terça-feira, dezembro 21, 2010

JOSÉ SIMÃO

Uau! Desencapeta a Suzana Vieira!
JOSÉ SIMÃO
FOLHA DE SÃO PAULO - 21/12/10

Já viram aquelas caixas que o palhaço pula pra fora? É o peito da Suzana Vieira pulando do decote!


BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República!
Novidades para presente de Natal. Depois do iPod, do iPhone e do iPad, a Apple acaba de lançar um produto brasileiro: o iPin! Aipim para Todos! Rarará!
E socuerro! Cuidado! Todos para o abrigo! A Suzana Vieira tem o peito vesgo. Cada um olhando prum lado. É verdade! Eu vi, aliás, o Brasil inteiro viu os peitos da Suzana no "Faustão"! PAGAR PEITÃO SÓ NO "FAUSTÃO"! Rarará!
A coroa tá possuída: cantou, sentou no colo do namorado e os peitos pularam pra fora! E já imaginou se o peito dela estoura? Ia ter luta no gel no "Faustão"!
Primeiro ela cantou. Ai, que saudades da buzina do Chacrinha! Depois ela sentou no colo do namorado, que É MÁGICO! Sentar em colo de mágico é pra fazer a cobra sumir. Rarará. E aí os peitos pularam pra fora! Como palhaço quando sai da caixa. Já viram aquelas caixas que o palhaço pula pra fora? É o peito da Suzana Vieira pulando pra fora do decote!
Essas coroas da Globo estão tomando sucrilhos com gardenal no café da manhã? Como dizia minha mãe: acordou com o bicho carpinteiro no corpo! Tem que desencapetar. Ops, desencaPEITAR! Rarará. Eu acho que o namorado mágico faz com ela a transa mágica: eles transam e aí ELA SOME! Rarará.
E saiu a nova definição da Hebe: a Palmirinha com acessórios da H. Stern! Rarará! E a declaração do promotor do caso Bruno: "O Macarrão tá muito enrolado". E o Coxinha tá frito? Amigos do goleiro Bruno: Macarrão enrolado e Coxinha frito! Ceia de Natal!
E adorei a charge do Lute sobre a zona aérea: "Atenção, torre! Há mais de três horas aguardo ordens para pousar com segurança. Quando poderei fazer isso?". "Ih! Sendo bem otimista, acho que só na Copa de 2014". Rarará!
O brasileiro é cordial! Placa direto de Porto Alegre: "Istalo ferro em espêio de carro pra quebrá pé de motoqueiro". Rarará.
E a penúltima do Gervásio daquela empresa de São Bernardo: "Se eu pegar o bituco frouxo que deixou a torneira aberta, vou enfiar a cabeça dele na privada e dar descarga até ele ficar com barriga d'água".
Uau! Pelo menos tem consciência ecológica. E uma amiga minha disse que quer ser o saco de pancada do Gervásio. Rarará. Nóis sofre, mas nóis goza.
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

JANIO DE FREITAS

Saúde na política
JANIO DE FREITAS
FOLHA DE SÃO PAULO - 21/12/10

Temporão deixa a Saúde por seus méritos; a permanência dele não agrada a quem quer frequentar o ministério

A MAIOR RESISTÊNCIA que Dilma Rousseff está opondo às pressões partidárias, se comparada ao facilitário de Lula na formação dos dois governos, não impediu que ao final de suas escolhas se dê a ruptura com o avanço constatado por três dos atuais ministérios.
A ruptura está caracterizada na escolha de Alexandre Padilha, atual ministro de Relações Institucionais, para o Ministério da Saúde. A escolha atende não só aos critérios, sejam quais forem, de Dilma Rousseff mas também a numerosa corrente de parlamentares.
Muito explicável: na ponte que fez entre o governo e os congressistas, Padilha comprovou-se um político atento aos jogos da política e hábil para deles participar com agrado de parte a parte.
Em contraste, um dos muitos méritos de José Gomes Temporão no Ministério da Saúde foi ser, por todo o tempo e em todas as circunstâncias, apenas um médico na função de ministro. A política não entrou no Ministério da Saúde, onde jamais teve o que fazer de aproveitável. Sem hostilidades, sem negar atenção ao que pudesse merecê-la, a Saúde voltou-se só para a saúde.
Uma retomada mais duradoura, e mais difícil por falta de igual prestígio nos meios de comunicação, do período de Adib Jatene (este, interrompido porque o relevo do então ministro o credenciava à sucessão presidencial, quando os planos de Sérgio Motta e Fernando Henrique era obter o direito de reeleição).
Com o também médico Alexandre Padilha, a política volta a frequentar o Ministério da Saúde. E por melhores que possam ser as qualidades de Padilha como médico e como ministro, a inclusão da Saúde entre os instrumentos do jogo político é um fator contrário à saúde -o que explica muito da gravidade a que chegou esse problema no Brasil.
José Gomes Temporão deixa o ministério por seus méritos. O mérito da substituição é só o da clareza de que se dá porque a permanência do ministro não agrada aos que esperam frequentar o ministério.

NOS BILHÕES
As aberrações da armação financeira para a Copa no Brasil, expostas em admirável reportagem de Leandro Motta na CBN, são muito fortes. Ao Tribunal de Contas da União com seus novos propósitos preventivos, à Controladoria-Geral da União e à OAB só foi deixado um modo de não se verem cobrados, mais tarde. É agir já. Contra os abusos e as ilegalidades.
Ainda incompleto, o orçamento da Copa já está em R$ 17 bilhões. A isenção de impostos para tudo o que tenha alguma relação com a Copa do Munda -uma exigência da Fifa, como se tivesse autoridade para sobrepor-se à legislação brasileira- está estendida até a pessoas.

VENCIDOX
Derrotado na primeira instância, derrotado no recurso à segunda instância, Alexandre Machado foi agora derrotado no recurso ao Superior Tribunal de Justiça em processo que me moveu. Pretendia obter uma indenização, coerentemente, em dinheiro.
A pretensão de Alexandre Machado vem dos artigos que contribuíram para impedir a caríssima transação que trocaria o nome Petrobras para Petrobrax. Alexandrex Machadox, perdão, Alexandre Machado estava na Petrobras com Philippe Reichstull, aquele que, designado por Fernando Henrique para presidir a empresa, não segurou o espanto em público: "eu não entendo de petróleo". Nem tentou entender.
Os três a zero de minha defesa foram conquistados pelo advogado José Diogo Bastos, que assumiu a causa sem apresentar condição alguma.

ARNALDO JABOR

A obra de arte deve ser exaltante
ARNALDO JABOR
O GLOBO - 21/12/10

Ao apagar das luzes, fui ver a Bienal. Quase não escrevo sobre ela, mas não aguentei, apesar de não ser crítico de arte. A sensação dominante que tive foi de ruínas ou de despejos da civilização. Saí triste. Os trabalhos repetem os mesmos códigos e repertórios: terra arrasada, materiais brutos e sujos, desarmonia, assimetria, uma vergonha de ser "arte", vergonha de provocar sentimentos de prazer. A fruição poética é impedida, como se o prazer fosse uma coisa reacionária, "alienada", ignorando o "mal do mundo", que tem de ser esfregado na cara do espectador para que ele não esqueça o horror que nos assola.

Há um propósito de evitar qualquer transcendência artística. Um crítico escreveu: "O paradigma romântico foi desmantelado no século 20, porque apresenta a arte como algo universal, acima da realidade social e política."

Ou seja, a razão maior da arte, que é justamente esse mistério que aponta para "as coisas vagas" (como escreveu Paul Valéry) sem as quais não há reflexão poética ou filosófica, foi jogada fora, em nome de uma racionalização criada para substituir nossa impotência política real.

Fui andando pelo pavilhão maravilhoso do Niemeyer, pensando que o edifício "modernista" era superior a qualquer panfletinho ali exposto.

Pensei que o império da sordidez mercantil, a ignorância no poder, o fanatismo do terror, a boçalidade cultural, toda a tempestade de bosta que nos ronda está muito além do alcance crítico de qualquer "denúncia" artística. Não adianta mais "chocar" ou "conscientizar" ninguém. Nada que haja na Bienal nos choca mais que homens-bomba explodindo discotecas ou a fome na África ou a lama das favelas e periferias. Nada. Os gestos enraivecidos da antiarte nem arranham a pele do mundo. Nesta Bienal vi um parque temático de deprimidos, um muro de lamentações inúteis - a melancolia como "denúncia" de uma vida sem solução, quando a grande crítica ao Ocidente é feita pelos terroristas islâmicos. A infeliz sentença de Stockhausen chamando o 11 de Setembro de "obra de arte" tem, sim, um bruto fundo de verdade. Nada pode explicar ou evitar aquele horror. Nunca imaginávamos que o século 21 seria parecido com o século 7.º, quando Maomé se declarou o único profeta.

Intelectuais e artistas vivem em pânico, pois o tempo de sínteses se extinguiu. Os acontecimentos estão incompreensíveis e, no entanto, óbvios demais. Claro que os artistas contemporâneos não podem ignorar o horror do mundo e têm de acusar o golpe. Sim, mas mesmo em tempos terríveis, há que se buscar alguma transcendência, esperança e vitalidade.

