reli-as. Pergunta recorrente: como é possível às elites conviverem tranquilamente com a pobreza em volta?
Para certos espíritos, essa pergunta não é própria da "direita". Erro crasso. Não há nada que um conservador mais tema do que situações potencialmente revolucionárias. E a melhor forma de as evitar é seguir o velho conselho de Edmund Burke: para que o nosso país seja amado é também preciso que ele seja amável.
10. Revoluções. Regresso aos Estados Unidos. A guerra da independência não gerou apenas um país. Uma das consequências da guerra foi a ruína financeira da França, que apoiou os colonos. Essa ruína seria uma das causas da Revolução de 1789.
Mas existe outro legado revolucionário que os estudiosos tendem a esquecer: os intelectuais e os soldados gauleses que participaram na guerra viram no exemplo americano a medida da sua frustração caseira. Por isso, pergunto: quantos daqueles milhares de brasileiros que tomaram pacificamente as ruas não estudaram, trabalharam ou simplesmente se informaram sobre o mundo exterior?
É fácil aceitar a desigualdade, a corrupção e a insegurança quando não existem termos de comparação. Uma classe média mais fluente e afluente começa a fazer comparações. Brindo a isso.
FLÁVIA OLIVEIRA - NEGÓCIOS & CIA
O GLOBO - 25/06
RIO QUER DESONERAR ENERGIA USADA POR TREM E METRÔ
Proposta citada por Dilma Rousseff seria apresentada pelo secretário do Ambiente a MME e EPE. Tarifas podem cair 25%
Uma das propostas do pacto que Dilma Rousseff propôs ontem para o setor de transporte coincide com ideia levada pelo governo do Rio à presidente. Semana passada, Carlos Minc, secretário do Ambiente, após reunião com Supervia e Metrô-Rio, encampou um par de propostas de desoneração para os serviços de trens e metrô. Uma delas é exatamente o corte de impostos incidentes sobre a energia consumida pelos dois modais. "Na Supervia, energia representa 40% dos gastos totais. Isso equivale a um quarto da tarifa", diz Minc. O secretário pretende negociar com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e com o Ministério de Minas e Energia desoneração de 70% nas tarifas de energia para trens e metrô. Metade da economia seria usada na compra de veículos mais eficientes; a outra metade, reduzindo tarifas. Haveria, assim, um impacto ambiental, além de financeiro. Outra ideia é reduzir o valor da tarifa de energia para transportes de massa nos horários de rush . As concessionárias, diz o secretário, pagam mais pela energia consumida nos horários de maior movimento: "É outro fator que impede o barateamento das passagens". O metrô custa R$ 3,20 e o trem, R$ 2,90.
EM TRENS E METRÔ
Foi o impacto da desoneração de PIS/Cofins nas tarifas dos transportes sobre trilhos, segundo Dilma. A presidente se disse disposta a eliminar impostos do diesel e da energia elétrica.
Barraco 1
Funcionários da Oi receberam, no início da noite de 6ª passada, um e-mail com denúncias contra a empresa. Quem assinava era um ex-diretor. Horas depois, a operadora divulgou em comunicado que o executivo negava o envio da mensagem.E iniciou investigações.
Barraco 2
A apuração foi conclusiva. O endereço eletrônico fora usado indevidamente. As investigações sobre a violação, diz a operadora, serão levadas à Justiça.
Turismo
O deputado Otavio Leite (PSDB-RJ) vai arguir Guido Mantega, titular da Fazenda, sobre o déficit do país na conta turismo. Até maio, os brasileiros gastaram US$ 10,3 bilhões no exterior; os estrangeiros, US$ 3,02 bi aqui. Leite quer flexibilizar a emissão de vistos para os americanos. A sessão é amanhã, na Câmara.
Gestão
Sérgio Ruy Barbosa, da Seplag, e Cezar Pili, da Accenture, assinam contrato de R$ 5,99 milhões hoje.
A empresa vai trabalhar, por 16 meses, num modelo de gestão de suprimentos para o governo do Rio.
Dívida
Caiu a proporção de famílias brasileiras endividadas este mês, diz a CNC. Passou a 63%, contra 64,3% em maio. Há um ano, estava em 57,3%.
NOVAS PÁGINAS
Aatriz Carol Magno, intérprete da dançarina Vitória em “Flordo Caribe”, novela das 18h da TV Globo, estrela ensaio que entra no ar hoje no “Ego”, da Globo.com. É a estreia das honres de Moda e de Beleza do site. As duas editorias passam a ter páginas exclusivas. A L’Oréal patrocina a área de Beleza. Marcos Serra Lima fotografou a atriz.
Amianto
O TRT-Rio condenou Asberit e Teadit a indenizar em R$ 3 milhões a família de uma ex-funcionária, informa o advogado Leonardo Amarante. Ela morreu em 2000, aos 55 anos, de asbestose, doença causada pela exposição ao amianto.
O acórdão confirmou decisão de 2ª instância. As empresas pagarão multa de 1%, por tentarem protelar a sentença. Cabe recurso ao TST.
Patrocínio
O Submarino.com é o novo patrocinador da 16ª Bienal do Livro do Rio. Juntou-se a mais cinco empresas, entre elas, CCR e Light. Vão investir R$ 3,8 milhões no evento.
MULTICOLORIDA
A DTA, de moda jovem, lança nesta quinta a campanha verão 2014, “Lost Eden”, com muitas cores e inspirada na Tailândia. Natália Zambiasi posou em Arraial do Cabo (RJ) para Gustavo Marx. As fotos serão veiculadas em revistas, outdoor, pontos de venda e internet. A grife espera aumento de 20% nas vendas em relação ao verão passado.
ARTILHEIRO VERDE
Autor de cinco gols na 19 fase da Copa das Confederações, o espanhol Fernando Torres (na foto, jogando contra o Taiti) já garantiu o plantio de 500 árvores no país. A Brahma vai plantar cem mudas a cada gol marcado. Até domingo, foram 58. Neymar fez três; o Taiti levou 24.
Manual dos preços
O “IFRS” (Bookman, 600 páginas, R$ 118) é um manual sobre normas internacionais de aplicação de preços. Trata do valor justo na contabilidade. A Apsis assina o capítulo de abertura da versão brasileira. Traz textos
de 30 autores, de 14 países. James P. Catty organizou; Francisco Araújo da Costa e Leonardo Vilio traduziram. O lançamento é hoje, no Rio.
Lavanderia
O Acerte Franchising, dono das franquias de lavanderias Quality e Prima Clean, prevê alta de 30% nas vendas
neste inverno. É que, no frio, as famílias costumam lavar as roupas mais pesadas.
O grupo planeja abrir 36 filiais das duas marcas este ano. Passará a 150 no país.
Sorriso
A Implante Rio inaugura a sexta filial, em fins de julho, na Barra. A clínica de implante dentário recebeu aporte de R$ 2 milhões. Com 550 metros quadrados, terá sala vip, radiografia panorâmica e tomógrafo.
RIO QUER DESONERAR ENERGIA USADA POR TREM E METRÔ
Proposta citada por Dilma Rousseff seria apresentada pelo secretário do Ambiente a MME e EPE. Tarifas podem cair 25%
Uma das propostas do pacto que Dilma Rousseff propôs ontem para o setor de transporte coincide com ideia levada pelo governo do Rio à presidente. Semana passada, Carlos Minc, secretário do Ambiente, após reunião com Supervia e Metrô-Rio, encampou um par de propostas de desoneração para os serviços de trens e metrô. Uma delas é exatamente o corte de impostos incidentes sobre a energia consumida pelos dois modais. "Na Supervia, energia representa 40% dos gastos totais. Isso equivale a um quarto da tarifa", diz Minc. O secretário pretende negociar com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e com o Ministério de Minas e Energia desoneração de 70% nas tarifas de energia para trens e metrô. Metade da economia seria usada na compra de veículos mais eficientes; a outra metade, reduzindo tarifas. Haveria, assim, um impacto ambiental, além de financeiro. Outra ideia é reduzir o valor da tarifa de energia para transportes de massa nos horários de rush . As concessionárias, diz o secretário, pagam mais pela energia consumida nos horários de maior movimento: "É outro fator que impede o barateamento das passagens". O metrô custa R$ 3,20 e o trem, R$ 2,90.
EM TRENS E METRÔ
Foi o impacto da desoneração de PIS/Cofins nas tarifas dos transportes sobre trilhos, segundo Dilma. A presidente se disse disposta a eliminar impostos do diesel e da energia elétrica.
Barraco 1
Funcionários da Oi receberam, no início da noite de 6ª passada, um e-mail com denúncias contra a empresa. Quem assinava era um ex-diretor. Horas depois, a operadora divulgou em comunicado que o executivo negava o envio da mensagem.E iniciou investigações.
Barraco 2
A apuração foi conclusiva. O endereço eletrônico fora usado indevidamente. As investigações sobre a violação, diz a operadora, serão levadas à Justiça.
Turismo
O deputado Otavio Leite (PSDB-RJ) vai arguir Guido Mantega, titular da Fazenda, sobre o déficit do país na conta turismo. Até maio, os brasileiros gastaram US$ 10,3 bilhões no exterior; os estrangeiros, US$ 3,02 bi aqui. Leite quer flexibilizar a emissão de vistos para os americanos. A sessão é amanhã, na Câmara.
Gestão
Sérgio Ruy Barbosa, da Seplag, e Cezar Pili, da Accenture, assinam contrato de R$ 5,99 milhões hoje.
A empresa vai trabalhar, por 16 meses, num modelo de gestão de suprimentos para o governo do Rio.
Dívida
Caiu a proporção de famílias brasileiras endividadas este mês, diz a CNC. Passou a 63%, contra 64,3% em maio. Há um ano, estava em 57,3%.
NOVAS PÁGINAS
Aatriz Carol Magno, intérprete da dançarina Vitória em “Flordo Caribe”, novela das 18h da TV Globo, estrela ensaio que entra no ar hoje no “Ego”, da Globo.com. É a estreia das honres de Moda e de Beleza do site. As duas editorias passam a ter páginas exclusivas. A L’Oréal patrocina a área de Beleza. Marcos Serra Lima fotografou a atriz.
Amianto
O TRT-Rio condenou Asberit e Teadit a indenizar em R$ 3 milhões a família de uma ex-funcionária, informa o advogado Leonardo Amarante. Ela morreu em 2000, aos 55 anos, de asbestose, doença causada pela exposição ao amianto.
O acórdão confirmou decisão de 2ª instância. As empresas pagarão multa de 1%, por tentarem protelar a sentença. Cabe recurso ao TST.
Patrocínio
O Submarino.com é o novo patrocinador da 16ª Bienal do Livro do Rio. Juntou-se a mais cinco empresas, entre elas, CCR e Light. Vão investir R$ 3,8 milhões no evento.
MULTICOLORIDA
A DTA, de moda jovem, lança nesta quinta a campanha verão 2014, “Lost Eden”, com muitas cores e inspirada na Tailândia. Natália Zambiasi posou em Arraial do Cabo (RJ) para Gustavo Marx. As fotos serão veiculadas em revistas, outdoor, pontos de venda e internet. A grife espera aumento de 20% nas vendas em relação ao verão passado.
ARTILHEIRO VERDE
Autor de cinco gols na 19 fase da Copa das Confederações, o espanhol Fernando Torres (na foto, jogando contra o Taiti) já garantiu o plantio de 500 árvores no país. A Brahma vai plantar cem mudas a cada gol marcado. Até domingo, foram 58. Neymar fez três; o Taiti levou 24.
