sexta-feira, fevereiro 05, 2010

JOÃO BOSCO RABELLO

Texto panfletário perde-se em chavões

O Estado de S. Paulo - 05/02/2010


As primeiras linhas produzidas pelo PT para sua candidata não surpreendem. Antes, confirmam o caráter nacionalista e plebiscitário que o partido pretende imprimir à campanha de Dilma Rousseff, com ênfase na reestatização, em contraponto ao governo FHC, identificado como "entreguista".

Proposto como carta de intenções, o texto é panfletário, traindo sua inspiração eleitoral e perdendo-se em chavões do tipo "herança maldita" e afins. Seu espírito intervencionista leva a prever um governo federal imiscuindo-se no planejamento de cidades - desde os meios de transporte até as salas de cinema.

Sem perder de vista o governo FHC, o PT sugere sutilmente que Dilma produzirá mais avanços ideológicos do que Lula. Com isso pretende reduzir o grau de insatisfação de seu eleitor histórico, atingido pelo pragmatismo de um presidente que frustrou expectativas juvenis de alas radicais do partido que imaginavam possível bancos sem lucros ou investimentos sem retorno.

Por isso, a tese de que um eventual governo Dilma teria um programa "mais à esquerda do presidente Lula". Porém, não mais esquerdista, apressa-se em explicar o presidente do partido Ricardo Berzoini.

Isso explica ainda a inclusão no documento das polêmicas conferências de conteúdos controladores. Elas estão lá , previstas como fornecedoras de subsídios para o Poder Legislativo, novidade que lhe dá uma aparência menos autoritária.

Essa tentativa de manter a fidelidade de seus eleitores históricos com teses que alimentam sua esperança se junta a um esforço de sedução de novos segmentos, como a classe média das grandes cidades, bafejadas pela promessa de soluções para transporte, segurança, saúde e educação. Mas a partir de ações restritas à autonomia dos governos estaduais e municipais.

Essa preocupação eleitoral imediata faz dessa carta de intenções do PT uma penca de metas que o exercício do poder provará utópicas. É o caso, entre outras, da que se refere à política nacional de defesa, com a nítida digital do assessor especial para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia. Ela prevê uma megaindústria nacional em articulação com países da América do Sul e de "outras regiões", no cenário de um Brasil mais presente no mundo.

ALEXANDRE BARROS

Imposto bom é imposto baixo


O Estado de S. Paulo - 05/02/2010

A retórica governamental esquerdista insiste em que o governo é magnânimo e cobra impostos dos ricos para redistribuí-los aos pobres. Estudo recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão governamental, mostrou, entretanto, que nem o rei é tão justo quanto quer parecer, nem o leão é tão manso quanto diz sua propaganda.

Os impostos cobrados dos pobres são muito mais altos do que os cobrados dos ricos.

Agora temos números mais exatos: quem ganha até dois salários mínimos carrega uma carga tributária bruta de 53,9% e trabalha 197 dias do ano só para pagar impostos. Quem ganha mais de 30 salários mínimos têm uma carga bruta de 29% e trabalha apenas 106 dias para pagar os gastos do governo. Os que estão entre os extremos se distribuem numa escala em que, sempre, o prejuízo maior é para os mais pobres.

O governo extrai 91 dias mais da vida dos mais pobres, tanto para cobrir seus gastos quanto para sustentar níveis cada vez mais escandalosos de roubo do dinheiro público. Os otimistas acham que a corrupção come 20% do total arrecadado, os pessimistas chegam a 30%.

Para ficar claro: os mais pobres trabalham para o governo de 1º de janeiro até 16 de julho. Os mais ricos trabalham só até 16 de março.

É preciso dizer com todas as letras e números, por uma questão de justiça e ética: os mecanismos fiscais do governo maltratam muito mais os pobres do que os ricos. O governo cobra caro, não provê serviços básicos e tira muito mais renda e vida (tempo é vida!) dos pobres. Quase o dobro do que tira dos ricos.

O governo contra-argumenta que, para compensar o que extrai dos pobres, inventou o Bolsa-Família. Em primeiro lugar, é sempre bom lembrar que o senador Eduardo Suplicy (que chateia com isso mais gente do que dez elefantes) está certo: a linhagem do Bolsa-Família veio da Inglaterra, de Juliet Rhys-Williams, política liberal inglesa, e foi retomada na década de 1960 por Milton Friedman, papa da escola liberal de Chicago.

Em segundo lugar, costuma ser esquecido que o aspecto mais impactante do Bolsa-Família sobre a dinâmica da economia como um todo não tem que ver com seu suposto caráter redistributivo (um dinheirinho extra para as pessoas que ganham pouco), mas sim com seu caráter libertário: receba e gaste como quiser!

Este é o ponto fundamental: gaste como quiser (desde que mantenha os filhos na escola). Vejamos as consequências macroeconômicas disso em dois contextos.

Desde a posse de Lula, o crescimento foi maior no Nordeste do que em qualquer outra região do Brasil. Por quê? Porque o Bolsa-Família monetizou a economia do Nordeste e fez com que passasse a haver negócios onde antes não havia nada. Estimulou o crescimento de um capitalismo básico no qual milhões de recebedores têm total liberdade de escolher, sem que ninguém lhes diga, como vão gastá-lo.

Quando fazem escolhas no livre mercado, pessoas movimentam a base do sistema capitalista: pequenos empresários recebem sinais de que tipos de lojas são mais procurados, descobrem os tipos de produtos que devem fabricar, atendem melhor a clientela (que, aliás, não existia antes), vendem mais, fabricam mais e aumentam o bem-estar de todos.

A liberdade individual de utilizar o dinheiro com total livre-arbítrio afeta positivamente todas as etapas do ciclo econômico capitalista e beneficia tanto os mais pobres quanto os mais ricos. Se olharmos o Bolsa-Família desse ponto de vista, o copo não está meio vazio, está meio cheio.

Na retórica fiscal em vigor, os mais pobres são obrigados a dar seu tempo e sua renda ao governo (é bom não esquecer que os impostos indiretos colaboram muito nessa injustiça) e, depois, ainda têm de ver o cofre do porquinho da corrupção ficando cada dia mais gordo, em todos os níveis e setores de governo.

O governo Barack Obama fez o contrário daqui. Entrou pelo caminho oposto na hora de lidar com a crise que estourou em 2009. Em vez de reaquecer a economia reduzindo impostos e estimulando o livre consumo, o governo pegou o dinheiro de todos e o distribuiu entre um punhado de bancos e empresas que fizeram o melhor lobby.

Extremamente intervencionistas, os burocratas decidiram que bancos e empresas deveriam receber o dinheiro dos pagadores de impostos. Não funcionou. E não vai funcionar porque esse sistema favorece as empresas mais ineficientes na produção, premiando quem tem os melhores lobistas.

No Brasil, o governo fez coisa parecida, mas de maneira um pouco menos injusta: privilegiou alguns setores (principalmente o automobilístico e o da chamada linha branca), mas concedeu aos cidadãos o direito de, ao menos, escolherem a que fabricante e/ou revendedor dariam seu dinheiro, comprando seu veículo ou seu eletrodoméstico com isenção de impostos.

Tanto lá quanto cá, os Zés-da-Silva e os Joes-Six-Pack ficaram fora a da farra.

