O curioso dos neocríticos é que até recentemente eles estavam ou dentro do governo ou entre seus defensores. E passaram, subitamente, a ver o que antes negavam. Segundo Delfim, "as operações do BNDES e da Caixa estão entre as causas da perda de credibilidade do governo" O ex-ministro diz que não vê possibilidade de mudança de política econômica num segundo mandato de Dilma Rousseff, onde, segundo ele, a expectativa de crescimento não se confirma e projetos de infraestrutura não deslancham.
Barbosa, em quatro meses, foi capaz de ver o que antes não via. De acordo com o ex-número dois da Fazenda, segundo relato publicado no "Estado de S.Paulo" no sábado, o governo enfrentará o desafio da inflação represada, alto custo dos empréstimos dos bancos estatais e a desvalorização do real provocada pelo déficit crescente nas contas externas.
Tudo isso tem estado na linha do horizonte dos críticos. O mais curioso é Nelson Barbosa mostrar o que todos têm visto acontecer, exceto quem está no governo: o crescimento da dívida bruta. Publicamente, o que qualquer integrante do governo diz é que a dívida está em queda. Isso é uma meia verdade. A dívida líquida está em queda, mas deixou de ser um indicador que faça sentido e seja levado em conta. Os olhos estão sobre a dívida bruta, e, ontem, Delfim Netto, ex-primeiro apoiador do governo, explicou por quê: "financiamentos questionáveis do BNDES e da Caixa" E acrescentou: "Hoje, 9% da dívida bruta são empréstimos do BNDES."
Nada disso é novidade para quem tem acompanhado o governo em suas decisões nos últimos anos. A novidade realmente são os recém-convertidos a essa constatação: o governo se endivida e passa o dinheiro para o BNDES
como empréstimo/e, por ser oficialmente empréstimo, não entra na dívida líquida. Mas não tem liquidez. O governo não pode pedir que o BNDES pague os 9% do PIB. Então, na verdade, isso virou um esqueleto no armário e elevou a dívida.
Nelson Barbosa fez as críticas em Washington, no Wilson Center. Na sua avaliação, a expansão do crédito via bancos públicos e com endividamento público foi a versão brasileira dos estímulos monetários que nos Estados Unidos são conhecidos como Quantitative Easing. Quem tem definido aqui no Brasil esse mecanismo de financiamento como o QE brasileiro tem sido a economista Monica de Bolle, como falou recentemente num debate organizado pelo GLOBO. O problema, diz Monica, é que não há porta de saída. O Fed está agora preparando a redução desses estímulos, aqui no Brasil o BNDES se viciou em injeções de dívida.
Tanto Barbosa quanto Delfim também alertaram para o risco do represamento de preços administrados que está gerando uma inflação reprimida. Barbosa falou da gasolina, energia e transporte público como exemplos de preços que têm se mantido "constantes" e gerando uma disparidade entre preços controlados, com inflação de 1,5%, e os livres, que subiram 7,5%. Falando a uma plateia de empresários ontem num evento do Eurocâmaras, Delfim foi mais duro: "Se destruiu a Petrobras por conta de não ter corrigido preços do combustível."
Essa mesma expressão foi usada na semana passada por Edmar Bacha, que deu como sinal desse mal feito à Petrobras a queda do valor de mercado da companhia. Para quem estava objetivamente olhando, nada disso é novidade. Mas o coro aumentou.
Vamos dar asas à eufemismos chistosos.
ResponderExcluirGESTOR ADVERSATIVO: Governante do PT
JUIZ ADVERSATIVO: Ministro do STF, José Antonio Dias Toffoli.
ASSESSOR(a) ADVERSATIVO: Rosemary Noronha, vulgo "ROSE"
PRESIDENTE(A) ADVERSATIVO(A): AH! Deixa prá lá!!