Manual dos preços
O “IFRS” (Bookman, 600 páginas, R$ 118) é um manual sobre normas internacionais de aplicação de preços. Trata do valor justo na contabilidade. A Apsis assina o capítulo de abertura da versão brasileira. Traz textos
de 30 autores, de 14 países. James P. Catty organizou; Francisco Araújo da Costa e Leonardo Vilio traduziram. O lançamento é hoje, no Rio.
Lavanderia
O Acerte Franchising, dono das franquias de lavanderias Quality e Prima Clean, prevê alta de 30% nas vendas
neste inverno. É que, no frio, as famílias costumam lavar as roupas mais pesadas.
O grupo planeja abrir 36 filiais das duas marcas este ano. Passará a 150 no país.
Sorriso
A Implante Rio inaugura a sexta filial, em fins de julho, na Barra. A clínica de implante dentário recebeu aporte de R$ 2 milhões. Com 550 metros quadrados, terá sala vip, radiografia panorâmica e tomógrafo.
MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO
FOLHA DE SP - 25/06
Economia do Estado de São Paulo cresce 0,6% em abril
O PIB do Estado de São Paulo registrou alta de 0,6% em abril, na comparação com o mês anterior, de acordo com dados que a Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados) divulga hoje.
O setor da indústria, com expansão de 2,2%, fez com que o resultado não fosse pior, já que a agropecuária recuou 0,2% e os serviços cresceram discretamente (0,8%).
Na comparação com abril de 2012, no entanto, os dados são mais otimistas: alta de 4,8% na economia --alavancada, novamente, pela indústria, que registrou elevação de 8,4% no período.
Os segmentos farmacêutico e de veículos automotores foram os principais responsáveis pelo desempenho do setor, com alta de 23,8% e 8,3% na produção, respectivamente.
As áreas de máquinas e equipamentos --que podem ser usadas como indicadoras do nível de investimentos-- também apresentaram variação positiva pelo quarto mês consecutivo.
"O [efeito do] crescimento da indústria sobre o PIB estadual só não foi maior porque o setor de serviços aumentou apenas 2,9% em relação a abril do ano passado", afirma Maria Helena Guimarães de Castro, diretora-executiva da Fundação Seade.
Os serviços respondem por 57% do total do PIB do Estado de São Paulo.
Nos quatro primeiros meses do ano, em relação ao mesmo período de 2012, a economia paulista apresentou elevação de 1,6%.
"É difícil antecipar uma tendência, mas houve crescimento pelo quarto mês consecutivo no Estado. De janeiro a abril, a expansão foi constante", acrescenta.
SOBE E DESCE
O próximo auge da indústria do Estado de São Paulo, considerando os ciclos econômicos, deve ocorrer em meados de 2014, segundo estudo de Haroldo da Gama Torres, da Fundação Seade.
O economista avaliou o comportamento da produção industrial a partir de dezembro de 2003, com base nas taxas de crescimento acumuladas em períodos de 12 meses.
A pesquisa mostra a formação de dois ciclos bem definidos. O primeiro, de 2005 a 2008, mais suave. O segundo, entre 2008 e 2010, mais pronunciado por influência da crise internacional.
Um novo ciclo dá mostras de formação a partir de 2010. Do pico de expansão da indústria naquele ano à baixa de 2012, passaram-se 21 meses. Isso significa que, se ocorrer um novo período simétrico, o auge do crescimento será no próximo ano.
Torres diz, no entanto, que embora essa regularidade seja significativa, a expansão econômica é influenciada por diversos fatores complexos que podem encurtar ou alongar o atual ciclo.
"É um momento de muita incerteza", acrescenta o economista da fundação.
Ampliação da Ferrovia Centro-Atlântica ganha licença do Ibama
A Ferrovia Centro-Atlântica, companhia ferroviária ligada à Vale, conseguiu autorização do Ibama para ampliar dez pátios de sua malha entre os municípios de Mogi Mirim (SP) e Araguari (MG).
As obras, orçadas em R$ 24 milhões, atingem trechos onde há cruzamento de trens no chamado corredor paulista, que integra Estados do Sudeste e do Centro-Oeste.
Os pátios, que hoje comportam trens com até 60 vagões e duas locomotivas, terão espaço para composições maiores, com até 90 vagões e quatro locomotivas, segundo a VLI, subsidiária da Vale.
A intenção da empresa é atender à demanda de escoamento de grãos e açúcar em direção ao porto de Santos.
A licença de instalação, segunda fase do processo de licenciamento ambiental, havia sido solicitada há quase um ano, em julho de 2012.
Em cada pátio, os serviços devem durar cinco meses. Para que a operação tenha início, será preciso esperar uma nova licença do Ibama.
A Ferrovia Centro-Atlântica fechou o ano passado com uma receita líquida de R$ 1,1 bilhão no transporte de produtos da agricultura, indústria e siderurgia.
Financiamento... As operações de crédito das cooperativas do setor de São Paulo alcançaram R$ 7 bilhões em março --alta de 17% ante o mesmo período de 2012--, segundo o Sescoop/SP (serviço de aprendizagem do cooperativismo).
...cooperado A região nordeste do Estado foi a que registrou maior crescimento (21,49%). Em seguida, apareceram as regiões oeste (18,49%), centro paulista (12,03%), sudeste (7,88%) e leste (7,53), aponta o levantamento.
Piscar... A cada 15,6 segundos, um consumidor brasileiro tem dados pessoais usados por criminosos para obtenção de crédito. O dado faz parte do Indicador Serasa Experian de Tentativas de Fraudes, que será divulgado hoje.
...de olhos Entre janeiro e maio deste ano, foram registradas 837.641 tentativas de golpes. O setor de telefonia concentrou 40% delas (330.920). No mesmo período de 2012, haviam sido 818.629 no total, segundo a Serasa Experian.
MINERAÇÃO E SIDERURGIA
A procura por profissionais especializados em mineração e siderurgia diminuiu no começo deste ano por causa do congelamento de projetos e da retração nas extrações.
A oferta de vagas para um engenheiro de minas, por exemplo, registrou queda de 20% nos cinco primeiros meses de 2013, ante o mesmo período do ano passado, segundo dados da Page Personnel, empresa de recrutamento.
"Isso vem ocorrendo desde o meio do ano passado. Podemos falar claramente de alguns players', como a Vale, que vêm gerando resultados não muito positivos", diz Luis Martins, da consultoria.
"Até 2011, o mercado estava aquecido, mas o câmbio tornou mais fácil importar o insumo do que produzir. Ainda não sabemos se a alteração no valor do real conseguirá mudar a chave novamente."
A demanda por funcionários do setor industrial, porém, aumentou. "É um excelente indicador para a economia."
Economia do Estado de São Paulo cresce 0,6% em abril
O PIB do Estado de São Paulo registrou alta de 0,6% em abril, na comparação com o mês anterior, de acordo com dados que a Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados) divulga hoje.
O setor da indústria, com expansão de 2,2%, fez com que o resultado não fosse pior, já que a agropecuária recuou 0,2% e os serviços cresceram discretamente (0,8%).
Na comparação com abril de 2012, no entanto, os dados são mais otimistas: alta de 4,8% na economia --alavancada, novamente, pela indústria, que registrou elevação de 8,4% no período.
Os segmentos farmacêutico e de veículos automotores foram os principais responsáveis pelo desempenho do setor, com alta de 23,8% e 8,3% na produção, respectivamente.
As áreas de máquinas e equipamentos --que podem ser usadas como indicadoras do nível de investimentos-- também apresentaram variação positiva pelo quarto mês consecutivo.
"O [efeito do] crescimento da indústria sobre o PIB estadual só não foi maior porque o setor de serviços aumentou apenas 2,9% em relação a abril do ano passado", afirma Maria Helena Guimarães de Castro, diretora-executiva da Fundação Seade.
Os serviços respondem por 57% do total do PIB do Estado de São Paulo.
Nos quatro primeiros meses do ano, em relação ao mesmo período de 2012, a economia paulista apresentou elevação de 1,6%.
"É difícil antecipar uma tendência, mas houve crescimento pelo quarto mês consecutivo no Estado. De janeiro a abril, a expansão foi constante", acrescenta.
SOBE E DESCE
O próximo auge da indústria do Estado de São Paulo, considerando os ciclos econômicos, deve ocorrer em meados de 2014, segundo estudo de Haroldo da Gama Torres, da Fundação Seade.
O economista avaliou o comportamento da produção industrial a partir de dezembro de 2003, com base nas taxas de crescimento acumuladas em períodos de 12 meses.
A pesquisa mostra a formação de dois ciclos bem definidos. O primeiro, de 2005 a 2008, mais suave. O segundo, entre 2008 e 2010, mais pronunciado por influência da crise internacional.
Um novo ciclo dá mostras de formação a partir de 2010. Do pico de expansão da indústria naquele ano à baixa de 2012, passaram-se 21 meses. Isso significa que, se ocorrer um novo período simétrico, o auge do crescimento será no próximo ano.
Torres diz, no entanto, que embora essa regularidade seja significativa, a expansão econômica é influenciada por diversos fatores complexos que podem encurtar ou alongar o atual ciclo.
"É um momento de muita incerteza", acrescenta o economista da fundação.
Ampliação da Ferrovia Centro-Atlântica ganha licença do Ibama
A Ferrovia Centro-Atlântica, companhia ferroviária ligada à Vale, conseguiu autorização do Ibama para ampliar dez pátios de sua malha entre os municípios de Mogi Mirim (SP) e Araguari (MG).
As obras, orçadas em R$ 24 milhões, atingem trechos onde há cruzamento de trens no chamado corredor paulista, que integra Estados do Sudeste e do Centro-Oeste.
Os pátios, que hoje comportam trens com até 60 vagões e duas locomotivas, terão espaço para composições maiores, com até 90 vagões e quatro locomotivas, segundo a VLI, subsidiária da Vale.
A intenção da empresa é atender à demanda de escoamento de grãos e açúcar em direção ao porto de Santos.
A licença de instalação, segunda fase do processo de licenciamento ambiental, havia sido solicitada há quase um ano, em julho de 2012.
Em cada pátio, os serviços devem durar cinco meses. Para que a operação tenha início, será preciso esperar uma nova licença do Ibama.
A Ferrovia Centro-Atlântica fechou o ano passado com uma receita líquida de R$ 1,1 bilhão no transporte de produtos da agricultura, indústria e siderurgia.
Financiamento... As operações de crédito das cooperativas do setor de São Paulo alcançaram R$ 7 bilhões em março --alta de 17% ante o mesmo período de 2012--, segundo o Sescoop/SP (serviço de aprendizagem do cooperativismo).
...cooperado A região nordeste do Estado foi a que registrou maior crescimento (21,49%). Em seguida, apareceram as regiões oeste (18,49%), centro paulista (12,03%), sudeste (7,88%) e leste (7,53), aponta o levantamento.
Piscar... A cada 15,6 segundos, um consumidor brasileiro tem dados pessoais usados por criminosos para obtenção de crédito. O dado faz parte do Indicador Serasa Experian de Tentativas de Fraudes, que será divulgado hoje.
...de olhos Entre janeiro e maio deste ano, foram registradas 837.641 tentativas de golpes. O setor de telefonia concentrou 40% delas (330.920). No mesmo período de 2012, haviam sido 818.629 no total, segundo a Serasa Experian.
MINERAÇÃO E SIDERURGIA
A procura por profissionais especializados em mineração e siderurgia diminuiu no começo deste ano por causa do congelamento de projetos e da retração nas extrações.
A oferta de vagas para um engenheiro de minas, por exemplo, registrou queda de 20% nos cinco primeiros meses de 2013, ante o mesmo período do ano passado, segundo dados da Page Personnel, empresa de recrutamento.