No Brasil, apesar dessas isenções, a arrecadação desses impostos subiu. Ou seja, baixar o imposto aumenta a arrecadação. Com preços mais baixos, mais pessoas compram mais. É a diferença entre o modelo Daslu e o modelo Lojas Marisa.

Ainda falta bastante para a burocracia e os políticos reduzirem seu apetite pelo nosso dinheiro e sua tentação de se corromperem, até aprenderem que imposto baixo aumenta a satisfação geral e preserva a liberdade individual quanto ao uso do próprio dinheiro. Isso aumenta a arrecadação, dinamiza a economia, torna as pessoas mais felizes e maltrata menos os pobres.

Está na hora acabar com o escárnio de dizer que o leão é manso. Como lembrava o presidente Fernando Henrique Cardoso, imposto chama-se imposto porque é imposto, senão se chamava voluntário.

É hora de matar o leão, não porque ele é uma farsa, mas porque ele é malvado.

NELSON DE SÁ - TODA MÍDIA

Pigs em pânico

FOLHA DE SÃO PAULO - 05/02/10


O site do "Financial Times", de Londres, avisou pela manhã, "Temor por débito soberano balança mercados". E o "New York Times" ecoou, à noite, "Caem as ações com temor por débito soberano".
Por aqui também, entre outros, no portal Exame, "Bolsa cai com pânico sobre Pigs", porcos em inglês. É o acrônimo sarcástico popularizado pelo "FT", na crise global, para Portugal, Itália, Grécia e Espanha, de alto desemprego e economia enfraquecida.
Mas não foram só os Pigs. Também o desemprego dos EUA mostrou "alta inesperada", no "FT". E a Moody's "avisou" Washington sobre "temores com nota de crédito", por causa do deficit.

"El País" e outros espanhóis, abaixo das manchetes de queda na Bolsa, destacavam o "Segundo melhor resultado da história do Santander", sinal de robustez do banco. Foi a operação brasileira que serviu de "escudo" à instituição, no enunciado do "FT".

A DINÂMICA DA RIQUEZA
Mohamed El-Erian, presidente do Pimco, maior fundo de investimento do mundo, escreve no "China Daily" alertando os investidores para "a atmosfera política tensa e cada vez mais polarizada em Washington", impedindo ação institucional. Contrasta o quadro com "as mudanças no crescimento global e na dinâmica da riqueza -sobretudo porque economias emergentes sistemicamente importantes (como Brasil, China e Índia) alcançaram o estágio de intensificação de desenvolvimento".
Sugere separar as "fantasias cíclicas" do primeiro das "realidades estruturais" dos segundos.

REPENSAR O FUTURO
A "Economist" destacou na manchete on-line que o "Big Oil", as grandes companhias de petróleo, "está sendo forçado a repensar seu futuro". A Shell divulgou ontem resultados desastrosos em 2009. Sem "reservas sustentáveis", já havia anunciado no dia anterior o investimento bilionário no "etanol de cana-de-açúcar" do Brasil. Outras buscam alternativas em gás. Em suma, no título, "Para além daquela coisa preta", o petróleo.

CHEIO E VAZIO
Na manchete do UOL, no meio do dia, com transmissão ao vivo, "Governo investiu 63% dos recursos do PAC". No Terra, depois, "Governo terá que investir 36% do total previsto do PAC somente em 2010".
Sobre sua "principal alavanca de campanha", Dilma Rousseff "afirmou que 50% das ações estão concluídas; 44%, com andamento dentro do cronograma; 5%, em situação de atenção; e 1%, em estágio preocupante".

PERMANENTE
O londrino "Independent" publicou uma versão do discurso de Lula, em Davos, sob o título "Brasil ergue poder econômico tirando milhões da pobreza". Em destaque, o desejo de ser "ator permanente na nova cena global".

PÉSSIMO
Em evento em Nova York, via Bloomberg, o economista Armínio Fraga reclamou que os investidores "pensam que o Brasil é perfeito". Diz que o país tem "sérias barreiras ao crescimento" e cita a infraestrutura "péssima".

PACIÊNCIA DEMAIS
Sob o título "Serra espera, com paciência um pouco excessiva, pela presidência" e o subtítulo "O líder na disputa fez um trabalho decente no maior Estado, mas para seguir na frente precisa entrar em campanha", a "Economist" perfila o tucano como "desenvolvimentista, não muito distante de Ms. Rousseff, embora ele aparente, mais provavelmente, que vá fazer as reformas necessárias para melhorar o serviço público".
Cita críticas às enchentes de "70 mortos" e como "sua liderança murchou". E avisa que "precisa começar a cantar seus louvores, se quiser evitar ser lembrado como o melhor presidente que o Brasil nunca teve".

73 E SUBINDO
Band, Record, SBT voltaram a destacar as enchentes, em meio a enunciados on-line como "Menino de 11 anos desaparecido em enxurrada foi arrastado de dentro de casa".

BARBARA GANCIA

Que dia lindo, não?

FOLHA DE SÃO PAULO - 05/02/10

Onde Oscar Wilde estava com a cabeça quando disse que falar do tempo é o último refúgio dos sem imaginação?

QUEM EXAMINA o embate entre aqueles que dizem que o poder público tem 0responsabilidade direta pelas enchentes e os que alegam que são Pedro é o grande culpado pelas calamidades deste verão pode perder de vista a noção de que falar do tempo nem sempre foi um convite ao radicalismo.
"Todo mundo fala do tempo, mas ninguém faz nada a respeito", notava Mark Twain na virada para o século 20. Ouvindo assim, a gente até diria que o autor de "As Aventuras de Tom Sawyer" é morador do Jardim Pantanal e está aguardando cadastramento na prefeitura na esperança de voltar para casa.
Oscar Wilde, sempre tão em forma para colocar o dedo na ferida, parece ter pisado numa casca de banana ao discorrer sobre o tema.
Dizia ele que "conversar sobre o tempo é o último refúgio de quem não tem imaginação".
Bem, nesse caso, é de admirar que entre seus conterrâneos existam nomes como Shakespeare, Newton, Blake, Turner, Darwin, Keynes e até John, Paul, George e Ringo, não é mesmo?
Sim, porque os ingleses não fazem outra coisa senão tomar chá e discorrer sobre o tempo. No caso deles, falar sobre as intempéries é uma forma de não falar sobre o que interessa. Por exemplo: quando um inglês quer saber se sua mulher passou a tarde cometendo adultério com o açougueiro enquanto ele estava no escritório, em vez de perguntar diretamente: "Você está me traindo, sua cadela sem-vergonha?", ele joga na roda alguma consideração um pouco mais amaneirada do tipo: "Que dia glorioso, não é darling?", ao que a cara-metade é capaz de capitular e confessar tudo.
Franceses não gostam de conversas muito elaboradas. Qualquer frase que inclua dois "oh-la-lás" já está de bom tamanho para eles. E falar do tempo faz parte desse menu descompromissado. Mas, por algum motivo que me escapa, eles adoram tecer considerações sobre o clima que utilizem metáforas zoológicas.
Exemplos: "Il fait un froid canard" (faz um frio de pato), "C" est un temps à pas mettre le chien dehors" (faz um tempo para não colocar o cachorro para fora) e "Mieux vaut un renard au poulailler qu" un homme en chemise en février" (mais vale uma raposa no galinheiro do que um homem em mangas de camisa em fevereiro).
Inspiro-me nos franceses para dizer que, enquanto escrevo, chovem cães e gatos lá fora. Olho pela janela e vejo a esquina da minha casa completamente inundada. Dois carros estão parados no meio da rua e uma moto forma um leque de velociraptor ao tentar contorná-los. Por conta das chuvas, as ruas do meu bairro estão mais enrugadas do que o rosto da Donatella Versace.
Na semana retrasada, não consegui enviar o texto desta coluna para o jornal em função de corte na energia elétrica ocorrido depois de um temporal...
E cá estou eu falando do tempo, como você e a torcida do Íbis. Falar do tempo parece que une as pessoas, não é mesmo?
Ou melhor, unia. Hoje em dia, bastou alguém dizer que houve uma enchente em São Paulo para começar o jogo acusatório. Como se a culpa não fosse de todos nós, prefeitura e são Pedro incluídos.