Tropeçando em perigosas "instalações", pensei que a morte da "aura" da arte é menos aceita do que pensávamos. Hoje, muitos artistas se veem como ex-profetas abandonados e passaram a usar a luz da "aura" como um halo, como uma coroa de espinhos para sua solidão. O artista quer virar obra de arte. E tudo faz para esquecer seu abandono, mesmo que seja expor seus excrementos numa latinha. E vemos que ele não abriu mão da representação, mas cultiva-a ao avesso da beleza, como uma doença favorita. Ele é a representação, ele é a paisagem.

Acho que nesta desistência da arte transcendental há um complexo de inferioridade diante da tecnociência, que está avassalando nossas vidas. Nietzsche não concordaria: "A arte é mais poderosa que a Ciência, pois ela quer a vida, enquanto o objetivo final do conhecimento é o aniquilamento." Nietzsche escreveu isso no fim do século passado, querendo dizer que, por trás da busca científica e racional da verdade, mora o desejo da morte, de esgotamento da vida, por uma letal explicação de tudo.

Claro que não tenho nível para aprofundar este tema; mas temos hoje esta metástase digital hipertecnológica ao lado de um indigente, tuberculoso, desempenho artístico do mundo. Temos de um lado o mercantilismo escroto de Hollywood, dos teatrões, das galerias chiques ou dos best-sellers. Do outro, a solidão melancólica das Documentas, os bodões negros dos guetos da revolta "oficial".

Sem dúvida, a grandeza da arte contemporânea é de se misturar à vida, sem suporte, mas sem negá-la de fora, atacando-a com rancor por sua falta de sentido claro. Nisso, o WikiLeaks mata a pau.

Movidos pela ideia socrática de que a arte tem de ser subordinada à Razão, os artistas caíram numa denúncia melancólica das impossibilidades. Não há futuro para esta ideia de arte, seja ela digital, mercantil, iluminista ou o cacete a quatro. A celebração dionisíaca do existir não pode ser considerada frescura ou alienação.

Prevaleceu a vertente "triste" do modernismo, a vertente "conceitual" que joga sobre o "mal do mundo" apenas uma ideologia nevoenta de condenações sem nome, apenas uma arte enojada contra o mal-estar da civilização.

Por que a melancolia seria mais profunda que a alegria? Como explicar Fred Astaire, Busby Berkeley, Cantando na Chuva, a arte pop, o jazz? Depois do pop, será que uma "aids conceitual" não atacou tudo, depauperando a luta? Será que não se esgotou a denúncia do feio pelo "mais feio", que odeia a vida real, por adesão a um impossível finalismo? O "novo" não poderia ser um "belo" que denuncia, com sua luz, a injusta vida?

Precisamos de arte, como uvas e frutos e danças e como um coro de Silenos, de Dionísios, pois a ciência e a razão estão querendo chegar até os ossos da "essência". A arte é a ilusão aceita, a clareza feliz de que a aparência é o lugar do humano e que só nos resta essa hipótese de felicidade num planeta gelado. Não a arte-espetáculo, mercadoria de ver, mas a arte como ritual de embelezamento da vida. Nietzsche: "A ilusão é a essência em que o homem se criou."

Lembrei-me então de uma frase de Stravinski: "A obra de arte deve ser exaltante." E uma de Artaud: "A arte não é a imitação da vida; a vida é que é a imitação de "algo" transcendental com que a arte nos põe em contato." Por isso, não gostei da Bienal.

MÔNICA BERGAMO

Efeito Rock n' Rodas 
Mônica Bergamo 

Folha de S.Paulo - 21/12/2010

O índice de ocupação dos hotéis em São Paulo bateu recorde em novembro, com 79,6%. O número, turbinado pelo Grande Prêmio do Brasil de F-1, pelo Salão do Automóvel e pelos shows de Paul McCartney na cidade, é 13,2% maior do que no mesmo mês do ano passado, e 23,8% maior do que em 2005.

CAMA E CAFÉ
O valor médio das diárias, outro termômetro de aquecimento do setor hoteleiro, também aumentou, chegando a R$ 228,70. Em outubro, o preço era R$ 208,98 e, em novembro do ano passado, estava em R$ 189.

NINHO
O presidente Lula quer passar os primeiros dias do ano em São Bernardo do Campo assim que deixar a Presidência.

Só lá pelo dia 4 ele pretende viajar de férias.

EU VOU PARTIR
E o marqueteiro João Santana, que comandou a campanha de Dilma Rousseff (PT), madrugou no Palácio da Alvorada ontem. Foi ele quem dirigiu o depoimento de Lula que vai ao ar em rede nacional no dia 23. Será o último pronunciamento do presidente à nação.

LENÇO
Lula caiu no choro em vários momentos da gravação.

BUMERANGUE
É grande a expectativa na equipe do governador eleito Geraldo Alckmin em relação ao discurso que Paulo Renato Souza, ex-secretário da Educação, fará hoje em Brasília, onde reassume o mandato de deputado federal. Souza deixou a pasta magoado e deixando claras as discordâncias em relação aos sinais dos novos rumos que Alckmin pretende dar à área.

TRÊS EM UM
Até ontem, só o PT tinha feito indicações para o Ministério da Cultura. De Minas surgiram os nomes de Luiz Dulci -que dizia não querer o cargo -e de Heloísa Starling, ex-vice-reitora da UFMG. Os petistas baianos continuavam apoiando a permanência de Juca Ferreira. A demora na nomeação era creditada ao fato de Dilma analisar que, além de acomodar questões regionais, a pasta poderia abrigar algum partido ainda descontente com a divisão de cargos em Brasília, como o PSB.

O FINO DA BOSSA
Antonio Palocci Filho (PT) foi a atração do jantar de fim de ano oferecido há alguns dias por Eleonora e Ivo Rosset, da Valisere, no Jardim Europa, em São Paulo.

JUNTO COM SHAKIRA
A cantora colombiana Shakira, que desembarca no Brasil em março para shows em SP, Brasília e Porto Alegre, já escolheu duas das atrações que irão acompanhá-la no Pop Music Festival, o festival que ela criou para a América Latina. O jamaicano Ziggy Marley, filho de Bob Marley, e a banda americana Train já estão confirmados no evento.

SÁBADO DE MÚSICA
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso recebeu de surpresa a Ordem do Ipiranga do governador Alberto Goldman (PSDB-SP) no sábado, na Sala São Paulo. A homenagem ocorreu após o encerramento da temporada da Osesp, cuja fundação FHC preside. O maestro Yan Pascal Tortelier e sua mulher, Sylvie, ficaram para o coquetel, junto do ex-governador José Serra (PSDB-SP), o banqueiro Joseph Safra e sua mulher, Vicky.

AMIGAS SECRETAS
A empresária Vanda Jacintho abriu sua casa no Jardim América para um almoço com 50 amigas, entre elas Chella Safra, Nadia Setubal, Eliane Hawilla e Tania Derani. Na ocasião, houve troca de presentes de amigo secreto. A dona da casa, por exemplo, deu uma carteira Chanel para Bete Arbaitman. O menu teve assinatura do banqueteiro Charlô Whately. E todas as participantes contribuíram com doações para a ONG Amem. "Ano que vem iremos ajudar outra entidade", disse a anfitriã.

FERVURA
Rivais nos bastidores, mas mantendo as aparências em público, as cantoras Ivete Sangalo e Claudia Leitte vão dividir a avenida no Carnaval da Bahia. As duas alugaram espaços para instalar, pela primeira vez, camarotes no circuito Barra-Ondina. Vão ficar perto de outra rival, Daniela Mercury. Pairando acima das disputas, Gilberto Gil permanece no circuito com o Expresso 2222, onde está há 12 anos. Mas agora numa casa nova, na mesma avenida, que acaba de comprar.

PIADA NOVA
Fora da MTV com o fim do "Rockgol", anunciado há alguns dias, Marco Bianchi está preparando um programa de humor com sátiras de formatos televisivos, que afirma negociar com duas emissoras da TV aberta. Os quadros terão "o colunista social interesseiro, o sitcom infame, a mesa-redonda de comentários apaixonados e a TV Câmera dos Deturpados", conta o humorista.

CURTO-CIRCUITO

A banda All Time Low se apresenta no dia 29 de janeiro, às 22h, no Via Funchal. Classificação: 12 anos.

Acontece hoje, no bufê França, um jantar beneficente em prol do Hospital São Paulo, da Unifesp.

Claudio Zoli comanda a festa de encerramento do projeto "Pure Black Fusion 2010", com show hoje, às 23h30, no Rey Castro. 18 anos.

As bandas Glória e Strike se apresentam hoje na final do LG Mobile Worldcup, no Espaço Vila dos Ipês. 13 anos.

O AfroReggae entrega hoje, no teatro Carlos Gomes, no Rio, o Prêmio Orilaxé.

Termina amanhã o bazar de Natal da PontoArt, com obras de arte, móveis e antiguidades em promoção, na rua Inácio Pereira da Rocha, nº 246, em Pinheiros.

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Consumo da classe C impulsiona uso de escolta 
Maria Cristina Frias

Folha de S.Paulo - 21/12/2010

O ingresso em massa dos brasileiros da classe C no consumo gerou uma preocupação, e um custo, a mais para os varejistas. A alta nas vendas tornou as entregas mais visadas para assaltos.

Serviços de escolta armada cresceram 30% neste Natal, ante o do ano passado, segundo o Sesvesp (Sindicato das Empresas de Segurança Privada de São Paulo).

"Uma das maiores empresas do setor saltou de 5.300 escoltas para 6.500 entre meados de novembro e de dezembro em São Paulo e no Rio", afirma Autair Iuga, vice-presidente da entidade.