"Isso vem ocorrendo desde o meio do ano passado. Podemos falar claramente de alguns players', como a Vale, que vêm gerando resultados não muito positivos", diz Luis Martins, da consultoria.
"Até 2011, o mercado estava aquecido, mas o câmbio tornou mais fácil importar o insumo do que produzir. Ainda não sabemos se a alteração no valor do real conseguirá mudar a chave novamente."
A demanda por funcionários do setor industrial, porém, aumentou. "É um excelente indicador para a economia."
Agora vai? - SONIA RACY
O ESTADÃO - 25/06
Não é de hoje que a proposta que torna corrupção crime hediondo, defendida ontem por Dilma, é discutidano Congresso. O primeiro projeto, de 2004, é de um tucano, Wilson Santos, ex-prefeito de Cuiabá e hoje professor de História.
Outros sete - inclusive o que foi enviado por Lula,em 2009 - foram anexados a esse texto, que está pronto para ser votado desde 2008. "As medidas têm cheiro de proposta eleitoral. Se Dilma vai cumpri-las é outra história", disse Santos à coluna.
Constitucional?
Em 2011, Luís Roberto Barroso, do STF, tinha opinião diversa à da presidente sobre uma constituinte para tratar da reforma política: "Você só precisaria de poder constituinte originário se houvesse na Constituição alguma coisa que impedisse a reforma política de que o País precisa. E não há", disse ao site Migalhas, em vídeo viralizado ontem no Facebook.
E mais: "Ninguém pode convocar um poder constituinte e estabelecer, previamente, a agenda deste poder".
Portas abertas
Dilma deve receber as principais centrais sindicais na semana que vem. O Planalto havia marcado o encontro para quarta-feira, mas decidiu adiá-lo por causa do jogo entre Brasil e Uruguai.
Pauta? Reajuste dos aposentados, redução da jornada de trabalho, fim do fator previdenciário e melhoria na saúde.
Pedágio
Mesmo surpreendidas com o anúncio de Alckmin ontem, as concessionárias têm duas fórmulas prontas para que a suspensão do reajuste dos pedágios não afete seus bolsos. Calcula-se que elas perderão R$ 500 milhões por ano.
A primeira é simples e fácil de aplicar: o que vão perder será descontado do que pagam ao Estado pela concessão.
Pedágio 2
A segunda é mais complicada: mudar o formato da concessão para o modelo do metrô. O Estado paga à concessionária uma tarifa técnica fixa, diferente da tarifa pública.
Curiosidade: atualmente, o metrô linha 4 paga, por passageiro transportado, um preço mais baixo do que a tarifa cobrada do usuário.
Wishful thinking?
Fortes rumores movimentaram o mercado brasileiro de ações ontem. Exagerados, davam conta da troca de...toda a equipe econômica.
O escolhido
Fábio Barbosa deve ser eleito hoje presidente do conselho de administração da Fundação Osesp - substituindo Fernando Henrique Cardoso.
Deixam o conselho, também por força do estatuto, Horacio Piva e Pedro Moreira Salles.
Carisma
Lucas Monteiro de Oliveira, militante do Passe Livre que ganhou fãs depois de participar do Roda Viva, é filho de Pedro Luís.
Músico das bandas Monobloco e Pedro Luís e a Parede.
Cachorrada
O jogo foi bastante animado, mas os torcedores que assistiram México e Japão no Mineirão, sábado, tiveram bons motivos para reclamar. Principalmente da comida à venda.
Maior vilão? O hot dog - pão seco com salsicha e... um pingo de mostarda. Por insólitos R$ 8.
Outros sete - inclusive o que foi enviado por Lula,em 2009 - foram anexados a esse texto, que está pronto para ser votado desde 2008. "As medidas têm cheiro de proposta eleitoral. Se Dilma vai cumpri-las é outra história", disse Santos à coluna.
Constitucional?
Em 2011, Luís Roberto Barroso, do STF, tinha opinião diversa à da presidente sobre uma constituinte para tratar da reforma política: "Você só precisaria de poder constituinte originário se houvesse na Constituição alguma coisa que impedisse a reforma política de que o País precisa. E não há", disse ao site Migalhas, em vídeo viralizado ontem no Facebook.
E mais: "Ninguém pode convocar um poder constituinte e estabelecer, previamente, a agenda deste poder".
Portas abertas
Dilma deve receber as principais centrais sindicais na semana que vem. O Planalto havia marcado o encontro para quarta-feira, mas decidiu adiá-lo por causa do jogo entre Brasil e Uruguai.
Pauta? Reajuste dos aposentados, redução da jornada de trabalho, fim do fator previdenciário e melhoria na saúde.
Pedágio
Mesmo surpreendidas com o anúncio de Alckmin ontem, as concessionárias têm duas fórmulas prontas para que a suspensão do reajuste dos pedágios não afete seus bolsos. Calcula-se que elas perderão R$ 500 milhões por ano.
A primeira é simples e fácil de aplicar: o que vão perder será descontado do que pagam ao Estado pela concessão.
Pedágio 2
A segunda é mais complicada: mudar o formato da concessão para o modelo do metrô. O Estado paga à concessionária uma tarifa técnica fixa, diferente da tarifa pública.
Curiosidade: atualmente, o metrô linha 4 paga, por passageiro transportado, um preço mais baixo do que a tarifa cobrada do usuário.
Wishful thinking?
Fortes rumores movimentaram o mercado brasileiro de ações ontem. Exagerados, davam conta da troca de...toda a equipe econômica.
O escolhido
Fábio Barbosa deve ser eleito hoje presidente do conselho de administração da Fundação Osesp - substituindo Fernando Henrique Cardoso.
Deixam o conselho, também por força do estatuto, Horacio Piva e Pedro Moreira Salles.
Carisma
Lucas Monteiro de Oliveira, militante do Passe Livre que ganhou fãs depois de participar do Roda Viva, é filho de Pedro Luís.
Músico das bandas Monobloco e Pedro Luís e a Parede.
Cachorrada
O jogo foi bastante animado, mas os torcedores que assistiram México e Japão no Mineirão, sábado, tiveram bons motivos para reclamar. Principalmente da comida à venda.
Maior vilão? O hot dog - pão seco com salsicha e... um pingo de mostarda. Por insólitos R$ 8.
VALE TUDO - MÔNICA BERGAMO
FOLHA DE SP - 25/06
O STJ (Superior Tribunal de Justiça) decide hoje se as horas extras entram no cálculo da pensão que um pai paga ao filho, ou que um ex-marido paga à ex-mulher. A decisão deverá uniformizar as futuras análises em todo o país.
PARTE A PARTE
No processo, o pai, que é médico em Taubaté (SP), fez acordo para destinar 40% de seus vencimentos para a família. Depois, pediu que o percentual incidisse apenas sobre o salário. O juiz mandou descontar do valor total. O STJ dará a palavra final.
PÉ FORA
Era dada como certa, há alguns dias, a saída do secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, do governo Dilma Rousseff. O ex-presidente Lula, no entanto, disse a interlocutores na semana passada que a questão (até ontem, pelo menos) estava superada.
CORTE
Dirigentes do PT buscavam no domingo detalhes da pesquisa Datafolha sobre o apoio dos paulistanos às manifestações. Os números trouxeram relativo "alívio": 84% dos mais ricos e escolarizados opinaram que os protestos devem continuar, mas a adesão entre os eleitores de baixa renda é bem menor: 51%, contra 49% que acham que eles têm de parar.
CORTE 2
Entre os que ganham mais de dez salários mínimos, 76% acham que os protestos trazem mais benefícios do que prejuízos. Entre os que ganham até dois salários, o percentual é bem menor: 59%. A atuação de Dilma Rousseff frente às manifestações foi considerada ruim ou péssima por 69% dos mais ricos, contra 48% dos mais pobres.
COMPASSO
No PT, a conclusão foi a de que boa parte dos que engrossaram as passeatas do Movimento Passe Livre nas últimas manifestações são aqueles que já não nutrem grande simpatia pelos governos petistas. Os protestos, pelo mesmo raciocínio, não ganharam, pelo menos por enquanto, corações e mentes de ampla maioria do eleitorado "lulista".
ACORDA, BRASIL
Em seu perfil no Facebook, Verônica Calheiros apoia as manifestações que tomaram conta do país. "É isso mesmo! Isso é legítimo!!!", escreveu a mulher do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), dia 17, ao partilhar post de uma amiga que oferecia "um mar de flores em homenagem ao povo que está nas passeatas por todo o Brasil! É um povo verde-amarelo, com amor à pátria! Viva a liberdade de expressão!!!".
ACORDA, BRASIL 2
Verônica também compartilhou com os 545 amigos na rede social pronunciamentos do marido sobre a onda de protestos. O senador preferiu não se manifestar.
ATÉ NA AMÉRICA
O Escritório Modelo de Advocacia de Sexualidade e Gênero da Faculdade de Direito da Columbia, em Nova York, em conjunto com escritórios de outras universidades americanas, como a Cornell e a de Miami, enviaram carta aberta ao presidente da Câmara brasileira, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
ATÉ NA AMÉRICA 2
No texto, manifestam "profunda preocupação" com a eleição de Marco Feliciano (PSC-SP) para presidir a Comissão de Direitos Humanos da Câmara, pelas constantes declarações públicas "de cunho discriminatório contra homossexuais e, também, racistas". E dizem que a eleição "de um presidente parcial para a comissão envia uma mensagem errada para a comunidade internacional".
O MILHÃO DE TARSILA
"Sagrado Coração de Jesus", primeiro quadro de Tarsila do Amaral, será leiloado hoje, em São Paulo, com lance inicial de R$ 1 milhão. A artista pintou a tela em 1904, quando estudava em um colégio em Barcelona, e assinava seu nome com outra grafia: Tharcilla. O leilão é organizado pelo escritório de arte James Lisboa.
BODAS DE OURO
O advogado José Yunes e sua mulher, Célia, comemoraram 50 anos de casamento, na sexta-feira. O vice-presidente da República, Michel Temer, e sua mulher, Marcela, o escritor Fernando Morais e os empresários Márcia Goldfarb, Washington Cinel e Claudio Bernardes compareceram ao evento.
LUXO
Erika dos Mares Guia, filha do ex-ministro Walfrido dos Mares Guia, celebra hoje o aniversário de um ano de sua loja, a Mares, que reúne grifes nacionais e estrangeiras, como Balmain, Dolce & Gabbana e Valentino
EU QUERO UMA CASA NO CAMPO
A artista Lucia Laguna abriu a exposição "Jardim", na galeria Fortes Vilaça. Adriene Jobim, mulher do ex-ministro Nelson Jobim, os atores Vera Holtz e Guilherme Leme e a artista Beatriz Milhazes estiveram no vernissage no fim de semana.
CURTO-CIRCUITO
Patricia Bonaldi faz desfile de coleção verão, hoje, às 16h, no Iate Clube de Santos, em Higienópolis.
O arquiteto Ugo di Pace fala na Mostrablack sobre sua carreira e o ambiente que criou para o evento. Às 19h, no JK Iguatemi.
A galeria Luciana Brito abre hoje exposições de Caio Reisewitz e Saint Clair Cemin, às 19h, no Itaim.
Especialista em inundações, o americano Roy Wright faz palestra amanhã no Instituto de Engenharia, na Vila Mariana.
PARTE A PARTE
No processo, o pai, que é médico em Taubaté (SP), fez acordo para destinar 40% de seus vencimentos para a família. Depois, pediu que o percentual incidisse apenas sobre o salário. O juiz mandou descontar do valor total. O STJ dará a palavra final.
PÉ FORA
Era dada como certa, há alguns dias, a saída do secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, do governo Dilma Rousseff. O ex-presidente Lula, no entanto, disse a interlocutores na semana passada que a questão (até ontem, pelo menos) estava superada.