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Goldfajn prevê ainda muitos solavancos

Folha de S.Paulo - 05/02/2010


"Depois do terremoto, há tremores. Os mercados ainda vão sofrer. A crise foi séria." Para Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú Unibanco, as turbulências fazem parte do período pós-crise.

O nervosismo de ontem dos mercados foi uma combinação de fatores, nem todos novos no horizonte. O risco de Grécia, Portugal e Espanha subiu em consequência da piora fiscal desses países do Mediterrâneo.

Além disso, pesaram a ameaça de rebaixamento dos EUA pela agência de "rating" Moody's e dados negativos do mercado de trabalho norte-americano. À medida em que o pior da crise vai ficando para trás, começa-se a fazer conta e a percepção é que levará anos para pagar as dívidas.

Goldfajn não teme que a saída de investidores estrangeiros do Brasil seja suficiente para provocar graves problemas.

"Vai haver solavancos. Muitos devem ter se retirado do mercado hoje, dada a queda na Bolsa, mas acredito que os estrangeiros vão continuar", diz.

"Há mais risco no mundo. Quem vê o longo prazo, sabe que o Brasil não teve problema com bancos. O problema está nos EUA, na Europa e no Japão. Somos parte da solução."

Para o investidor de curto prazo, um alerta. "É bom apertar o cinto. Vai ter volatilidade." Para quem mantém aplicações por mais tempo, as condições seguem razoavelmente bem.

Goldfajn afirma acreditar que o Banco Central elevará os juros entre março e abril. Há piora de expectativas de inflação e o dólar em alta não ajuda a segurar preços. A autoridade monetária, porém, não tomaria medidas drásticas para evitar fuga de investidores, diz o ex-diretor do BC.

"O câmbio é flexível. faz parte do sistema. Se deixar as pessoas livres, elas voltam", afirma.

Daqui a pouco, essa [turbulência] acaba, mas, infelizmente, não será a última. Teremos muitos solavancos

DE OLHO NO LANCE
A demanda de jovens de escolas públicas por mais qualificação tem impulsionado os cursos técnicos. "O estudo público não prepara a pessoa para o mercado de trabalho. Esse aluno sai em desvantagem", diz Cristina Franco, sócia da BIT Company, franquia especializada em cursos técnicos, de informática e de educação continuada, para alunos de ensino público. A mensalidade de um curso básico é de R$ 99. A empresa quer abrir 30 unidades neste ano. Em 2009, foram 24 novas franquias. Hoje são 140 escolas, com 32 mil alunos por semestre. De olho nas oportunidades de trabalho e de receita gerados pela Copa do Mundo de 2014, a empresa lançou dois cursos: um para quem vai lidar com o turista, indicado para funcionários do varejo, voluntários, taxistas, entre outros; e outro para o empreendedor, que já tem seu negócio ou deseja tê-lo com foco na Copa. O curso terá início no segundo semestre deste ano em São Paulo, e depois será expandido para a rede. A empresa atua em 14 Estados, mais o Distrito Federal, além de Portugal e Angola.

Carrefour busca investimentos no Nordeste

Jean Marc Pueyo, diretor-superintendente do Carrefour Brasil, diz que a empresa está à procura de oportunidades de expansão no Norte e no Nordeste.
"Acreditamos no potencial da região, onde já atuamos há mais de uma década e seguiremos atentos às boas oportunidades de expansão", afirma Pueyo, contrariando os rumores de que a rede Walmart poderia comprá-la.
As operações do Carrefour nas regiões Norte e Nordeste do país representam atualmente mais de 17% das vendas da rede no Brasil.
Há quatro anos, o faturamento dessas regiões representava menos de 7% do total. Em 2009, foram criados mais de 2.000 postos de trabalho nas regiões. Para este ano, a perspectiva é de crescimento, chegando a 16 mil colaboradores diretos e indiretos até o fim do ano.
No final do mês passado, Lars Olofsson, presidente mundial do Grupo Carrefour, disse a Pueyo que Brasil e China serão o foco dos investimentos do grupo francês nos próximos anos.

AUTORAL
Desde agosto de 2009, até o final de janeiro deste ano, foram encontrados na internet 15.713 links para download pirata de livros, segundo levantamento da ABDR (Associação Brasileira dos Direitos Reprográficos). Mais de 90% foram retirados do ar após notificação da entidade, que começou a fazer trabalho de busca de links piratas no segundo semestre do ano passado.

POETA
Por meio do Twitter, em menos de 140 caracteres, Jonathan Schwartz, CEO da Sun Microsystems, anunciou ontem a saída da companhia. O executivo escreveu em forma de um curto poema "haiku" que sentirá falta da Sun e que a crise contribuiu para o mau desempenho da empresa, que foi adquirida pela Oracle em 2009.

FRAUDE 1
O brasileiro Nilton Rossoni, 50, foi condenado a 68 meses de prisão pela Justiça dos EUA, acusado de fraude no eBay (de leilões on-line). Segundo a Justiça, ele "executou um esquema" em que vendeu milhares de itens entre 2003 e 2008, mas não os entregou. Ele teria usado e-mails e endereços falsos para realizar a fraude.

FRAUDE 2
Ainda segundo a Justiça, na Flórida, Rossoni realizou mais de 5.500 vendas no eBay (como passagens aéreas e DVDs), usando ao menos 260 contas diferentes no site. No total, faturou US$ 717 mil. "Nenhum dos itens foi enviado ou entregue, e Rossoni simplesmente ficou com o dinheiro para uso pessoal", afirma a Justiça.

ARI CUNHA

Saudade do amigo


Correio Braziliense - 05/02/2010

Doutor Ernesto Silva acompanhou o general José Pessoa em 1955, quando se sonhava com Brasília. Foi o primeiro a ser nomeado por Juscelino Kubitschek na Novacap, como diretor administrativo. A época era de política braba. O diretor financeiro era da UDN e sentia a necessidade de fiscalizar as construções. Ernesto Silva era o trabalho, o entusiasmo jovem de quem deseja realizar na vida. Embutido no interesse pela cidade criada na prancheta, embrenhou-se no cerrado para ver a construção surgir. Morava aqui desde o começo da construção. Começou no escritório no Rio, para depois vir para Brasília, na sede de madeira da antiga Novacap. Viveu trabalhando e feliz. Cuidando da saúde, existiu até os 95 anos, quando se despediu da vida.


