terça-feira, março 05, 2013

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

FOLHA DE SP - 05/03

Construção pesada deve voltar a crescer neste ano
Depois de dois anos de resultados fracos, o setor de construção civil pesada deve retomar seu crescimento.

Em 2012, a produção de asfalto (termômetro do segmento) aumentou em 4,3%, segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo).

O número é considerado baixo para um ano eleitoral: em 2010, a alta havia sido de 32,4% e, em 2008, de 26,7%.

Grandes responsáveis por obras de maior porte, os governos de 19 Estados do país diminuíram em 2% seus investimentos em 2012, de acordo com levantamento da consultoria LCA. No ano anterior, a queda havia sido de 23%.

"Há uma sinalização clara de retomada dos investimentos dos Estados, segundo os dados dos orçamentos. Ainda que o realizado do orçamento fique, como de costume, abaixo do orçado", afirma o economista Douglas Uemura Nunes, responsável pela pesquisa.

"A explicação para isso é o aumento do teto de endividamento dos Estados, aprovado pelo governo federal."

O índice de confiança dos empresários da construção pesada, medido pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), também mostra que o setor acredita em uma retomada: o indicador vem crescendo desde agosto.

Apesar dos indícios de expansão, Nunes lembra que "tudo é uma perspectiva", isso porque o começo de 2013 não registrou bons resultados -houve queda de 0,9% na produção de asfalto, por exemplo.

"A melhora deve ficar visível a partir do segundo trimestre", diz o economista.

PREÇOS ESTAGNADOS
O custo da construção civil ficou estável em fevereiro, segundo o SindusCon-SP (sindicato do setor do Estado de São Paulo). É o segundo mês seguido de estabilidade.

"Isso demonstra que os empresários estão aguardando para ver se as medidas do governo trarão resultados", diz o presidente da entidade, Sérgio Watanabe.

Os gastos das construtoras com materiais de construção oscilaram -0,02% em comparação com janeiro.

Os custos com mão de obra e com salários dos engenheiros não tiveram alteração.

A média ponderada entre os três itens resultou na variação de -0,01% do custo unitário básico representativo da construção paulista, que neste mês ficou em R$ 1.025 por metro quadrado.

FRONTEIRA DO CHOCOLATE
Conhecida no Rio Grande do Sul, a Vonpar Alimentos quer expandir sua participação em capitais do Sudeste e no Nordeste. Para isso, terá dois centros de distribuição, um em Campinas (SP) e outro próximo de Recife.

A companhia investiu R$ 160 milhões na ampliação de uma fábrica em Arroio do Meio (a 120 Km de Porto Alegre, RS), que será inaugurada no início do segundo semestre. Duas das seis novas linhas de produção de chocolate vão começar a operar em maio.

Menos de 35% do investimento na obra e em maquinário da Suíça, da Alemanha e da Itália foram financiados pelo BNDES. O restante veio de capital próprio.

"A nova fábrica vai triplicar a produção atual e precisamos crescer para outros mercados", diz Claudio Fontes, CEO da empresa. Hoje 60% das vendas estão concentradas no Estado de origem, afirma.

Para conhecer melhor o consumidor que pretende conquistar, a Vonpar contratou uma grande pesquisa de hábitos de consumo em São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Salvador e Recife.

"Dependendo dos resultados, podemos, por exemplo, dar uma cara mais infantil ou não a um produto."

Números
20% é a meta de alta no faturamento até 2015

3.600 é o número de funcionários do grupo (inclui Vonpar Bebidas)

R$ 160 milhões é o investimento na nova fábrica

200 pessoas aproximadamente serão contratadas para a nova planta da empresa

água em caixa
A Usina de Furnas pagou R$ 20,6 milhões para o Estado de São Paulo, em 2012, em royalties da água. O montante é uma compensação financeira pela utilização de recursos hídricos nos municípios.

Metade do valor teve como destino os cofres da administração estadual e a outra metade foi distribuída entre as 29 cidades paulistas localizadas em áreas onde reservatórios de hidrelétricas da empresa foram construídos.

A compensação é repassada mensalmente aos Estados e municípios e não pode ser usada para pagamento de folha de pessoal ou para quitar dívidas, exceto as contraídas junto à União.

As cidades paulistas que mais arrecadaram no ano passado foram Guaraci (R$ 3 milhões), Colômbia (R$ 1,8 milhão) e Guaíra (R$ 1,7 milhão). Nos últimos dez anos, Furnas pagou R$ 151,2 milhões em royalties da água para o Estado de São Paulo, segundo a empresa.

voto de confiança
O governo no Brasil tem a confiança de 33% de sua população, segundo pesquisa da Edelman Significa.

O levantamento aponta também o apoio para a mídia, para empresas e para ONGs de 26 países. Mais de mil pessoas em cada país foram entrevistadas.

No Brasil, a mídia, com 66%, está no primeiro lugar da lista de credibilidade.

As empresas, com 64% de aprovação, e as ONGs, com 59%, completam a lista.

"Os casos de corrupção envolvendo as ONGs e o julgamento do mensalão diminuíram a confiança dos brasileiros nelas e no poder executivo", diz Yacoff Sarkovas, CEO da Edelman Significa.

"A cobertura da mídia nesses dois casos foi a responsável pelo alto índice de aceitação dos brasileiros."

No índice mundial, o Brasil ficou em 12° lugar, com 55 pontos (escala de zero a cem), atrás de países como Índia e México. Em 2011, o país foi o 14° colocado, com 51 pontos, no ranking.

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