A segurança patrimonial, feita em centros de distribuição e fábricas, cresceu, mas em ritmo menor, de 15%.

"Esses centros de distribuição concentram risco, pois é onde está a produção. Tem tido muita invasão. Mas, como as vendas estão aceleradas, a mercadoria fica pouco tempo no local."

Eletrônicos estão entre as cargas mais visadas neste Natal, tanto no momento de distribuição para as lojas quanto na entrega ao consumidor final, segundo Iuga.

Outro segmento que passou a demandar escolta armada com maior frequência foi o de produtos de beleza.

Os alimentos, embora não sejam as mercadorias de maior valor, estão na liderança das cargas mais visadas. Ultrapassaram medicamentos e eletrônicos, que até 2008 eram os primeiros.

No Brasil, há cerca de 90 mil homens trabalhando nas 300 empresas autorizadas -incremento de 13.500 homens neste ano, diz Iuga.

Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, em 2009, o Estado teve 7.776 roubos de cargas, alta de 14,4% ante 2008.

Novozymes Fecha Compra Nos Eua
A dinamarquesa Novozymes, que tem fábricas de produtos agrobiológicos no Brasil, anunciou a aquisição da EMD/Merck Crop Bioscience da Merck KGaA.

A companhia adquirida tem sede em Milwaukee (Wisconsin) e outra planta na Argentina. A previsão é que a empresa gere vendas de US$ 60 milhões em 2010.

"A aquisição fortalece a posição global da Novozymes no mercado em expansão de agrobiológicos e a posição da América Latina dentro da companhia, por ter uma fábrica argentina", afirma Pedro Luiz Fernandes, presidente da Novozymes para a América Latina.

"Com a proximidade da fábrica em país vizinho, teremos sinergias no Brasil", diz. "O uso de biofertilizantes, em vez de defensivos agrícolas, poderá ser mais disseminado aqui." Na Suécia, a Novozymes anunciou que o valor da compra foi de US$ 275 milhões (R$ 470 milhões).

Selic e dólar para 2011 dividem opiniões de executivos
O rumo da taxa de juros e do câmbio para 2011 ainda divide opiniões entre os executivos de finanças, segundo pesquisa realizada pelo Ibef (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças).

Entre os entrevistados, 20,83% afirmam que a taxa Selic ficará abaixo de 10% no final de 2011. Para outros 20,83%, os juros estarão em 10,75%. Uma Selic acima de 11% é esperada por 16,67% dos executivos.

De acordo com o boletim Focus, do Banco Central, o mercado projeta a taxa Selic em 12,25% para o final do ano que vem.

Quanto ao comportamento do dólar, 31,82% dos executivos ouvidos pela pesquisa esperam que a cotação da moeda fique na faixa entre R$ 1,75 e R$ 1,80.

Outros 22,73% apontam o intervalo de R$ 1,70 a R$ 1,75.

A inflação deve ficar próxima ao centro da meta, entre 4% e 5%, para 48% dos entrevistados, segundo o Ibef.

Quanto ao crescimento do país, 45,83% dos executivos dizem acreditar em um ritmo menos intenso em 2011, com o PIB abaixo de 5%.

Ensino Express
Quase um ano após comprar a rede de ensino técnico SOS, o Grupo Multi (dono de Wizard, Skill e outros) vai lançar um modelo de franquias de baixo custo, para cidades com menos de 70 mil habitantes.

A SOS Express vai utilizar métodos interativos que não demandam um professor específico para cada turma. Alunos de diferentes níveis compartilham a sala e o professor, que reveza os atendimentos.

As unidades, de cerca de cem metros quadrados, são menores que as convencionais da SOS, que ocupam até 800 metros quadrados.

"Elas terão uma ou duas salas, uma recepção pequena e um banheiro", diz Lincoln Martins, presidente-executivo do Multi.

Com custos de manutenção e investimento mais baixos, foi possível chegar a um preço menor para o aluno, segundo Martins. "Queremos atender o público C e o D principalmente", afirma.

A mensalidade da rede, que vai oferecer cursos de informática e profissionalizantes, pode chegar a R$ 70 conforme a região.

A meta é abrir 60 escolas em 2011 -30 unidades já estão em negociação.

Cinquentinha... 
A Sanrio, criadora da marca Hello Kitty, completou 50 anos em 2010 e acaba de lançar no Brasil sua loja virtual. Com o e-commerce, a marca expandirá as vendas para outros Estados.

...digital
Em 2011, o esforço incluirá os negócios de licenciamento, que, neste ano, cresceram 30% e somam cerca de 120 contratos. Hello Kitty, criada há 36 anos, é a campeã, graças à popularidade entre meninas e mulheres de todas as idades, segundo a marca.

InovaçãoA Cosan adotou novo software para diminuir os custos com operações no transporte de cana-de-açúcar em suas usinas. A ferramenta, denominada Simio, é inédita no Brasil e foi trazida ao país pela Paragon.

De olho...O HSBC montará equipe de cem profissionais para trabalhar na parceria com o Brasil Brokers, voltada para o financiamento de imóveis usados. O banco procura atendentes de "call center", além de especialistas comerciais e operacionais.

...no futuroA estimativa das companhias é que as concessões de crédito decorrentes do acordo, fechado em outubro passado, cheguem a R$ 4,5 bilhões até o fim do contrato, em 2015. As empresas podem renovar a parceria por outros cinco anos.

SONIA RACY - DIRETO DA FONTE

Corrida na PF 
Sonia Racy 

O Estado de S.Paulo - 21/12/2010

Além do delegado gaúcho Ildo Gasparetto- aparentemente apoiado por José Eduardo Cardozo, futuro ministro da Justiça - e de Roberto Troncon, festejado internamente pela corporação, surgem mais dois nomes para chefiar a Polícia Federal.

O do paraense Geraldo Araújo e Leandro Coimbra, superintendente da PF em São Paulo.

Pregão
Deu no Wall Street Journal: a Sara Lee estaria considerando "se vender" para o Grupo JBS. A dúvida agora recai sobre como a empresa brasileira pretende se alavancar para tanto.

Espelho meu
Michel Temer está pensando em contratar um personal stylist para aprender a sorrir. "Este meu estilo dá margens a interpretações errôneas", explica o vice-presidente. Como aconteceu em evento semana passada, quando acreditou-se que ele estaria de mal com Dilma.

Saiu do papel
E as filmagens de Gonzaga: de Pai para Filho começaram dia 12, em Exu, Pernambuco. Breno Silveira aproveitou a festa de comemoração dos 98 anos do Rei do Baião para dar o start à cinebiografia de Luiz Gonzaga, vista pela ótica de seu filho Gonzaguinha.

Xmas
Noel foi generoso com a Inspire Capital, dos irmãos Alexandre e Marcos Rezende. Ganharam algumas dezenas de milhões de reais assessorando a Mantecorp na venda para Hypermarcas.

Troca de guarda
A PM decidiu: não quer mais saber de policiais em gabinetes. E se prepara para pedir à Câmara Municipal a devolução do efetivo que lá está. Quem ficaria em seu lugar? A PM tem sugestão: a Guarda Civil.

Atiraste uma pedra
O livro Herivelto Como Conheci - A Verdadeira História de Amor, escrito por Yaçanã Martins e Cacau Hygino, será levado ao teatro em 2012, ano do centenário do compositor, pai da autora. E como musical. A ideia é que a obra também vire filme, com os autores como roteiristas.

Nada a declarar
Sai em 2011 a biografia de Nathalia Timberg sem que se toque na sua vida pessoal. Pedido da atriz. Pela Imprensa Oficial de São Paulo.

Era virtual
O Itaú dará a seu correntista, ano que vem, uma opção inédita: uma conta corrente cuja movimentação será feita exclusivamente pela internet. Sem custos maiores, sua manutenção será mais barata.

O banco testará também a substituição da senha convencional pela biométrica- a que usa a impressão digital.

Reconhecimento
Saiu ontem a cobiçada lista de 2010 nomeando os poderosos nas artes, feita pela respeitada revista Art+Auction.

São dois os brasileiros citados: Lily Safra, na categoria Colecionadora, e Adriano Pedrosa, na classe de Curadores.

Bolo disputado
Mais especulações em torno de um nome para assumir o Minc. No caso da opção ser uma mulher no posto, além de Marilena Chauí e Ana de Hollanda, surge o nome de Adriana Rattes. Representando a ala masculina nesta corrida, Luiz Dulci tem vez.

O sonho da classe artística paulista, porém, era ver um nome técnico no cargo: o de Danilo Miranda, do Sesc, no cargo.

Na frente
Depois de emplacar Ciro no ministério de Dilma, Cid Gomes conseguiu que o Ceará fosse o último estado visitado por Lula antes de deixar a Presidência da República. O presidente pisa em Fortaleza dia 29 para inauguração de refinaria de petróleo.

Aníbal Massaini faz palestra em janeiro no Catar. A visita faz parte dos preparativos para a Copa de 2022.

Criativa, a Wendler. Ao anunciar suas férias coletivas, por e-mail, pregou: "A blindagem é de aço balístico, mas ninguém é de ferro".

Quem chamou atenção neste fim de semana no Teatro Oficina foi Eduardo Suplicy. Não se sentiu constrangido em ser o único de paletó e gravata. Tirada, aliás, enquanto "marchava" pela rua com a plateia.

