terça-feira, julho 02, 2013

No ano que vem, tem mais - ILIMAR FRANCO

O GLOBO - 02/07

Os estrategistas da oposição viram nos protestos uma janela. Avaliam que o gatilho foi a Copa das Confederações e não a qualidade do transporte público. E que as pesquisas demonstraram que a hegemonia do PT não é inabalável. Apostam que, agora, foi feito um ensaio, e que, na Copa do Mundo, os protestos serão retomados e, nesse caso, faltando três meses para as eleições.

Não se trata de fenômeno isolado
Muitos são os políticos tentados a relacionar os protestos que estão levando milhares de jovens às ruas a uma conspiração qualquer. Mas, antes que a imaginação ganhe asas, como a do "chavismo", convém mergulhar na experiência internacional. Na Copa do Mundo da África do Sul, em 2010, ocorreram protestos populares, porque a população africana questionava a prioridade do país ao investir nos jogos. Se isso não bastasse, também houve manifestações nas Olimpíadas de Londres, em 2012. Uma parcela da sociedade, no mundo todo, resiste à ótica dos governos de que os grandes eventos serão responsáveis por dividendos futuros para o país e seu povo.

"Buscar a opinião da sociedade para que o Congresso possa fazer algo que não faz é golpe? É hora de nos unirmos, oposição e situação, e fazermos a reforma política" 

Jorge Viana, Senador (PT-AC)

Deixar Dilma à vontade
A executiva do PMDB se reúne hoje para defender redução do número de ministérios e reforma ministerial. Inclusive, peemedebistas defendiam até ontem que o partido deveria colocar os seus cargos à disposição.

Classificados
O candidato tucano Aécio Neves (MG) está à procura de um candidato ao governo do Rio sintonizado com as manifestações das ruas. Um dos sonhos do PSDB é convencer o ex-deputado Fernando Gabeira (PV), mas a tarefa é vista como impossível. Uma das opções, o vereador Cesar Maia (DEM) é considerado muito conservador.

No encalço das redes sociais
O governador Sérgio Cabral pediu a todos os seus secretários de governo que invadam o ciberespaço. Pego de surpresa pelos protestos, como todos, ele quer que sua equipe selecione ações e projetos positivos para invadir as redes sociais.

Longe do varejo
Petistas avaliam que a articulação política do governo vai mal e deve ser mudada. Mas a solução, dizem, não é o ministro Aloizio Mercadante (Educação). Ele gosta da "grand politique" e não do varejo tocado pelas ministras Ideli Salvatti e Gleisi Hoffmann. A troca, analisam, é crucial para Dilma conseguir aprovar o plebiscito na Câmara, que resiste à ideia.

Fila para todos
O deputado Paes Landim (PTB-PI) reclamava, ontem, de não conseguir audiência com ministros. O deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) se solidarizou. Disse que foi presidente do PT, e nem essa credencial o ajuda a furar a fila.

Isso é que é fidelidade
Perguntado sobre o novo quadro sucessório depois da queda da presidente Dilma nas pesquisas de intenções de voto, o senador Aloyzio Nunes Ferreira (PSDB-SP) foi rápido no gatilho: "O Serra também foi testado?"

A palavra
de ordem "FMI fora daqui" é passado. Na saída do Maracanã, o grito era "Fifa go home".

“Buscar a opinião da sociedade para que o Congresso possa fazer algo que não faz é golpe? É hora de nos unirmos, oposição e situação, e fazermos a reforma política” Jorge Viana, Senador (PT-AC)

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