sexta-feira, julho 05, 2013

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

FOLHA DE SP - 05/07

Recessão na Europa é o maior problema turco, diz executivo
"Problemas nacionais [na economia]? Não, não temos", afirma o presidente da Tuskon (Confederação de Empresários e Industriais da Turquia), Rizanur Meral.

É um discurso de apoio à política econômica do premiê Tayyip Erdogan, totalmente voltada ao mercado externo e que pretende alavancar os embarques dos atuais US$ 150 bilhões para US$ 500 bilhões até 2016.

"Nosso maior problema é a recessão na Europa, e o segundo, o Oriente Médio", diz.

"Antes, 60% das nossas exportações eram para o mercado europeu. Agora, são 30%. A recessão fez a demanda cair muito. No Oriente Médio, com problemas de instabilidade política como o da Síria, o crescimento é ao redor de 5%, mas costumava ficar na casa dos dois dígitos."

O mercado interno não é interessante, diz Meral, por ser limitado a uma população de 75 milhões de habitantes.

"Nossa capacidade de produção é alta. Não podemos consumir tudo. Por isso, acreditamos que a sobrevivência da Turquia depende das exportações", acrescenta.

Nesse cenário, o Brasil passou a ser visto como um país com potencial e que precisa ser mais explorado.

"A razão pela qual não vendemos mais não é qualidade ou falta de competitividade, é falta de conhecimento. Conforme conhecerem a Turquia melhor, os negócios crescerão."

Meral quer que o Brasil seja a porta de entrada dos turcos na América Latina.

NOVA DISPUTA DE VENTO
O governo federal incluiu a participação da fonte eólica no leilão A-3, previsto para ocorrer em outubro deste ano, segundo Mauricio Tolmasquim, presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética).

O segmento de energia solar também foi colocado na lista para esse leilão, com entrega em três anos.

Com a definição, o setor eólico participará de dois leilões em 2013. Em agosto, haverá uma rodada para energia de reserva, que teve 655 projetos inscritos para nove Estados (no Sul e Nordeste do país).

As disputas marcadas para este ano demonstram otimismo do governo ante o cenário de 2012, quando houve apenas um pregão.

A geração de energia eólica representa atualmente 1,6% da matriz brasileira.

BANCO FIADOR
A CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) desenvolveu um projeto para obrigar as empresas que compram e vendem energia a terem um banco que garantirá o pagamento das operações.

A ideia é que a instituição financeira ajude a diminuir a inadimplência do setor ao atuar como uma espécie de fiadora, diz Ricardo Lima, conselheiro do órgão.

"O banco deverá determinar o limite até o qual poderá ser responsável pelo pagamento", afirma.

A proposta foi apresentada para a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), que abriu audiência pública para discutir o projeto.

Essa é a segunda medida desenvolvida pela CCEE para tentar conter a falta de pagamentos no setor.

A primeira está em vigor desde o começo do ano e suspende contratos quando os agentes não realizam um depósito financeiro 12 dias antes da liquidação.

"O nível de inadimplência atual varia de 1% a 2%. Com a nova medida, queremos que se aproxime de zero", diz o presidente da CCEE, Luiz Eduardo Barata Ferreira.

A expectativa é que os bancos sejam obrigatórios nas negociações já em 2014.

SAÚDE MAIS CARA
Contratos de planos de saúde coletivos com limite de 30 beneficiários tiveram reajuste de até 43,2% a partir de maio. Na média, a expansão foi de 11,9%, segundo o Idec (Instituto de Defesa do Consumidor), que pesquisou 61 operadoras.

"A resolução da ANS que entrou em vigor em maio para evitar altos reajustes nesses contratos não trouxe resultados", afirma Marilena Lazzarini, presidente do conselho diretor do Idec.

A norma determinou que as operadoras devem agrupar os contratos de até 30 vidas e calcular um percentual único de aumento, com intuito de diluir os custos. Antes, os reajustes eram feitos um a um.

Ao contrário do que ocorre nos planos individuais, a elevação de valor nos coletivos não é definida pela ANS (Agência Nacional de Saúde), mas em negociação direta com a operadora de saúde.

Três empresas, segundo o Idec, corrigiram os planos de 30 beneficiários acima de 20%: São Francisco Saúde (22,3%), Admédico (32,1%) e São Domingos Saúde (43,2%).

Procuradas, só a São Francisco informou, em nota, que seguiu a norma da ANS e que o aumento foi calculado por uma assessoria especializada. As demais operadoras não se manifestaram.

A agência disse que a resolução torna mais estável o reajuste dos contratos e que, como ela começou a vigorar em maio, ainda não é possível avaliar seus efeitos.

43,2%

foi o reajuste mais alto encontrado pelo Idec

5 MILHÕES

são os beneficiários de planos coletivos de até 30 pessoas

EMBARQUE COM OU SEM SOL
O porto de Paranaguá, no Paraná, fez nesta semana o primeiro teste de uma cobertura para navios que possibilita o carregamento de grãos mesmo durante a chuva.

O protótipo em escala real ficou pronto após 14 meses de criação. A Appa (administração dos portos do Estado) planeja colocar o equipamento em operação ainda neste ano.

"Hoje, quando ameaça chover, é preciso paralisar [o carregamento], porque produtos como soja e milho podem estragar com a umidade", diz o superintendente da autarquia, Luiz Henrique Dividino.

Até junho, o porto teve 51 dias de paralisações nas operações por causa da chuva.

O aporte de R$ 1,3 milhão é das empresas com terminais privados no porto. Haverá novos gastos até a operação.

PROPOSTAS DA INDÚSTRIA
A CNI (Confederação Nacional da Indústria) prepara uma série de propostas para levar ao governo federal com o intuito de melhorar a competitividade do Brasil.

Essa é uma segunda fase após a divulgação do Mapa Estratégico da Indústria, lançado pela entidade em maio e feito com a colaboração de cerca de 500 empresários.

O documento traçou estimativas e metas de desempenho para a economia brasileira para os próximos dez anos e também apontou os gargalos que precisam ser superados pelo país.

Agora, com as propostas, a entidade deve trabalhar para atingir as metas previstas.

DESCANSO TRIBUTADO
O consumidor paga quase 30% de imposto sobre pacotes de viagens, de acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, cujos dados alimentam o impostômetro da Associação Comercial de São Paulo.

Os tributos também são quase um terço dos preços das entradas de teatro e cinema e das diárias de hotel. No preço das passagens aéreas, eles correspondem a 22%.

No próximo sábado, o impostômetro da entidade vai atingir a marca de R$ 800 bilhões --cinco dias mais cedo do que no ano passado.

"Mesmo com o crescimento mais baixo e com as desonerações, os impostos ainda aumentaram", afirma o presidente da associação, Rogério Amato.

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