quarta-feira, julho 04, 2012

Fuerza Bruta - MARTHA MEDEIROS

ZERO HORA - 04/07


Que boa notícia saber que, entre as diversas atrações anunciadas pelo Porto Alegre Em Cena, está o Fuerza Bruta, de uma trupe argentina que há muito anos se apresenta pelo mundo com sucesso absoluto. Assisti dois anos atrás em Nova York e é um espetáculo difícil de descrever, mas vou tentar.

Já havia sido orientada por uma amiga: vá vestida da maneira mais casual possível. De preferência jeans, camiseta e tênis. A duração é de apenas uma hora, mas você ficará em pé o tempo todo, e estará praticamente dentro da cena. Como é que é?

Quer me deixar tensa, basta ameaçar com uma peça em que os atores interagem com o público. Até deixo de assistir, às vezes. Coisa que não me atrai é sair de casa para pagar mico. Se você também é assim, rabugenta, tranquilize-se. Nada disso acontece no Fuerza Bruta.

Ao chegar, o público é encaminhado a uma sala escura e vazia. Só o que se vê é um grande círculo riscado a giz no chão. Todos são convidados a ficar dentro do círculo. Não se enxerga nada, onde é o palco? Há um palco? Por onde entrarão os artistas? Acalme-se.

Então, surge num mezanino um DJ tocando música eletrônica. A rave vai começar. Porque Fuerza Bruta é isso: uma rave performática. Instrutores dividem o público (metade pra esquerda, metade pra direita) e começa o show, que mescla teatro, dança e nonsense.

Um ator surge no corredor aberto entre a plateia e faz seu número, enquanto cai uma chuva cenográfica que respinga nos mais próximos: se você fez chapinha no dia, não fique muito ali, grudada. Depois surgem algumas atrizes que dançam uma coreografia totalmente contagiante. Número após número, tudo é surpreendente, bizarro, teatral, estranho, até que o grande momento acontece: do teto, começa a descer uma enorme piscina plástica, onde quatro dançarinas fazem movimentos dentro d’água.

Uma piscina suspensa sobre a cabeça do público, você consegue imaginar um troço desses? E a piscina transparente desce, desce, desce a ponto de esticarmos os braços e tocarmos no seu fundo, conectando-se com as garotas. Certamente não estou conseguindo explicar o efeito, é muito mais louco do que minha descrição permite. Só posso dizer que é sensacional e apavorante, porque se tem a impressão de que a piscina irá explodir e a água cairá sobre nós.

Tudo termina com a sequência final da rave: atores e público dançando juntos sobre o embalo do DJ, que é um personagem à parte. Vibrante. Se não confia na minha opinião, já viveram essa experiência Demi Moore, Ashton Kutcher, Bradley Cooper, Jude Law, Pierce Brosnan, Orlando Bloom, Serena Williams, Shakira, John Legend, Beyoncé – pergunte a eles.

E assim, no melhor estilo garota-propaganda, declaro minha torcida para que o Em Cena 2012 mobilize os gaúchos e mantenha sua fama de um dos maiores festivais de teatro do mundo. Em setembro, Nova York é aqui.

Irmãos de sangue - ANCELMO GOIS

O GLOBO - 04/07

Um menino de 12 anos e uma menina de 13, namorados, moradores da Zona Oeste do Rio, podem ser filhos do mesmo pai.
A mãe dela, ao ver fotos da família do garoto, suspeitou que o pai dele seja o de sua filha.

Agora...
A dúvida será desfeita com um teste de DNA.
O pai, que vive nos EUA, está enviando material genético para que a menina faça o exame.

Calma, genteSábado, num “arraiá” na AABB de Brasília, Alceu Valença, que animava o baile, lá pelo meio do show, fez um discurso. Sobrou para a querida Regina Casé:
— É uma vergonha ela usar um programa (“Esquenta”, da TV Globo) para enaltecer essa música eletrônica de agora. Isso não é forró! Pagode não é samba!

Voltas que o mundo dá

Do parceiro Sérgio Besserman Vianna para mostrar que a Rio+20 deu certo:
— “Ecochatos” agora não são mais os “bichos-grilos”. São os economistas que não entendem a importância da natureza...

No mais
Atrair sócio estrangeiro para projetos de refinaria não será fácil para a Petrobras. Na era FH, a estatal vendeu 30% da Refinaria Alberto Pasqualini à Repsol.
Os espanhóis devolveriam sua parte após amargar preju. A estatal segurava preços para ajudar no controle da inflação.

Nara, 70 anos

O repórter Rafael Cortez, do “CQC”, da TV Bandeirantes, conseguiu, pela produtora Junk/ OM, autorização para captar R$ 1.602.309,85 via Lei Rouanet.
Vai produzir um show, com gravação de DVD, em homenagem aos 70 anos de Nara Leão.

SIS VALVERDE, 25 anos, a periguete Suelen da novela "Avenida Brasil", da TV Globo, posa aqui toda linda para a revista "Estilo" que chega às bancas este mês.
Na entrevista, a formosa mostra seu lado intelectual, bem diferente de Suelen. Conta que, nas folgas, participa de um grupo de estudos de psicologia. "Gosto de entender o porquê das coisas, de ser meiospinozista. AchooSpinoza incrível", diz, numa referência ao pensador holandês Baruch Spinoza. Pensa neu

Gois na Flip I

Um dos segredos mais bem guardados da Flip é a lista dos 20 melhores jovens escritores daqui, cujos nomes estarão na edição especial da revista “Granta” em português, inglês e espanhol.
Uma das apostas é o gaúcho Michel Laub, 38 anos.

Gois na Flip II

Este ano, como se sabe, cada escritor fará a leitura de um poema de Drummond, o homenageado. Caberá ao português José Luís Peixoto “E agora, José?”.
Um trecho: “A festa acabou,/a luz apagou,/o povo sumiu,/a noite esfriou,/e agora, José?”

Gois na Flip III

Na Flip, também será relançado, pela Bem-Te-Vi, o livro “Carlos & Mario”, com cartas trocadas entre Drummond e Mário de Andrade entre 1924 e 1945.

Em nome do pai
Tiffany Coelho, 14 anos, filha de Ariadne e Jair Coelho, o finado Rei das Quentinhas, acionou a Fundação Robert Rosemberg.
A entidade, dos EUA, cuida de crianças cujos pais tiveram problemas — como Robert, filho de casal executado em seu país, acusado de vender segredos da bomba nuclear aos russos.

Segue...
A menor enviou documentos à instituição que sustentam sua suspeita de que o pai foi morto:
— Usaram meu pai para comprar políticos e depois se livraram dele.

Corredor do Fórum

A 6+ Câmara Cível do Rio condenou o médico A.R., que faz cirurgia de aumento de pênis, a indenizar em R$ 20 mil o modelo A.A. por ter usado num anúncio fotos do rapaz com... aquilo de fora.
As imagens estavam no Orkut. A relatora foi a desembargadora Teresa Andrade Castro Neves.

Arma no lixo

O Exército destruirá, segunda, às 10h, na Sapucaí, no Rio, 35 mil armas apreendidas pela polícia.

Mamma mia!
Sexta passada, Átila Nunes, o deputado, cumpriu seu dever de descendente de italianos de comer nhoque dia 29. Escolheu o restaurante Ettore, na Barra, no Rio, e levou um susto ao ver no cardápio um prato chamado... “ficaccia”, no lugar de focácia.
Explicou ao dono que, em italiano, “ficaccia” é... “vagina grande”.

Um candidato em quatro atos - DENISE ROTHENBURG


CORREIO BRAZILIENSE  - 04/07


O alvo prioritário do PSB para o futuro é a vice de Dilma Rousseff, deslocando o PMDB de Michel Temer
A presidente Dilma Rousseff corre o risco real de ter dois adversários talentosos em 2014. O principal deles é o senador Aécio Neves (PSDB-MG). O segundo é o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Dentro do PSDB, já existe quem diga que Aécio e Eduardo são tão parecidos do ponto de vista biográfico que é coincidência demais para estarem juntos numa chapa. Ambos são herdeiros dos avós por parte de mãe. Aécio, de Tancredo Neves. Eduardo, de Miguel Arraes. Os dois são gestores bem avaliados. A diferença é que Aécio vem de um estado de ponta na hora de decidir uma sucessão presidencial. Eduardo precisa muito de outras praças para construir os votos de Minas. 
Por isso, há quem diga que o primeiro ato da construção da candidatura de Eduardo foi fechado na semana passada, com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de conceder tempo de TV ao PSD de Gilberto Kassab. O atual prefeito de São Paulo joga juntinho com os socialistas. A proximidade de José Serra (PSDB) na sucessão paulistana é vista até por alguns integrantes da base de Kassab como a quitação de uma dívida, assunto aliás que já tratamos aqui. 
O segundo ato dessa candidatura estará em cartaz nos próximos três meses, especialmente, em São Paulo e em Recife. Em São Paulo, uma vitória de Fernando Haddad reaproxima PT e PSB, tirando parte do cenário mais favorável a Eduardo Campos. Na capital pernambucana, o desenho final da chapa petista, senador Humberto Costa e João Paulo Lima, ex-prefeito muito popular na cidade, indica o tudo ou nada do PT contra Geraldo Júlio, o nome do PSB. O desconhecido Geraldo Júlio desponta para a campanha com uma coligação que lhe renderá 12 minutos diários na TV. 
O suspense é total. Os recifenses não são fáceis. Basta lembrar que, há 12 anos, o então governador Jarbas Vasconcelos, nos tempos de ribalta, uniu-se ao vice-presidente à época, Marco Maciel, e ao atual presidente do PSDB, Sérgio Guerra, para reeleger Roberto Magalhães prefeito da capital. Carlos Wilson era o segundo colocado. Ganhou João Paulo Lima, do PT. Em 1992, Miguel Arraes era governador, lançou Eduardo Campos a prefeito. Seu neto terminou derrotado. Agora, Eduardo Campos tentará quebrar essa tradição. 

