domingo, agosto 21, 2011

WAGNER VILARON - ''A derrota é terapêutica. O Santos ainda quer o título''



''A derrota é terapêutica. O Santos ainda quer o título''
WAGNER VILARON 
O Estado de S.Paulo

Dirigente reconhece que time ainda não 'mudou a chave' da competição e diz que vai se reunir com Ganso nos próximos dias


ENTREVISTA - Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, presidente do Santos
As dancinhas após cada gol deram lugar a semblantes sisudos, o futebol espetáculo ficou burocrático e o time que cansou de erguer taças, entre elas a da Libertadores deste ano, hoje briga para fugir da zona do rebaixamento. A fase do Santos não é boa e até o sempre otimista presidente Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro reconhece: o time sofre de autossuficiência, o tal futebol espetáculo não tem previsão para voltar e Paulo Henrique Ganso anda triste porque constatou que tem perdido dinheiro:

Não há mais coreografias nos gols do Santos. O time está triste porque está mal ou vice-versa?

Acho que as duas coisas. É evidente que quando o momento em campo não é bom, fica mais difícil ter esse ânimo para fazer festa. Mas também é preciso lembrar que figuras como Robinho, que sempre animam o ambiente, não estão mais conosco. Além disso, o time amadureceu e isso traz um pouco mais de seriedade.

Qual sua avaliação sobre o fato de o time estar na zona do rebaixamento?

Essa equipe ganhou muitos títulos em um período curto. Em 2010 conquistamos o Estadual e a Copa do Brasil. Neste ano já somos bicampeões paulistas e vencemos a Libertadores. Entendo que tudo isso fez com que o time sofresse de uma autossuficiência. Mas a derrota é terapêutica, faz as pessoas amadurecerem, refletirem.

E qual é o objetivo no Santos neste Nacional?

O título, claro!

Mas a oscilação é clara. A equipe demorou para "virar a chave" e se concentrar no Brasileiro?

Sem dúvida está demorando. Mas é aquela velha história. Sempre quando a gente abre a champanhe, ela sai com força, faz um festa danada. Depois ela continua saborosa, mas o gás abaixa um pouco.

Parte do sucesso do Muricy está na forma como ele arma suas equipes defensivamente. Isso não vai de encontro ao tal DNA que o senhor tanto alardeou?

Essa história do DNA foi uma brincadeira que fiz naquele momento em que o time jogava buscando o gol a todo momento. Mas um time precisa ter equilíbrio para ser vencedor. Daí apareceu aquela frase famosa "quer ver espetáculo, vai ao Teatro Municipal"...

É do próprio Muricy. O senhor concorda com ela?

Não concordo, mas entendo que o técnico precisa tomar alguns cuidados ao montar o time.

Então houve uma mudança genética na equipe?

Não exatamente. O time continua jogando para frente. Veja o jogo contra o Flamengo, onde chegamos a abrir 3 a 0...

Em situações como aquela aparece essa certa arrogância?

Mas temos de considerar que se trata de um grupo jovem. E jovem sempre faz besteira. Faz parte da vida.

E a tristeza e consequente apatia do Ganso?

Acho que ele começou a perceber que está perdendo muito dinheiro. Por isso vou me dedicar pessoalmente a falar com ele nos próximos dias, apresentarei uma proposta de plano de carreira. Ele me garantiu que fica até 2012, para o Centenário.

E esses seguidos encontros do pai e do empresário do Neymar com representantes do Real Madrid?

Acho que eles têm o direito de jantar com quem quiserem, assim como os jogadores quando estão de folga.

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