quarta-feira, dezembro 15, 2010

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Com lei de mídia argentina, Brasil perde R$ 450 mi 
 Maria Cristina Frias 

Folha de S.Paulo - 15/12/2010

O mercado brasileiro de comunicação audiovisual pode perder R$ 450 milhões em faturamento em um ano por conta da nova lei argentina que regula o setor.
A estimativa é da Apro (associação de produtoras), que procurou a Ancine na última semana para tentar dialogar com o país vizinho.
A Argentina restringiu em sua TV a veiculação de vídeos filmados em países estrangeiros. A partir da nova lei, passam a ser permitidos apenas comerciais gravados lá e com pelo menos 60% de atores argentinos no elenco.
A determinação afugenta do Brasil anunciantes multinacionais, segundo empresários do setor, e prejudica as agências de publicidade e produtoras brasileiras.
"O cliente vai preferir concentrar a produção lá. Em menos de um mês, alguns anunciantes já abandonaram trabalhos no Brasil", afirma Sônia Piassa, diretora-executiva da Apro.
"É ruim isso ocorrer justo agora que o consumo está crescendo aqui e deveria atrair a atenção de clientes internacionais", diz Luiz Lara, da Abap (de agências).
O setor levantou o tamanho do prejuízo que pode sofrer. Os dados serão entregues à Ancine, que nesta semana deve apresentá-los em reunião com os ministérios do Desenvolvimento, Relações Exteriores e Casa Civil.
"Calculamos que em um ano o Brasil deve deixar de produzir 900 títulos e perder 75 mil postos de trabalho temporário", diz Piassa.
"Já manifestamos o incômodo à autoridade de audiovisual argentina. Dissemos que pelo Mercosul não é permitido barrar circulação de obras publicitárias. Nesta semana falaremos com os ministérios", diz Manoel Rangel, presidente da Ancine.

Culpa dos banqueiros Em seu novo livro, "O Mundo em Queda Livre" (Companhia das Letras, 574 págs.), o economista americano Joseph Stiglitz, vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 2001, critica o comportamento dos banqueiros e diz que eles foram os principais responsáveis pela crise mundial deflagrada em setembro de 2008.

O MUNDO EM QUEDA LIVRE
de Joseph Stiglitz
EDITORA Companhia das Letras
QUANTO R$ 66,00
NÚMERO DE PÁGINAS 574
GÊNERO Economia

Inflação hospitalar se desacelera, mas ainda está acima do IPCA

O custo das operadoras de planos e seguros de saúde na modalidade individual teve neste ano a maior desaceleração desde 2007, segundo o IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar).
Apesar da redução, os custos continuam crescendo acima do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
A maior responsável pela alta de 9,4% em relação ao período entre junho de 2009 e o mesmo mês deste ano foi a despesa com terapias.
Os gastos com atendimentos, como de fonoaudiologia e de fisioterapia, aumentaram 13,1%.
O custo das internações vem em segundo lugar. Ele subiu 11% no período.
Apesar da desaceleração do aumento dos custos em junho, a diferença entre a inflação hospitalar e a de preços em geral ainda está alta, de 4,7 pontos percentuais.
Resultado bem distante do período de maio de 2008, quando era de apenas 1,5 ponto percentual.

MAIOR ALCANCE

O HSBC vai lançar um sistema que permite fazer pelo celular consultas e transações financeiras, além de saques nos caixas eletrônicos.
O banco afirma ter investido R$ 275 milhões em tecnologia, o que inclui o projeto "Meu HSBC Celular".
O sistema, que possibilita pagamento de contas, como de água, telefone, gás, luz e títulos bancários, é diferente do de outras instituições, segundo o argentino Sebastian Arcuri, novo diretor-executivo de pessoa física do HSBC no país.
"Permite saques no caixa eletrônico e tem a segurança da tecnologia de "token'", afirma. "Queremos ser o banco com a maior aproximação com nossos clientes e com tecnologia avançada. Não se pode estar mais próximo do que com o celular", diz.
Pela mesma razão, o banco vai dobrar o número de gerentes de relacionamento, para 3.000, até 2012. As diretorias regionais, que eram quatro, passarão a sete. As gerências regionais, por sua vez, aumentaram de 27 para 42.

FÁBRICA À VISTA

A alemã Still, uma das maiores fabricantes de empilhadeiras do mundo, adquiriu terreno em Indaiatuba, município a cem quilômetros de São Paulo. A aquisição é o passo inicial para a construção de uma fábrica na cidade, a segunda sede do grupo no país. A informação já foi dada ao prefeito de Indaiatuba, Reinaldo Nogueira (PDT), mas a Still só se pronunciará a partir de março de 2011.

Quantidade de pescado importado tem queda em 2010

A quantidade de toneladas de pescado importado caiu em 2010 após sete anos de tendência de alta.
Em 2009, a diferença entre o que o Brasil exportava e importava chegou a seu maior nível, 200 mil toneladas.
Apesar da queda no peso do pescado, a balança em dólares continua com deficits comerciais cada vez maiores.
Em 2003, o superavit era de US$ 225 milhões. Até outubro deste ano, o deficit foi a US$ 566 milhões, segundo Itamar Rocha, da associação de criadores de camarão.
Rocha prevê que as importações cheguem a R$ 1 bilhão até o fim do ano. Segundo ele, o declínio das exportações é reflexo da falta de incentivos associada ao aumento da demanda interna.
"O país tem se destacado como quinto maior importador de pescado mundial e primeiro da América Latina."

JUROS MENORES

O Banco do Brasil vai oferecer linhas de crédito com juros menores para os clientes que utilizam o limite de cheque especial e o rotativo do cartão. A partir de amanhã, ao acessar o site, o cliente com saldo devedor vai visualizar a melhor alternativa de crédito disponível, considerando taxas e prazos.

Inflação pós-eleição Governos seguram o preço dos produtos para agradar aos consumidores antes das eleições, e a inflação dos alimentos nas últimas semanas pode ser um reflexo desse fenômeno no Brasil. Essa é a opinião do economista Rodrigo Moita, que participa na tarde de hoje de seminário sobre economia e política no Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa).

Paladar feminino O aumento do consumo de cervejas artesanais no Brasil trouxe um novo cliente, segundo a rede Mr. Beer Cervejas. As mulheres representam 40% do consumo total da rede, seja com a compra para presente ou consumo próprio. A empresa planeja expansão para o interior de São Paulo, interior do Paraná, Distrito Federal e Rio de Janeiro.

Papo financeiro A Escola de Pós-Graduação em Economia da FGV promoverá, entre amanhã e sábado, no Rio de Janeiro, a Financial Economics in Rio, conferência que reunirá mais de dez especialistas internacionais. Entre os temas que serão debatidos estão o risco de contágio entre diferentes economias e como regras para distribuição de dividendos afetam as empresas.

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