Por falar em tradição...Os socialistas se esforçam em apresentar esse jogo de Recife — e o de Belo Horizonte, onde exigências do PT em torno de uma chapa comum de vereadores desmontaram a coligação — como meramente local, sem reflexos para 2014. Dizem dia e noite que não romperão a tradicional aliança daqui a dois anos. Mas ninguém acredita. Em seu Twitter, o deputado André Vargas (PT-PR) acusa Eduardo Campos de montar essa candidatura há tempos. Até agora, como dissemos aqui há alguns meses, Campos andava de costas para o Palácio do Planalto, de forma a não provocar o aliado. Agora, diante das candidaturas que lança pelo país afora, com distância do PT em pelo menos 12 capitais, os petistas acreditam que Eduardo passou a olhar de frente para o objetivo. 
Dentro do PSB, entretanto, há quem diga que o alvo prioritário no futuro é a vice de Dilma Rousseff, deslocando o PMDB de Michel Temer. Essa operação não é simples, porque, escanteados, os peemedebistas pularão no minuto seguinte para o colo de Aécio Neves. O PMDB até o momento tem se mostrado fiel aos petistas. Em Belo Horizonte, promete fechar com o PT e, em São Paulo, Gabriel Chalita estará ao lado do petista Fernando Haddad, na hipótese de o ex-ministro da Educação ir ao segundo turno contra José Serra. Passada a eleição municipal, será a hora de o PMDB, de olho nas presidências da Câmara e do Senado, saber quem deseja de fato a sua companhia em 2014. E nessa troca de comando das duas Casas estará em jogo o terceiro ato dessa candidatura de Eduardo Campos. O PSB promete respeitar a proporcionalidade e apoiar o PMDB. No momento, ninguém acredita em vitória fácil para o PMDB na Câmara e no Senado. 

Por falar em Aécio...Que ninguém aposte num imobilismo do PSDB e de seu pré-candidato ante o alvoroço causado pelo PSB. Os tucanos terão mais candidatos a prefeito de capital que qualquer outro partido. São 18, prontos para apresentar Aécio Neves pelo país afora. Não dá para esquecer que Aécio tem ainda várias pontes dentro do próprio PSB, uma delas, o ex-deputado Ciro Gomes. Tampouco o PT de Lula ficará parado vendo a pomba, símbolo do PSB, bater asas. Daí, o movimento em Belo Horizonte. E, com tantas capitais em litígio entre PSB e PT, muito mais do que em 2008, a mexida em direção a 2014 está cada vez mais evidente. Como diz um socialista, o PSB pode daqui para frente esconder o holofote sobre Eduardo, mas não conseguirá evitar o sentimento de calor que toma conta do PT, do PMDB e de todos os aliados. A sucessão municipal começa tão quente que muitos se esqueceram do inverno, estação exclusiva hoje à CPI de Carlos Cachoeira. Mas essa é outra história. 

Democracia vs. pilantragem - EDITORIAL O ESTADÃO


O Estado de S.Paulo - 04/07



As denúncias publicadas pelo Estado desde o último domingo, de que vereadores paulistanos têm fraudado o painel eletrônico da Câmara e também a lista de presença divulgada pela internet, para garantir votos e presença quando estão ausentes do plenário, levaram o presidente da Casa, vereador José Police Neto, depois de alguma insistência de nossos repórteres, a finalmente se manifestar sobre o assunto. Talvez tivesse sido melhor manter-se calado. Em entrevista veiculada na segunda-feira, garantiu que "a Mesa Diretora fará a apuração preliminar, até para ver se é caso de afastar os servidores", mas procurou minimizar a gravidade do escândalo. Para Police Neto, os vereadores fazem o que o regulamento da Casa permite e "isso faz parte da democracia".

A democracia não é, de fato, um sistema político perfeito e acabado, pela razão óbvia de que está sujeita à imperfeição humana. Uma de suas principais características, por isso mesmo, é ser um sistema aberto ao constante aperfeiçoamento de suas práticas. E é assim que os homens de bem procuram aproveitar essa condição. Mas há também os que preferem usá-la como desculpa para malfeitos. São os demagogos e os mal-intencionados. Ser incluído nessa categoria é o risco a que se expõe o jovem presidente da Câmara Municipal com seu contorcionismo político para não desagradar a ninguém diante do escândalo que o cerca.

A polícia civil e o Ministério Público, menos tolerantes que o presidente da Câmara, já estão investigando as fraudes no painel eletrônico. De fato, nada justifica ou ameniza a burla praticada pelos vereadores paulistanos e amplamente demonstrada pelo meticuloso trabalho dos repórteres deste jornal. Em três semanas de trabalho, durante as quais aconteceram 20 sessões plenárias, os jornalistas flagraram pelo menos 17 dos 55 parlamentares fraudando o painel eletrônico da Câmara com a ajuda de servidores da Casa, principalmente o veterano assessor parlamentar José Luiz dos Santos, conhecido como Zé Careca, chefe da equipe que controla o painel eletrônico. De seu posto, a menos de dois metros daquele ocupado pelo presidente da Mesa Diretora, Zé Careca foi fotografado registrando no painel eletrônico, por meio do terminal que tem em sua própria mesa, a presença de vereadores ausentes do plenário. Para tanto, manipula um terminal que deveria ser usado exclusivamente pelos vereadores, inclusive digitando as senhas pessoais de cada um deles.

Vereadores encarregam servidores da Câmara de registrar sua presença em sessões plenárias a que não comparecem para evitar o desconto na folha de pagamento de R$ 465 por sessão. E para facilitar a vida dos parlamentares que por qualquer razão prefiram fazer outra coisa, dentro ou fora da Câmara, no horário das sessões, existem dois terminais fora do plenário.

É óbvio que os vereadores têm muito o que fazer, além de participar das sessões plenárias, para cumprir suas obrigações de representantes dos munícipes. Mas é óbvio também que a presença nas sessões é uma obrigação. Não há outra explicação para o fato de o Regimento da Casa impor aos faltosos a penalidade do desconto na folha de pagamento. Regulamentos existem para ser cumpridos, principalmente por aqueles a quem, na condição de homens públicos, cabe dar bom exemplo.

Se o regulamento, como se alega, é excessivamente rigoroso em suas exigências, os vereadores têm, mais que o direito, o dever de reformá-lo. Manter as coisas como são apenas para salvar as aparências é hipocrisia. Ou deslavado cinismo, como demonstrou o vereador Agnaldo Timóteo ao ser questionado pela reportagem pelo fato de seu nome ter sido marcado no painel antes de sua chegada ao recinto. Ele havia digitado sua senha num terminal fora do plenário: "Essa pergunta é absurda. Se você não tem o que fazer, que procure".

Como as decisões a respeito de muitas matérias de menor importância são tomadas por votação simbólica, por acordos de lideranças, a presença maciça de parlamentares em plenário não é essencial nesses casos. Cabe, portanto, a cada um decidir se deve ou não estar presente e assumir as consequências de sua decisão. Trapacear regulamentos não é coisa da democracia. É coisa de pilantra.

Dois pesos - SONIA RACY


O ESTADÃO - 04/07

Enquanto Antonio Palocci receberá R$ 107 mil pela sua quarentena, Francenildo dos Santos Costa, o caseiro – pivô da queda de Palocci em 2006 – continua aguardando indenização de R$ 500 mil. Fruto de ação que ganhou na Justiça Federal do DF em setembro de 2010.

A Caixa recorreu. No TRF, o processo já foi redistribuído três vezes. E nem sinal de decisão. “Espero receber antes de morrer, mas, do jeito que o processo está andando, fica difícil”, disse Francenildo à coluna.

A confirmar
O mandato de Maria Helena Santana, na CVM, terminou. Indicado por Mantega, deve assumir Sergio Weguelin.

Sinal de força
Articulado por Alexandre Padilha, Luiz Marinho tem cabo eleitoral de peso no fim do prazo liberado para inaugurações em ano eleitoral: Dilma.

A presidente entrega amanhã Unidade de Pronto Atendimento em São Bernardo.

Lupa no ninho
Um integrante da equipe de Serra vê com desconfiança suposta proximidade entre a dupla Russomanno-D’Urso e a TV Record. Defende repensar a estratégia de participação nos debates da emissora.

Lado B
Nem só de piadas vive Rafael Cortez, do CQC. Entre uma gravação e outra, dedica-se ao Tributo à Nara Leão, show que reunirá cantoras em torno do repertório dela.

Tipo campeão
Quem estava programado para desembarcar por aqui ontem era …Victor Valdés, goleiro do Barcelona e da seleção espanhola. Para eventos da Penalty.

Havia reserva para ele no Dom, de Alex Atala.

Campeão 2
Hoje o moço deve assistir à final da Libertadores no boteco São Cristóvão, na Vila Madalena.

Não e não
Aviso aos navegantes loucos para comprar o Santander no Brasil. A matriz na Espanha, segundo Juan Hoyos, vice-presidente executivo do banco em São Paulo, sequer precisou usar a ajuda dada pela Europa aos bancos espanhóis.

Traduzindo: o banco não está à venda nem aqui nem lá.

Que repouso
Pep Guardiola tira “sabático” após deixar o Barça. Escolheu West Side, em NY, para alugar apartamento por US$ 100 mil.

Merecido
A escola Daniel Piza será inaugurada hoje em Acari, no Rio. Com a presença da família do jornalista e escritor homenageado.

Iniciativa de Cláudia Costin, da Secretaria Estadual de Educação fluminense.

Pimentinha na telona
Os fãs de Elis Regina já podem comemorar. A cinebiografia da cantora está confirmada. Será dirigida por Hugo Prata e roteirizada por Nelson Motta.

O filho da musa, João Marcello Bôscoli, falou com a coluna sobre os direitos das músicas e revelou que gostaria de ver uma atriz desconhecida no papel de sua mãe.

Os filhos irão contribuir com palpites no roteiro?

Se for consultado, opinarei com prazer. Hugo é meu amigo e Nelson, meu padrinho querido, portanto, sinto-me confortável em participar. Todavia, haverá liberdade total para desenvolverem o projeto.

Quem você gostaria de ver no papel da Elis? E do Bôscoli?

Elis eu gostaria que fosse interpretada por alguma atriz nova, com frescor. E Mateus Solano é um Bôscoli perfeito.

Já pensou em alguém para direção musical do filme?