A frase que não foi pronunciada

“A dúvida é o princípio da sabedoria.”
» Regra para votar certo em 2010.

Suor

»
Falta d’água durante o carnaval é o pesadelo de muitas cidades no Brasil. Chega a notícia de que tudo será diferente em Olinda. Os foliões podem esperar a evolução de 70 para 130 litros por segundo. O Galo da Madrugada promete.

Qualidade

»
Lançada a família de cédulas do real. São realmente encantadoras. Excelente qualidade. Mas isso não quer dizer que os falsificadores terão dificuldades para reproduzir as notas. Em Atlanta, alunos do ensino médio reproduziram o dólar nos equipamentos da escola. Deram uma dor de cabeça danada ao FBI.

Alegria

»
Em 10 dias, Renata Jambeiro vai gravar o samba exaltação em homenagem aos 50 anos de Brasília. Neusa França compôs letra e música, em que cita Ernesto Silva, JK, Niemeyer e Lucio Costa. Neusa, autora do Hino de Brasília, continua com a energia de sempre dedicada à cultura da capital.

Tristeza

»
“Contra o desmando, a exploração, fora o bando da corrupção! Vamos além! Seja onde for, prendam também o corruptor. Nossa cidade especial quer igualdade e justiça social.” Esse é o trecho final do Auto do pesadelo, de Dom Bosco, criativa ópera do maestro Jorge Antunes. Na peça, não cai o pano.

Solução

»
Faz tempo que Luziânia é local de desaparecimento de jovens. Estatísticas do estado de Goiás mostram que mais de 40% dos casos acontecem na pequena cidade. O caso não é de CPI, com políticos dando declarações. De casos assim é que se vê a necessidade de polícias integradas: civil, militar e federal.

Calma

»
Depois de engolir vários sapos indigestos, o presidente do PSDB chamou de terrorista o texto do governo sobre possíveis alterações no programa Bolsa Família. Exagero. Outras leituras indicam a humildade do PT em reconhecer que alguma coisa pode mudar.

Prevenção

»
Por falar em terrorismo, usando equipamentos modernos, a polícia de São Paulo simulou ataque a avião brasileiro. É um ensaio para a Copa do Mundo e as Olimpíadas.

Plantações

»
Vendo o Haiti com o mundo mobilizado para ajudar, vem à mente a carta do cacique Seatle. Além da lição inesgotável do amor à natureza, aplicada ao Haiti, valeria o trabalho pela comida que nasce do chão. Plantar é a salvação mais rápida.

Popular

»
Justamente por ser ano eleitoral, o Congresso deveria apreciar o projeto sobre os candidatos com ficha suja. Um milhão de assinaturas renderiam muitos votos. O deputado federal Carlos Willian concorda, mas acha que não há tempo hábil para a votação.

História de Brasília

Já estão se acostumando os funcionários públicos com o novo horário. O professor Carvalho Pinto é que perdeu com a história, porque desde o começo do mandato, esse era o intuito dele. E agora não pode alterar o horário de trabalho, porque vão dizer que o “professor está recebendo lição do discípulo”. (Publicado em 24/2/1961)

RUY CASTRO

O mergulhão morreu em vão

FOLHA DE SÃO PAULO - 05/02/10


RIO DE JANEIRO - Há dez anos, a foto (por Domingos Peixoto) de um mergulhão todo sujo de óleo, saindo com dificuldade da água escura e lutando para respirar numa praia também manchada de óleo, comoveu o mundo. Ele era uma das vítimas do vazamento de 1,3 milhão de litros de um duto da Petrobras na baía de Guanabara, que matou milhares de aves e toneladas de peixes, contaminou manguezais sem conta e influiu diretamente na cadeia de vida no mar. Foi a maior tragédia ambiental na história da baía.
A imagem do mergulhão asfixiado era uma dura condenação da ação miserável do homem, de seu devastador domínio sobre a natureza. Conheço gente que ficou sem dormir por isso. Não se tratava apenas de um ser em agonia, mas do que ele representava -as muitas famílias, humanas ou não, que, como ele, tinham perdido seu ambiente e sustento. Algumas dessas famílias nunca se recuperaram, e boa parte do óleo continua até hoje no fundo da baía.
Onze funcionários da Petrobras foram processados. Dez anos depois, o processo terminou, e com o resultado que se esperava: todos, de um jeito ou de outro, absolvidos. Nem a angustiante figura do mergulhão conseguiu sobrepujar as firulas e tecnicalidades jurídicas que levaram à absolvição.
Ouço dizer que, na época da calamidade, os sistemas de controle dessas agressões pelo Ibama eram muito mais tíbios e que, hoje, a Petrobras não se safaria tão facilmente. Leio também que a própria Petrobras, prevenindo zebras, passou a investir mais na gestão ambiental.
Quero crer. Até lá, vale o que um cético disse outro dia: exceto se for pobre, ninguém vai preso no Brasil; se preso, não será julgado; se julgado, não será condenado; e, se condenado, não terá de cumprir a pena. O mergulhão morreu em vão e pelos pecados de todos nós.

LUIZ GARCIA

Com meia tromba

O GLOBO -05/02/10

Entende-se que um pai dê mais atenção aos filhos que gerou, e olhe menos pelos que a mulher trouxe do primeiro casamento. Mas não muito menos: afinal, a união é um pacote fechado. Não é justo deixar de lado os meninos, mesmo que tenham cara e jeito daquele cafajeste com quem madame teve o azar ou o mau gosto de se juntar.

Isso também vale para administradores públicos: sempre, ou quase sempre, a obra que o antecessor começou e deixou quase pronta, mesmo que seja o equivalente de uma manada de elefantes brancos, deve ser levada até o fim.

A não ser que fique mais barato para o contribuinte botar tudo no chão. Não parece que seja esse o caso com a Cidade da Música, que o ex-prefeito César Maia teve a má ideia e o mau gosto de plantar no meio de um cruzamento na Barra da Tijuca — e que o seu sucessor aparentemente prefere fingir que não existe.

Um levantamento apresentado pela vereadora Andréa Gouvêa Vieira, aproveitando dados apurados por uma CPI, é um bom retrato do problema. O dado obviamente mais importante é o financeiro. A obra já consumiu R$ 440 milhões, e os empreiteiros pedem mais R$ 230 milhões.

O prefeito Eduardo Paes só se dispõe a gastar R$ 50 milhões.

O arquiteto — um francês chamado Christian de Portzamparc, aparentemente contratado por César Maia devido à falta de bons profissionais brasileiros — alega que sua supervisão é indispensável para a conclusão da obra, e Paes se recusa a contratá-lo. No que até pode ter alguma razão: visto de fora, o elefante branco parece mesmo, como diríamos, paquidérmico.

Gosto não se discute, mas o destino de verbas públicas certamente merece atenção. A construção da Cidade da Música, ao preço previsto de R$ 670 milhões (se os empreiteiros acabarem obtendo da Prefeitura tudo o que pedem), é investimento altamente discutível.