CORTE
Dirigentes do PT buscavam no domingo detalhes da pesquisa Datafolha sobre o apoio dos paulistanos às manifestações. Os números trouxeram relativo "alívio": 84% dos mais ricos e escolarizados opinaram que os protestos devem continuar, mas a adesão entre os eleitores de baixa renda é bem menor: 51%, contra 49% que acham que eles têm de parar.
CORTE 2
Entre os que ganham mais de dez salários mínimos, 76% acham que os protestos trazem mais benefícios do que prejuízos. Entre os que ganham até dois salários, o percentual é bem menor: 59%. A atuação de Dilma Rousseff frente às manifestações foi considerada ruim ou péssima por 69% dos mais ricos, contra 48% dos mais pobres.
COMPASSO
No PT, a conclusão foi a de que boa parte dos que engrossaram as passeatas do Movimento Passe Livre nas últimas manifestações são aqueles que já não nutrem grande simpatia pelos governos petistas. Os protestos, pelo mesmo raciocínio, não ganharam, pelo menos por enquanto, corações e mentes de ampla maioria do eleitorado "lulista".
ACORDA, BRASIL
Em seu perfil no Facebook, Verônica Calheiros apoia as manifestações que tomaram conta do país. "É isso mesmo! Isso é legítimo!!!", escreveu a mulher do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), dia 17, ao partilhar post de uma amiga que oferecia "um mar de flores em homenagem ao povo que está nas passeatas por todo o Brasil! É um povo verde-amarelo, com amor à pátria! Viva a liberdade de expressão!!!".
ACORDA, BRASIL 2
Verônica também compartilhou com os 545 amigos na rede social pronunciamentos do marido sobre a onda de protestos. O senador preferiu não se manifestar.
ATÉ NA AMÉRICA
O Escritório Modelo de Advocacia de Sexualidade e Gênero da Faculdade de Direito da Columbia, em Nova York, em conjunto com escritórios de outras universidades americanas, como a Cornell e a de Miami, enviaram carta aberta ao presidente da Câmara brasileira, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
ATÉ NA AMÉRICA 2
No texto, manifestam "profunda preocupação" com a eleição de Marco Feliciano (PSC-SP) para presidir a Comissão de Direitos Humanos da Câmara, pelas constantes declarações públicas "de cunho discriminatório contra homossexuais e, também, racistas". E dizem que a eleição "de um presidente parcial para a comissão envia uma mensagem errada para a comunidade internacional".
O MILHÃO DE TARSILA
"Sagrado Coração de Jesus", primeiro quadro de Tarsila do Amaral, será leiloado hoje, em São Paulo, com lance inicial de R$ 1 milhão. A artista pintou a tela em 1904, quando estudava em um colégio em Barcelona, e assinava seu nome com outra grafia: Tharcilla. O leilão é organizado pelo escritório de arte James Lisboa.
BODAS DE OURO
O advogado José Yunes e sua mulher, Célia, comemoraram 50 anos de casamento, na sexta-feira. O vice-presidente da República, Michel Temer, e sua mulher, Marcela, o escritor Fernando Morais e os empresários Márcia Goldfarb, Washington Cinel e Claudio Bernardes compareceram ao evento.
LUXO
Erika dos Mares Guia, filha do ex-ministro Walfrido dos Mares Guia, celebra hoje o aniversário de um ano de sua loja, a Mares, que reúne grifes nacionais e estrangeiras, como Balmain, Dolce & Gabbana e Valentino
EU QUERO UMA CASA NO CAMPO
A artista Lucia Laguna abriu a exposição "Jardim", na galeria Fortes Vilaça. Adriene Jobim, mulher do ex-ministro Nelson Jobim, os atores Vera Holtz e Guilherme Leme e a artista Beatriz Milhazes estiveram no vernissage no fim de semana.
CURTO-CIRCUITO
Patricia Bonaldi faz desfile de coleção verão, hoje, às 16h, no Iate Clube de Santos, em Higienópolis.
O arquiteto Ugo di Pace fala na Mostrablack sobre sua carreira e o ambiente que criou para o evento. Às 19h, no JK Iguatemi.
A galeria Luciana Brito abre hoje exposições de Caio Reisewitz e Saint Clair Cemin, às 19h, no Itaim.
Especialista em inundações, o americano Roy Wright faz palestra amanhã no Instituto de Engenharia, na Vila Mariana.
Dilma vai a FHC - VERA MAGALHÃES - PAINEL
FOLHA DE SP - 25/06
Dilma Rousseff fez uma série de consultas antes de propor um plebiscito para convocar Constituinte exclusiva sobre reforma política. O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) foi à casa do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para propor uma reforma política ampla, pactuada com a oposição. FHC disse ser favorável, mas que teria de consultar outros líderes tucanos. Quando Cardozo falou em plebiscito, o ex-presidente disse ser contrário, e o ministro concordou com ele.
Gênese Em reunião no Alvorada, no domingo, ministros defenderam a Constituinte exclusiva diante da dificuldade do Congresso em aprovar a reforma. Dilma falou sobre o plebiscito, mas não bateu o martelo.
Por fora Já Michel Temer não foi consultado. O vice-presidente, que escreveu artigo contra a proposta em 2007, foi surpreendido pelo anúncio na reunião com governadores e prefeitos.
TV Dilma A NBR, emissora que transmite atos oficiais da Presidência, exibiu a fala de Dilma na abertura da reunião, mas cortou o sinal tão logo a presidente deu a palavra a governadores e prefeitos. Em seguida, o discurso da petista foi reprisado.
É moda Antes da reunião com governadores, Cid Gomes (CE) propôs à presidente que realizasse vários plebiscitos para diferentes temas, como resposta à demanda das ruas por participação.
Bolada Na conversa com o coordenadores do Movimento Passe Livre, ontem, Dilma ouviu deles que manteriam a defesa da tarifa zero no transporte público. Ela respondeu: "Olha, isso não existe. Alguém paga. Ou o usuário ou o contribuinte".
Na base Dilma convocou reunião com as centrais sindicais, em um gesto de aproximação com entidades de base. O encontro aconteceria na próxima quarta-feira, mas foi desmarcado devido ao jogo entre Brasil e Uruguai.
Polêmica A proposta de plebiscito para convocar Constituinte exclusiva sobre reforma política divide o STF. A coluna conversou com três ministros ontem. O único entusiasta foi Ricardo Lewandowski, que é titular de Teoria Geral do Estado na USP
Sim Para o ministro, a Constituição de 1988 abriu a possibilidade de plebiscitos ao consignar que o poder emana do povo e pode ser exercido por meio de representantes ou diretamente.
Avanço "O grande salto da nossa Constituição é que saímos de uma democracia meramente representativa para uma participativa'', disse Lewandowski. Para ele, a reforma política "é necessária, está atrasada e o plebiscito é um meio de destravá-la''.
Truco O PMDB na Câmara diz que apoia a reforma política pela Constituinte, desde que seja incluída a reforma tributária, o que não conta com a simpatia do governo federal. Assim, haveria um impasse que impediria a convocação da consulta.
Caserna Associações de militares da reserva divulgaram nota de apoio aos protestos de rua. "Obriga-se dar um basta à impostura e à impunidade", diz o texto assinado por três clubes militares.
Releitura Ao fim, há um verso de "Pra não dizer que não falei das flores", de Geraldo Vandré, canção que foi hino do combate à ditadura.
Visita à Folha Paulo Luiz Schmidt, presidente da Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho), visitou ontem a Folha. Estava com Patrícia Almeida Ramos, presidente da Amatra da 2ª Região, Guilherme Feliciano, diretor da Anamatra, e Viviane Dias, assessora de imprensa.
tiroteio
"Vamos ter de criar a bolsa-idioma, para o paciente do SUS aprender a se comunicar com os médicos em espanhol, inglês..."
DO DEPUTADO ESTADUAL FERNANDO CAPEZ (PSDB-SP), sobre proposta do governo de trazer médicos estrangeiros para áreas sem oferta de profissionais.
contraponto
Headhunter de oposição
Aborrecido com críticas de Andrea Matarazzo (PSDB) à presidente Dilma Rousseff e ao ex-presidente Lula na Câmara de São Paulo, o vereador Reis (PT) reagiu com ironia e lançou um abaixo-assinado pedindo a indicação do tucano para o secretariado de Geraldo Alckmin (PSDB).
--É um desperdício tanta inteligência e tanta iluminação, para vir aqui falar do ex-presidente Lula e da presidente Dilma. O vereador tem de dar norte para o governo de Geraldo Alckmin, que está perdido! -- disse o petista.
Ao fim da sessão, Reis lançou mesmo a petição, e conseguiu a assinatura de seis colegas.
Dilma Rousseff fez uma série de consultas antes de propor um plebiscito para convocar Constituinte exclusiva sobre reforma política. O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) foi à casa do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para propor uma reforma política ampla, pactuada com a oposição. FHC disse ser favorável, mas que teria de consultar outros líderes tucanos. Quando Cardozo falou em plebiscito, o ex-presidente disse ser contrário, e o ministro concordou com ele.
Gênese Em reunião no Alvorada, no domingo, ministros defenderam a Constituinte exclusiva diante da dificuldade do Congresso em aprovar a reforma. Dilma falou sobre o plebiscito, mas não bateu o martelo.
Por fora Já Michel Temer não foi consultado. O vice-presidente, que escreveu artigo contra a proposta em 2007, foi surpreendido pelo anúncio na reunião com governadores e prefeitos.
TV Dilma A NBR, emissora que transmite atos oficiais da Presidência, exibiu a fala de Dilma na abertura da reunião, mas cortou o sinal tão logo a presidente deu a palavra a governadores e prefeitos. Em seguida, o discurso da petista foi reprisado.
É moda Antes da reunião com governadores, Cid Gomes (CE) propôs à presidente que realizasse vários plebiscitos para diferentes temas, como resposta à demanda das ruas por participação.
Bolada Na conversa com o coordenadores do Movimento Passe Livre, ontem, Dilma ouviu deles que manteriam a defesa da tarifa zero no transporte público. Ela respondeu: "Olha, isso não existe. Alguém paga. Ou o usuário ou o contribuinte".
Na base Dilma convocou reunião com as centrais sindicais, em um gesto de aproximação com entidades de base. O encontro aconteceria na próxima quarta-feira, mas foi desmarcado devido ao jogo entre Brasil e Uruguai.
Polêmica A proposta de plebiscito para convocar Constituinte exclusiva sobre reforma política divide o STF. A coluna conversou com três ministros ontem. O único entusiasta foi Ricardo Lewandowski, que é titular de Teoria Geral do Estado na USP
Sim Para o ministro, a Constituição de 1988 abriu a possibilidade de plebiscitos ao consignar que o poder emana do povo e pode ser exercido por meio de representantes ou diretamente.
Avanço "O grande salto da nossa Constituição é que saímos de uma democracia meramente representativa para uma participativa'', disse Lewandowski. Para ele, a reforma política "é necessária, está atrasada e o plebiscito é um meio de destravá-la''.
Truco O PMDB na Câmara diz que apoia a reforma política pela Constituinte, desde que seja incluída a reforma tributária, o que não conta com a simpatia do governo federal. Assim, haveria um impasse que impediria a convocação da consulta.
Caserna Associações de militares da reserva divulgaram nota de apoio aos protestos de rua. "Obriga-se dar um basta à impostura e à impunidade", diz o texto assinado por três clubes militares.
Releitura Ao fim, há um verso de "Pra não dizer que não falei das flores", de Geraldo Vandré, canção que foi hino do combate à ditadura.