Essa prerrogativa é do diretor, mas nomes como maestro Antonio Neves (Osesp), Roberto Menescal e Cesar Camargo Mariano, são boas sugestões.

Como foram as conversas com Hugo Prata?

Tranquilas. Segundo ele, é o projeto de sua vida.

Foram liberados os direitos?

Sim. Aproveito para registrar que acho fundamental a necessidade de mudança legislativa nesse campo. Para retratar alguém não deveria ser preciso pedir autorização para herdeiros ou familiares. Isso geralmente atrapalha. / MARILIA NEUSTEIN

O cio dos intelectuais! - TUTTY VASQUES

O ESTADÃO - 04/07

A menos de 24 horas da abertura oficial da 10.ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty, continuava vago até o fechamento desta edição o posto ocupado ano passado pela escritora Pola Oloixarac no coração dos intelectuais que nesta época do ano migram para o litoral sul fluminense em busca de acasalamento de ideias. 
Para quem não lembra que Pola é essa, a musa da Flip 2011 era descrita nas tendas como uma mulher linda, profunda, pin-up, tecnológica, surfista, antropofágica ou, como ela mesmo se definia, "totalmente marxista de direita".
Seu único defeito, comentava-se entre uma caipirinha e outra, era ser argentina! 
Como dificilmente aparecerá outra igual nesta década numa festa literária, o mais provável é que o título de musa neste ano seja conferido à primeira mocinha que aparecer tocando bumbo de topless para protestar - pouco importa contra o que - nas ruas de pedra do Centro Histórico. 
Ou seja, mulheres entre 30 e 45 anos com tudo mais ou menos em cima devem correr agora mesmo para Paraty: ainda dá tempo de sair bem na foto de primeira página que os jornais sempre reservam à Flip! 
A última a chegar é mulher do padre! 

Elementar! O Brasil vai ganhar mais 5 mil vereadores após as eleições de outubro, pulando de 51.748 para 56.818 o número de parlamentares municipais em todo o País. É de se imaginar que a verba para corrupção vá crescer os mesmos 10% em 2013 ou o dinheiro da caixinha não vai dar pra todo mundo. 

Insatisfação garantidaEntreouvido nos corredores do Congresso após o segundo dia de pronunciamentos de Demóstenes Torres na tribuna do Senado: "Ele é melhor obtendo do que dando satisfação!" 

Se beber, não voe! A FAB já tomou providências para evitar novos prejuízos com vidraças quebradas pelo deslocamento de ar em voos rasantes de seus caças: a partir de agora, todo piloto será submetido ao teste do bafômetro antes da decolagem! 

Caso de políciaNa revista que fez ontem na casa do ex-presidente Nicolas Sarkozy, a polícia francesa não encontrou a ex-primeira-dama Carla Bruni, mas parece que ela está mesmo grávida de novo daquele traste. 

Ah, bom! Encanador da Câmara de Vereadores de São Paulo ganha R$ 11 mil por mês, mas não cobra hora extra por bico sexual no serviço. Os nobres parlamentares merecem! 

Alarme falsoEstá tudo bem entre Fiuk e sua ex-madrasta Mari Alexandre! E não se fala mais nisso, ok? 

Padrão internacionalEstão abertas as inscrições para o concurso que vai selecionar a candidata a primeira-dama de Aécio Neves em 2014. Os tucanos sonham com alguém como Angélica Rivera (foto), que acaba de assumir o posto no México. A mulher do presidente eleito Enrique Peña Nieto é uma espécie de Cláudia Raia da TV mexicana.

A realidade tributária brasileira - ROBERTO DIAS DUARTE


VALOR ECONÔMICO - 04/07


Definir nossa realidade tributária com base apenas na carga excessiva, atualmente na faixa dos 35% do PIB, chega a ser uma análise simplista, muitas vezes com viés emocional. Menospreza o fato, por exemplo, de estar diminuindo a produção de bens e serviços não reportada ao governo, com o intuito de sonegar impostos, evadir contribuições à seguridade social, descumprir leis trabalhistas e evitar outros custos inerentes à formalidade.

Toda essa economia subterrânea, que chegou a representar 21% da produção nacional em 2003, atualmente se situa na faixa dos 18%, segundo estudos da FGV. Mesmo assim, ainda convivemos com um "por fora" do tamanho da Argentina, o que nos mantém bem acima da média mundial, estimada em 10%.

No geral, porém, a Receita Federal do Brasil (RFB), responsável pela gestão de mais de 80% do tributos aqui arrecadados, tem sido considerada uma instituição exemplar em planejamento e administração.

O órgão federal não mede esforços para cumprir seu plano estratégico de aproximar a arrecadação efetiva da potencial. Prova disso é o Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), hoje uma referência para outros países em virtude de suas características e resultados.

Na prática, o Sped age aumentando gigantescamente a percepção de risco dos contribuintes, uma vez que todas as informações empresariais são transmitidas eletronicamente ao Fisco no tocante a cadastro de clientes, fornecedores e produtos; documentos fiscais de compra e venda; apuração tributária, inventário e, em um futuro bem próximo, também na esfera trabalhista.

Gigantescos também são os números em torno dele. A NF-e, por exemplo, uma de suas vertentes principais, teve início em 2005 e já abrange 800 mil empresas emissoras e milhões de receptoras.

Amargamos o maior custo de conformidade fiscal e tributária

Criado em 2006, por sua vez, o Sped Fiscal incluirá até 2014 todos os contribuintes de ICMS e/ou IPI, cerca de 1,5 milhão de empresas. Após esta data, há fortes indícios de que mais quatro milhões de optantes pelo Simples Nacional entrarão no projeto. O Sped Contábil, por sua vez, absorveu cerca de 150 mil empresas nessa escrituração digital, desde 2007.

O festival de siglas inclui ainda CT-e (Conhecimento de Transporte Eletrônico), que inicia o cronograma de obrigatoriedade nacional em 2012 e já conta com mais de oito mil empresas de transporte de cargas participando do projeto e o Fcont (Controle Fiscal Contábil de Transição), modelo de escrituração para apontar diferenças entre um padrão vigente e outro revogado, tornando-se uma anomalia jurídica, fiscal e contábil, para dizer o mínimo.

Já a EFD-Contribuições, originalmente denominada EFD-PIS/Cofins, abarcou em tempo recorde 150 mil pessoas jurídicas sujeitas à tributação com base no lucro real e incluirá também em 2012, caso não haja adiamento, outras 1,5 milhão de empresas do lucro presumido. Ou seja, em um prazo alucinante, pequenas empresas contábeis foram igualmente tragadas pelo Sped.

Em 2013, entra em cena a EFD-Social, cujo objetivo é instituir uma versão digital da folha de pagamento e outras informações fiscais, previdenciárias e trabalhistas. Com a novidade, espera-se outro aumento expressivo da base de arrecadação, considerando-se estimativas da própria RFB: aproximadamente 30% dos trabalhadores autônomos e empregados domésticos se encontram na mais absoluta informalidade.

Enfim, muito do que antes era um eterno arquivo morto em papel, armazenado até mesmo em Kombis incendiárias, agora transita pela sofisticada nuvem fiscal digital.

A questão, porém, é a eficiência desse modelo. Afinal, a que custo rumamos para indicadores de formalização compatíveis aos das nações desenvolvidas?

Com 33 alterações em normas tributárias por dia, segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), o que a maioria das empresas vivencia é um verdadeiro terrorismo fiscal.

Em meio a regras tão instáveis, complexas e antagônicas, amargamos o maior custo de conformidade fiscal e tributária em um ranking de 183 países, conforme estudo do Banco Mundial.

Nada de se estranhar frente a 27 legislações normatizando os tributos estaduais e cerca de 5.565 fazendo o mesmo nos municípios, sem contar as leis federais, muitas vezes contraditórias ao regulamentar dezenas de impostos e contribuições.

Para complicar ainda mais, decretos, portarias, instruções normativas e outros dispositivos infralegais promovem uma autêntica ditadura tributária, patrocinada por regras surgidas ao sabor de canetadas e frequentemente travestidas com o manto sagrado do benefício.

Dessa forma, a incrível competência em controle e arrecadação de tributos acabou gerando um intricado paradoxo: nossa competitividade é muito mais prejudicada pela ineficiência do sistema tributário do que propriamente favorecida por sua comprovada eficácia.

Bom mesmo seria se as nossas autoridades compreendessem que "a simplicidade é o último degrau da sabedoria". Ao aplicar esta máxima de Khalil Gibran ao sistema tributário brasileiro, teríamos a união de eficácia com a eficiência, potencializando assim o empreendedorismo naquele que já é o "país da transparência", pelo menos no mundo empresarial.

Greve e oportunidade - ROSÂNGELA BITTAR


Valor Econômico - 04/07


A presidente Dilma Rousseff foi colhida pela sucessão de greves do serviço público no momento em que mal começara a dar seus toques pessoais, mais de um ano de gestão depois, no relacionamento com centrais sindicais e trabalhadores em geral, política especialmente marcante e característica no governo de seu antecessor. O fato de ser continuidade não a impediu de ter algumas ideias transformadoras que vinha refletindo ainda de forma preliminar.

Uma delas acabou explicitada ontem mesmo, a transferência da atribuição de negociação salarial com o funcionalismo público federal doMinistério do Planejamento para a Secretaria-Geral da Presidência da República, agora sob a liderança do ministro Gilberto Carvalho. Aministra Miriam Belchior não tinha perfil para a atribuição e remava sem sair do lugar.

Não significa a troca, porém, que o governo está decidido a dar os aumentos salariais reivindicados ou que vá arredar pé facilmente do que definiu como possível: reajustes em 2013, a serem previstos na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Esperança de abertura da caixa preta das centrais

Para este ano, a presidente já admite correções de rumo, pontuais, como por exemplo uma revisão do Plano de Cargos e Salários do Magistério de Ensino Superior, sobre o qual vem conversando com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Outra expectativa de mudança se processa no Ministério do Trabalho. Desde que assumiu a pasta o ministro Brizola Neto, houve um freio na expansão desenfreada de sindicatos criados com o único objetivo de fazer abarrotar os cofres das centrais de trabalhadores, entidades por onde circulam altas verbas recolhidas do assalariado, das quais não prestam contas nem ao Tribunal de Contas da União. A maior e mais trancada caixa preta do governo e do país, uma desfaçatez desafiadora supernutrida pelo governo Lula.