No fim das contas — se as contas realmente chegarem ao fim — os poderes municipais terão de decidir o que é mais barato e vantajoso para a cidade. Completar a obra? Ou deixar o elefante branco do jeito que está, com meia tromba, como uma espécie de monumento à incompetência, ou coisa pior, de nossos administradores?

NELSON MOTTA

O eixo da insanidade


O Globo - 05/02/2010

Como uma tendência da vontade popular e esperança de progresso, em vários países da América Latina a esquerda está no poder. Mas há esquerdas e esquerdas, como no PT. Brasil e Chile, e os não esquerdistas México, Colômbia e Peru, mostraram que a estabilidade, a democracia, o respeito à Constituição e aos contratos permitiam manter e ampliar políticas que levam ao desenvolvimento econômico e à diminuição da pobreza. E atraem investimentos internacionais.

Mas Chávez não acredita nisso.

Acha que pode atropelar a lógica, a ética e a matemática, e transformar a Venezuela em um Cubão. Com seu petróleo e meia dúzia de países pequenos e atrasados — de grande só a Bolívia, que é atrasadíssima — criou sua aliança bolivariana pelo socialismo, a Alba, onde manda e desmanda.

A Nicarágua sandino-bolivariana vai muito mal. E a vizinha Costa Rica, muito bem. Por que será? Cuba continua racionando comida, energia e liberdade, sem a menor esperança de alívio. A tentativa de bolivarizar Honduras deu no que deu.

Na Argentina, os Kirchner, que receberam maletas com milhões de dólares de Chávez para a eleição de Cristina, perderam a maioria no Congresso e enfrentam uma grave crise econômica, sufocados pela dívida externa e pelo ambiente de confronto que criaram com a mídia e a oposição.

Evo, coitado, foi reeleito, deu mais poder aos indígenas, mas, sem dinheiro nacional ou internacional, a Bolívia vai continuar vivendo de coca e gás.

Rafael Correa não é um boçal como Chávez: formado em economia nos Estados Unidos, conhece por dentro o sistema que quer mudar. Gosta de uma bravata, mas se mostra mais civilizado e menos autoritário na sua ação política. Mas, sem investimentos, o Equador não cresce.

Qualquer idiota sabe que as chaves do desenvolvimento — capitalista ou socialista — são investimentos maciços em educação e infraestrutura.

E quem vai investir em países que odeiam o capital e não respeitam contratos, em nome da pátria, do socialismo ou da muerte? Como num Rei Lear de sombrero, são cegos guiados por loucos. Em vez do socialismo do século 21, Chávez criou o eixo da insanidade.

REGINA ALVAREZ

Sinais da ata

O Globo - 05/02/2010


Não é só o desejo do mercado. A ata do Copom deixou claro que o Banco Central prepara o terreno para a elevação dos juros no curto prazo. O mercado discute agora se a primeira alta será em março ou abril, mas os sinais do BC indicam que a decisão já estaria tomada. Assim, o que parece cada vez mais difícil de se concretizar é o desejo da outra banda da equipe econômica, contrária à elevação dos juros

A ata divulgada ontem tem um sentido de urgência que não estava na anterior.

Cresceu a preocupação com as pressões sobre a demanda e a trajetória da inflação. Como destaca a análise da Consultoria LCA, os trechos em que o BC avaliava essa trajetória como “contida” e “benigna” foram substituídos por uma nova redação que alerta para os riscos de elevação da inflação.

A avaliação sobre a ocupação da capacidade instalada na indústria também mudou, mostrando com mais nitidez a preocupação com o esgotamento da ociosidade decorrente da retomada da demanda doméstica. “Nesse ambiente, cabe à política monetária manter-se especialmente vigilante para evitar que a maior incerteza detectada em horizontes mais curtos se propague para horizontes mais longos”, diz um dos trechos do documento.

Ao tratar da política fiscal, o BC incorporou informações novas à ata, que apontam para uma pressão maior dessa variável sobre a demanda, explica Luis Otávio Leal, economista-chefe do banco ABC Brasil. O BC passou a trabalhar com um superávit primário de 2,18% do PIB em 2010, descontada a parcela relativa aos gastos com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da meta global de 3,3% do PIB. Isto porque resolveu contabilizar não apenas a parcela de gastos do Orçamento de 2010, mas também os restos a pagar de 2009 transferidos para este ano. Somadas, essas despesas chegariam a 1,12% do PIB. Na ata de dezembro, a estimativa era de que fossem descontadas despesas de 0,68% relativas ao PAC da meta cheia.

— Se alguém tinha alguma dúvida de que o BC pretende elevar os juros no futuro próximo, pode dirimila com a leitura da ata.

Agora a discussão é outra: quando (março ou abril) e de quanto será a alta — afirma Leal.

Aversão ao risco I
Produzido pela Galanto Consultoria, o gráfico acima mostra o comportamento dos títulos públicos nos países da Europa que enfrentam grave crise fiscal. A situação da Grécia, Portugal e Espanha contribuiu fortemente para as turbulências de ontem nas bolsas do mundo. Os investidores estão cobrando um prêmio maior do governo para comprar esses títulos: — Esse aumento mostra que os governos terão dificuldade para se financiar e honrar compromissos. É uma crise semelhante a que o Brasil enfrentou nos anos 90 — explica Monica de Bolle, economista da Galanto.

Aversão ao risco II
O gráfico acima é outro sinal de que a crise global não chegou ao fim. A cotação do ouro, considerado um dos ativos mais seguros pelos investidores, permanece alta.

Os preços estão acima dos registrados em dezembro de 2008, indicando que a aversão ao risco está forte. Se em 2008 a onça estava cotada na casa de US$ 800, este ano se mantém acima de US$ 1.100. A projeção da RC Consultores é uma cotação de US$ 1.050 no final do ano.

MÔNICA BERGAMO

Dá até dó

Folha de S.Paulo - 05/02/2010


Sabrina Sato, apresentadora do programa "Pânico na TV", é a capa da revista "RG Vogue" que chega às bancas hoje. A madrinha de bateria da Gaviões da Fiel emula o discurso de nove entre dez famosas consideradas beldades: diz que nem se toca da condição. "Na maioria das vezes, me acho horrorosa. Sou superinsegura, fui um pau de magra na adolescência. Coloquei silicone porque parecia uma formiga, com nada em cima e uma bunda grande."

Lindsay na lista
Além de Madonna e Paris Hilton, a atriz Lindsay Lohan também é presença aguardada no Carnaval do Rio. Ela confirmou presença no camarote da Brahma.

FÓRUM APAGADO
O Fórum Criminal da Barra Funda vive às voltas com faltas temporárias de luz. Na segunda-feira, a energia elétrica caiu 11 vezes. No dia 26 de janeiro, a queda durou das 17h45 às 22h25. O Tribunal de Justiça de SP diz que o problema se deve a fatores externos e que o prédio tem geradores para amenizar os apagões.

ANTES DO TEMPORAL
As enchentes com hora marcada (sempre por volta das 17h) que atingem SP há mais de 40 dias mudaram os hábitos dos visitantes dos museus da cidade. "Desde o início dos dilúvios, 70% das pessoas passaram a vir até as 14h e os grupos preferem agendar as visitas para a parte da manhã", diz Antonio Carlos Sartini, diretor do Museu da Língua Portuguesa.