RENATA LO PRETE - PAINEL DA FOLHA

Como está fica 
Renata Lo Prete 

Folha de S.Paulo - 21/12/2010

A equipe de transição recuou da proposta de oferecer um segundo ministério para o PC do B ao se dar conta da reação das demais siglas aliadas, que, ressentidas com o tratamento diferenciado para uma bancada de 15 deputados, já ameaçavam votar contra eventual MP destinada a criar a pasta da Olimpíada.

Arquivada a ideia do novo ministério, que seria dado a Orlando Silva, o PC do B voltou a bater o pé para mantê-lo em Esporte, e Dilma Rousseff acabou por abdicar do desejo de colocar uma mulher nesse cargo. Em compensação, a presidente eleita considera encerrada a discussão sobre a APO (Autoridade Pública Olímpica): o cargo não será acumulado por Silva.

EscalaçãoEm Campinas, na véspera de ser anunciado ministro da Saúde, Alexandre Padilha mencionou a aliados, durante encontro no hotel Vitória, nomes que pretende levar para a pasta: Helvécio Magalhães, secretário de Planejamento de Belo Horizonte, e Fausto Pereira Santos, ex-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Convergência
A ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente), que permanecerá com Dilma, quer juntar a COP-18, conferência do clima de 2012, com a Rio +20, encontro internacional que marcará duas décadas da Eco-92. Embora exista chance de o novo acordo do clima ficar pronto daqui a dois anos, há uma dificuldade de calendário: a COP acontece em dezembro, e a reunião no Rio, no meio do ano.

Fui
Depois de comparecer à confraternização de ministros e ex-ministros de Lula, José Dirceu "pulará" a cerimônia de posse de Dilma. Com férias marcadas, o petista não pretende voltar a Brasília antes de 10 de janeiro.

PoupançaO aumento salarial do Congresso ajudará o PT a enxugar sua dívida, de R$ 27,7 milhões. Como cada deputado ou senador petista destina ao partido 20% da remuneração, espera-se um salto na arrecadação.

Destravou
Por unanimidade, o STJ rejeitou, na semana passada, recurso que havia quase sete anos impedia a ida a júri dos acusados da chacina de Unaí (MG). Em janeiro de 2004, foram assassinados três fiscais e um motorista do Ministério do Trabalho. Vítima de emboscada, a equipe inspecionava fazendas da região suspeitas de manter trabalho escravo.

Vida real 1Enquanto o PSB se esfalfa para garantir espaço no governo Dilma, cuja eleição apoiou, avançam as tratativas da ala paulista com Geraldo Alckmin. Mesmo tendo lançado Paulo Skaf no Estado, é grande a chance de o partido integrar o secretariado. A manobra visa assegurar ao tucano base mais sólida na Assembleia.

Vida real 2
Também o PC do B e o PDT, que marcharam com Aloizio Mercadante (PT), podem ser contemplados por Alckmin. As três siglas do "bloquinho" dariam ao futuro governo mais dez deputados na Assembleia.

EmbrulhoA equipe de transição quer turbinar secretarias "periféricas" para torná-las atrativas a aliados, que reclamam do orçamento modesto. Além de abrigar a empresa paulista do setor, a nova pasta de Turismo absorverá o Dade, que repassa recursos a 67 cidades classificadas como estâncias.

TorneiraTanto ou mais do que as pastas remanescentes, a disputa pela Sabesp agita a transição. Alckmin tem dito que a companhia, hoje com negócios fora do Estado e do país, será mantida nas mãos de um técnico. O atual presidente, Gesner de Oliveira, deverá sair.

Tiroteio
"O MST está fazendo o Brasil regredir à lei da selva. Não há crimes nem culpas. Vale tudo."
DA SENADORA KÁTIA ABREU (DEM-TO), presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), sobre o fato de o Tribunal de Justiça de São Paulo ter cancelado o indiciamento dos acusados pela depredação, em outubro de 2009, de 12 mil pés de laranja numa fazenda da Cutrale.

Contraponto

À francesa
Ao final de almoço que reuniu ontem deputados federais tucanos numa churrascaria no bairro paulistano do Itaim Bibi, Julio Semeguini tomou a iniciativa de pedir a conta e virou motivo de piada entre os colegas. Um deles o advertiu, em tom de brincadeira:

-Não vá fazer como o Walter Feldman, que da outra vez recolheu o dinheiro e não pagou o restaurante...

Feldman não estava à mesa para se defender, mas acabou levando a fama. Enquanto isso, Édson Aparecido e José Anibal saíram de fininho antes do rateio.

ILIMAR FRANCO

A queda 
Ilimar Franco 

O Globo - 21/12/2010

Uma forte reação no PSB, no PT e no PMDB derrubou o deputado Ciro Gomes, impedindo que ele assumisse o Ministério da Integração, conforme convite da presidente eleita, Dilma Rousseff. Sua presença no cargo era uma ameaça ao acordo para compartilhar o poder na pasta, firmado pelos governadores Eduardo Campos (PE), Jaques Wagner (BA) e Marcelo Déda (SE), o líder do PMDB, Henrique Alves (RN), e a bancada socialista.

A confirmação de Adams e o STF
Um influente grupo de petistas, que são da cozinha do presidente Lula e que apoiam o nome do ministro Benedito Gonçalves, do STJ, para a vaga do STF, não ganhou um alento com a confirmação da permanência da Luís Inácio Adams na Advocacia-Geral da União (AGU). Interpretaram o convite feito por Dilma como a confirmação de que ele será o indicado para o Supremo. A informação que eles receberam é a de que o nome de Adams será submetido ao Senado tão logo o Congresso volte a funcionar, após o recesso parlamentar. Hoje, Adams deve ser recebido pelo presidente Lula para tratar, possivelmente, do caso Battisti.

Nova linha
Um das prioridades do ministro Nelson Jobim (Defesa), no governo Dilma, será a “reestruturação do conteúdo do ensino nas Forças Armadas, com ampliação do conhecimento sobre direito constitucional e direitos humanos”.

Cercando
O candidato do PT à presidência da Câmara, Marco Maia (RS), está trabalhando duro para que amanhã tanto o PSDB quanto o DEM anunciem apoio à sua candidatura. Se isso ocorrer, a expectativa é de que ele seja candidato único.

A permanência de Orlando no Esporte
O futuro chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, recebeu do ministro do Esporte, Orlando Silva, em reunião no sábado, a proposta de criação do Ministério dos Jogos Olímpicos. Mas a presidente eleita, Dilma Rousseff, não considerou adequado, do ponto de vista político, criar a pasta. Ontem, ela convidou Orlando para ficar. Pesou o argumento do presidente do PCdoB, Renato Rabelo, de que se tratava de preservar um jovem quadro político.

O clima na oposição
Para mais de um interlocutor, por esses dias, o deputado Indio da Costa (DEM-RJ), candidato a vice na chapa tucana à Presidência da República, tem feito uma confidência bombástica. Relata ele que o ex-governador paulista José Serra, candidato derrotado nas eleições presidenciais, numa conversa com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, teria afirmado: “Pode até ser que eu não seja presidente da República em 2014, mas o Aécio (Neves) também não será”.

● PELO ACERTO firmado ontem entre a presidente eleita, Dilma Rousseff, e o PSB, Pedro Brito deixará de ser ministro, mas vai se manter na secretaria dos Portos, no novo Ministério de Portos e Aeroportos.

● O PT e os partidos de esquerda estão uma fera com o secretariado do governador Agnelo Queiroz (PTDF). Dizem que ele está dando muito poder ao PMDB.

● O DIAP fez uma radiografia do Congresso e constatou que a bancada empresarial pulou de 120 para 159 parlamentares; que a bancada ruralista cresceu de 120 para 159 parlamentares; e que a bancada sindicalista foi de 61 para 79 parlamentares.

MERVAL PEREIRA

Poder, de fato e de direito 
Merval Pereira 

O Globo - 21/12/2010

A presidente eleita, Dilma Rousseff, mal foi diplomada, e ainda nem tomou posse, e a possibilidade de Lula tentar retornar novamente à Presidência da República, uma especulação natural no meio político, ganhou materialidade política pela boca de ninguém menos que o próprio Lula.

Perguntado sobre se pensaria em se candidatar novamente, Lula não teve o cuidado de preservar sua pupila, ou pelo menos teve pouco cuidado.

Admitiu que receava que alguém, ao ver a entrevista, chegasse à conclusão de que ele anunciava que seria candidato.

Mas não se fez de rogado: “Eu não posso dizer que não, porque eu sou vivo, sou presidente de honra de um partido, sou um político nato, construí uma relação política extraordinária”.

Mesmo quando disse que era muito cedo para falar do futuro, e que iria trabalhar “para a Dilma fazer um bom governo”, Lula não colocou a hipótese de reeleição de Dilma como fato consumado: “Quando chegar a hora, a gente vê o que vai acontecer”.

O assunto já havia sido abordado, até com mais detalhes, pelo secretário particular de Lula, Gilberto Carvalho, já nomeado ministro da Secretaria Geral da Presidência de Dilma Rousseff.

Carvalho, que já é apontado como um “espião”de Lula no futuro governo, colocou- se como intérprete do pensamento de Lula e, como tal, não preservou sua futura chefe de uma análise fria: “Num cenário de a Dilma fazer um governo bom, é evidente que ela vai à reeleição. Se houver dificuldades, e ele for a solução para a gente ter uma vitória, ele pode voltar”.