O governo Dilma até reconhece que as transformações nesse quesito vinham um pouco lentas, em razão mesmo de duas situações adversas: o tempo em que o Ministério do Trabalho ficou sem comando de um titular identificado com a presidente e, portanto, impedido de implantar política diferente daquela de porteiras abertas e dinheiro a fundo perdido e sem risco de controles.

E, algo inesperado, que representou golpe na organização do governo para tratar as greves, a morte prematura de Duvanier Paiva, o bem sucedido secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento que coordenava toda a negociação salarial com os funcionários públicos desde 2007, nos governos Lula e Dilma. A presidente está decidida a seguir com essas reflexões sobre mudança sem se deixar atropelar pelo bloqueio que os sindicatos vêm ameaçando desde janeiro e cumpriram agora. Ou se intimidar pelos evidentes reflexos da paralisação na pesquisa CNI/Ibope divulgada esta semana. Greve é greve, existe, é um direito, tem-se conformado o Palácio do Planalto, concluindo que ministros e técnicos não irão pressionar o ritmo das decisões do governo.

Na avaliação do desempenho está lá: O percentual da população que desaprova as políticas de educação e saúde subiu, respectivamente, de 47 para 54% e de 63 para 66% nos últimos quatro meses. O que não ocorreu, por exemplo, com a segurança, sempre mal avaliada mas estacionada, e a agora bem avaliada política de redução da taxa de juros, percebida pela população como positiva embora não haja efeito concreto e imediato para o bolso do entrevistado.

Não há como, em determinados setores, o cidadão dar opinião diferente daquela que acabou registrada. Se a escola está fechada, a criança sozinha em casa, a universidade federal parada, os alunos de ensino superior com seus sonhos de ingressar no mercado de trabalho adiados sem perspectiva, pois assim estão desde o ano passado, a resposta será: a educação vai mal. O mesmo acontece na área de saúde, onde a greve atinge burocracias e atendimento a doentes.

Melhor ainda será se o destemor que a presidente vem demonstrando para enfrentar esse tipo de revés resulte em oportunidades. Se for suficiente para, finalmente, tirar da gaveta a regulamentação da greve no serviço público, vez que, no Brasil, até as categorias armadas, como as polícias, usam o direito. Cortar os pagamentos dos dias de ausência do trabalho, como penalidade óbvia, assim como também o é direito de greve. E a implantação de algum tipo de controle fiscalização para o que é subtraído ao salário do trabalhador com o objetivo de sustentar a burocracia das centrais sindicais.

São inimagináveis as dificuldades, obstáculos e pormenores envolvidos nas definições do calendário, rito e procedimentos do julgamento do mensalão.

Um dos problemas, por exemplo, que podem reduzir a capacidade de defesa dos réus foi objeto de duas petições ao Supremo Tribunal Federal feitas por dois dos mais celebrados advogados do processo, Alberto Zacharias Toron, cujo cliente é o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha, e Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, defensor do publicitário Duda Mendonça.

Entregaram ao ministro Carlos Ayres Britto, presidente do STF, proposta para usarem power point na apresentação da defesa, iniciando uma discussão sobre onde ficaria a tela, a intensidade da iluminação, calibre e compatibilidade da entrada do pendrive, entre outras questões de emoção equivalente que lhes foram colocadas pelo tribunal. Evidentemente que o STF está enrolando os advogados e ainda não decidiu a permissão. O advogado de João Paulo quer a projeção para sublinhar e permitir a visualização de gráficos, chamando a atenção dos ministros do Supremo para evidências contidas em avaliações do Tribunal de Contas da União sobre o contrato da Câmara dos Deputados, então presidida por Cunha, com a agência publicitária SMP&B. O relatório do TCU aceita o alto índice de terceirização registrado pela agência como normal, e inclusive o advogado pretende apontar como normal nesses casos que os meios de comunicação -, jornais, revistas e emissoras de rádio e TV - sejam os principais subcontratados pela empresa de propaganda.

Se o Supremo aceitar o uso de power point será uma inovação tecnológica na Corte, que no caso do mensalão já apresentou o primeiro processo totalmente digitalizado.

Desarticulação - ILIMAR FRANCO


O GLOBO - 04/07


A bateção de cabeça entre o governo Dilma e os aliados, sobretudo o PT, segundo integrantes do Executivo, revela que "a base está desarrumada". Ministros avaliam que isso se deve há vários fatores: falta de atendimento; demora na liberação de emendas; falta de confiança sobre o futuro, especialmente no caso da tensa escolha do próximo presidente da Câmara. Eles apostam que a tensão atual deve resultar num ajuste na ação política.

A Petrobras e a revisão dos patrocínios
Os ministros que realizam atividades culturais apresentaram à Petrobras um plano de trabalho, para este ano, ampliando os recursos em relação a 2011. Agora, segundo relato de um secretário-executivo, eles estão trabalhando para manter pelo menos a dotação do ano passado. Eles já foram informados de que haverá cortes. O Ministério da Cultura recebeu, no ano passado, R$ 14,5 milhões para dez projetos. Propôs uma ampliação, mas, até ontem, a Petrobras não tinha concluído a reavaliação dos patrocínios. A ministra Ana de Hollanda esteve na empresa, antes da Rio+20, mas sua assessoria não confirma que ela tratou do assunto.

"O passo inicial da clemência é a confissão de culpa. Não há cânone eclesiástico que aceite perdão sem sincera conversão” — Chico Alencar, deputado federal (PSOL-RJ), sobre o discurso do senador Demóstenes Torres (GO) em que ele pede perdão aos demais senadores

O MOTIVO. O governo brasileiro fez uma avaliação da reação do Uruguai ao ingresso da Venezuela no Mercosul. Acredita que ela se deve ao fato de o presidente José Mujica ser apoiado por uma ampla frente política, que vai da esquerda a setores conservadores da política uruguaia. Além disso, os diplomatas brasileiros lembram que a posição uruguaia não é surpreendente, pois o país vizinho tem uma larga tradição de defesa da juridicidade.

No sal
O vice-prefeito de Belo Horizonte, o petista Roberto Carvalho, é persona non grata no Planalto. Dizem que ele fomentou os ataques ao ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento) por causa da assessoria deste para a Fiemg.

Controle pessoal
A presidente Dilma deve vir ao Rio, sexta-feira, inaugurar o primeiro SOS Emergência. Será no Hospital Miguel Couto, quando ela pretende verificar as câmeras que foram instaladas, por sua determinação, para monitorar o atendimento.

A Justiça tarda! Nervos à flor da pele
O deputado federal Natan Donadon (PMDB-RO) foi condenado pelo STF, em 28/10/2010, a 13 anos, quatro meses e dez dias de prisão. A sentença foi publicada em 28/4/2011. Os advogados de Donadon entraram com embargo declaratório em 14/5/2011. O ministro Dias Toffoli pediu vista em 6/12/2011, e o STF adiou votação marcada para 29/6/2012. Condenado, Donadon está solto e exercendo mandato na Câmara. Essa via-crúcis deve se repetir no julgamento do mensalão, que começa em 2/8/2012.

CPI volante
A CPI do Caso Cachoeira pediu, e a Interpol localizou contas do contraventor Carlos Cachoeira no exterior. As contas existem em bancos em Miami, na Flórida. É para lá que vão vários integrantes da comissão durante o recesso parlamentar.

Provas destruídas
Quando a Polícia Federal deu uma batida na casa do ex-vereador de Goiânia Wladimir Garcez, que trabalhava para o contraventor Carlos Cachoeira, descobriu vestígios de que ele queimara vídeos que estavam em seu poder.

PROFESSOR. Num dos vídeos da videoteca do contraventor Carlos Cachoeira, apreendidos na casa de seu ex-cunhado Adriano Aprígio, tem um em que Dadá (o ex-sargento da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo) dá aulas de espionagem.

FORA. Os senadores Humberto Costa (PT-PE), Wellington Dias (PT-PI), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e o deputado Rubens Bueno (PPS-PR) vão sair da CPI do Cachoeira. Eles são candidatos a prefeito.

A REUNIÃO, de amanhã, da CPI do Caso Cachoeira para votar as convocações de Fernando Cavendish e Luiz Antônio Pagot está com o quorum ameaçado.

Lixo amontoado - EDITORAL FOLHA DE SP

FOLHA DE SP - 04/07


CPI do Cachoeira deveria usar indícios contra prefeito petista no TO para mostrar algum ânimo de investigar, que parece estar em férias

Não fosse pelo surgimento de uma conexão petista em Palmas (TO), a situação do caso Cachoeira estaria bem caracterizada pela cena absurda de um senador-Demóstenes Torres (ex-DEM), pivô do escândalo- a apresentar defesa veemente contra sua provável cassação diante do plenário vazio.

Veemência e ociosidade tampouco têm faltado na CPI mista criada no Congresso para investigar as relações do empresário de jogos Carlos Augusto Ramos (alcunhado Carlinhos Cachoeira) e da construtora Delta com uma chusma suprapartidária de políticos.

A diferença está em que, nesse outro plenário, não faltam senadores e deputados. O que lhe falta é empenho e consequência na investigação. Muito se fala e esbraveja, ali, mas pouco se apura e revela.

Houve quem saísse da sala sob aplausos, como o governador Agnelo Queiroz (PT-DF), cuja administração não teve ainda inteiramente esclarecidas tratativas com a Delta e alegações de influência de Cachoeira. Outro governador colhido no turbilhão de pagamentos sob exame, Marconi Perillo (PSDB-GO), enfrenta escrutínio mais perseverante do relator Odair Cunha (PT-MG), mas todo o barulho se dá por conta de uma enrolada compra e venda de casa.

Diante de tanta inatividade, que tende a aumentar com as férias escolares de julho e a aproximação das campanhas eleitorais, o prefeito de Palmas, Raul Filho (PT), não parece ter muito a temer.

Vídeos de conversas suas -sobre lixo, tema mais que metaforicamente apropriado- com Cachoeira em 2004, revelados pelo programa de TV "Fantástico", soam bem comprometedores. Mas nada que uma versão fantasiosa não possa abafar sob toneladas de cinismo parlamentar.

