sexta-feira, abril 29, 2011

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO


Concessão de aeroportos pode ser restrita
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SÃO PAULO - 29/04/11

O governo Dilma pode transferir a operação de terminais de alguns aeroportos para o setor privado no caso das concessões em que apenas a privatização de serviços comerciais, como áreas de lojas e logística de carga, não torne o negócio viável.
A definição dependerá dos estudos de viabilidade econômica do modelo de concessão dos aeroportos brasileiros que estão sendo feitos pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Os primeiros estudos indicam, por exemplo, que no caso do terceiro terminal do aeroporto de Guarulhos a operação é viável economicamente apenas com a concessão das chamadas áreas comerciais. A Infraero ficaria com a operação.
Já na construção dos novos terminais dos aeroportos de Viracopos e Brasília, o governo não está seguro de que somente a concessão de áreas comerciais tenha viabilidade econômica.
Nesses casos, os estudos podem indicar a necessidade de também conceder a operação para o setor privado ou então transferir para o vencedor da licitação a exploração de outras áreas comerciais desses aeroportos.
Nas reuniões com sua equipe, a presidente Dilma disse que seu governo não vai encarar como um tabu a manutenção dos serviços de operação dos aeroportos nas mãos da Infraero.
Indagada por assessores se não temia a reação de servidores da estatal, ela afirmou que prefere "brigar" com os funcionários da Infraero a enfrentar a insatisfação da classe média com os serviços dos aeroportos.

DECOLAGEM

Sobre o interesse de empresas aéreas de operar terminais, técnicos dizem que é uma possibilidade, mas não deve ser empregada no terceiro terminal de Guarulhos.
Motivo: em Cumbica, o novo terminal deve ser destinado aos voos internacionais, além de ser grande para ficar com uma companhia. O mesmo deve ocorrer com Brasília. O governo decidiu que a Infraero continuará tocando as obras para evitar que reclamações judiciais ou demoras nas licitações comprometam a Copa de 2014.
Quando for privatizado, o investidor terá de pagar ao governo pelas obras já feitas.
A decisão é parte da estratégia do governo de tocar simultaneamente as obras e os projetos de concessão das expansões de aeroportos de cidades envolvidas na Copa. Segundo cronograma da Infraero, 40% do novo terminal de Guarulhos deve estar operando em 2014, assim como 50% em Brasília e Viracopos.

POTÊNCIA DO INTERIOR
O potencial do mercado imobiliário de Campinas (SP) cresce e atrai incorporadoras. A Brookfield Incorporações vai lançar quatro empreendimentos na cidade neste ano, sendo três residenciais e um comercial.
O VGV (Valor Geral de Vendas) está projetado em R$ 400 milhões. O potencial de compras da região equivale a capitais como Porto Alegre e Curitiba, segundo o presidente da empresa, Nicholas Reade.
"Os terrenos foram comprados e estão em fase de aprovação. Já estamos adquirindo áreas para os lançamentos de 2012", diz.
A previsão de investimentos da companhia em terrenos na região é de R$ 60 milhões neste ano.
A meta da incorporadora é fazer lançamentos anuais de até R$ 500 milhões. "O potencial de compra na região é muito grande", diz Reade. A estratégia da empresa é focar na classe média, que hoje representa 50% das operações.
A incorporadora inaugurou ontem um showroom de 400 metros quadrados na cidade.

ADEGA SELADA
O Tribunal Regional Federal da 1ª Região de Brasília revogou a liminar que desobrigava os associados da Abba (Associação Brasileira de Exportadores e Importadores de Alimentos e Bebidas) de colocar o selo de controle fiscal nos vinhos importados.
Agora, todos os vinhos, nacionais ou importados, se enquadrarão na norma vigente. Desde 1º de janeiro deste ano, os vinhos só podem sair das vinícolas, das engarrafadoras e das importadoras com o selo.
O presidente da Abba, Adilson Carvalhal Júnior, informou que a associação vai entrar com recurso nos próximos dias. "O selo só serve para encarecer o produto", diz.
O objetivo da medida, determinada pela Receita Federal, é aumentar o controle no comércio, para evitar o contrabando e o descaminho.
A partir de 1º de janeiro de 2012, os atacadistas e varejistas não poderão comercializar os vinhos sem o selo.

De olho... 
O governador da província argentina de Mendoza, Celso Alejandro Jaque, se reuniu nesta semana com empresários brasileiros em São Paulo para pedir participação em seu projeto logístico, que inclui a construção de um túnel ferroviário de 52 km, ligando Chile e Argentina.

...na vizinhança 
A licitação para a obra, orçada em US$ 3 bilhões, deve ocorrer em agosto. Ainda no primeiro semestre, em parceria com a Fiesp, o governo pretende realizar evento com empresários brasileiros que ajudariam a suprir a demanda na infraestrutura logística.

Sem desperdício 
A Light e a Elster anunciam hoje parceria para utilização de um novo sistema de medição centralizada do consumo de energia elétrica. Cerca de 240 mil usuários deverão ter acesso ao produto no Rio de Janeiro.

Maternidade... 
Para o Dia das Mães, empresários do comércio no Grande Rio esperam faturamento de 14,8% acima do do ano passado, segundo a Fecomércio-RJ.

...no consumo 
As estratégias para o crescimento das vendas são aumento de estoque (69,2%), promoções (57,7%) e decoração especial (47,8%). Os segmentos de telefonia celular e joias e bijuterias esperam alta de 17%.

Plataforma... 
O centro de pesquisas da Petrobras participará na próxima semana do Offshore Technology Conference 2011, considerado um dos maiores eventos na área de exploração e produção de petróleo no mar, nos EUA.

...de negócios 
Fornecedoras como Baker Hughes, FMC Technologies e Schlumberger instalaram unidades no país após o evento de 2010.

HORA DO ALMOÇO

A rede de restaurantes Giraffas avança na expansão pelo interior do país. Até o final do ano, serão inauguradas 40 lojas franqueadas. Dessas, 28 estão com contratos assinados.
"O nosso foco são cidades do interior em Estados como Rondônia, Tocantins, Goiás e São Paulo", diz Cláudio Miccieli, sócio e diretor-executivo da rede. Os investimentos injetados pelos franqueados serão de R$ 30 milhões.
No segundo semestre, a rede, que possui hoje 350 restaurantes, abrirá lojas nos dois únicos Estados onde ainda não está presente: Acre e Amapá.
Em junho, a empresa vai inaugurar a primeira loja nos Estados Unidos, em Miami. "Até o final do ano, serão mais duas na mesma cidade", diz.
O investimento próprio da companhia nessas unidades internacionais é de US$ 2,5 milhões.
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK, VITOR SION, VALDO CRUZ e NATUZA NERY

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