sexta-feira, maio 04, 2012

Separar o joio - ILIMAR FRANCO


O GLOBO - 04/05/12

A CPI do Caso Cachoeira, a despeito de críticas da oposição, adiou a convocação dos governadores por prudência. Para o comando da CPI, Marconi Perillo (GO), Sérgio Cabral (RJ) e Agnelo Queiroz (DF) não estão no mesmo balaio: uma coisa é fazer acordo com a organização criminosa de Cachoeira, outra é ter contratos com a Delta. Se o tema fosse submetido à votação, no plenário da CPI, o único a ser chamado seria Perillo. Os tucanos protestaram, mas foram os beneficiários.

Dilma: "não aguentava mais..."
Os líderes governistas saíram ontem do Palácio do Planalto impressionados com a determinação e a empolgação da presidente Dilma em sua cruzada para pressionar os bancos a reduzir os juros. Na reunião, Dilma usou repetidas vezes as expressões "não estou aqui para vender facilidades" e "não esperem resultados de curto prazo". A presidente relatou ainda, que decidiu comprar a briga com os bancos privados depois de percorrer o país e se deparar sempre com a mesma cobrança. Dilma disse: "não aguentava mais viajar pelo país afora e ouvir as pessoas reclamando dos juros. Decidi que tinha que acabar com isso."

"Tem Cachoeira, tem Delta do rio... Vai dar uma pororoca danada, porque a cachoeira é das grandes: uma catarata!” — Chico Alencar, líder do PSOL na Câmara (RJ), sobre o trabalho da CPI do Caso Cachoeira

ELE EVOLUIU. Na reunião do Conselho Político, ontem, um dos líderes lembrou que o ex-presidente Lula tentou mudar a remuneração da poupança em 2009 e não teve o apoio da base aliada, como acontece agora. A presidente Dilma então olhou para o ministro Guigo Mantega e brincou: "Tá vendo como você evoluiu de 2009 pra cá?" Aliás, o Planalto recomenda que os líderes não usem a expressão "mexer na poupança", pois poderia sugerir semelhança com o confisco de Collor nos anos 90.

Conselho
A presidente Dilma recomendou ao novo ministro Brizola Neto (Trabalho) que mantenha certa distância do deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), da Força Sindical. E que não deixe ele interferir nas suas decisões no ministério.

Feras feridas
O líder do PDT na Câmara, André Figueiredo (CE), não foi a posse do novo ministro do Trabalho. Ele está incomodado com Brizola Neto desde que este disse, numa reunião da bancada, que votaria a favor do Funpresp. O PDT foi contra.

A presidente encheu a bola do trabalhismo
No discurso na posse de Brizola Neto no Ministério do Trabalho, a presidente Dilma rasgou elogios ao trabalhismo e a seus líderes. Citou os ex-presidentes Getulio Vargas e João Goulart, o ex-governador Brizola e o ex-senador Darcy Ribeiro. Afirmou que "o trabalhismo está na memória dos brasileiros porque está gravado numa longa trajetória de conquistas". E dizer que o PT foi criado para combater o velho trabalhismo.

Despolitizar a água
Para evitar o uso político da distribuição de água para as vítimas da seca em ano eleitoral, o governador Eduardo Campos (PE) pediu ao governo Dilma que o Exército assuma a tarefa de distribuir água com caminhões-tanque.

Nova forma
O ministro Gastão Vieira (Turismo) apresentou ao ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, o novo sistema de monitoramento da liberação de recursos para obras. Os usuários podem acompanhar os repasses de R$ 6,3 bilhões.

O SINDICATO da Construção Pesada do Pará tentou impedir a imprensa de cobrir reunião com a Comissão de Trabalho da Câmara sobre Belo Monte.

A PROPÓSITO de diálogo do vereador Santana Gomes (PSDB) com o contraventor Carlinhos Cachoeira, em relatório da Polícia Federal, o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), "reafirma não ter mantido qualquer tipo de contato com Carlinhos Cachoeira".

O DEPUTADO Arnaldo Jordy (PPS-PA) divulgou nota sobre "suposta gravidez" relatando que pediu "exame de DNA para comprovar a paternidade" e que "sendo positivo, assumirá todas as responsabilidades". 

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