Raul Filho reconhece o apoio de Cachoeira à sua campanha eleitoral vitoriosa de 2004. Nega, porém, que haja relação entre a ajuda e a obtenção, pela onipresente Delta, de pelo menos um contrato milionário, no seu primeiro mandato, para coleta de lixo -que mais?

Não é a primeira vez nem será a última que uma administração municipal -petista ou não- mistura falcatruas com detritos. Tampouco é por acaso que empreiteiras oportunistas criaram subsidiárias especializadas em recolher lixo urbano e distribuir propinas.

Convocar Raul Filho para depor é uma das tantas obrigações que a CPI do Cachoeira teria de cumprir para não atulhar a vala cheia das comissões que não dão em nada.

Qualidade no fornecimento de energia - CLAUDIO J. D. SALES


O Estado de S. Paulo - 04/07


A imprensa tem veiculado muitas matérias sobre a qualidade do serviço de energia elétrica e a maioria delas dá a entender que há uma deterioração nesse item. Adicione-se a isso a grande cobertura dada a alguns casos específicos e se acaba construindo uma falsa percepção de que o fornecimento de energia vai de mal a pior.

A verdade, no entanto, é que o fornecimento de energia melhorou muito. Os dois indicadores regulatórios de continuidade - a duração média das interrupções (DEC) e a frequência de interrupções no fornecimento (FEC) - apontam que em 15 anos a duração média das interrupções no Brasil foi reduzida em 29% e a frequência das interrupções, em 49%.

A boa prestação do serviço também se confirma quando se compara a qualidade no fornecimento de energia com outros serviços públicos: segundo pesquisa realizada pela CNI/Ibope, o fornecimento de energia é o mais bem avaliado.

Percepções equivocadas foram agravadas recentemente com a divulgação do "ranking de qualidade" da agência reguladora - Aneel. Apesar das supostas boas intenções da agência de "aumentar a transparência" e de incentivar "a melhoria contínua da qualidade do serviço", a divulgação do índice mais confundiu do que explicou. A confusão surge do fato de seu ranking ser construído com base no desempenho de cada concessionária em relação à sua meta. Como as metas estabelecidas pela agência variam muito entre as concessionárias, o ranking acaba tendo pouca aderência ao nível absoluto de continuidade de serviço de cada concessionária. Trata-se de um ranking de desempenho relativo à meta regulatória e não de um ranking de qualidade.

É fato que, nos últimos três anos, apesar da contínua melhora da FEC, houve uma deterioração da DEC nacional. No entanto, ao se analisar a questão da continuidade é importante lembrar que a origem das falhas pode ser diversa. Embora a face visível para o consumidor seja a distribuidora, o fornecimento de energia também depende dos geradores e das transmissoras. Para que o consumidor possa desfrutar de energia elétrica a qualquer momento do dia ou da noite é necessário que todos esses agentes desempenhem suas funções de forma coordenada e acertada. Se um dos elos falhar, a operação de todo o sistema pode ser colocada em xeque.

Os maiores incidentes nos últimos anos surgiram de falhas na transmissão. Em novembro de 2009, uma falha nas instalações de Furnas resultou num apagão que atingiu 18 Estados. Outro grande incidente ocorreu em fevereiro de 2011, quando uma falha nas instalações da Chesf atingiu oito Estados do Nordeste. Ambas as empresas foram multadas pela Aneel.

Outro fator que explica parte da variação dos índices de qualidade é a universalização do fornecimento de energia elétrica. A inclusão desses consumidores localizados em áreas distantes, de difícil acesso, geralmente por meio de linhas monofásicas (de menor custo e mais propensas a falhas), tende a piorar os índices de continuidade. Não obstante, a universalização com padrões mais simples de instalações é uma política pública coerente, pois, para quem não tinha acesso à energia elétrica, interrupções ocasionais são um mal menor.

Portanto, o debate sobre a qualidade requer a compreensão da realidade e das peculiaridades do setor elétrico. Ações balizadas em falsas percepções inevitavelmente resultarão em más políticas públicas. Também é de suma importância contrapor o anseio por maior qualidade com o objetivo de modicidade tarifária. Qualidade tem um custo e é preciso avaliar qual é o ponto de equilíbrio desejado pela sociedade.

O desafio da regulação tarifária consiste em "acertar na dose" ao definir o nível de qualidade para cada distribuidora e em estabelecer regras que induzam as 63 distribuidoras de eletricidade nacionais a atingir e até superar suas metas.

Demografia ajuda educação - CRISTIANO ROMERO

VALOR ECONÔMICO - 04/07


Além de demagógica, a decisão da Câmara dos Deputados de aumentar para 10% do Produto Interno Bruto (PIB) os gastos públicos com educação ignorou as transformações demográficas em curso no país. Com o envelhecimento da população, o número de pessoas em idade escolar está diminuindo. Apenas entre 2009 e 2011 houve queda de 1,8 milhão de matrículas na rede pública do ensino fundamental. Há mais de uma explicação para essa redução. A mudança demográfica é uma delas.

O economista Jorge Arbache, professor da Universidade de Brasília (UnB), acredita que a diminuição da população de crianças e jovens em razão da transformação demográfica facilitará a tarefa de melhorar a educação brasileira nos próximos anos. "Em 2010, havia 47,1 milhões de pessoas em idade escolar, mas, em 2020, haverá 41,5 milhões, uma redução de 5,6 milhões", diz ele.

Arbache faz um cálculo revelador. Nos últimos oito anos, a economia brasileira cresceu, em média, 4,3% ao ano. Neste momento, por causa da crise mundial, está crescendo bem abaixo disso, mas a tendência dos próximos anos é voltar a avançar numa velocidade mais próxima do chamado PIB potencial. Se isso ocorrer e se o setor público (União, Estados e municípios) mantiver o atual nível de gasto com educação - 5,08% do PIB em 2011-, será possível aumentar o investimento por aluno em 45% entre 2010 e 2020, já descontada a inflação.

Envelhecimento da população e expansão do PIB ajudam educação

"Juntas, economia e demografia farão os investimentos públicos em educação por aluno saltarem de 20% para 25% do PIB per capita no mesmo período, taxa elevada para padrões internacionais", observa o professor da UnB. "É óbvio que quem conhece o Brasil e tem algum bom senso apoia a substancial melhoria da qualidade da educação, mas acho que o caminho sugerido [o aumento puro e simples do gasto para 10% do PIB, uma espécie de número mágico] poderá trazer mais problemas que soluções."

O Brasil vem elevando já há algum tempo o dispêndio do Estado com educação. É só lembrar que em 2003 o gasto era equivalente a 3,9% do PIB. Em 2007, a educação pública já consumia 4,3% do PIB; em 2009 chegou a 4,7% do PIB e, no ano passado, a 5% do PIB.

O aumento dos investimentos certamente contribuiu para dois ganhos importantes nesse período: a universalização do ensino básico e a melhora dos salários dos professores. O que não acompanhou o ritmo de mudanças foi a qualidade do ensino, apontada de forma unânime por especialistas, à direita e à esquerda do espectro político, como o calcanhar de Aquiles da educação no Brasil.

A elevação do gasto público com educação para 10% do PIB, no espaço de dez anos, foi aprovado no âmbito do Plano Nacional de Educação (PNE), que está em discussão no Congresso Nacional. O Ministério da Educação estima que, para viabilizar esse aumento de despesa, o governo teria que retirar R$ 85 bilhões do orçamento anual de outros ministérios da área social.

Tirar esse dinheiro de outras rubricas obrigaria o governo certamente a sacrificar programas sociais de combate à miséria bem-sucedidos, como o Bolsa Família. Inviabilizaria também o financiamento de orçamentos importantes, como o da previdência e assistência social.

Jorge Arbache chama a atenção para o fato de que o envelhecimento da população obrigará o governo a destinar mais recursos, nas próximas décadas, à saúde pública e ao pagamento de aposentadorias e pensões. "Já em 2026, a população em idade escolar, na faixa etária de 4 a 17 anos, será ultrapassada pela população acima de 60 anos", diz o economista.

É preciso considerar, portanto, que a fixação de um percentual elevado e irrealista de PIB para gastos com educação "tende a conflitar com as necessidades fiscais futuras decorrentes do contínuo aumento da população de idosos". O problema da previdência, como se sabe, já é de difícil solução mesmo antes do envelhecimento previsto para a população brasileira nos próximos anos. A previdência, principalmente a do setor público, já é bastante deficitária - o rombo anual de ambas soma R$ 100 bilhões.

A ideia de que simplesmente jogar dinheiro do helicóptero vai melhorar a educação no Brasil é um grande equívoco. Especialistas afirmam que o problema não está na falta de recursos. O país já desembolsa nessa área o equivalente ao gasto médio realizado por países desenvolvidos. É possível discutir prioridades - por exemplo: o Brasil destina mais recursos, por aluno, ao ensino superior do que ao fundamental, o oposto do que fazem nações bem-sucedidas em formação educacional, como a Coreia do Sul -, mas está claro que a deficiência não é de caráter financeiro.

Arbache acha que o governo deveria definir o orçamento público para a educação de acordo com os recursos necessários para atingir metas educacionais, "política essa que teria que vir acompanhada do aperfeiçoamento da gestão do sistema educacional". "Num primeiro momento, será preciso elevar significativamente a parcela do PIB destinada à educação, mas, numa fase seguinte, quando as metas forem sendo alcançadas, o orçamento da educação poderá se estabilizar e até diminuir, como ocorreu décadas atrás nos tigres asiáticos, que promoveram grandes avanços na educação."

"A educação deve ser prioridade de política pública, mas a alocação de recursos para a área deve ser compatível com a realidade demográfica do país. Do contrário, podem ser criados compromissos e pressões fiscais futuras com efeitos deletérios para o crescimento econômico sustentável", insiste Arbache.

O economista observa que, embora os investimentos públicos em educação por aluno já estejam crescendo, o Brasil precisa aproveitar as condições econômicas e demográficas favoráveis deste momento para fortalecer ainda mais o orçamento dessa área nos próximos anos, com o propósito de diminuir o hiato que separa a educação pública brasileira "daquela necessária para fomentar o crescimento econômico e alavancar a competitividade internacional da nossa economia".