Visita à Folha Paulo Luiz Schmidt, presidente da Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho), visitou ontem a Folha. Estava com Patrícia Almeida Ramos, presidente da Amatra da 2ª Região, Guilherme Feliciano, diretor da Anamatra, e Viviane Dias, assessora de imprensa.
tiroteio
"Vamos ter de criar a bolsa-idioma, para o paciente do SUS aprender a se comunicar com os médicos em espanhol, inglês..."
DO DEPUTADO ESTADUAL FERNANDO CAPEZ (PSDB-SP), sobre proposta do governo de trazer médicos estrangeiros para áreas sem oferta de profissionais.
contraponto
Headhunter de oposição
Aborrecido com críticas de Andrea Matarazzo (PSDB) à presidente Dilma Rousseff e ao ex-presidente Lula na Câmara de São Paulo, o vereador Reis (PT) reagiu com ironia e lançou um abaixo-assinado pedindo a indicação do tucano para o secretariado de Geraldo Alckmin (PSDB).
--É um desperdício tanta inteligência e tanta iluminação, para vir aqui falar do ex-presidente Lula e da presidente Dilma. O vereador tem de dar norte para o governo de Geraldo Alckmin, que está perdido! -- disse o petista.
Ao fim da sessão, Reis lançou mesmo a petição, e conseguiu a assinatura de seis colegas.
Iniciativa política - ILIMAR FRANCO
O GLOBO - 25/06
Todos os políticos foram surpreendidos com os protestos. Mas governadores e prefeitos abdicaram de apresentar propostas globais. Sequer defenderam a redistribuição da receita tributária, que desde a Constituinte se concentra nas mãos da União. Os estrategistas do governo festejaram ontem. Dilma apresentou uma proposta global e reuniu os 27 governadores e os 26 prefeitos de capitais debaixo de sua saia.
O circo armado e os figurantes
Quando os governadores e prefeitos entraram ontem, para a reunião com a presidente Dilma, já estava tudo montado. O pronunciamento, ao vivo pela TV; os "Cinco Pactos"; e as pontinhas dos ministros Alexandre Padilha (Saúde) e Aloizio Mercadante (Educação). Os Pactos não foram discutidos previamente, com os coadjuvantes, e vendidos como intérpretes da vontade nacional. O que prefeitos de capitais e governadores pensam sobre as propostas, ninguém soube no horário nobre da televisão. Suas ideias ficaram reservadas para a parte reservada do encontro. Pode não resolver, mas, neste round, o governo fez uma boa operação de marketing e comunicação.
Frase
"Criada para fazer uma nova ordem política, o que impede a Constituinte de propor uma nova ordem econômica ou social. Isso gera insegurança jurídica"
Com o pé na porta
Desde que começaram as manifestações, não param de chegar pedidos de movimentos sociais para reuniões com a presidente Dilma. A média passou de um para dez por dia. Agora, o Planalto trata os pedidos na melhor boa vontade.
A Constituinte
A proposta de uma Constituinte restrita não é nova. Ela foi apresentada em 1997, pelo deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), limitada à reforma política, ao sistema tributário e ao pacto federativo. O ex-presidente FH deu entrevista de apoio na TV e depois calou-se. Sua base (PFL) era contra e o Senado, também. Temia ser extinto pela Câmara.
Tirando a reforma da geladeira
A presidente Dilma não consultou nem comunicou qualquer deputado ou senador sobre o plebiscito para convocar uma Constituinte a fim de promover a reforma política. Tomou a decisão com o núcleo duro do governo no fim de semana.
O troco do Congresso
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), está disposto a colocar em votação projeto que destina 10% do PIB para a Educação, que estava parado nas comissões do Congresso porque o governo Dilma é contra. O presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), está sendo aconselhado a derrubar ou engavetar a PEC 37, que tira poderes do Ministério Público.
"Avant-première"
Um grupo de apenas seis governadores, entre os quais Eduardo Campos (PSB-PE), Jaques Wagner (PT-BA) e Tarso Genro (PT-RS), foi recebido no gabinete da presidente Dilma cerca de 20 minutos antes do anúncio dos "Cinco Pactos".
Pelo menos um TCE agiu
O Tribunal de Contas-RS, em janeiro, baixou liminar para que o cálculo da tarifa do transporte coletivo em Porto Alegre fosse refeito. A Justiça acatou os estudos do Tribunal e revogou aumento da tarifa para R$ 3,05, que voltou a R$ 2,85.
O governo Dilma é contra a redução da contribuição previdenciária das domésticas de 12% para 8%, como quer o senador Romero Jucá (PMDB-RR).
O circo armado e os figurantes
Quando os governadores e prefeitos entraram ontem, para a reunião com a presidente Dilma, já estava tudo montado. O pronunciamento, ao vivo pela TV; os "Cinco Pactos"; e as pontinhas dos ministros Alexandre Padilha (Saúde) e Aloizio Mercadante (Educação). Os Pactos não foram discutidos previamente, com os coadjuvantes, e vendidos como intérpretes da vontade nacional. O que prefeitos de capitais e governadores pensam sobre as propostas, ninguém soube no horário nobre da televisão. Suas ideias ficaram reservadas para a parte reservada do encontro. Pode não resolver, mas, neste round, o governo fez uma boa operação de marketing e comunicação.
Frase
"Criada para fazer uma nova ordem política, o que impede a Constituinte de propor uma nova ordem econômica ou social. Isso gera insegurança jurídica"
Francisco Dornelles senador (PP-RJ)
Com o pé na porta
Desde que começaram as manifestações, não param de chegar pedidos de movimentos sociais para reuniões com a presidente Dilma. A média passou de um para dez por dia. Agora, o Planalto trata os pedidos na melhor boa vontade.
A Constituinte
A proposta de uma Constituinte restrita não é nova. Ela foi apresentada em 1997, pelo deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), limitada à reforma política, ao sistema tributário e ao pacto federativo. O ex-presidente FH deu entrevista de apoio na TV e depois calou-se. Sua base (PFL) era contra e o Senado, também. Temia ser extinto pela Câmara.
Tirando a reforma da geladeira
A presidente Dilma não consultou nem comunicou qualquer deputado ou senador sobre o plebiscito para convocar uma Constituinte a fim de promover a reforma política. Tomou a decisão com o núcleo duro do governo no fim de semana.
O troco do Congresso
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), está disposto a colocar em votação projeto que destina 10% do PIB para a Educação, que estava parado nas comissões do Congresso porque o governo Dilma é contra. O presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), está sendo aconselhado a derrubar ou engavetar a PEC 37, que tira poderes do Ministério Público.
"Avant-première"
Um grupo de apenas seis governadores, entre os quais Eduardo Campos (PSB-PE), Jaques Wagner (PT-BA) e Tarso Genro (PT-RS), foi recebido no gabinete da presidente Dilma cerca de 20 minutos antes do anúncio dos "Cinco Pactos".
Pelo menos um TCE agiu
O Tribunal de Contas-RS, em janeiro, baixou liminar para que o cálculo da tarifa do transporte coletivo em Porto Alegre fosse refeito. A Justiça acatou os estudos do Tribunal e revogou aumento da tarifa para R$ 3,05, que voltou a R$ 2,85.
O governo Dilma é contra a redução da contribuição previdenciária das domésticas de 12% para 8%, como quer o senador Romero Jucá (PMDB-RR).
Futebol é vendaval - TOSTÃO
FOLHA DE SP - 25/06
Na coluna anterior, falei sobre minhas preferências entre narradores e comentaristas da TV. Escrevi como telespectador. Faltou apenas dizer que Tino Marcos, da TV Globo, é o mestre dos repórteres da televisão.
Depois das boas atuações e da vitória sobre a Itália, existe um sentimento generalizado, talvez um saber inconsciente, intuitivo, que se mistura com uma prepotente euforia, de que o Brasil vai ganhar a Copa das Confederações e a Copa do Mundo.
Se vencer a atual competição, mesmo jogando melhor que a Espanha, na final, não significa que já temos uma grande equipe. Significa que temos um bom time, que Felipão, mesmo com algumas ideias ultrapassadas, executa bem o que deseja, o que é uma grande qualidade, e que o Brasil tem chances de ganhar a Copa do Mundo, no ano que vem.
Antes da partida contra a Itália, Fred era muito criticado, pela falta de gols e por jogar parado. Muitos pediam a entrada de Jô. Bastou Fred marcar dois gols e se movimentar mais para ser exaltado, como se fosse excepcional. Fred é o melhor centroavante do Brasil, bom jogador e artilheiro. Quase todos os centroavantes fazem muitos gols, até Fernando Torres.
Antes da Copa das Confederações, escrevi que, se o Brasil aproveitasse bem a vantagem de jogar em casa e conquistasse o torcedor, o que tem ocorrido, ficaria atrás apenas de Espanha, Alemanha e Argentina, como favoritos para ganhar a Copa do Mundo.
Se o time mantiver boas atuações nos dois próximos jogos, sobe um degrau e fica na frente dos argentinos.
O México, em casa, uma seleção mediana, já ganhou uma Copa das Confederações, vencendo o Brasil na decisão. A África do Sul, sob o comando de Carlos Alberto Parreira, foi a única seleção anfitriã que não se classificou na primeira fase de uma Copa do Mundo.
Até a fraquíssima Coreia do Sul, beneficiada por árbitros caseiros, foi quarta colocada no Mundial de 2002. Os árbitros, na dúvida, consciente ou inconscientemente, favorecem os times da casa e/ou os mais fortes. Isso ocorre em todo o mundo e em todos os tipos de competição.
As arbitragens a favor da Coreia do Sul, contra Espanha e Itália, foram mais que caseiras, foram vergonhosas.
Na última Copa das Confederações, a Espanha foi eliminada pelos Estados Unidos e ganhou o Mundial-2010.
O Brasil venceu as duas últimas competições e foi mal nessa Copa. Temos de ficar alegres, se o Brasil vencer, mas sem oba-oba.
No futebol, uma mesma equipe costuma ir muito bem em uma competição e muito mal na seguinte. Há muitos fatores envolvidos no resultado. Futebol é vendaval, uma metáfora da fragilidade e da finitude humana.
Na coluna anterior, falei sobre minhas preferências entre narradores e comentaristas da TV. Escrevi como telespectador. Faltou apenas dizer que Tino Marcos, da TV Globo, é o mestre dos repórteres da televisão.
Depois das boas atuações e da vitória sobre a Itália, existe um sentimento generalizado, talvez um saber inconsciente, intuitivo, que se mistura com uma prepotente euforia, de que o Brasil vai ganhar a Copa das Confederações e a Copa do Mundo.
Se vencer a atual competição, mesmo jogando melhor que a Espanha, na final, não significa que já temos uma grande equipe. Significa que temos um bom time, que Felipão, mesmo com algumas ideias ultrapassadas, executa bem o que deseja, o que é uma grande qualidade, e que o Brasil tem chances de ganhar a Copa do Mundo, no ano que vem.
Antes da partida contra a Itália, Fred era muito criticado, pela falta de gols e por jogar parado. Muitos pediam a entrada de Jô. Bastou Fred marcar dois gols e se movimentar mais para ser exaltado, como se fosse excepcional. Fred é o melhor centroavante do Brasil, bom jogador e artilheiro. Quase todos os centroavantes fazem muitos gols, até Fernando Torres.
Antes da Copa das Confederações, escrevi que, se o Brasil aproveitasse bem a vantagem de jogar em casa e conquistasse o torcedor, o que tem ocorrido, ficaria atrás apenas de Espanha, Alemanha e Argentina, como favoritos para ganhar a Copa do Mundo.
Se o time mantiver boas atuações nos dois próximos jogos, sobe um degrau e fica na frente dos argentinos.