DEPOIS DO TEMPORAL
No Masp, onde a maior parte dos visitantes chegava depois das 15h, a frequência passou a ser mais diluída ao longo do dia. O museu também verificou que, às quintas-feiras, quando fica aberto até as 20h, as pessoas têm esticado o passeio, para fugir da chuva e do trânsito.

COPA DA PLACA
No Rio, a Coca-Cola foi notificada pelo Ministério Público pelos outdoors da chegada da Taça Fifa, mas em SP, terra da Lei Cidade Limpa, a divulgação nas ruas está liberada. A prefeitura permitiu decoração de uma passarela na praça da Bandeira e a réplica de um cofre na praça do Patriarca com as cores da marca e indefectível silhueta das garrafas do refrigerante.

PARA A CIDADE
"Os eventos que são importantes para a cidade são tratados de forma diferenciada", diz Regina Monteiro, presidente da comissão municipal de paisagem urbana, que delibera sobre a aplicação da Lei Cidade Limpa e que liberou os anúncios, com a condição de que não exibissem a marca Coca-Cola.

GP DA PLACA
E a comissão deve discutir nos próximos dias o pleito dos patrocinadores de outro evento "importante para a cidade": a corrida da Fórmula Indy, em torno do Anhembi.

EM SANTOS E NO OSCAR
Marcelo de Moura, o paulista de Santos que produziu boa parte da animação "The Secret of Kells", indicada ao Oscar 2010, prepara em parceria com Diler Trindade um longa nacional: "Max, o Menino Mágico".

DE: LULA
Já está nas mãos do presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, a carta em que o presidente Lula pede para que o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, 48, não seja executado no país asiático.

Trata-se de um reforço para o segundo pedido de clemência no caso, ainda não respondido, em que Lula pede "generosidade" na avaliação.

PARA: YUDHOYONO
Moreira foi condenado à morte em 2004 após tentar entrar com 13,4 kg de cocaína na Indonésia. Tenta reverter a pena para prisão perpétua. Carolina Archer, 70, mãe de Marco, diz que está esperançosa. "Agora é esperar. Vamos ver o que acontece", afirma.

SAMBA ATRAVESSADO
Líder da turma do pagode na seleção brasileira, Robinho vai ter que passar seu primeiro Carnaval na volta ao Santos longe da batucada. O técnico Dorival Júnior não deu folga para a equipe no feriadão. Marcou treino para a segunda-feira de Carnaval, porque o Peixe joga na quinta, dia 18, contra o time do Bragantino.

DISCRETA
Uma assessoria de imprensa disparou releases anunciando que a Mulher Samambaia (Danielle Souza) foi eleita "o bumbum mais bonito do Brasil" na pesquisa de uma revista, mas sonegou a "plataforma de campanha" da candidata. Nos e-mails, só enviou fotos da modelo de frente.

CURTO-CIRCUITO
A PEÇA "Corte Seco", de Christiane Jatahy, estreia hoje, às 21h, no teatro do Sesc Consolação. Classificação etária: 14 anos. A FESTA Tô Mara, com discotecagem de integrantes das bandas Cansei de Ser Sexy e Bonde do Rolê e cover de Bon Jovi, estreia hoje, às 23h, na FunHouse. Classificação: 18 anos.
A CANTORA Wanderléa se apresenta hoje, às 21h, no projeto "Influências", no Sesc Vila Mariana. Classificação: 12 anos.
O CANTOR Nando Reis faz show hoje, às 23h, no Sesc Oi Noites Cariocas, no Píer Mauá, no Rio. Classificação: 18 anos.
O GRUPO de cinemas Espaço/Arteplex recebeu pela segunda vez o prêmio de melhor equipe de programação e melhor empresa exibidora de 2009 do Sindicato dos Exibidores.

ADRIANO PIRES

A volta da gasolina


O Globo - 05/02/2010

Desde os choques do petróleo ocorridos na década de 70 que o mercado de combustíveis no Brasil é caracterizado por uma ciclotimia. Nos anos 60, antes dos choques do petróleo, a gasolina era dominante no uso veicular e o Brasil exportava excedentes de diesel. O primeiro choque do petróleo, no início da década de 70, trouxe alterações marcantes.

O governo, preocupado com o impacto do preço dos derivados sobre a inflação, transferiu o aumento do petróleo no mercado internacional somente para os preços da gasolina, subsidiando o diesel. Essa política levou a um fenômeno que ficou conhecido como a “dieselização”.

Em 1975 ocorreu o lançamento do Programa Nacional do Álcool — PróÁlcool.

Inicialmente, o governo obrigou a mistura de álcool anidro à gasolina e, diante do segundo choque do petróleo ,em 1979, incentivou as vendas dos veículos a álcool hidratado, o que serviu para reduzir ainda mais o mercado da gasolina. Assim, as décadas de 70 e 80 foram caracterizadas pela perda do mercado de gasolina para o álcool e o diesel.

Com a queda do preço dos derivados de petróleo no contrachoque do petróleo, a partir da segunda metade dos anos 80, o álcool começou a perder competitividade frente à gasolina.

O golpe final veio com o desabastecimento do produto no fim da década, que desacreditou o veículo a álcool. Com isso, a gasolina voltou a recuperar uma parcela do mercado durante os anos 90.

Nos primeiros anos da primeira década de 2000, três fatores trouxeram uma nova fase para o mercado nacional de combustíveis: o retorno dos altos preços do petróleo, a expansão das redes de distribuição de gás canalizado viabilizada pela chegada do gás natural da Bolívia e o surgimento dos veículos flex-fuel. Nesta nova fase houve o aparecimento do GNV, um combustível até então desconhecido do consumidor brasileiro, e o retorno do crescimento do consumo de álcool.

A diferença nesta nova fase é que a competição entre os três combustíveis se dá na hora de o consumidor reabastecer, já que os novos veículos podem utilizar qualquer um deles.

Ao invés de deixar o mercado funcionar fixando políticas que promovessem a competição entre os três combustíveis, o governo ao primeiro sinal de uma possível falta de gás natural passou a não incentivar mais o uso do GNV. Agora, assustado com o aumento dos preços do etanol hidratado e com uma possível crise de abastecimento, anunciou que vai reduzir a mistura de etanol anidro de 25% para 20% na gasolina a partir de primeiro de fevereiro até primeiro de maio de 2010. Em 2009, os preços do etanol hidratado acumularam valorização de aproximadamente 50% e o seu consumo cresceu 24,4% em relação ao ano de 2008, enquanto o da gasolina, apenas 0,04%. Tudo isso impulsionado pela enorme venda de carros flex. Essa redução da mistura de etanol anidro na gasolina trará algumas consequências imediatas no mercado e podem significar o inicio de um novo ciclo nos combustíveis liderado pela gasolina. A primeira consequência imediata é o aumento do preço da gasolina na bomba. A segunda é que a Petrobras se beneficiará dessa mudança na mistura. Isso porque venderá mais gasolina no mercado interno, que atualmente tem preço mais elevado que no mercado externo. Atualmente, a gasolina no Brasil é 20% mais cara do que no mercado internacional. As distribuidoras também serão beneficiadas, já que as margens da gasolina são melhores do que as do etanol.