O nome do boi - EDITORIAL O ESTADÃO


O Estado de S.Paulo - 04/07


Quando ainda não havia escolhido a arma a seu ver mais potente para contra-atacar a denúncia do mensalão - a alegação de que o escândalo foi uma farsa montada pela mídia e a oposição, em conluio para removê-lo do poder -, o então presidente Lula vacilou. Ora se declarou traído, pedindo perdão ao povo brasileiro, ora tentou encobrir a compra de votos de deputados para apoiar o seu governo com a falácia de que tudo se resumiu a um crime eleitoral - o uso de caixa 2 - do qual, evidentemente, não tinha conhecimento.

Em julho de 2005, numa entrevista gravada em Paris, que o Fantástico levaria ao ar, disse textualmente: "O que o PT fez do ponto de vista eleitoral é o que é feito no Brasil sistematicamente. Eu acho que as pessoas não pensaram direito no que estavam fazendo. (…) E não é por causa do erro de um dirigente ou de outro que você pode dizer que o PT está envolvido em corrupção". Passados sete anos, e a um mês do julgamento no STF dos 36 mensaleiros para os quais o Ministério Público pede cadeia, não resta dúvida de que as palavras de Lula eram o embrião da estratégia de defesa dos maiorais do partido.

Em primeiro lugar, ninguém corrompeu ninguém no Congresso, muito menos - onde já se viu! - com verbas publicitárias do governo que, depois de percorrer tortuosos caminhos, ingressavam nos cofres petistas, de onde migrariam para remunerar parlamentares por sua lealdade ao Planalto. Tudo se resumiu a "pessoas" ou a "um dirigente ou outro" que não pensaram direito, esqueceram-se da ética petista e imitaram os demais partidos ao usar dinheiro à margem da contabilidade oficial das campanhas para ganhar eleições - um ilícito comparativamente menor e que, por isso mesmo, prescreve com relativa rapidez. Não é o caso dos crimes de corrupção e formação de quadrilha.

Faltava apenas dar o nome aos bois de piranha que assumiriam plena responsabilidade pelo malfeito para que a companheirada atravessasse incólume as águas turvas em que se enfiou até o pescoço. Já não falta - e o sacrificado será um só, com o seu aparente assentimento. Ele se chama Delúbio Soares de Castro, o professor de matemática que trocou o magistério pela militância no PT, a cujo alto comando chegou nos ombros de Lula, na estratégica função de secretário nacional de Finanças. Nessa condição, cunhou uma expressão que se tornaria famosa para se opor à ideia de a sigla divulgar na internet a sua movimentação financeira em tempos de eleição: "Transparência assim já é burrice".

Delúbio fez o que fez - caixa 2 para financiar políticos aliados nas eleições de 2002 e 2004 - rigorosamente por conta própria, e tinha independência para tal, é a linha justa levada aos ministros do STF. Ele não só não pedia autorização a quem quer que fosse nem tampouco agia sob influência alheia, como ainda mantinha na ignorância de seus negócios o ministro da Casa Civil e ex-presidente do partido, José Dirceu - apontado na denúncia do então procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, como o chefe do "núcleo central da quadrilha" do mensalão. Os outros eram o próprio Delúbio, o secretário-geral Sílvio Pereira e o presidente da agremiação, José Genoino.

O fato de a sua assinatura figurar em contratos de empréstimos tomados pelo partido, por iniciativa de Delúbio, nos bancos Rural e BMG não o tornaria cúmplice de coisa alguma: assinou por burocrático dever de ofício. Dizem os patronos de José Dirceu, os criminalistas José Luís Oliveira Lima e Rodrigo Dall'Acqua, para isentar o seu cliente: "Restou provado que o presidente do PT, de fato e de direito, era mesmo o corréu José Genoino, uma pessoa de total autonomia de mando". Diz Luiz Fernando Pacheco, patrono de Genoino: "O PT entrou numa crise financeira, o diretório nacional delegou ao Delúbio a resolução do problema, como tesoureiro. Quem tem de responder por isso é o Delúbio".

Se o estratagema der certo e o STF conferir a Dirceu o atestado de inocência a que ele diz que faz jus, o partido assumirá com Delúbio uma dívida impagável - com ou sem aspas.

A mão do homem - RUY CASTRO

FOLHA DE SP - 04/07


RIO DE JANEIRO - Um programa que gosto de fazer com amigos de visita ao Rio é levá-los ao Posto 6 de Copacabana e, de frente para o mar, instá-los a procurar o horizonte. Ao longe, montanhas; mais ao longe, mais montanhas; e, por trás destas, ainda mais montanhas. Não se sabe onde terminam. "On a clear day you can see forever", dizia uma canção de Alan Jay Lerner sobre Nova York. O que ele não diria sobre o Rio?
Mas, para que não se atribua esse cenário ao simples talento divino, é só olhar à esquerda e ver a curva da avenida Atlântica, sublinhada pela paliçada de prédios altos dos anos 30 e 40, que, por muito tempo, fizeram de Copacabana um nicho cosmopolita num país ainda acanhado e sem assunto. Ao fundo, o Pão de Açúcar, desde 1912 com o bondinho. Tudo isso levou a mão do homem.
Que não é santa, mas nem sempre interfere para sujar, corromper, demolir. Na maioria dos cartões-postais do Rio, vê-se a intervenção humana. Tome a floresta da Tijuca, dizimada pelo café nos séculos 18 e 19 e replantada pelo engenheiro Archer e seis escravos, de 1861 a 1872, para se tornar a maior floresta urbana do mundo. E que contou com sementes e mudas do hoje humilde Passeio Público -este também, na origem, um brejo, e construído em 1779 pelo mestre Valentim.
Tome o Jardim Botânico, outra criação humana. Ou a baía de Guanabara, margeando a cidade, a velha e a nova. O parque do Flamengo, com o paisagismo de Burle Marx. Flamengo, Botafogo e o centro, vistos da Urca. O aconchego natural do Horto, da Gávea, do Cosme Velho. Os muitos recantos deliciosos da Tijuca, do Grajaú, até de São Cristóvão. Tantos levaram séculos tentando destruir o Rio. Não conseguiram.
O título de patrimônio da humanidade, dado pela Unesco na categoria paisagem cultural, é também um reconhecimento ao fato de o Rio ter sobrevivido a si mesmo.

Itamaraty à deriva - FERNANDO RODRIGUES


FOLHA DE SP - 04/07


BRASÍLIA - A crise produzida pela deposição-relâmpago de Fernando Lugo no Paraguai, no mês passado, tem sido útil para a presidente Dilma Rousseff. Ajudou a tornar ainda mais evidente um problema gerencial grave no Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

O Itamaraty desenvolveu um defeito crônico: não informa ao Planalto de maneira eficaz nem rápida sobre o que se passa no mundo. Some-se a essa anomalia gerencial a má vontade da presidente quando tem de tratar com seus diplomatas.

Só depois de a Câmara dos Deputados do Paraguai já haver votado o impeachment de Fernando Lugo é que Dilma foi informada sobre o fato. O Brasil e alguns parceiros latino-americanos reagiram enviando uma comissão de ministros das Relações Exteriores a Assunção.

Passado algum tempo, sabe-se que foi um ato patético. Não foi pior porque os políticos paraguaios foram magnânimos e tiveram a grandeza de não humilhar os diplomatas estrangeiros em público.

Essa incapacidade de gerir informações no Itamaraty não é de hoje. Numa ocasião, o ex-presidente Lula comandava uma reunião na qual seria decidido se o Brasil concederia mais benefícios ao Paraguai pelo uso da energia de Itaipu.

Lula citou uma pesquisa na qual a imagem brasileira no Paraguai aparecia muito associada a Itaipu. Teria de ceder. O então ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, não conhecia o estudo. Indagou de onde era. E a resposta: da embaixada brasileira em Assunção.

É claro que há muita gente competente no Itamaraty. Mas esse preparo formal não tem se traduzido em bons resultados para o país.

O cenário fica mais grave, e até dramático, por causa do desprezo quase público que a presidente nutre pelos diplomatas. Ao agir assim, ela opta pelo caminho mais curto em direção a outras decisões temerárias na sua política externa.

Mal-estar constitucional, lá e aqui - CONRADO HÜBNER MENDES


O ESTADÃO - 04/07


Durante os últimos meses, o debate público nos Estados Unidos foi tomado por enorme ansiedade em relação ao destino da reforma da saúde aprovada no início da gestão do presidente Barack Obama, a chamada Obamacare. O clima tenso era compreensível, afinal estava na mesa da Suprema Corte a decisão sobre a constitucionalidade do mais ambicioso pacote legislativo do atual presidente, que amplia o alcance de planos de saúde à população excluída de qualquer rede de solidariedade social.

O desafio jurídico a essa lei, bem verdade, nasceu desacreditado. Não havia, segundo especialistas à esquerda e à direita, nem bom argumento nem jurisprudência sólida que o sustentasse. Não havia sequer um histórico relevante de crítica jurídica, política ou econômica ao instrumento legal questionado no caso: a obrigatoriedade da compra de plano de saúde por aqueles em condições financeiras para tanto, de forma a custear os mais pobres. Ao contrário, tal instrumento foi por um tempo defendido pelo próprio partido de oposição, que agora o ataca, e implementado no Estado de Massachusetts pelo então governador republicano Mitt Romney, atual candidato presidencial.

Apesar da precária qualidade jurídica dos argumentos contra a lei, o passado recente da Suprema Corte não recomendava otimismo excessivo. Existia forte receio de que, após mais de três décadas de guinada conservadora da corte, a decisão consolidasse o renascimento repaginado da "era Lochner", período entre 1880 e 1930 em que a Suprema Corte, a título de proteger a propriedade e a liberdade, derrubou duas centenas de leis que buscavam regular a economia e reduzir desigualdades sociais. Somente veio a se render, já em meados da década de 1930, por ocasião do New Deal e das ameaças quase frontais que recebeu do presidente Roosevelt.