O México, em casa, uma seleção mediana, já ganhou uma Copa das Confederações, vencendo o Brasil na decisão. A África do Sul, sob o comando de Carlos Alberto Parreira, foi a única seleção anfitriã que não se classificou na primeira fase de uma Copa do Mundo.
Até a fraquíssima Coreia do Sul, beneficiada por árbitros caseiros, foi quarta colocada no Mundial de 2002. Os árbitros, na dúvida, consciente ou inconscientemente, favorecem os times da casa e/ou os mais fortes. Isso ocorre em todo o mundo e em todos os tipos de competição.
As arbitragens a favor da Coreia do Sul, contra Espanha e Itália, foram mais que caseiras, foram vergonhosas.
Na última Copa das Confederações, a Espanha foi eliminada pelos Estados Unidos e ganhou o Mundial-2010.
O Brasil venceu as duas últimas competições e foi mal nessa Copa. Temos de ficar alegres, se o Brasil vencer, mas sem oba-oba.
No futebol, uma mesma equipe costuma ir muito bem em uma competição e muito mal na seguinte. Há muitos fatores envolvidos no resultado. Futebol é vendaval, uma metáfora da fragilidade e da finitude humana.
Bilhões x centavos - GLAUCIO SOARES
O GLOBO - 25/06
Algumas das bandeiras levantadas pelos manifestantes, que estavam presentes nas redes sociais há tempos, se referem à conveniência (ou não) de realizar copas e olimpíadas quando faltam recursos para a infraestrutura, o transporte, a educação e a saúde.
Há alguns pontos relacionados aos eventos esportivos internacionais que o Brasil sedia e sediará que são perturbadores e podem levantar novas bandeiras e alimentar novas manifestações. É um ninho de vespas esperando ser tocado.
A Fifa é uma organização autocrática? Julgue você: ela foi fundada em 1904 e teve oito presidentes até agora, com uma permanência média de 13,6 anos no poder. É muito. Jules Rimet, cujo nome marca a taça das Copas Mundiais, presidiu a Fifa durante 33 anos. Três morreram na presidência. A presidência da Fifa revela sua origem eurocêntrica. Dos oito presidentes, sete eram ou são europeus. Nosso conhecidíssimo João Havelange, até agora, é a única exceção. Teve o inegável mérito de globalizar o futebol e a Fifa, contra, diga-se de passagem, os protestos de muitos europeus. Porém, ele também teve um extenso reinado, de 24 anos, marcado por acusações de corrupção. O atual presidente, Blatter, assumiu em junho de 1998. Já completou quinze anos na presidência.
Esse caráter autocrático, com concentração de poder e número ilimitado de reeleições, marca muitas associações esportivas, nacionais e internacionais.
Havelange, quando presidiu a CBF, permaneceu 23 anos. Roberto Teixeira, que saiu há pouco, outros 23. E há problemas de nepotismo.
Ricardo Teixeira foi casado com a filha de João Havelange, Lúcia. Outras organizações esportivas, nacionais e internacionais, também se caracterizam por extensas permanências dos que ocupam os cargos mais altos e por empregar parentes e amigos de seus presidentes ou diretores.
Organizações internamente autocráticas convivem mal com países democráticos. Segundo o "The Sun", Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, afirmou que era mais fácil lidar com um líder forte, como Putin, do que com países democráticos, como a Alemanha. Blatter foi mais longe: afirmou que a Copa de 1978, na Argentina, foi uma forma de reconciliar os argentinos com o sistema político. Como sabemos, era uma ditadura militar. No dia 2 de outubro de 1968, ocorreu um massacre em Nonoalco- Tlatelolco, no México. Havia uma manifestação, como as no Brasil, lideradas por jovens. As forças repressivas abriram fogo. As estimativas do número de mortos variam entre 30 e 300. Menos de dois anos depois o México, ainda presidido por Diaz Ordaz, sediou as Olimpíadas e, em 1970, a Copa.
Alguns desses problemas são debatidos no mundo dos esportes. Os presidentes das associações dinamarquesa e alemã, Allan Hansen e Wolfgang Niersbach, criticaram a recusa da Fifa a discutir temas como a idade limite e a duração dos mandatos.
Os presidentes e altos funcionários ficaram e ficam por abnegação? Por altruísmo? É difícil acreditar. Ninguém sabe quanto ganha Blatter. A Fifa não revela. Em maio deste ano, Mark Pieth, um advogado suíço, exigiu que a Fifa revelasse o quanto ganham os membros da sua hierarquia.
Segundo a organização The Richest (http:// www.therichest.org), o patrimônio de Blatter seria de dez milhões de dólares; Blatter teria admitido que seu salário era de £ 598.000 em 2010, cerca de dois milhões de reais ao cambio de hoje.
A Fifa vive de eventos. Uma estimativa nos dá 87% das suas receitas neste quesito. Tem deixado a receita das entradas e ingressos para o país sede.
Ajudou a África do Sul com 500 milhões de dólares, muito pouco, considerando os gastos do país com a construção e a reconstrução de estádios, a custosa melhoria dos transportes para os estádios, aeroportos e áreas de turismo, e segurança. O "New York Times", no dia 20 de junho, foi enfático ao afirmar que "nem a Fifa nem o Comitê Olímpico Internacional financiam os estádios multibilionários, nem pagam pela infraestrutura, o policiamento...
Mas são a Fifa e o COI que [recebem] os bilhões da receita das televisões". Até os direitos televisivos e de marketing são reservados para a Fifa.
Eles são o filão das copas. Quanto rendem? A Fifa fica com eles. Assinou um contrato com a ABC/ ESPN para a transmissão de seus eventos de 2007 a 2014 somente na língua inglesa: 425 milhões. É um monopólio assegurado pela lei (nº 12.663 de 5/ 6/2012, Seção III, Art. 12).
O orçamento da Fifa para 2011-2014 estima uma receita de quase quatro bilhões de dólares. Feliz com esses resultados, Blatter aumentou a contribuição da Fifa para as seis confederações regionais: dois milhões e meio para cada uma. Aumento pequeno. Quinze milhões, no total, ou menos de 0,004% do mencionado orçamento.
Há uma contradição entre o caráter autocrático da Fifa, as frequentes acusações de corrupção a seus próceres, suas altas receitas, os salários não revelados dos seus dirigentes, e os ideais modestos, socialmente igualitários e contra a corrupção dos manifestantes fora dos estádios.
Chamem o Beppe Grillo - CLÓVIS ROSSI
FOLHA DE SP - 25/06
Proposta de assembleia exclusiva para reforma política é a única capaz de domar a "casta"
A presidente Dilma Rousseff cravou ontem o último prego no caixão do sistema partidário brasileiro, ao sugerir um plebiscito para convocar uma assembleia exclusiva para tratar da reforma política.
Embora faltem detalhes, como é natural em se tratando de uma decisão tomada às pressas, para responder à pressão da rua, parece óbvio que os atuais parlamentares não participarão da reforma. Se eles pudessem fazer uma reforma séria, não seria preciso convocar coisa alguma. O Congresso atual bastaria para fazê-la.
Trata-se do reconhecimento da mais alta autoridade da República de que os protestos em curso são "uma manifestação a mais da crise mundial da democracia representativa", como escreveu ontem o embaixador Rubens Ricupero.
Aqui mesmo, domingo retrasado, tratei do tema, sob o título "O fracasso da democracia" (http://folha.com/no1295954).
É saudável que Dilma assuma agora a necessidade de uma ampla reforma política, que jamais será feita pelo sistema atual, voltado exclusivamente para seus próprios interesses, nem sempre legais.
Cabe toda uma discussão a respeito do que deveria entrar na reforma política, mas, para enlaçar o tema com os protestos, sugiro que os descontentes com o sistema atual prestem atenção ao que aconteceu na Itália.
Lá, os partidos que ajudaram o país a sair dos escombros da Segunda Guerra Mundial para a posição de sexta potência do planeta em um prazo relativamente curto implodiram nos anos 90, sem que a democracia implodisse junto. Ao contrário, a Itália é de tremenda vitalidade, do que dá prova o surgimento do M5S (Movimento 5 Estrelas), liderado por um cômico, Beppe Grillo.
Nasceu e cresceu na internet, como as manifestações deste junho brasileiro, mas ganhou as ruas na campanha eleitoral do início deste ano, tendo como centro de seu programa a crítica demolidora aos partidos políticos convencionais, de direita ou de esquerda.
Com essas características, deu o passo que talvez o Movimento Passe Livre e seus primos devessem dar em algum momento: jogou-se às urnas e delas saiu com um quarto dos sufrágios, como o partido isoladamente mais votado. Só perdeu para coligações, as de centro-esquerda e de centro-direita.
O momento ideal para isso seria, em tese, a assembleia exclusiva para a reforma política. Mas, antes dela, é fundamental impedir que a "casta", como os italianos chamam a sua classe política, anestesie o impulso reformista que a presidente assumiu ontem.
É escandalosamente óbvio que os partidos políticos existentes farão o possível, o impossível e o indevido para bloquear qualquer reforma que reduza --ou, preferencialmente, elimine-- privilégios absurdos que foram construindo com o tempo.
Só temem a pressão vinda das ruas porque sabem que, entre eles, mesmo que sejam adversários, são perfeitamente capazes de se entender, como dão prova as espúrias alianças formadas pelos presidentes oriundos do PSDB primeiro e do PT depois.
Proposta de assembleia exclusiva para reforma política é a única capaz de domar a "casta"
A presidente Dilma Rousseff cravou ontem o último prego no caixão do sistema partidário brasileiro, ao sugerir um plebiscito para convocar uma assembleia exclusiva para tratar da reforma política.
Embora faltem detalhes, como é natural em se tratando de uma decisão tomada às pressas, para responder à pressão da rua, parece óbvio que os atuais parlamentares não participarão da reforma. Se eles pudessem fazer uma reforma séria, não seria preciso convocar coisa alguma. O Congresso atual bastaria para fazê-la.
Trata-se do reconhecimento da mais alta autoridade da República de que os protestos em curso são "uma manifestação a mais da crise mundial da democracia representativa", como escreveu ontem o embaixador Rubens Ricupero.
Aqui mesmo, domingo retrasado, tratei do tema, sob o título "O fracasso da democracia" (http://folha.com/no1295954).
É saudável que Dilma assuma agora a necessidade de uma ampla reforma política, que jamais será feita pelo sistema atual, voltado exclusivamente para seus próprios interesses, nem sempre legais.
Cabe toda uma discussão a respeito do que deveria entrar na reforma política, mas, para enlaçar o tema com os protestos, sugiro que os descontentes com o sistema atual prestem atenção ao que aconteceu na Itália.
Lá, os partidos que ajudaram o país a sair dos escombros da Segunda Guerra Mundial para a posição de sexta potência do planeta em um prazo relativamente curto implodiram nos anos 90, sem que a democracia implodisse junto. Ao contrário, a Itália é de tremenda vitalidade, do que dá prova o surgimento do M5S (Movimento 5 Estrelas), liderado por um cômico, Beppe Grillo.
Nasceu e cresceu na internet, como as manifestações deste junho brasileiro, mas ganhou as ruas na campanha eleitoral do início deste ano, tendo como centro de seu programa a crítica demolidora aos partidos políticos convencionais, de direita ou de esquerda.
Com essas características, deu o passo que talvez o Movimento Passe Livre e seus primos devessem dar em algum momento: jogou-se às urnas e delas saiu com um quarto dos sufrágios, como o partido isoladamente mais votado. Só perdeu para coligações, as de centro-esquerda e de centro-direita.
O momento ideal para isso seria, em tese, a assembleia exclusiva para a reforma política. Mas, antes dela, é fundamental impedir que a "casta", como os italianos chamam a sua classe política, anestesie o impulso reformista que a presidente assumiu ontem.