Voltar não é “um dogma para ele”, esclareceu Gilberto Carvalho, admitindo que seria um risco grande depois de sair com a popularidade recorde.

“Mas ele voltaria numa situação muito favorável. Ou muito necessária”, esclarece o futuro secretário-geral da Presidência.

Diante do que ocorreu com o presidente Lula no s eu primeiro mandato , quando estourou o escândalo do mensalão, fica-se sabendo que Dilma dificilmente teria estrutura política para resistir a uma crise daquelas, nem apoio dentro do PT.

A verdadeira história dos bastidores do governo vai sendo revelada por depoimentos de pessoas que viveram aqueles momentos ou pelos vazamentos de telegramas da diplomacia americana pelo WikiLeaks, desmontando a história oficial que os militantes e os blogueiros financiados pelo governo tentaram impingir à opinião pública.

Os telegramas revelaram as inseguranças do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que deixou o governo em 2005 devido ao escândalo.

Dirceu revelou a um servidor americano que duvidava da capacidade do presidente Lula de se recuperar do escândalo, e seu receio de que ele seria derrotado se concorresse à reeleição.

Admitiu até mesmo a hipótese de o presidente ficar deprimido e desistir de concorrer a um novo mandato.

Também Gilberto Carvalho, em várias entrevistas, vem revelando detalhes daqueles dias de crise.

Segundo ele, houve momentos em que os assessores mais próximos nem sabiam se Lula chegaria ao final do governo.

Os dias “muito difíceis”, segundo ele, foram o do depoimento do publicitário Duda Mendonça, que admitiu ter recebido “por fora” parte do pagamento de seu trabalho na campanha que elegeu Lula em 2002, e no dia em que um assessor do deputado petista José Nobre Guimarães, irmão de José Genoino, foi preso com dólares escondidos até na cueca.

“Dava a impressão de que, de fato, o impeachment estava muito vizinho”, comentou Gilberto Carvalho.

Ele tem reafirmado também que os então ministros da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, e da Fazenda, Antonio Palocci, chegaram a propor ao presidente Lula um acordo com a oposição, de não tentar a reeleição em troca de terminar o mandato.

Lula recusou-se a aceitar o acordo e mais tarde disse para Gilberto Carvalho que se candidataria e venceria a eleição por causa de sua “relação com o povo”.

Carvalho admite que ele mesmo “tinha muitas dúvidas”.

Pode-se supor que é com base nas experiências vividas nos dois mandatos do presidente Lula que tanto ele quanto Carvalho admite que Dilma possa ter problemas em seu governo.

Um caso como o de Erenice Guerra, nomeada por Dilma para o Gabinete Civil de Lula em seu lugar por sua influência, poderia ter acabado com sua candidatura se Lula não estivesse muito popular.

E um caso semelhante em seu governo pode gerar crise política grave, e ela precisará de Lula para respaldá- la.

E não apenas isso.

Os problemas econômicos, que devem se agravar com a crise internacional que não dá trégua, devem proporcionar um quadro bastante complexo para uma presidente sem experiência, que vai ter que exercitar seu poder político tendo uma sombra do tamanho de Lula a acompanhar- lhe os passos.

Para o bem e para o mal
.
Nas palavras tanto de Lula quanto de Gilberto Carvalho, é possível deduzir que Dilma não é o personagem principal do projeto petista de poder, e sim Lula.

Estando longe do poder de direito, Lula terá mais dificuldades de exercer seu poder de fato. E, para exercê-lo, muitas vezes terá que confrontar a presidente eleita.

Caberá a ela demonstrar na prática que tem vida própria em seu próprio governo. O exercício do poder político da Presidência da República certamente ajuda muito.

DORA KRAMER

Burro a pão de ló 
Dora Kramer 

O Estado de S.Paulo - 21/12/2010

"Democracia tem preço", afirmou semanas atrás em entrevista à revista Veja o então ainda candidato favorito à presidência da Câmara, Cândido Vaccarezza, a título de defesa do financiamento público das campanhas eleitorais.

A revista lembrou a ele que o contribuinte já financia o fundo partidário e o horário dito gratuito no rádio e na televisão e perguntou se o deputado achava justo financiar também as campanhas. Resposta: "Democracia tem preço, as pessoas podem não gostar de financiar um deputado, mas é melhor ter um deputado custando o que custa hoje do que não ter Parlamento."

Depois dessa entrevista a candidatura de Vaccarezza fez água. Consta que desagradou aos petistas por ter defendido a reforma das leis trabalhistas. Sobre a declaração a respeito do custo democrático, estava perfeitamente de acordo com a lógica da "Casa".

Embora tenha construído um sofisma e sido profundamente injusto da perspectiva de quem paga contas altíssimas sem o devido retorno. Vaccarezza sofismou porque sabe perfeitamente bem que a discussão não se põe nos termos da escolha entre um Parlamento caro e Parlamento nenhum.

O que se cobra é um Parlamento decente, hoje custeado a valores indecentes. O argumento do deputado é típico de quem deseja interditar a discussão, atribuindo ao interlocutor a condição de idiota desprovido de noção sobre o papel dos Poderes, dos partidos e dos políticos numa democracia.

Quando da entrevista do líder do governo na Câmara à Veja, suas excelências já engendravam mas ainda não haviam aprovado um reajuste de 61,8% em seus rendimentos mensais. Tampouco eram do conhecimento público alguns números publicados nos jornais de sábado para cá.

No jornal Folha de S. Paulo, a jornalista Érica Fraga mostrou que os parlamentares brasileiros são os mais bem pagos entre os países mais desenvolvidos. Ganham US$ 203,99 mil por ano. Sem contar os benefícios.

O segundo colocado, a Itália, paga US$ 186,40 mil. Os argentinos recebem US$ 37,8 mil, os americanos US$ 174 mil e os ingleses US$ 102,62 mil. Na lista de 18 países, à exceção de Argentina, México, Tailândia, Índia e Rússia, todos têm rendas per capita três, quatro e até cinco vezes superiores à do Brasil (US$ 10,47 mil).

Na edição de ontem do Estado, o jornalista Daniel Bramatti mostra que em 2011, os partidos receberão R$ 201 milhões dos cofres públicos para o fundo partidário e provocarão uma renúncia fiscal de R$ 217 milhões por conta dos horários ditos gratuitos no rádio e na televisão. Somados os valores, chega-se a R$ 418 milhões.

De fato, a democracia tem preço, mas a relação de custo-benefício no Brasil tem sido muito injusta com o contribuinte, que paga a conta e não tem direito a voz nem pode fazer valer seu voto. A não ser em casos raros e em época de eleição, como ocorreu neste ano em que os congressistas se viram obrigados a aprovar a Lei da Ficha Limpa.

Não reformam o sistema eleitoral para não contrariar seus interesses, não ouvem opinião pública, não corrigem as deformações que provocam escândalos, são acintosos na defesa dos respectivos privilégios, usam metade do expediente semanal para cuidar "das bases", querem ganhar bem e aprovam seus aumentos logo depois das eleições na sistemática dos malfeitores: rápida e praticamente às escondidas.

Ainda querem financiamento para as campanhas? Como reza o dito antigo, mais fácil sustentar um burro a pão de ló.

O osso. Lula diz que pode "voltar" em 2014 e seu chefe de gabinete e futuro secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, informa que se a "vitória" do PT estiver ameaçada Lula poderá concorrer à Presidência.

Noves fora, que a oposição esteja avisada: a ideia é perpetuação no poder.

Caos anunciado. Os aeroviários há semanas avisam que fariam da vida dos passageiros um inferno. Cumpriram a promessa sob o olhar impassível do poder público.

MÍRIAM LEITÃO

Bom Natal 
Miriam Leitão 

O Globo - 21/12/2010

O varejo vive, em euforia, o melhor Natal da década, quando se somam crescimento forte, aumento de renda, queda de desemprego, otimismo e recorde de oferta de crédito. O presidente das Lojas Riachuelo, Flávio Rocha, acha que é o começo de um círculo virtuoso que vai durar muitos anos. O empresário Daniel Plá é mais comedido e teme alguns riscos que o varejista pode estar correndo sem ver.

O especialista em varejo Luiz Goes, da consultoria Gouvêa de Souza, acha que as vendas do comércio tendem a ser mais compatíveis com as do resto da economia nos próximos anos. Depois de crescer mais que o dobro do PIB de 2004 a 2010 — 9,3% contra 4,4% — impulsionado pelo aumento da oferta de crédito, da melhoria da renda e do mercado de trabalho, a tendência é que o varejo desacelere, mas continue crescendo. O segmento telefonia e informática, por exemplo, que liderou o crescimento varejista com taxa anual de 33%, a partir de agora deve crescer menos porque a telefonia terá que buscar receita na oferta de serviços, já que o uso de celulares atingiu a densidade de um aparelho por habitante.

— O setor de telefonia vai crescer menos porque haverá menos receita com venda de aparelhos e mais com oferta de serviços, que não entra como venda do comércio — disse Luiz Goes.

Flávio Rocha acha que o que está acontecendo vai além deste Natal. É o resultado, segundo ele, da transformação do Brasil em um país “de classe média”:

— Estamos vivendo o resultado de um ciclo virtuoso que vem de muito longe, de muitas conquistas. Acho que vai perdurar. São conquistas que podem durar até uma década porque estamos num momento favorável do ponto de vista demográfico e há a saudabilíssima formalização brasileira.