Para alívio daqueles que se beneficiam mais diretamente da Obamacare, isso não aconteceu. A Suprema Corte considerou constitucional a mudança no sistema de saúde e encerrou um capítulo dessa dura luta política. A decisão por 5 votos a 4, contudo, surpreendeu por outra razão: entre os votos da maioria estava o do juiz presidente, John Roberts, fiel integrante do bloco de juízes conservadores desde que chegou à corte por nomeação do presidente Bush (filho). Uma quebra inesperada da coalizão. Para alguns analistas, Roberts teria dado um golpe de mestre, por pelo menos três razões: primeiro, economiza energia política da corte quando o confronto com os outros Poderes poderia ser excessivamente explosivo; segundo, atenua a imagem de que as divisões internas da corte simplesmente espelham a polarização partidária, em prejuízo da imparcialidade; e terceiro, pavimenta ardilosamente o caminho para que a Suprema Corte aprofunde, agora com reputação supostamente revigorada, o projeto de um Estado mínimo na economia, máximo na segurança, indiferente às minorias e moralista nos costumes.

O que se pode aprender com este episódio? Do ponto de vista jurídico, de fato, ele não tem muito que nos dizer. A jurisprudência constitucional americana, ademais, deixou de ser inspiradora há pelo menos 30 anos. Ou melhor, afora o célebre período entre as décadas de 1930 e 1960, em que corajosamente liderou uma massiva expansão de direitos civis e políticos, essa corte não foi exatamente um modelo de proteção de direitos iguais. Nem mesmo o velho costume brasileiro de reverência à Suprema Corte americana, que remonta a D. Pedro II e ainda repercute entre alguns ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), justifica grande atenção a este caso.

Entretanto, o episódio não deixa de oferecer algumas lições. Primeiro, do que não fazer: a Suprema Corte americana é um caso exemplar, no pior sentido, de contaminação partidária da função jurisdicional. Apesar da surpreendente posição de Roberts, as decisões da corte em casos polêmicos continuam a replicar, de maneira previsível e sistemática, o embate entre republicanos e democratas. Num cenário assim, o ideal da supremacia da Constituição, ou de uma norma que paire acima do confronto cotidiano entre governo e oposição, torna-se uma ingênua mistificação ideológica que, no longo prazo, pode corroer a autoridade da corte. A segunda lição, decorrente da primeira, diz respeito à forma de lidar com essa volátil moeda da reputação institucional. Para proteger-se contra aquela contaminação e preservar sua imparcialidade, tanto real quanto aparente, uma suprema corte precisa de estratégia, algo que ainda incomoda suscetibilidades jurídicas mais puristas.

O caso do mensalão, a ser julgado pelo STF em agosto numa grande força-tarefa institucional, é uma dinamite política semelhante. Cabe ao tribunal desarmá-la com cuidado. Não houve, na história recente do STF, transferência mais clara do choque entre governo e oposição para um caso judicial. Eventuais condenações ou absolvições podem fazer a diferença não apenas para os respectivos réus, mas para as eleições seguintes. Correta ou não, essa crença já influencia muitos cálculos e escolhas táticas dessa corrida municipal.

Independentemente do que decidir, seria importante que o STF desse especial atenção a convencer o público de sua imparcialidade. Neste momento delicado, as declarações públicas polêmicas, a hiperexposição na mídia, os encontros informais ou festivos com advogados e políticos interessados no caso, dentro ou fora das instalações do tribunal, tornam-se muito mais sérios do que simples deslizes individuais. Cortes, além de interpretar o Direito, disputam jogos de poder. Sua autoridade não é um dado, mas uma conquista. Erros estratégicos diminuem sua capacidade de se fazer respeitar. Uma suprema corte desmoralizada, enfim, ameaça a força da própria Constituição. É esse o tamanho da responsabilidade de cada um dos ministros.

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO


FOLHA DE SP - 04/07


Ocupação de hotéis fica abaixo do esperado no Rio

Passada a Rio+20, o mercado de hotelaria observa os resultados registrados e reflete sobre os próximos grandes eventos que o Rio de Janeiro receberá.

Apesar da tradicional vocação da cidade para atrair visitantes, a ocupação dos hotéis girou em torno de 90% no período em que ocorreu a conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável, de acordo com o Fohb (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil).

Ainda que aparentemente alto, o número ficou abaixo de seu potencial.

"Não lotou. Hotel é feito para lotar. Ter 90% é bom, mas não chegou a 100%", diz Julio Serson, vice-presidente da entidade.

Em acontecimentos como Carnaval e Réveillon é possível atingir o nível máximo, segundo o executivo.

"A expectativa de todos é ter os hotéis mais cheios. Mas o fato de ter sido designada só uma operadora oficial responsável pela administração do evento pode ter atrapalhado."

Os preços praticados ficaram mais de 15% abaixo do registrado em Carnaval e Réveillon, segundo Serson.

"Isso porque não houve lotação. Mas poderiam ter ficado ainda mais baixos com melhor gestão."

Para os próximos eventos, desoneração de taxas e impostos e desburocratização poderão atrair mais investidores ao setor hoteleiro, o que elevaria a oferta e tornaria os preços mais competitivos, segundo a entidade.

SANDUÍCHE EM DOBRO

A rede de lanchonetes Subway pretende quase dobrar o número de unidades no país e ter 1.650 lojas em funcionamento até 2015.

Hoje são 874 lanchonetes. Dessas, 95 foram inauguradas no primeiro semestre deste ano. Outras 240 estão em negociação.

No ano passado, a rede previa chegar em 2015 com 1.500 lojas. O ritmo acelerado das contratações, porém, ampliou o projeto de expansão.

"Antes só trabalhávamos em cidades com mais de cem mil habitantes. Agora vamos para cidades menores, mas que têm um centro industrial ou de estudos", diz a gerente-geral da empresa no Brasil, Roberta Damasceno.

São Luís de Montes Belos, em Goiás, por exemplo, com apenas 30 mil habitantes, tem uma unidade da rede.

O modelo de desenvolvimento da empresa, que permite a instalação de lanchonetes em pontos de vendas pequenos, também facilita a expansão no país. "Temos unidades em postos de gasolina, mercados e faculdades."

874 é o atual número de unidades no Brasil, o quinto principal país para a empresa, atrás apenas de EUA, Canadá, Reino Unido e Austrália

2.000 sanduíches são vendidos semanalmente em cada loja

LUCRO CONSTANTE

Apenas uma em cada 20 empresas da América Latina cresceram de forma contínua nos últimos dez anos, segundo pesquisa da Accenture.

Metas de receita maiores que as do mercado e profissionais mais agressivos são apontados como alguns dos fatores que ajudaram essas companhias a se expandirem de forma contínua.

Aumentar o número de produtos oferecidos e a atuação geográfica correspondem a quase 80% das estratégias adotadas por essas empresas.

Foram analisados o lucro e o retorno aos acionistas de 529 companhias.

SUPERMERCADO DIGITAL

Inspirado em um projeto da rede Tesco, o Pão de Açúcar lança na sexta-feira a "vitrine virtual", painéis que simulam prateleiras com a imagem de 300 produtos. Por meio de aplicativos, as compras de itens como vinhos, café e pães poderão ser feitas por smartphone ou tablet.

"O objetivo é chegar a locais de grande circulação que não comportam um supermercado", diz Andréa Dietrich, gerente do Pão de Açúcar.

O piloto ficará no shopping Cidade Jardim, em São Paulo. Os planos são de expansão em centros de compras e aeroportos. A entrega poderá ser feita em cerca de 30 cidades, como São Paulo, Fortaleza e Rio.

Liberação... O Governo do Estado de São Paulo liberou R$ 33,3 milhões em financiamentos da Agência de Fomento Paulista para obras de infraestrutura nos municípios do Estado no primeiro semestre, de acordo com a agência.

...municipal O número é 35% superior ao valor desembolsado pela instituição ao setor no ano passado, segundo a entidade.

Maré... A temporada de cruzeiros marítimos 2011/2012, que terminou em maio, transportou 805.189 turistas no Brasil, segundo a Abremar (Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos).

...cheia O número é 5% do total de pessoas que viajaram em navios no mundo. Os cruzeiristas viajaram pela costa brasileira em 17 navios, 8% da frota em operação no mundo.

Confiança... O índice de confiança do comércio do Estado do Rio subiu 5% em maio ante abril, segundo a Fecomércio-RJ. Passou para 142,6, o maior nível apurado para o indicador em um mês de maio.

...em alta O resultado foi influenciado pela avaliação da situação presente, que cresceu 14%. Os segmentos mais otimistas foram calçados, supermercados, farmácias, magazines, roupas e perfumarias.

Tecnologia A Central Nacional Unimed, operadora nacional dos planos de saúde Unimed, investe R$ 13 milhões em tecnologia da informação neste ano.

A sombra que cai - MÍRIAM LEITÃO

O GLOBO - 04/07

A economia subterrânea encolheu em quase um ponto percentual do PIB e caiu até em números absolutos. De 2003 para 2011, recuou todos os anos, saindo de 21% do PIB para 16,8%. Os organizadores do indicador - o Etco, Instituto de Ética Concorrencial, e a Fundação Getulio Vargas (FGV) - acham que o processo de avanço está se esgotando. Eles detectaram sinais de que o emprego informal parou de diminuir.

O conceito de economia subterrânea é mais sofisticado do que a medida de informalidade. Ele tenta captar até o movimento não registrado de uma empresa formal e a renda não declarada dos trabalhadores registrados. O caso mais conhecido é o dos garçons com as gorjetas.

O maior componente do Índice de Economia Subterrânea é a informalidade no mercado de trabalho. Para compor o dado, a FGV trabalha não apenas com a PME, mas também com a Pnad. Foi lá que encontraram indícios de que o círculo virtuoso está se esgotando. No gráfico abaixo, pode-se ver que o índice caiu todos os anos, mesmo nos difíceis.

- A tendência de queda da informalidade pode estar chegando no limite, pela perda do dinamismo da economia e do mercado de trabalho e pela redução do ritmo de aumento do crédito - afirmou o embaixador Roberto Abdenur, presidente do Etco.

O pesquisador Fernando Holanda Barbosa Filho, da FGV, responsável pelo índice, confirma essa impressão.