É escandalosamente óbvio que os partidos políticos existentes farão o possível, o impossível e o indevido para bloquear qualquer reforma que reduza --ou, preferencialmente, elimine-- privilégios absurdos que foram construindo com o tempo.
Só temem a pressão vinda das ruas porque sabem que, entre eles, mesmo que sejam adversários, são perfeitamente capazes de se entender, como dão prova as espúrias alianças formadas pelos presidentes oriundos do PSDB primeiro e do PT depois.
Alternativas externas - - RUBENS BARBOSA
O GLOBO - 25/06
Na vanguarda de um pensamento moderno e atualizado que vai na direção contrária à tendência protecionista e defensiva defendida por muitos dentro e fora do governo, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo divulgou recentemente documento sugerindo propostas para promover a competitividade da indústria nacional através de nova estratégia de negociação comercial.
No cenário externo, a multiplicação dos acordos de livre comércio nos últimos anos e a crescente integração de países e empresas nas cadeias globais de valor agregado trouxeram desafios para a inserção do Brasil.
Essa visão, compartilhada pelo Iedi e pela CNI, contrasta com o imobilismo do governo brasileiro que, sem uma analise mais profunda como a do setor privado, deixa prevalecer considerações ideológicas que ignoram o que ocorre no mundo. Brasília não está preocupada com a tendência de acordos bilaterais, anunciam porta-vozes oficiais, ignorando, por exemplo, o impacto que pode ter sobre o Brasil um acordo entre os EUA e a Europa.
Propõe-se a imediata reincorporação do Paraguai ao Mercosul e a efetiva incorporação da Venezuela às regras do bloco. Complementando as negociações comerciais regionais, a Fiesp recomenda ainda a aceleração do processo de integração física, em especial visando ao escoamento de nossas exportações para a Ásia pelo Pacifico.
A integração com países de maior desenvolvimento tecnológico e geradores de inovação é outra prioridade. O acordo com a União Europeia, em negociação há mais de dez anos, deveria ser finalizado até o final de 2014. Caso a Argentina e a Venezuela se tornem empecilho para sua conclusão, o Brasil deveria flexibilizar as regras atuais e, sob a égide do Mercosul, examinar as listas de produtos individualmente com o parceiro europeu. A decisão de negociar com uma única voz é um falso dilema, pois nada impede acomodar as circunstâncias econômicas e comerciais de cada pais por meio de uma diferenciação de listas e cronogramas. Com a América do Norte, os entendimentos com o México e o Canadá deveriam ser acelerados e, com os EUA, iniciados estudos visando à celebração de um acordo de livre comércio.
O documento preconiza também apoio às negociações multilaterais no âmbito da Rodada de Doha e o fortalecimento da OMC.
A interveniência de mais de dez ministérios e órgãos do governo no processo decisório de comércio exterior, além do número excessivo de normas legais dificultam e burocratizam as atividades ligadas ao intercâmbio externo.
Nesse sentido, a Fiesp propõe que a Camex seja efetivamente o ponto focal da formulação da politica de comércio exterior e da negociação externa e que seja vinculada diretamente ao presidente da República.
A integração econômica com o exterior traz desafios à indústria, pela baixa competitividade da economia brasileira. O isolamento do processo de mudança no comércio e o protecionismo não são opções para o Brasil.
Na vanguarda de um pensamento moderno e atualizado que vai na direção contrária à tendência protecionista e defensiva defendida por muitos dentro e fora do governo, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo divulgou recentemente documento sugerindo propostas para promover a competitividade da indústria nacional através de nova estratégia de negociação comercial.
No cenário externo, a multiplicação dos acordos de livre comércio nos últimos anos e a crescente integração de países e empresas nas cadeias globais de valor agregado trouxeram desafios para a inserção do Brasil.
Essa visão, compartilhada pelo Iedi e pela CNI, contrasta com o imobilismo do governo brasileiro que, sem uma analise mais profunda como a do setor privado, deixa prevalecer considerações ideológicas que ignoram o que ocorre no mundo. Brasília não está preocupada com a tendência de acordos bilaterais, anunciam porta-vozes oficiais, ignorando, por exemplo, o impacto que pode ter sobre o Brasil um acordo entre os EUA e a Europa.
Propõe-se a imediata reincorporação do Paraguai ao Mercosul e a efetiva incorporação da Venezuela às regras do bloco. Complementando as negociações comerciais regionais, a Fiesp recomenda ainda a aceleração do processo de integração física, em especial visando ao escoamento de nossas exportações para a Ásia pelo Pacifico.
A integração com países de maior desenvolvimento tecnológico e geradores de inovação é outra prioridade. O acordo com a União Europeia, em negociação há mais de dez anos, deveria ser finalizado até o final de 2014. Caso a Argentina e a Venezuela se tornem empecilho para sua conclusão, o Brasil deveria flexibilizar as regras atuais e, sob a égide do Mercosul, examinar as listas de produtos individualmente com o parceiro europeu. A decisão de negociar com uma única voz é um falso dilema, pois nada impede acomodar as circunstâncias econômicas e comerciais de cada pais por meio de uma diferenciação de listas e cronogramas. Com a América do Norte, os entendimentos com o México e o Canadá deveriam ser acelerados e, com os EUA, iniciados estudos visando à celebração de um acordo de livre comércio.
O documento preconiza também apoio às negociações multilaterais no âmbito da Rodada de Doha e o fortalecimento da OMC.
A interveniência de mais de dez ministérios e órgãos do governo no processo decisório de comércio exterior, além do número excessivo de normas legais dificultam e burocratizam as atividades ligadas ao intercâmbio externo.
Nesse sentido, a Fiesp propõe que a Camex seja efetivamente o ponto focal da formulação da politica de comércio exterior e da negociação externa e que seja vinculada diretamente ao presidente da República.
A integração econômica com o exterior traz desafios à indústria, pela baixa competitividade da economia brasileira. O isolamento do processo de mudança no comércio e o protecionismo não são opções para o Brasil.
O gigante acordou! V de Viagra! - JOSÉ SIMÃO
FOLHA DE SP - 25/06
E a manifestação "Fora Feliciano"? "Não me curem! Eu não tenho roupa para ser hétero!" Rarará!
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República!
Efeitos colaterais da manifestação! A tuiteira Samara7days: "Estou tão perturbada com essas manifestações que uma mulher espirrou no metrô e eu falei: saúde e educação'".
AAAATCHIM! Saúde e educação! AAAAATCHIM! Saúde e não à Pec 37! AAAAATCHIM! Saúde padrão Fifa! Rarará!
E o pronunciamento da Dilma? Parecia um boneco de Olinda: balança, balança e não fala nada!
Só que o verdadeiro boneco de Olinda balança, balança, não fala nada, mas traz alegria. Rarará!
E uma amiga gritou: "Para de balançar que eu tenho labirintite!".
Pior: "Latino acha discurso da Dilma pouco convincente". #olatinoacordou!
Ele queria que ela falasse o quê? "Brasileiros e brasileiras, hoje vai ter festa no apê! E na rua tá rolando um bundalelê"? Rarará!
E na manifestação encontrei 200 apartidários do PSDB e uns 100 apartidários do PPS! Rarará!
E este jornal de Sorocaba: "PM ataca e manifestantes DISPERÇAM". Tá vendo o que dá investir mais em estádio do que em educação? Rarará!
Socuerro! Parem com isso!
"Milhares vão às ruas em Assunção e gritam O Paraguai acordou!'."
Falsificaram nóis! Puxaram um gato! Isso é gambiarra!
E a manifestação "Fora Feliciano"? "Não me curem! Eu não tenho roupa pra ser hétero!" Rarará!
Vai ter que renovar o guarda-roupa na Vila Romana! Rarará!
E outra: "Feliciano, isso é orgulho ferido de um fiofó não comido".
E como disse uma amiga: "O gigante acordou aqui em casa! V de Viagra!" Rarará!
É mole? É mole, mas sobe!
Viva São João! São João Apartidário!
Este ano as festas juninas vão ser apartidárias: nem forró pé de serra, nem forro pé de Dilma!
E placa na festa de São João em Caruaru: "Selveja Latrão 2,00. Latra: 3 por 5,00". Rarará. No Brasil todo mundo escreve errado, mas todo mundo se entende! E fogueira é coisa de vândalo! Rarará!
Nóis sofre, mas nóis goza.
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
E o gigante que me desculpe, mas hoje não vou pra rua!
Desculpe aí, gigante!
E a manifestação "Fora Feliciano"? "Não me curem! Eu não tenho roupa para ser hétero!" Rarará!
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República!
Efeitos colaterais da manifestação! A tuiteira Samara7days: "Estou tão perturbada com essas manifestações que uma mulher espirrou no metrô e eu falei: saúde e educação'".
AAAATCHIM! Saúde e educação! AAAAATCHIM! Saúde e não à Pec 37! AAAAATCHIM! Saúde padrão Fifa! Rarará!
E o pronunciamento da Dilma? Parecia um boneco de Olinda: balança, balança e não fala nada!
Só que o verdadeiro boneco de Olinda balança, balança, não fala nada, mas traz alegria. Rarará!
E uma amiga gritou: "Para de balançar que eu tenho labirintite!".
Pior: "Latino acha discurso da Dilma pouco convincente". #olatinoacordou!
Ele queria que ela falasse o quê? "Brasileiros e brasileiras, hoje vai ter festa no apê! E na rua tá rolando um bundalelê"? Rarará!
E na manifestação encontrei 200 apartidários do PSDB e uns 100 apartidários do PPS! Rarará!
E este jornal de Sorocaba: "PM ataca e manifestantes DISPERÇAM". Tá vendo o que dá investir mais em estádio do que em educação? Rarará!
Socuerro! Parem com isso!
"Milhares vão às ruas em Assunção e gritam O Paraguai acordou!'."
Falsificaram nóis! Puxaram um gato! Isso é gambiarra!
E a manifestação "Fora Feliciano"? "Não me curem! Eu não tenho roupa pra ser hétero!" Rarará!
Vai ter que renovar o guarda-roupa na Vila Romana! Rarará!
E outra: "Feliciano, isso é orgulho ferido de um fiofó não comido".
E como disse uma amiga: "O gigante acordou aqui em casa! V de Viagra!" Rarará!
É mole? É mole, mas sobe!
Viva São João! São João Apartidário!
Este ano as festas juninas vão ser apartidárias: nem forró pé de serra, nem forro pé de Dilma!
E placa na festa de São João em Caruaru: "Selveja Latrão 2,00. Latra: 3 por 5,00". Rarará. No Brasil todo mundo escreve errado, mas todo mundo se entende! E fogueira é coisa de vândalo! Rarará!
Nóis sofre, mas nóis goza.
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
E o gigante que me desculpe, mas hoje não vou pra rua!
Desculpe aí, gigante!
Um rio que passou em nossa vida - ARNALDO JABOR
O Estado de S.Paulo - 25/06
À primeira vista, essas manifestações pareciam uma provocação anárquica, sem rumo. Muitos acharam isso, inclusive eu. Nós temos democracia desde 1985; mas 'democracia' tem de ser aperfeiçoada, senão, decai. Entre nós tudo sempre acabou em pizza, diante da paralisia dos três poderes. O Brasil parecia desabitado. De repente, reapareceu o povo. Parecia um mar.