Daniel Plá disse que se sabia que esse seria um Natal espetacular há quatro meses, quando o setor de embalagens cresceu a um ritmo de 18%:

— Tem havido também até engarrafamento de entregadores nas lojas. Será um excelente Natal. É maravilhoso que o país caminhe para a formalização, mas este ainda é um incremento marginal. As empresas são empurradas para a informalidade e há verdadeiras redes que, para se manterem no Simples, põem uma loja em nome de cada pessoa da família. Os varejistas estão felizes porque o que eles estão vendendo não é apenas mercadoria, é dinheiro. Eles se transformaram em verdadeiros banqueiros. E o dez vezes sem juros é o tipo do negócio “me engana que eu gosto.”

Flávio Rocha discorda e diz que na verdade uma grande rede consegue tirar uma parte da sua margem para vender a prazo sem juros.

Luiz Goes acha que no médio prazo haverá redução do ritmo de vendas em setores como móveis e eletrodomésticos e veículos. Todos os dois tiveram crescimento muito maior que o resto do varejo nos últimos anos: 17,9% e 14,3%. O problema é que alguns itens já começam a encontrar um mercado saturado. Os fogões estão presentes em 97% das residências, segundo o IBGE. Isso quer dizer que as vendas a partir de agora terão que ter um apelo de inovação, troca, e não mais pela ausência do produto em casa. Além disso, muitas vendas, de bens como carros, foram feitas a prazo, com prestações longas, que vão retirar renda das famílias por períodos maiores.

Esses números significam que três dos cinco setores que puxaram as vendas do varejo nos últimos anos — os outros dois são farmácia e perfumaria (10,5%) e outros tipos de produtos (18,2%) — têm cenário de desaceleração à frente. A projeção de Goes é de que varejo cresça mais de 7% no ano que vem, contra uma taxa de 5% do PIB.

CELSO MING

O peso da carne 
Celso Ming 
O Estado de S.Paulo - 21/12/2010



Se o ministro da Fazenda, Guido Mantega, fosse prontamente atendido em sua proposta de expurgar a alta dos alimentos e dos combustíveis das estatísticas usadas pelo Banco Central para definir sua política de juros, a inflação do ano até novembro teria ficado 0,58 ponto porcentual mais baixa apenas com a exclusão da disparada dos preços da carne bovina. Ou seja, teria sido de 5,05% e não de 5,63%.

O consumidor, que vai providenciar uma ceia mais farta neste Natal, pagará pelo quilo da picanha ou do filé mignon quase duas vezes o que terá de desembolsar pelo de bacalhau; cinco vezes mais do que pelo da calabresa; ou seis vezes mais do que lhe sairá o peru.

Em 2010, os preços do boi gordo negociados na Bolsa subiram 36,3%, conforme aponta o índice Esalq/BMF&Bovespa. O pico dessa trajetória aconteceu no dia 11 de novembro quando a arroba atingiu R$ 117,18. De lá para cá, as cotações cederam alguma coisa e, em seguida, se recuperaram um pouco. Ontem, fecharam a R$ 105,03. (Veja gráfico.)

Com esse salto, o ministro não pode seguir argumentando que se trata somente de choque de oferta, ou seja, de repentina escassez provocada por catástrofes naturais. A esticada dos preços não é (também) apenas efeito do excessivo descarte de matrizes pelos pecuaristas, ocorrido em 2005 e 2006, em consequência de período prolongado de cotações baixas.

Os levantamentos do IBGE mostram que, em 2007, o rebanho de bovinos caiu 3% em relação ao ano anterior, para 205 milhões de cabeças, o que dava um pouco mais do que um boi para cada brasileiro. Foi um período em que os empresários da engorda abandonaram práticas que exigem mais dispêndio (embora tragam retorno maior), como o confinamento.

De lá para cá, os plantéis vêm se recuperando, mas insuficientemente em relação às necessidades do consumo interno e das exportações. Os abates aumentaram 7,1% (até setembro) e as exportações, 30,6% (até novembro).

O principal fator responsável pela alta da carne tem a ver com o forte aumento do consumo, que, por sua vez, tem a explicação que o ministro Mantega não gosta de ouvir: deve-se ao excessivo aumento das despesas públicas (mais de 15%).

É claro que o fator crédito, que aumentou 20,3% em 12 meses, também não pode ser descartado, porque, ao levantar financiamentos, o consumidor teve mais dinheiro na mão, o que permitiu incrementar o consumo de proteína animal, seja à mesa com a família ou no churrasquinho domingueiro com os amigos.

Esse assunto não morre no orçamento doméstico. Mexe com uma questão mais acalorada, que é a política de juros. Como ficou dito acima, apenas a alta da carne até novembro contribuiu com quase 0,6 ponto porcentual para a evolução do IPCA, o medidor da inflação que tem de ser levado em conta pelo Banco Central.

Carne bovina não é como roupa ou aparelho doméstico cujos preços, passada a temporada de vendas, desabam porque o varejo promove liquidações. As perspectivas são de que, em 2011, os preços da arroba do boi gordo continuem altos e só comecem a ceder a partir do segundo semestre de 2012, quando a atual animação dos pecuaristas tiver aprontado mais garrotes para o abate.

As cotações das commodities continuam em alta, como aponta o gráfico da evolução do índice CRB.

Recuperação à vista
Até algumas semanas atrás essa alta apenas refletia o bom desempenho dos emergentes, especialmente da Ásia, fortes compradores de matérias-primas metálicas e de alimentos. Mas começa também a mostrar a recuperação das economias dos países ricos. Reforçam-se agora as apostas de que, a partir do segundo trimestre de 2011, o consumo e o sistema produtivo dos Estados Unidos já terão decolado.

ANCELMO GÓIS

Fator G 
Ancelmo Góis 

O Globo - 21/12/2010

O empresário German Efromovich luta em duas frentes para não ficar de fora do pacote da Petrobras que prevê a construção de 28 navios-sonda, coisa de uns R$ 50 bilhões. Com o apoio do governador Teotônio Vilela, German tenta evitar a desclassificação da Eisa Alagoas.

Já...
Sérgio Cabral tenta salvar a proposta da Andrade Gutierrez, que faria sondas no estaleiro carioca Mauá, do mesmo German.

Jérôme do cavaco
Eduardo Paes ofereceu à Fifa um camarote na Sapucaí. O secretário-geral Jérôme Valcke aceitou e vem assistir aos desfiles.

Xuxa vai à guerra
O programa de Xuxa, nas manhãs de sábado, vai crescer. Em 2011, passará a ocupar a faixa da tarde, também aos sábados. O horário é competitivo. A TV Globo aposta na Rainha dos Baixinhos para ganhar a guerra da audiência.

Serra e a UNE
Na solenidade de Lula com a UNE, no Rio, ontem, o nome do ex-presidente da entidade José Serra foi ignorado.

Contagem regressiva
Faltam dez dias para assumir uma presidente com curso superior (economista), amante da música clássica (uma de suas preferidas é a “Missa em si menor”, de Bach) no lugar de um de poucas letras e leituras, e que, raramente, vai ao teatro. Isto quer dizer... nada.

Mãe é mãe 
Cláudia Raia, a atriz, foi gravar cenas da novela “Ti-ti-ti”, da TV Globo, em Saquarema, RJ, e, numa brecha, pediu um tempo, e pegou um helicóptero rumo ao Rio para assistir à formatura do filho, Enzo, de 13 anos. Depois, voltou. Não é fofa?

A saída de Juca 
Juca Ferreira, a exemplo de José Temporão e Márcio Fortes, saiu por falta de apoio dos partidos que sustentam o governo. Além disso, o ministro da Cultura não conseguiu unir a classe artística em torno de seu nome (embora classe artística unida seja coisa quase impossível).

A volta de Grassi... 
A escolha de Ana de Hollanda é uma vitória do PT, que, nos últimos oito anos, amargou um segundo escalão no MinC, entregue por Lula ao PV. O principal articulador do nome de Ana foi o ator Antônio Grassi. Os dois trabalharam juntos na Funarte.

Aliás... 
Grassi e Ana deixaram a Funarte em 2007 por divergências com a dupla Gilberto Gil- Juca Ferreira.

Borel em Hollywood
Ash Baron Cohen (foto), o cineasta e produtor britânico, primo do comediante Sacha Baron Cohen, famoso pelo personagem Borat, está no Rio. Veio selecionar uma jovem de beleza brasileira para um filme. Cohen escolheu a Unidos da Tijuca para a seleção. Quinta, vai subir o Morro do Borel em busca da princesa.

Ministério Público
Sérgio Cabral vai nomear Cláudio Lopes procurador-geral do MP para o próximo biênio. Lopes foi o mais votado pela categoria.

Defensoria Pública
Cabral vai nomear Nilson Bruno Filho defensor-geral do estado para o próximo biênio. Bruno também foi o mais votado pela categoria.

O outro lado
A direção do Museu Nacional diz que não proíbe funcionários de alimentar animais abandonados, como saiu aqui ontem. Afirma que a restrição é para a área interna da instituição.
Calma, Otávio
Sexta, por volta de 17h, no ponto de táxi em frente ao Shopping da Gávea, o ator boa-praça Otávio Augusto foi acusado pelo pessoal da fila de passar à frente de um vovozinho. Bate-boca formado, Otávio fechou a porta e, já no banco de trás, teria bradado da janela: “Eu estava na frente!” A turma jura que não estava. Calma, gente.