E por que um novo ciclo da gasolina? Porque descobrimos o pré-sal. O anúncio da construção de seis refinarias pela Petrobras para processar o petróleo produzido ameaça o etanol e as demais fontes renováveis, pois a promessa do governo de que os derivados produzidos serão exportados pode não ser cumprida. O mercado mundial de derivados apresenta sazonalidades no consumo e volatilidade de preços, e há sempre o risco de essas refinarias passarem por momentos de ociosidade. Nesta situação, pode ser mais interessante para a estatal inundar o mercado interno com derivados a preços artificialmente baixos, trazendo enormes prejuízos aos investidores de etanol. Esta ameaça torna-se ainda mais concreta se houver políticas governamentais populistas de subsídios aos derivados, o que não é raro no Brasil. A conferir.

JOSÉ SIMÃO

Sampa! Depois de "Avatar", "ALAGAR"!

FOLHA DE SÃO PAULO - 05/02/10


E as novas cédulas do real vêm em tamanhos diferentes, pra caber na meia e na cueca! Rarará!


BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta!
Direto de Barretos: "Loja de piscina pega fogo"!
E o torpedo da Marta pro Kassab: Relaxa e NADA! E a versão paulista de "Avatar": "ALAGAR"! Em 3D. Rarará! Será que a Beyoncé sabe nadar? E como disse a Nair Bello do Twitter: já estou de capa de chuva na janela aguardando o helicóptero do Datena. Hoje eu apareço na TV! Rarará! Visite São Paulo antes que afunde!
E as novas notas do real? Sabe por que as novas cédulas do real vêm em tamanhos diferentes? Pra caber na meia e na cueca. As menores enfia na meia, e as maiores, na cueca!
A nota de um real devia vir com a cara do Tiririca! E a de quatro reais, a cara do Lula. E a de 171 reais, a cara do Collor. E a nota de R$ 1 milhão? A cara do Silvio Santos. E a nota de R$ 1 trilhão? A cara do Maluf. Gritando de boca aberta!
E nota de cem reais não precisa fazer nova porque toda nota de cem reais é nova! Rarará!
E faltam seis dias pra Grande Festa da Esculhambação Nacional! Na Bahia já é Carnaval. Há anos! Aliás, acabo de receber um e-mail de um amigo da Bahia: "O Carnaval já tá quase acabando e você ainda não veio?". Rarará!
E Belém do Pará vem com a versão de Filhos de Gandhi: Filhos de Glande. O bloco mais democrático do mundo. Todo mundo é filho de glande!
E o prefeito da cidade de Paulista, em Pernambuco, que chamou a Dilma de Dilma Hussein. Ela é prima do Sadam? É! Rarará!
E o grande hit na casa do Kassab é: bolinho de chuva! E cadê o Moisés pra abrir a marginal pra gente passar! Chama o Moisés! Chama o Noé! Chama o César Cielo! Chama o Corpo de Bombeiros. Eu já tô ficando com cara de ácaro! Rarará! É mole? É mole, mas sobe! Ou como disse aquele outro: é mole, mas trisca pra ver o que acontece!
Antitucanês Reloaded, a Missão. Continuo com a minha heroica e mesopotâmica campanha Morte ao Tucanês. É que em Itapissuma, Pernambuco, tem uma rua denominada rua do Caga Ligeiro. Ueba! Parece Dias Gomes. Mais direto, impossível. Viva o antitucanês! Viva o Brasil!
E atenção! Cartilha do Lula. O Orélio do Lula. Mais um verbete pro óbvio lulante. "Hipertensão": companheiro que tem falta de hipertesão! Rarará! O lulês é mais fácil que o ingrêis. Nóis sofre, mas nóis goza. Hoje só amanhã.
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno.
E vai nadando que eu não vou!

MERVAL PEREIRA

Estado forte

O Globo - 05/02/2010


Conversando recentemente com um investidor estrangeiro interessado no que acontecerá no país na sucessão presidencial, me surpreendi com uma pergunta: “Dilma vencendo, não pode ser como na Rússia, com Lula ficando por trás manejando os cordões?”. Se fôssemos uma República parlamentarista, o presidente Lula poderia fazer como Vladimir Putin, que depois de presidir o país por dois mandatos, transformou-se em primeiro-ministro e indicou Dimitri Medvedev para presidente

O que a oposição brasileira acusa como um defeito da candidata oficial, ser um mero títere de Lula, era a esperança desse investidor — dos grandes — de que tudo continuará como está na economia brasileira, com Lula dando seu suporte à sua sucessora.

O modelo “Dilmedvedev” sonhado pelo investidor é o mesmo vendido subliminarmente por Lula ao eleitorado, mas de difícil implementação. É mais provável Dilma, se eleita, ficar dependente de partidos como o PT e o PMDB do que de Lula, pois o presidencialismo brasileiro dá muitos poderes ao presidente da República.

Mesmo o modelo autoritário russo de desenvolvimento só é comparável ao do Brasil para efeitos dramáticos.

Tanto no sistema político quanto no econômico, o modelo russo aproxima-se mais do da Venezuela. Putin pegou a Polícia Política e a transformou no grande esteio do país, com as Forças Armadas.

Na privatização do país, criou uma nova oligarquia econômica, com membros do antigo Partido Comunista, da polícia secreta (KGB) e do Exército. No Brasil, o governo trabalha mesmo com a velha oligarquia.

O que une Rússia e Venezuela é que nos dois vigora o “hiperpresidencialismo”, uma ditadura disfarçada, cuja fronteira para a ditadura é a liberdade de imprensa, que não existe em nenhum dos dois países.

No Brasil, há tentativas seguidas de controle dos meios de comunicação, mas todas até o momento fracassaram com a reação da sociedade civil e do próprio Congresso, que, embora esteja submetido ao Executivo, aceitando essa situação em troca dos mais diversos favores, ainda encontra espaço para reações.

Há uma verdadeira separação dos poderes, com o Judiciário tendo um papel independente mesmo Lula tendo indicado oito dos seus 12 componentes.

Mas o Estado forte tanto serve a um esquerdismo, que ainda viceja em setores do governo, quanto ao nacionalismo estatizante do qual Lula é tão adepto como foi o general Geisel, cujo planejamento estratégico sempre admirou.

Não foi à toa que quando era chefe do Gabinete Civil, o exdeputado José Dirceu, que voltou hoje ao centro do poder no PT e na candidatura Dilma, rejeitou certa vez a comparação com o general Golbery do Couto e Silva, considerado o grande artífice político do governo Geisel, e disse que queria mesmo ser o Reis Velloso de Lula.

Como agora, o governo Geisel acreditava que o Estado tinha que dirigir o desenvolvimento do país. Como não se cansa de repetir Lula, o governo tem que ser o indutor do desenvolvimento.

Foi através do Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) que o então ministro do Planejamento, Reis Velloso, estabeleceu as diretrizes econômicas pós-milagre.

Nesse modelo, o governo escolhe as companhias que acredita que, juntamente com o Estado e se possível com multinacionais, criariam um setor hegemônico do ponto de vista econômico, sempre com financiamento do BNDES.

Um modelo semelhante ao de países asiáticos cujos exemplos seriam o Japão, a Coreia, a Indonésia e a Malásia.

