terça-feira, dezembro 27, 2011

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

FOLHA DE SP - 27/12/11
Estratégia que derrubou tributo de preservativo será usada em pasta dental

O setor de higiene, perfumaria e cosméticos quer que, a partir de 2012, os produtos de higiene bucal recebam o mesmo tratamento tributário dado ao preservativo.

Assim como ocorre com a camisinha, a ideia é retirar de escovas, pastas, enxaguatórios e fios dentais todos os tributos federais e tentar eliminar o ICMS nos Estados, segundo João Carlos Basilio, presidente da Abihpec (associação da indústria).

"Preservar a dentição é tão importante quanto proteção sexual. É alta a taxa de idosos sem dentes nos país. Tem de ser oferecido um instrumento para a sociedade, que é a saúde bucal. É saúde pública. Não deveria haver imposto sobre tais produtos."

Preservativos são livres de IPI, ICMS e PIS/Cofins. Nos itens de saúde oral, só o IPI está descartado atualmente.

O setor tem apoiado a aprovação de duas emendas a uma MP que reduziriam as alíquotas de PIS e Cofins a serem recolhidas nos produtos.

"Depois vamos partir para a batalha junto aos governos dos Estados para o ICMS."

A estratégia será levar o tema ao Confaz, que reúne os secretários de Fazenda.

"A camisinha foi decidida no Confaz há muitos anos, com a participação da Abihpec. Argumentamos sobre a importância de difundir o uso numa época em que a doença se alastrava e havia pouca informação. Agora, periodicamente, só renovamos o pedido", diz Basilio.

Para conseguir desoneração, nas próximas reuniões do Confaz, o setor abordará a má saúde bucal no país.

O debate ocorre em um momento em que a indústria sofre reflexos da inflação no consumo de seus produtos.

CAMARÕES EM SÉRIE

A rede de restaurantes Vivenda do Camarão construirá uma nova fábrica em Cotia (SP) em 2012.

O investimento na planta, que terá capacidade de processar 500 toneladas de camarão e peixes por mês, será de cerca de R$ 20 milhões.

"Será mais que o dobro da produção atual. Manteremos Cotia como sede devido às facilidades logísticas para nossos fornecedores", diz Rodrigo Perri, sócio da rede.

Além da construção da fábrica, a companhia abrirá ao menos 31 unidades no próximo ano, sendo que dez delas serão franquias.

Cada uma das unidades próprias representa um investimento de R$ 650 mil.

Entre as cidades que receberão novas filiais da rede estão São Paulo, Uberlândia, Salvador e Rio de Janeiro.

"Temos negociações para abrir unidade em todos os Estados", diz Perri.

PAPEL-CARTÃO

Um cartão de crédito para empresas do setor gráfico foi recém-lançado pela SPP-KSR, distribuidora da Suzano Papel e Celulose.

A distribuidora espera atingir um público de cerca de 20 mil pequenas e médias empresas, que poderão comprar papéis e produtos gráficos da SPP-KSR e pagá-los em um maior número de parcelas e com prazos mais longos do que os praticados no mercado.

O cartão, no entanto, não irá fornecer empréstimos. O limite de crédito vai variar conforme o tamanho e o perfil da empresa.

A SPP-KSR pretende gerar uma receita de R$ 10 milhões por mês com o sistema de pagamento em 2012.

Nos últimos três meses, o cartão foi testado. Ao todo, 1.500 clientes se cadastraram.

LIVRO MAIS BARATO

A Fundação Biblioteca Nacional prorrogou até o próximo sábado o prazo para inscrição de editoras, distribuidoras e pontos de venda interessados em participar dos editais para fornecer R$ 37 milhões em livros a 2.500 bibliotecas no início de 2012.

"As próprias bibliotecas passam a escolher os títulos", diz Galeno Amorim, presidente da fundação.

Mais de 10 mil títulos de até R$ 10, de 356 editoras, foram inscritos no Cadastro Nacional de Livros de Baixo Preço. "A imensa maioria é de boa qualidade", afirma.

"Além de bibliotecas, pediremos que os livros cheguem ao consumidor final para ter mais oferta de livro barato." Cerca de 425 livrarias já se apresentaram.

A Fundação, que se tornou em 2011 responsável pela política de incentivo à leitura, está mapeando o número de bibliotecas no país. "O Brasil pode ter 100 mil, incluindo as rurais. Muitas há muito não recebem nenhum livro. O cadastro poderá municiar governos ao criarem política pública para a área."

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