LOURDES SOLA

Bancos centrais e o B de Brics
LOURDES SOLA 

O Estado de S.Paulo - 21/12/10

A questão da autonomia dos bancos centrais volta ao centro do palco nos cenários global e doméstico por vias transversas. Nos Estados Unidos, a heterodoxia do Fed - sobretudo o afrouxamento monetário - motiva a direita republicana a contestar o mandato dual da instituição: mirar a estabilidade de preços e a maximização do emprego. A prioridade do Fed no cenário atual é contornar a ameaça da deflação, cujas consequências são destrutivas para o tecido social e para a ordem política. Do outro lado do Atlântico, o Banco Central Europeu, um dos falcões da ortodoxia, recorre a medidas heterodoxas também em nome do interesse público: a preservação do euro e da unidade monetária da Europa. Por sua vez, as autoridades da China se recusam a abdicar da apreciação artificial de sua moeda indexada ao dólar, para preservar o impulso exportador. Afirmam que cabe aos Estados Unidos fazer os ajustamentos difíceis: disciplinas fiscal e monetárias de cunho ultraortodoxo, o que equivale a deflação e mais desemprego.

Nesse cenário movediço é irônica a reação simplista das autoridades brasileiras às políticas do Fed. Querem-se de esquerda e keynesianas e empenharam-se, corretamente, em políticas anticíclicas para enfrentar a crise global. Mas responsabilizam os Estados Unidos por manipulação cambial, descartando assim três tipos de evidência pertinentes. Primeira, embora a desvalorização do dólar seja, de fato, um problema para os emergentes, cujas moedas se apreciam, ela é apenas um subproduto das políticas de re-flação do Fed. Segunda, a apreciação do real se deve também às oportunidades de investimento que os emergentes oferecem, não só à política monetária dos Estados Unidos. Terceira: a apreciação artificial da moeda chinesa serve bem a uma estratégia de crescimento fundada no impulso exportador, mas, por ser ultranacionalista, não serve à causa da melhora nas condições de governança global, em nome da qual nossas autoridades falam.

A relativa independência em relação aos Estados Unidos é uma das marcas registradas da tradição diplomática brasileira, avessa a alinhamentos automáticos (bandwagonning). Outra é o pragmatismo. Juntas, significam que a ênfase negativa deve recair sobre o "automático", por isso deve-se incluir também o desalinhamento automático com os Estados Unidos, típica do viés antiamericano. Diante de um quadro global instável, cabe ao B de Brics, com seu apreço pela paz cambial, cultivar nossos dotes de liderança no terroir do G-20: coordenando com outros emergentes democráticos soluções cooperativas para minimizar os efeitos de uma apreciação cambial.

O viés ideológico distorce a percepção dos nossos interesses também quando se trata de converter a autonomia operacional de fato do nosso Banco Central (BC) em autonomia de jure. Em menos de seis dias o tema foi trazido à tona. De um ângulo positivo, episódios que compõem um quadro de relativa continuidade: o aumento do compulsório dos bancos; as homenagens a Henrique Meirelles, a nomeação de Alexandre Tombini. Ao mesmo tempo, o parecer do senador Francisco Dornelles, que dá estatuto legal à autonomia operacional do BC, apresentado à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE) em 3/12, ilustra as dificuldades recorrentes sempre que a autonomia de jure da instituição entra em pauta.

Os cuidados do senador evidenciam as dificuldades, mais imaginárias do que reais, que enrijecem desnecessariamente o debate no Brasil. Se aprovada, a medida entraria em vigor apenas em 2015, valendo apenas para o(a) sucessor(a) da presidenta eleita. Os argumentos são sintomáticos: "em respeito à prerrogativa da presidente Dilma Rousseff", pois "poderíamos dar a impressão de estarmos jogando uma aura de desconfiança na presidente eleita, o que não queremos fazer" (Valor, 6/12). Tais cuidados atestam a permanência dos elementos conservadores de nossa cultura política, intensamente mobilizados quando se trata do tema. Por um lado, a reiteração da tendência a prorrogar a decisão, já observada oito anos atrás, quando da transição do governo FHC para o atual. Por outro lado, a identificação errônea entre um problema de construção institucional, a ser debatido à luz de uma perspectiva de longo prazo, com uma restrição à pessoa de quem exerce a autoridade constituída. Omite-se que a autonomia operacional de jure institucionaliza também os poderes do Conselho Monetário Nacional, órgão que determina as metas de inflação e cujos integrantes dependem da nomeação da presidente, ou seja, o ministro da Fazenda, o do Planejamento e o presidente do Banco Central.

Entre um viés ideológico e antiamericanismos, perdem-se de vista dois aspectos relevantes. Um, a importância do debate em torno ao desenho institucional que se quer para o nosso BC. Dois, o que podemos aprender com os Estados Unidos. Pois é em tempos de crises sistêmicas que o desenho institucional de uma instituição é posto à prova. É quando se revela sua capacidade de absorver choques sem ruptura institucional e sem perder eficácia em termos de governança.

A crise global hoje evidencia que a flexibilidade do Fed é inerente ao seu desenho institucional, ou seja, é inseparável de seu mandato dual. Os legisladores americanos, sob o impacto da crise de 1930, delegaram ao seu presidente e ao comitê que preside a responsabilidade e o poder (enormes) de compatibilizar estabilidade econômica com maximização do emprego. E em sintonia fina com as circunstâncias vigentes. Por isso nos anos 70, seu então presidente, Paul Volcker, confrontado com inflação desatada, pôde mirar o objetivo de estabilidade; enquanto Ben Bernanke, hoje, pode privilegiar a maximização da atividade econômica e do emprego - sem confrontar a Constituição. Sem antiamericanismos, deveríamos apreciar as vantagens desse desenho flexível.

PHD EM CIÊNCIA POLÍTICA PELA UNIVERSIDADE DE OXFORD, PROFESSORA APOSENTADA DA USP, É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS

GIL CASTELLO BRANCO

Emendas de araque e ONGs fantasmas
GIL CASTELLO BRANCO
O GLOBO - 21/12/10


Dizem que o primeiro "desvio" da nossa história foi o de Pedro Álvares Cabral, que navegava para as Índias e acabou atracando na costa brasileira. De lá para cá, os desvios passaram a ser mais orçamentários do que geográficos.

Há quase um século, Ruy Barbosa afirmou, em frase célebre, "o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto". Atualmente, a preocupação não é diferente. Conforme pesquisa da Transparency International, seis em cada dez brasileiros acham que a corrupção aumentou nos últimos três anos. A boa notícia é que em todo o mundo as pessoas não estão conformadas com a escalada da roubalheira. Em cada dezena de cidadãos, sete estão dispostos a denunciar um ato de corrupção, caso venham a testemunhá-lo.

No Brasil, o recente escândalo das emendas parlamentares para as áreas de Cultura e Turismo repetiu o que acontece há duas décadas. Em 1991, matéria do jornalista Mário Rosa ganhou o Prêmio Esso de Informação Política abordando repasses da Legião Brasileira de Assistência para entidades privadas de Alagoas, administradas por parentes da então primeira-dama Rosane Collor. Em 1993, surgiram os "Anões do Orçamento", remetendo dinheiro público para entidades filantrópicas ligadas a parentes e laranjas. Em 2006, apareceram os sanguessugas propondo a compra de ambulâncias superfaturadas. Em resumo, tudo muito parecido envolvendo, quase sempre, emendas ao Orçamento, parlamentares, empreiteiras, prefeituras e organizações não governamentais (ONGs). Quase um crime continuado.

A bola da vez é, principalmente, o Ministério do Turismo. A fórmula é simples. Um parlamentar apresenta emenda orçamentária destinando recursos para determinada entidade privada realizar evento turístico. A ONG fajuta recebe a verba e contrata uma produtora para realizar o evento. A festa acontece por preço inferior ao montante proposto na emenda, mas notas fiscais falsas justificam o valor original. Assim, sobra grana para dividir entre as partes.

É no mínimo curioso o megainteresse dos parlamentares pelo turismo. Acreditem ou não, os nossos representantes propuseram para 2011 emendas no valor de R$6,2 bilhões para o Ministério do Turismo, enquanto sugeriram R$4,6 bilhões para a Educação e somente R$1,5 bilhão para o Meio Ambiente. Uma única ação, "promoção de eventos para a divulgação do turismo interno", recebeu 372 emendas, que totalizaram R$257 milhões. De forma ingênua ou irresponsável, grande parte dos deputados e senadores aderiu à emenda da moda.

A Controladoria-Geral da União (CGU) corre atrás do prejuízo, literalmente. Descobriu, por exemplo, que em Alto Paraíso (GO), cidade distante pouco mais de duas horas da capital federal, Aline Brazão tinha sido dirigente de 45 entidades sem fins lucrativos. Ao mesmo tempo, Antônio Vieira criava e colocava à venda ONGs e organizações da sociedade civil de interesse público (Oscip). No Google, um anúncio escancarava a bandalheira: "Compre sua Oscip já aprovada e comece a operar imediatamente." Desta forma, por R$22 mil qualquer espertalhão poderia adquirir uma Oscip registrada, com CNPJ e devidamente certificada pelo Ministério da Justiça. Como no país da jabuticaba a maioria das ONGs vive às custas de recursos públicos, o investimento proposto pelo "cambista de Oscips" era altamente rentável. Só no Orçamento federal deste ano existem R$4,5 bilhões destinados a entidades privadas sem fins lucrativos. Com a papelada regularizada bastava encontrar parlamentar disposto a fazer uma emenda e participar da negociata.