Há diversos exemplos, e em quase todos as grandes empreiteiras estão envolvidas: na indústria bélica, a Marinha comprou submarinos da França com a inclusão da Odebrecht como construtora do estaleiro exigida pelos franceses.

A criação da maior multinacional de carne, a JBS, foi estimulada pelo financiamento do BNDES, assim como a fusão da Sadia e Perdigão e a compra da Brasil Telecom pela Oi, que tem como sócio a Andrade Gutierrez.

Mas os maiores lances estão sendo dados através da Petrobras.

A criação de uma empresa para administrar o pré-sal (a Petrosal ou que outro nome venha a ter) aumenta o controle governamental de um setor com fundamental importância estratégica e faz da Petrobras a ponta de uma política industrial que tende a concentrar negócios na cadeia produtiva.

A necessidade de capitalizar a Petrobras só existe porque o governo decidiu que a estatal terá a participação obrigatória mínima de 30% de cada campo do pré-sal, o que exigirá a contrapartida em investimentos que a empresa não é capaz de fazer hoje, e simultaneamente manter a exploração e produção de outros campos fora do pré-sal, que são a nossa realidade no momento.

O discurso ideológico do governo vende a ideia de que é preciso aumentar sua participação acionária, admitindo até mesmo voltar a ser majoritário no capital total da empresa, para que nosso tesouro do pré-sal não seja controlado por investidores privados, especialmente os estrangeiros.

Um falso argumento, pois, nas ações nominativas, de controle efetivo, a União sempre foi e será majoritária.

Segundo José Gabrielli, presidente da Petrobras, as necessidades de investimento da estatal, não apenas no refino, afetam, diz ele, “a capacidade mundial de produção de equipamentos”.

Diante da maior descoberta de óleo no Ocidente em muito tempo, no pré-sal brasileiro, Gabrielli defende que a necessidade de expansão da capacidade mundial de produção de equipamentos para essa indústria ocorra no Brasil. “E para isso o Estado é necessário”.

O governo defende a necessidade de “integração vertical” na indústria do petróleo, dominar da extração à produção de derivados, incluindo a petroquímica e a química. Há também a visão de que é preciso a “verticalização para atrás”, com participação em empresas que são fornecedoras da indústria do petróleo.

Com essa política, todos os grupos nacionais petroquímicos desaparecerem — Ipiranga, Suzano, Unipar, Mariani etc — engolidos pela Petrobras e pela Odebrecht com dinheiro subsidiado do BNDES. O dinheiro não foi para nenhuma fábrica nova e sim para comprar ativos já existentes.

Este é um governo que critica os monopólios, mas adora criá-los.

PAINEL DA FOLHA

Aqui e agora

RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 05/02/10

Com a discussão sobre o vice de Dilma Rousseff em banho-maria, o PMDB, que amanhã realiza convenção para reconduzir Michel Temer à presidência, cuida de assegurar objetivo mais imediato: a manutenção de todas as suas posições na Esplanada depois da saída dos ministros-candidatos. Está decidido que Reinhold Stephanes (Agricultura) será substituído por Wagner Rossi, próximo a Temer. Hélio Costa (Comunicações) transformará o preposto José Artur Filardi Leite, atual chefe de gabinete, em secretário-executivo. O Planalto não morre de amores pela ideia, mas, com o palanque de Minas Gerais em negociação, ninguém quer arranjar encrenca com Costa.




Pré-condição. A cúpula peemedebista admite a possibilidade de Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) não conseguir emplacar o aliado João Santana, atual secretário-executivo, desde que o partido indique o substituto.

Mais um. Para o lugar de Edison Lobão (Minas e Energia) irá seu secretário-executivo, Marcio Zimmermann.

Os outros. Ainda do PMDB, José Gomes Temporão (Saúde) deve permanecer no cargo. O mesmo se diz no Planalto sobre Nelson Jobim, na contramão de seguidos relatos segundo os quais o titular da Defesa estaria de saída.

Deixa pra lá. Lobão teve a ideia de convidar Dilma para a convenção, mas foi demovido, dado o esforço do partido para desvincular a eleição da nova diretoria da tentativa de emplacar Temer na vice.

Rebolado. Do líder do PMDB na Câmara, Henrique Alves, sobre a dificuldade de acerto com o PT no Pará: "Para a Dilma, a gente deu um bambolê e melhorou muito. Para a Ana Júlia, vamos ter de mandar um monte deles". Em tempo: em 2008, fazendo piada sobre a falta de jogo de cintura de Dilma no trato com os parlamentares, Alves deu-lhe um bambolê de presente.

Paz e amor. Duda Mendonça, que já cuida da imagem da Fiesp, será o marqueteiro da campanha do presidente da entidade, Paulo Skaf (PSB), caso este venha mesmo a disputar o governo paulista.

Tabuleiro. O PSDB fechou um acordo branco com o PMDB do Paraná para não lançar candidato ao Senado, o que facilitará a vida de Roberto Requião. Em troca, o governador promete manter distância de Dilma Rousseff e centrar fogo no PT local.

Palanque. Tucanos anunciam na próxima semana, à revelia de Alvaro Dias, a candidatura do prefeito de Curitiba, Beto Richa, ao governo. "É um encontro de amigos que não tem valor legal nenhum", protesta o senador.

Produções 1. Quem acompanha os bastidores do Arrudagate desconfia da versão segundo a qual o jornalista Edson Sombra recebeu uma oferta de suborno de R$ 200 mil para "moldar" seu depoimento à Polícia Federal.

Produções 2. Amigo de Durval Barbosa, o gravador-geral do DF, Sombra tem cópia de todos os vídeos do mensalão. O dinheiro teria sido ofertado para comprar o material, objeto do desejo de uma longa lista de envolvidos.

Ficha. Luiz Paulo Barreto, provável sucessor de Tarso Genro (Justiça), foi vetado em 2006 quando Lula o indicou ao Superior Tribunal Militar. À época, a OAB argumentou que ele tinha se filiado à entidade havia poucos meses -e um dos requisitos era ter experiência como advogado.

Braços. Uma das principais diferenças entre o perfil de Tarso e o de Barreto é a ligação do substituto com a Abin.

Pires. As frentes de prefeitos já têm um novo mote para protestar contra a União: o piso salarial para agentes de saúde, que deverá causar impacto de R$ 858,5 mi por ano no caixa dos municípios.

com SILVIO NAVARRO e LETÍCIA SANDER

Tiroteio

Em breve esses surfistas de enchente vão fazer "top-top" para as vítimas da chuva.

Do deputado MENDES THAME (PSDB SP), sobre as críticas de petistas ao governo de São Paulo diante dos estragos causados pelas chuvas.

Contraponto

Primeira pedra Na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, o deputado Paulinho da Força (PDT) foi o anfitrião ontem do último evento da Caravana da Anistia comandado por Tarso Genro, que na semana que vem deixa o Ministério da Justiça para se candidatar ao governo gaúcho.
-Vivi pouco a ditadura, mas lembro de um choque entre 200 cavalos da PM e 200 estudantes!
Diante da plateia atenta, Paulinho continuou:
-Eu mesmo atirei um tijolo nos policiais!
Quando todos esperavam ouvir o relato da prisão do jovem manifestante, Paulinho concluiu, quebrando o clima:
-Mas aí corri rapidinho pra dentro da igreja...