- Uma parte importante da queda da informalidade é a do mercado de trabalho que, nos últimos seis meses, parou de cair. Esse é um dos motivos para a nossa impressão de que esse círculo virtuoso pode estar chegando ao limite - disse o pesquisador.

O Etco e a FGV têm feito um esforço sério de medir e diagnosticar o problema da economia não declarada. Na primeira vez que mediram, eles compararam o tamanho da economia subterrânea do Brasil com uma Argentina. Felizmente, o vizinho cresceu e a economia subterrânea no Brasil diminuiu, portanto, a comparação já não pode mais ser esta.

Mesmo assim, o tamanho da economia que vive na sombra é calculado por eles como sendo de R$ 695,8 bilhões, mais de uma Suécia.

- Uma parte desse movimento positivo de queda da economia subterrânea foi consequência da expansão do crédito que, agora, está diminuindo pelo aumento do endividamento das famílias - afirmou Fernando Holanda.

Mesmo assim, ele diz que não são apenas fatores conjunturais que explicaram a melhora. Em outro estudo ainda não concluído, o economista já tem indícios de que parte desse avanço tem a ver com a melhora na educação brasileira. O aumento do nível de escolaridade impulsionou a formalização.

Mesmo tendo sido pequena a melhora na educação, ela já faz diferença em temas como esse, o da informalidade.

O que leva o Brasil a ter uma economia tão grande não declarada ou na área cinzenta, em que parte fica na legalidade, parte não?

Abdenur apresenta as razões: alta carga tributária, complexidade do pagamento de impostos, rigidez da legislação para quem atua na legalidade, principalmente no mercado de trabalho.

- Entre 1988 e 2005, a carga tributária brasileira aumentou em 88%, segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário - disse Abdenur.

O problema é que aumentou desigualmente. Alguns setores pagam impostos demais, outros são incentivados com desconto.

- Pior é a complexidade do pagamento de impostos - conta o embaixador.

O Etco se baseia para falar isso num estudo do Banco Mundial. Comparando os países, concluiu que o Brasil teve o pior resultado do mundo. Uma empresa padrão brasileira gasta 2.600 horas por ano apenas pagando os impostos. Na Bolívia, que também tem um mau desempenho nesse indicador, são 1.080 horas. No Brasil, são editadas 554 normas por dia. É de enlouquecer.

Por isso, todo esse tema é mais complicado do que parece. Há sobreposição entre o legal e o não legal, entre o formal e o informal, entre luz e sombras na economia brasileira.

Até medir é um esforço difícil. O Etco começou a fazer o cálculo em 2003 e pelo menos até agora a notícia é boa. É torcer para que essa sombra permaneça caindo.

Ueba! Los Hermanos x Os Mano! - JOSÉ SIMÃO

FOLHA DE SP - 04/07

Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República!

"Paraguaio chega ao Flamengo para assinar contrato." É o Lugo! Não, é um paraguaio chamado Cáceres. Cáceres no Flamengo é pleonasmo. Rarará!

E o mundo tá gripado. O cosmos tá gripado. Mas a pesquisadora britânica Debbie Hernick revela que transar é melhor que aspirina. Ueba! Já imaginou transar gripado? Na hora do orgasmo: "AhAAhhhAH... ATCHIM!". Rarará!

E socuerro! Todos para o abrigo! "Boca prepara esquema de guerra em São Paulo." Desceram com 20 seguranças. É pouco. Vinte pra 30 milhões de loucos é pouco. Rarará!

Eu acho que a final vai ser na delegacia. Rarará! Não vai ser nem no Boca nem na Bocada, vai ser na delegacia! Los Hermanos x Os Mano!

E eu disse que o Tufão vai torcer pro Boca! E os corintianos: "Como todos os cornos do Brasil!". Rarará! E já reparou que a casa do Tufão é idêntica à casa do Riquinho?

E atenção! "Chupa, Boca" é pleonasmo. E Boca ganha é cacófato. E já tão dizendo que, se o Timão ganhar, eles vão entregar a taça pra Globo. Porque, se o Corinthians é o Brasil na Libertadores, eu me mudo pro Paraguai. Até quinta-feira!

E um cara no meu Twitter disse que o problema do Galvão Urubueno é que a boca pensa mais rápido do que o cérebro! Rarará!

E os ingressos pra Final do Fim do Mundo? E eu disse que o único corintiano que eu conheço que pode pagar ingresso de R$ 22 mil é o Washington Olivetto. Mas tem mais, muitos mais:Ronaldo , Lula, Luciano Huck, Serginho Groisman, Rubinho Barrichello.

Mas o Rubinho só vai chegar pro segundo tempo. Rarará! Paga R$ 22 mil e só chega pro segundo tempo!

E o goleiro do Corinthians é a cara do Quico do "Chaves"! É mole? É mole, mas sobe! Ou, como disse aquele outro, é mole, mas trisca pra ver o que acontece!

O Brasil é Lúdico! É que em Xique-Xique, na Bahia, tem um bar chamado O Suvaco da Cachorra! E olha o que picharam num muro da Vila Madalena: "House of Caraglio". Rarará!

E em Florianópolis: "Bar do Cabelo! Salgadinhos!". Rarará! Você teria coragem de comer um salgadinho no Bar do Cabelo? Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza!

Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

NOVO FRESCOR - MÔNICA BERGAMO


FOLHA DE SP - 04/07

A cantora Marcia Castro lança em julho videoclipe da música "29 Beijos", dos Novos Baianos, que está em seu CD "De Pés no Chão". "A música é de outro tempo, mas tem um ar contemporâneo", diz. O clipe foi gravado em Salvador e tem participação do músico Helio Flanders (à dir.). Marcia se mudou de Salvador para SP recentemente. "São cidades antagônicas e mesmo com a saudade, gosto do frescor de coisas novas que SP tem", afirma.

DATA VENCIDA
A Defensoria Pública de SP pretende entrar com uma ação de indenização a favor de um morador de rua de 69 anos que ficou 12 dias preso indevidamente em razão de um mandado de prisão com validade vencida.

DATA VENCIDA 2
O mandado foi expedido em 1994 por conta de um furto e o homem chegou a ficar preso. No mês passado, ele foi abordado por policiais em Campinas (SP). Quando os PMs foram checar os documentos do homem, o sistema de informação da polícia mantinha a ordem de prisão e ele foi encarcerado novamente. A Defensoria conseguiu colocá-lo em liberdade.

SENHOR
Apesar da reclamação de apoiadores como Luiza Erundina (PSB-SP), a campanha de Fernando Haddad (PT-SP) à Prefeitura de São Paulo vai insistir no slogan do "homem novo para um tempo novo". As peças publicitárias boladas pelo marqueteiro João Santana falam de "mais tempo na escola", "menos tempo no trânsito" e "menos tempo nas filas de hospitais".

CORTE
Marcelo Nobre, ex-conselheiro do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), órgão que fiscaliza tribunais do o país, está se associando ao advogado Caio Rocha em Brasília. Rocha é filho de César Asfor Rocha, ministro e ex-presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Eles vão atuar em tribunais superiores, Tribunal de Contas da União, Congresso Nacional e agências reguladoras.

GIRO
Fernando Meirelles está em maratona de lançamento do longa "360". De hoje até segunda, o cineasta faz pré-estreias do filme em Munique, Zurique e Londres.

Nesta última, Jude Law, um dos protagonistas, confirmou sua presença no tapete vermelho.

EU VOLTEI
A atriz Ingrid Guimarães já marcou data para voltar aos palcos.

Ela estreia "Razões para Ser Bonita", com texto de Neil LaBute e direção de João Fonseca ("Tim Maia"), no dia 6 de setembro, no Teatro Vivo, em SP.

ESPELHO NOSSO
Daniel Filho deu razão ao ex-colega Lauro César Muniz, atualmente na Record, que reclamou porque seu nome foi omitido quando uma de suas tramas, "Espelho Mágico", completou 35 anos e virou assunto do "Vídeo Show" da TV Globo, no mês passado. "Os nomes serem omitidos é uma prática comum na nossa cultura", disse Filho, que dirigiu a novela, em e-mail ao amigo.

ESPELHO NOSSO 2
"No 'Espelho' fomos crucificados", afirmou Daniel Filho sobre a trama, que aborda os bastidores da TV e teve audiência fraca em 1977. "Uma novela não ir bem, são tantas as possibilidades que só um não pode ser culpado", diz o diretor. "Máscaras", atual trabalho de Muniz, na Record, também está com ibope em baixa.

NEGÓCIOS À PARTE
Chega ao Brasil, em agosto, o livro "Meu Amigo Michael" (Sextante), sobre Michael Jackson. O autor Frank Cascio, ex-assistente do músico, dá sua versão sobre o vício em remédios e o interesse de Jackson por Lady Di.

À FRANCESA
A fotógrafa e blogueira francesa Garance Doré ganhou jantar em sua homenagem no apartamento do empresário Alexandre Birman e da mulher, Johanna, no Itaim Bibi, anteontem. Entre os convidados, o estilista Sandro Barros, o joalheiro Ara Vartanian com sua mulher, a modelo Sabrina Gasperin, e a stylist Francesca Monfrinatti.

RUMBA, RUMBA, Ê
Rodrigo Scarpa, o Vesgo do programa "Pânico", inaugurou a boate Caribbean Disco na rua dos Pinheiros. O humorista Carioca foi com a namorada, Paola Machado.

CURTO-CIRCUITO

Leão Serva e Alexandre Lafer Frankel lançam amanhã, a partir das 20h, o livro "Como Viver em São Paulo sem Carro", no restaurante Spot.

A mostra "Olho Mágico", de Anna Kahn, será inaugurada hoje, às 19h30, no Museu da Casa Brasileira.

O espetáculo "Angela Dip Só para Mulheres" estreia hoje, no teatro da Livraria da Vila do shopping JK Iguatemi, às 20h. 14 anos.

Anelis Assumpção faz show na sexta, no teatro do Sesc Pompeia, às 21h. Classificação: 14 anos.

O Farfetch Superstore realiza festa hoje na Cartel 011, a partir das 19h.

com ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER, LÍGIA MESQUITA e OLÍVIA FLORÊNCIA