Em vista da dimensão do escândalo, as fraudes não podem ser tratadas caso a caso, e sim de forma sistêmica. Acabar com as emendas individuais seria ótimo, mas improvável. Assim, é essencial que o Executivo promova o recadastramento das ONGs e Oscips que recebem recursos públicos. Além disso, que passe a divulgar amplamente as informações do Siconv - Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasses -, onde constam os nomes das entidades e seus dirigentes, estatutos, atas, certidões negativas, cartas de recomendação, objetivos dos convênios, programas de trabalho, prestações de contas e até o extrato da conta bancária criada para movimentar os recursos. Com a transparência, a própria sociedade irá separar as entidades e os parlamentares sérios dos de araque.

Afinal, o único desvio que os brasileiros aceitam, para sempre, de bom grado, é o de Pedro Álvares Cabral...

GIL CASTELLO BRANCO é economista e fundador da organização não governamental Associação Contas Abertas.

TUTTY VASQUES

A marolinha da nevasca

Tutty Vasques 
O Estado de S.Paulo



Tem lá seu charme! Imagina chegar com seis horas de atraso a Uberlândia (MG), procedente de Vitória (ES), por causa de uma nevasca na Grã-Bretanha! De carona no caos aéreo europeu, o Brasil ensaia culpar o inverno de lá pelo inferno nos aeroportos daqui. Não deixa de ser um conforto para o passageiro de voos domésticos saber que talvez precise dormir na sala de embarque por causa do mau tempo em Paris ou Berlim, sei lá!
"Senhoras e senhores, por causa do acúmulo de neve na pista do Charles de Gaulle, o voo para Salvador, que sairia do Tom Jobim às 19h30, foi cancelado!" A Infraero devia, inclusive, baixar a temperatura ambiente do ar-condicionado em suas instalações País afora para dar mais veracidade à satisfação que se presta.
Nosso caos aéreo só é pior que os do primeiro mundo porque lá, nesta época do ano, tem a desculpa da neve a olhos vistos. Aqui, especula-se sobre overbooking, operação tartaruga, incompetência, crescimento da classe média, falta de avião, de piloto, de vergonha na cara...
Nas asas do aquecimento global, periga o inverno europeu chegar em boa hora pra acalmar o pessoal em Cumbica. Tomara, né?
Mal-entendido
A produção de Amy Winehouse deve ter feito alguma confusão na leitura do noticiário mal traduzido sobre o Brasil. Ou não teria pedido uma UPP de uso exclusivo da cantora durante os shows que ela fará no Rio.
Programa de índio
Está aberta a temporada de roubadas em cruzeiros marítimos na costa brasileira. No domingo, um navio que passaria 7 dias excursionando pelo Nordeste enguiçou antes de zarpar do Rio com 3 mil passageiros já a bordo. E tem turista - ô, raça! - que ainda reclama do transporte aéreo no País.
Conta de mentiroso
Os institutos de opinião estão contando os dias para 2011. Já pensou se o Lula passa dos 100% de aprovação popular na semana que vem! Ninguém mais vai acreditar em pesquisas, né?
Má notícia enganosa
Está vazando José Dirceu no WikiLeaks. Se você ainda não se informou sobre o teor das informações que o ex-deputado passou a um emissário dos EUA às vésperas de sua cassação, relaxa, vai! O que ele disse não tem a menor importância.
Estação teleférico
O verão no Rio começa oficialmente com a volta olímpica de Lula, hoje, no teleférico do Complexo do Alemão. O programa pode tirar gente da praia nos domingos de sol.
Perereca da vizinha
Susana Vieira reapareceu em grande estilo no Domingão do Faustão. Dercy Gonçalves que se cuide!
Coração colorado
Desabafo de um torcedor do Internacional, ainda inconformado com o vexame de Abu Dabi: "Afora o Celso Roth, não tem mais bobo em futebol!"
Número sugestivo
Imagina quantos bilhões de reais em investimentos prevê a proposta orçamentária para 2011 que tramita no Congresso? 171. 

CLÁUDIO HUMBERTO

“...tínhamos uma visão totalmente equivocada (dos militares)”
PRESIDENTE LULA TENTANDO AGRADAR A PLATEIA DE OFICIAIS SUPERIORES DAS TRÊS ARMAS

VACCAREZZA QUER SUBSTITUIR PADILHA NO GOVERNO 
O deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), que foi barrado pelo próprio partido na disputa  para presidir a Câmara, reivindica o posto de ministro das Relações Institucionais, como compensação. O cargo é hoje ocupado por Alexandre Padilha, que será ministro da Saúde. Mas Vaccarezza não tem vida fácil: a ala petista que resiste ao “paulistério” quer no cargo o deputado Luiz Sérgio (RJ), que foi líder do PT.

PREFERÊNCIA
Dilma prefere Luiz Sérgio no Ministério das Relações Institucionais, mas poderá ceder à pressão pró-Vaccarezza exercida pelos “lulistas”. 

CHORORÔ 
Vaccarezza reclama que perdeu a Câmara pelo desgaste ao defender o governo em momentos “difíceis”, como o reajuste dos aposentados.

MÃO LEVE 
Quando começar a nova legislatura, no início do ano, cada deputado federal vai embolsar um “agrado” R$ 26,7 mil retirados do nosso bolso. 

O HOMEM CERTO 
Presidente da Associação Nacional de Delegados da Polícia Federal, Reinaldo de Almeida Cesar será secretário de Segurança do Paraná.

DILMA: LULA SE RECUSOU A OPINAR SOBRE NOMES 
O presidente Lula tem sido acusado de indicar grande parte do governo de Dilma Rousseff, mas segundo ela não é exatamente o que acontece. A presidenta comentou com um senador governista que “é pior”, porque “às vezes eu pensava em determinado nome e queria ouvi-lo sobre isso, mas ele simplesmente se recusava a emitir qualquer opinião”. Dilma garante haver escolhido cada nome do seu ministério.

FISIOLOGISMO PETISTA 
O PT cansou de “plantar” notícias sobre o apetite do PMDB, mas a presidente Dilma se espantou com a gula petista por cargos.

NO ALÉM 
Demorou, mas mortos dois cearenses presos e cassados pela ditadura militar terão direito R$15,3 mil e R$100 mil. Enfim, anistiados políticos. 

NÃO CUSTA TENTAR 
Já tem abaixo-assinado contra o aumento do presidente, ministros e parlamentares: peticaopublica.com.br/?pi=P2010N4596.

AVISO PRÉVIO 
Mesmo sem brigar por isso, um deputado estreante, Danilo Forte (CE), pode virar líder do PMDB na Câmara. É o preço pago pelo atual líder, Henrique Alves (RN), por suas relações com Eduardo Cunha (RJ). 

ESTAVA ESCRITO 
Esta coluna revelou que no sábado 20 de novembro médicos amigos de Dilma pediram-lhe Alexandre Padilha no Ministério da Saúde, em longa conversa no Hospital Sírio Libanês: Roberto Kalil Filho, Giovanni Cerri, futuro secretário de Saúde paulista, e Guilherme Almeida.

NOVOS SECRETÁRIOS 
Estão confirmados no governo do DF os secretários Miguel Lucena (Corregedoria-Geral) e Lúcio Taveira Valadão (Agricultura) e dois do PMDB: Luiz Pittiman (Obras) e José Walter (Transportes).

OPÇÃO POLICIAL 
Cotadíssimo para a secretária de Segurança Pública do DF, Rafael Favetti, secretário-executivo do Ministério da Justiça, sempre disse que considerava mais adequada a escolha de um policial para o cargo.

ESPANTE-SE 
Quem tiver a curiosidade de conhecer hábitos secretos do governador do DF, Rogério Rosso, é só freqüentar, como ele, o bar paulistano “Manifesto”. Ou dar uma espiada no site manifestobar.com.br.

APOIO DE PESO 
O arquiteto Oscar Niemeyer anda de olho na política do DF: em email ao Instituto dos Arquitetos, ele deu apoio ao colega Heraldo Pinheiro para presidir a estatal Terracap: “É um profissional da maior correção”.

SEM MOTIVAÇÃO 
Agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal se sentem desmotivados. Além da falta de valorização profissional, os salários cresceram menos que em classes congêneres como Receita Federal.

PÕE NA COLEÇÃO 
Perdão, Mister Fiel, filme de Jorge Oliveira, ganhou melhor roteiro e melhor ator (Roberto de Martins) no FestCine Internacional de Maracanaú, no Ceará. É o décimo prêmio desde a estréia, há um ano.

MEGAGELO 
Bastou Lula elogiar o fundador do WikiLeaks que o homem começou a vazar notícia do governo. Será que finalmente o feitiço virou contra?

PODER SEM PUDOR 
O ARREPENDIMENTO DE LULA 
O presidente Lula visitava a Rússia, em junho de 2009, e na cidade de Ecaterimburgo resolver conceder rápida coletiva, ao lado de alguns integrantes de sua comitiva, como o ministro Edison Lobão (Minas e Energia). Com “delicadeza” característica, um repórter perguntou:
– O senhor não está arrependido de haver nomeado o ministro Lobão?
Lula respondeu na bucha:
– Estou sim…
O repórter se animou, Lobão gelou e o presidente completou:
– Estou arrependido de não tê-lo nomeado no primeiro dia de governo!