domingo, novembro 04, 2012

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO


FOLHA DE SP - 04\11

Rio, Brasília e Porto Alegre sustentam o turismo de estrangeiros no Brasil

Com a crise na Europa, que afastou turistas estrangeiros do litoral nordestino, destinos como Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre e São Paulo devem apoiar o crescimento do setor neste ano.

A redução na entrada de estrangeiros em 2012 até outubro, ante igual período de 2011, foi significativa em Salvador. Na capital, o volume de visitantes caiu 21,7%, número que representa cerca de 20 mil turistas a menos.

Em Fortaleza, a queda foi de 18,54%, ou 10,3 mil visitantes que deixaram de vir.

Situação semelhante ocorreu em Recife, com um movimento aproximadamente 20% inferior.

"O turismo internacional nessa região é muito ancorado em Portugal, Espanha e Itália. Essa queda nos aeroportos deriva da diminuição de turistas da Europa", afirma o presidente da Embratur, Flavio Dino.

Quem agora sustenta o crescimento, que deve ser de cerca de 6% neste ano, são os países latinos.

"Os bons resultados de Porto Alegre e Rio de Janeiro revelam isso. Estamos diante de um efeito da crise. O crescimento vai ser bom, mas poderia ser melhor", diz.

Outro dado que sinaliza a turbulência por que passa o continente europeu é o ingresso de divisas originárias do turismo.

"Agosto e setembro são meses de férias na Europa. Agosto deste ano registrou uma queda de 7,5% em relação ao mesmo mês do ano passado", afirma.

O Rio de Janeiro teve alta de 19,34% na entrada de estrangeiros neste ano pelo Galeão, com 134,5 mil turistas acima dos registrados até outubro de 2011.

além de residencial

A marca Gafisa, que vem reduzindo o número de seus lançamentos, irá anunciar, no final deste mês, um complexo multiuso em São Caetano do Sul (SP) com dois hotéis, 540 salas comercias e sete lojas.

Nos primeiros nove meses deste ano, a empresa lançou R$ 794,9 milhões em empreendimentos. No mesmo período de 2011, haviam sido R$ 1,8 bilhão.

O volume do aporte que será destinado ao projeto não foi divulgado, mas o VGV (valor geral de vendas) será de R$ 270 milhões.

O complexo ficará no Espaço Cerâmica, bairro desenvolvido pela Sobloco e onde a Gafisa já construiu condomínios residenciais.

A expectativa da empresa é começar a obra dez meses após o lançamento e entregá-la no final de 2015.

No próximo ano, a companhia deverá anunciar uma segunda etapa do empreendimento, com mais salas comerciais. O VGV será semelhante, somando cerca de R$ 500 milhões.

"Esse será um dos grandes lançamentos da marca. O complexo ficará próximo às rodovias que dão acesso ao aeroporto de Cumbica e de uma estação de metrô da linha bronze, que ainda será construída", diz Octávio Flores, da empresa.

Os hotéis do complexo terão as bandeiras Quality e Comfort Suites, ambas da Atlantica Hotels.

PEGADA ITALIANA

O ministro italiano do Ambiente, Corrado Clini, veio a São Paulo nesta semana para tratar da implementação de acordos assinados durante a Rio+20 com o governo estadual e empresas paulistas.

O ministério da Itália tem também projetos com os governos federal e do Rio.

Os acordos vão do setor de energia ao de confecções. Com a Osklen, o ministério já elaborou um levantamento da pegada de carbono e de impactos socioambientais das cadeias de produção de peças da empresa.

"A Gucci e a Benetton também encomendaram um estudo semelhante, depois do trabalho com a Osklen", diz o ministro Clini.

A grife brasileira já está em um segundo levantamento, desta vez sobre o uso e a economia de água durante a produção, segundo Martina Hauser, chefe da área de rastro de carbono, que acompanha Clini.

O ministério tem projetos com a Pirelli no Brasil para reduzir o impacto de produção e uso de pneus.

"Também temos trabalhado na área de bionergia com várias empresas, entre elas a de Gradin [a GraalBio]", afirma.

"As empresas italianas e brasileiras de energia sustentável são as mais avançadas em tecnologia de baixo impacto e podem ajudar a reduzir o uso de fontes custosas e degradantes."

Segmento de venda direta de cosmético investe fora do eixo Rio-SP

A novata Eudora, marca do grupo Boticário que atua no segmento de venda direta, vai se expandir pelo país com a abertura de novas centrais de serviços. As unidades irão comercializar produtos às revendedoras com objetivo de reduzir o tempo de entrega ao consumidor final.

A empresa terá inaugurado 16 centrais no Brasil até o fim de 2012. Para o próximo ano, a previsão é de mais 11 unidades, de acordo com a companhia.

A marca tem centrais de serviços em São Paulo, Rio, Belo Horizonte e Natal.

Alguns dos pontos novos escolhidos pela Eudora são Brasília, Campinas, Uberlândia, Fortaleza e Salvador.

Na Avon, fora do eixo Rio-SP, Norte e Nordeste são regiões de grande potencial a ser explorado. A empresa mantém centros de distribuição na Bahia e no Ceará.

A multinacional afirma que tem produtos criados especificamente para as altas temperaturas da região.

A brasileira Natura avança também em suas operações fora do Brasil.

Em todos os seus mercados, a Natura tem mais de 1,5 milhão de consultoras. Atualmente, as operações internacionais somam 291 mil consultoras, 26,6% a mais que o número registrado no terceiro trimestre de 2011.

As vendas da Mary Kay no Brasil tiveram alta de 40% em 2011, e a expectativa é crescer mais de 50% em 2012, segundo a empresa.

INVESTIMENTO DECORADO

O shopping de decoração CasaShopping, no Rio de Janeiro, vai receber cerca de R$ 140 milhões em sua expansão.

Os atuais 43 mil metros quadrados de área bruta locável passarão para 70 mil metros quadrados.

"Essa é a nossa quinta ou sexta expansão em quase trinta anos. Começamos com 18 mil metros quadrados", afirma Luiz Paulo Marcolini, empreendedor do CasaShopping.

Além do aumento do número de lojas e do estacionamento, estão previstas lajes corporativas, que ocuparão 7.000 metros quadrados da expansão.

A maior parte do recursos injetados são próprios, segundo Marcolini.

A ideia é elevar a participação das lojas principais das marcas de decoração.

"O shopping já tem uma quantidade grande de lojas 'flagship', são 60 das 130. Esse número deve aumentar", diz o sócio.

R$ 140 milhões

é o valor para a expansão

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