Acordou uma juventude calada há 20 anos, uma juventude que nascia enquanto o Collor caía... Isso pode ser o início de uma 'primavera brasileira'. Contra ditadores? Em parte sim, uma ditadura difusa, ditada por entendimentos silenciosos que formam uma rede de interesses mutuamente atendidos. Nossa rede corrupta tem uma lógica complexa, mas sólida, em que a perversão pavorosa do Congresso se soma à incompetência tradicional dos petistas e sindicalistas do Executivo e um STF querendo acordar, sob uma chuva de embargos. Tudo atende aos interesses dos canalhas. Nossa rede de escrotidões é muito funcional. Sempre que se abre uma porta, damos com uma outra fechada. O atraso é muito bem planejado. O Brasil é o país mais bem 'desorganizado' do mundo.
Subitamente, o povo reapareceu. Andava muito sumido, como se a sociedade não existisse mais.
Nossa opinião pública era queixosa - reclamava muito e agia pouco. Agora, mudou. Os jovens estão com a maravilhosa sensação do Poder. Agora esse movimento tem de proteger o imenso poder de influência que conquistou.
Mas, sutilmente, essa vitória pode ser apagada pouco a pouco, com a solerte esperteza do Executivo e do Legislativo. Vocês repararam que o governo central, na fala de Dilma na TV, está 'encantado' com a democracia? Prefeitos, governadores, todos fascinados com a democracia. Todos (de nariz meio torcido) elogiam a 'juventude que despertou', etecetera e tal. Mas, no fundo, ou melhor, na cara, só pensam em recuperar Ibopes e em sossegar os leões. Muitos políticos com culpa no cartório estão ansiosos: "Meu Deus, não se pode nem roubar em paz! Precisamos apoiar isso tudo para que tudo continue como sempre foi", pensam. Quase todos que assinaram o apoio à PEC 37 - a PEC da impunidade - têm ficha suja. São mais de 200.
Todo mundo apoia a democracia - que legal!... - mas ninguém explica, por exemplo, por que a Petrobrás comprou a refinaria no Texas por mais de um bilhão de dólares, se o valor real é de apenas 100 milhões? Por quê? Por que a ferrovia Norte-Sul, desmoralizada há 27 anos pela Folha de S. Paulo, que anunciou o resultado da concorrência dois dias antes? E não está pronta ainda, mesmo depois de descoberta a roubalheira da Valec. E a volta da inflação, que causa arrepios nos economistas do mundo todo, menos no trêmulo e incompetente Mantega? E Belmonte? E a refinaria com os fascistas da Venezuela, que não pagam? E o canal do Rio S. Francisco parado? E as privatizações envergonhadas que não saem? E corruptos impunes? E o Estado quebrado, cheio de gastos de custeio, sem dinheiro para investir? E as alianças com partidos ladrões que impedem qualquer reforma? E a preocupação somente eleitoral? E o custo dos estádios? E a infraestrutura morta?
Ninguém explica. A Dilma tinha de explicar, em vez de tentar acalmar a "massa atrasada". Lula, o eterno e nefasto presidente, já disse que "Tudo bem; quem nos apoia não está se manifestando - são os miseráveis do Bolsa-Família" (que com inflação crescente vai murchar para vinténs). Foi o mesmo que ele disse na cena do dossiê dos 'aloprados', lembram?: "Não tem 'pobrema', pois o povão pensa que 'dossiê' é doce de batata".
Vamos botar a bola no chão: O PT está no governo há dez anos e é o responsável principal por esta cag... catástrofe pública. Ou não é?
Mas o que pode acabar com o Movimento? O vandalismo, sem dúvida. O vandalismo se explica pela infiltração de vagabundos, punks e marginais, aproveitando que a polícia não pode matar. Mas também há o vandalismo proposital, programado por radicais, para desclassificar o Movimento. Será que alguns bolcheviques estão seguindo a lição de Lenin, quando escreveu como desqualificar movimentos de rua: "Infiltrem nossos homens em outros partidos e (...) dividam a população em grupos antagônicos, estimulando divergências entre eles sobre questões sociais".
E aí? O que pode esvaziar o Movimento?
Bem, em primeiro lugar, o vazio, a abstração, a luta pela luta, o horror da política. Se virar um movimento genérico demais, tudo acaba. Não podem achar que podem mudar o País num 'passe livre de mágica'. Não podem.
Não podem se deslumbrar com o sucesso. O fundamental é alguma humildade no processo todo.
É necessário lutar contra causas concretas, pontuais.
É preciso a organização de lideranças, sim, assumidas, inclusive com células nos Estados, todos conectados para agir, sempre em cima de um tema.
A sensação de poder é maravilhosa, mas não pode levar a sentimentos de onipotência, a um excesso de otimismo. Tem de ser um movimento de vigilância, um poder paralelo e discreto que se articula rapidamente para protestos pontuais.
Os partidos que existem têm de ser questionados em seus malfeitos e em seus programas oportunistas.
Creio que este movimento jovem tem de ser uma periferia crítica permanente, sem ser um partido tradicional, mas uma vigilância no dia a dia de Brasília.
O Movimento tem de representar a sociedade. Uma espécie de Ministério Público sem gravata.
Outro perigo que ronda os jovens é o tempo. Sim, os corruptos trabalham com o tempo. São todos cobras criadas que contam com o cansaço dos manifestantes jovens, esperando a hora em que a mamãe chama para o jantar. Contam também com o tédio da população. Eles adoram a falta de memória e os dias que passam. Já adiaram expressamente a votação da emenda PEC 37, para momentos 'mais calmos' - esqueceram que a votação será nominal, logo, anotaremos todos os inimigos declarados.
Se essas provações forem superadas por jovens sem experiência política, eles terão nos dado uma grande lição: "Temos democracia; agora, temos de formar uma República".
Se não, tudo será apenas um rio que passou em nossa vida e... sumiu.
À primeira vista, essas manifestações pareciam uma provocação anárquica, sem rumo. Muitos acharam isso, inclusive eu. Nós temos democracia desde 1985; mas 'democracia' tem de ser aperfeiçoada, senão, decai. Entre nós tudo sempre acabou em pizza, diante da paralisia dos três poderes. O Brasil parecia desabitado. De repente, reapareceu o povo. Parecia um mar.
Acordou uma juventude calada há 20 anos, uma juventude que nascia enquanto o Collor caía... Isso pode ser o início de uma 'primavera brasileira'. Contra ditadores? Em parte sim, uma ditadura difusa, ditada por entendimentos silenciosos que formam uma rede de interesses mutuamente atendidos. Nossa rede corrupta tem uma lógica complexa, mas sólida, em que a perversão pavorosa do Congresso se soma à incompetência tradicional dos petistas e sindicalistas do Executivo e um STF querendo acordar, sob uma chuva de embargos. Tudo atende aos interesses dos canalhas. Nossa rede de escrotidões é muito funcional. Sempre que se abre uma porta, damos com uma outra fechada. O atraso é muito bem planejado. O Brasil é o país mais bem 'desorganizado' do mundo.
Subitamente, o povo reapareceu. Andava muito sumido, como se a sociedade não existisse mais.
Nossa opinião pública era queixosa - reclamava muito e agia pouco. Agora, mudou. Os jovens estão com a maravilhosa sensação do Poder. Agora esse movimento tem de proteger o imenso poder de influência que conquistou.
Mas, sutilmente, essa vitória pode ser apagada pouco a pouco, com a solerte esperteza do Executivo e do Legislativo. Vocês repararam que o governo central, na fala de Dilma na TV, está 'encantado' com a democracia? Prefeitos, governadores, todos fascinados com a democracia. Todos (de nariz meio torcido) elogiam a 'juventude que despertou', etecetera e tal. Mas, no fundo, ou melhor, na cara, só pensam em recuperar Ibopes e em sossegar os leões. Muitos políticos com culpa no cartório estão ansiosos: "Meu Deus, não se pode nem roubar em paz! Precisamos apoiar isso tudo para que tudo continue como sempre foi", pensam. Quase todos que assinaram o apoio à PEC 37 - a PEC da impunidade - têm ficha suja. São mais de 200.
Todo mundo apoia a democracia - que legal!... - mas ninguém explica, por exemplo, por que a Petrobrás comprou a refinaria no Texas por mais de um bilhão de dólares, se o valor real é de apenas 100 milhões? Por quê? Por que a ferrovia Norte-Sul, desmoralizada há 27 anos pela Folha de S. Paulo, que anunciou o resultado da concorrência dois dias antes? E não está pronta ainda, mesmo depois de descoberta a roubalheira da Valec. E a volta da inflação, que causa arrepios nos economistas do mundo todo, menos no trêmulo e incompetente Mantega? E Belmonte? E a refinaria com os fascistas da Venezuela, que não pagam? E o canal do Rio S. Francisco parado? E as privatizações envergonhadas que não saem? E corruptos impunes? E o Estado quebrado, cheio de gastos de custeio, sem dinheiro para investir? E as alianças com partidos ladrões que impedem qualquer reforma? E a preocupação somente eleitoral? E o custo dos estádios? E a infraestrutura morta?
Ninguém explica. A Dilma tinha de explicar, em vez de tentar acalmar a "massa atrasada". Lula, o eterno e nefasto presidente, já disse que "Tudo bem; quem nos apoia não está se manifestando - são os miseráveis do Bolsa-Família" (que com inflação crescente vai murchar para vinténs). Foi o mesmo que ele disse na cena do dossiê dos 'aloprados', lembram?: "Não tem 'pobrema', pois o povão pensa que 'dossiê' é doce de batata".
Vamos botar a bola no chão: O PT está no governo há dez anos e é o responsável principal por esta cag... catástrofe pública. Ou não é?
Mas o que pode acabar com o Movimento? O vandalismo, sem dúvida. O vandalismo se explica pela infiltração de vagabundos, punks e marginais, aproveitando que a polícia não pode matar. Mas também há o vandalismo proposital, programado por radicais, para desclassificar o Movimento. Será que alguns bolcheviques estão seguindo a lição de Lenin, quando escreveu como desqualificar movimentos de rua: "Infiltrem nossos homens em outros partidos e (...) dividam a população em grupos antagônicos, estimulando divergências entre eles sobre questões sociais".
E aí? O que pode esvaziar o Movimento?
Bem, em primeiro lugar, o vazio, a abstração, a luta pela luta, o horror da política. Se virar um movimento genérico demais, tudo acaba. Não podem achar que podem mudar o País num 'passe livre de mágica'. Não podem.
Não podem se deslumbrar com o sucesso. O fundamental é alguma humildade no processo todo.
É necessário lutar contra causas concretas, pontuais.
É preciso a organização de lideranças, sim, assumidas, inclusive com células nos Estados, todos conectados para agir, sempre em cima de um tema.
A sensação de poder é maravilhosa, mas não pode levar a sentimentos de onipotência, a um excesso de otimismo. Tem de ser um movimento de vigilância, um poder paralelo e discreto que se articula rapidamente para protestos pontuais.
Os partidos que existem têm de ser questionados em seus malfeitos e em seus programas oportunistas.
Creio que este movimento jovem tem de ser uma periferia crítica permanente, sem ser um partido tradicional, mas uma vigilância no dia a dia de Brasília.
O Movimento tem de representar a sociedade. Uma espécie de Ministério Público sem gravata.
Outro perigo que ronda os jovens é o tempo. Sim, os corruptos trabalham com o tempo. São todos cobras criadas que contam com o cansaço dos manifestantes jovens, esperando a hora em que a mamãe chama para o jantar. Contam também com o tédio da população. Eles adoram a falta de memória e os dias que passam. Já adiaram expressamente a votação da emenda PEC 37, para momentos 'mais calmos' - esqueceram que a votação será nominal, logo, anotaremos todos os inimigos declarados.
Se essas provações forem superadas por jovens sem experiência política, eles terão nos dado uma grande lição: "Temos democracia; agora, temos de formar uma República".
Se não, tudo será apenas um rio que passou em nossa vida e... sumiu.