quinta-feira, setembro 09, 2010

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Cliente fica desorientado na emissão da Petrobras
MARIA CRISTINA FRIAS

FOLHA DE SÃO PAULO - 09/09/10 

Corretoras têm preferido não esclarecer dúvidas de clientes interessados na capitalização da Petrobras. Iniciado o "quiet period" (período de silêncio), instituições financeiras ficam impedidas pela CVM de fazer recomendações sobre a operação. 
"Podemos orientar, mas não recomendar. Mas, como a linha é muito tênue, optamos por não falar nada", afirma Paulo Levy, diretor-executivo da Icap Brasil. 
Os clientes da corretora têm ligado à procura de informações. A orientação é buscar o prospecto, oferecido por CVM e Petrobras. 
A Planner segue a mesma linha. "Ao lerem o prospecto, os clientes avaliam o risco da operação e depois procuram a corretora só para fazer o pedido de reserva", informa por meio de sua assessoria. 
"O problema é que o prospecto tem centenas de páginas. Os clientes do "home broker" recorrem a fóruns na internet, conversam entre eles", diz Levy. 
Interessados ainda querem entender detalhes e a maior das dúvidas é se vale a pena participar. 
O período de silêncio dura desde o momento em que a operação foi estabelecida oficialmente até a publicação de seu resultado. 
Os últimos grandes casos em que os clientes tiveram as portas da corretoras fechadas para informação foram VisaNet e Banco do Brasil. 
Também foram procuradas as corretoras Spinelli, Ágora, SLW, Link Trade, Fator e Ativa. Algumas informaram que não se manifestariam. Outras responderam que seus porta-vozes não poderiam atender até o fechamento desta edição. 

DE OLHO NO SUL 

A Bncorp, incorporadora com foco em edifícios comerciais, lançará até o final deste ano dois novos empreendimentos em São Paulo. 
Um deles será na Vila Olímpia, com 260 salas comerciais. A empresa projeta fechar este ano com VGV (Valor Geral de Vendas) de R$ 300 milhões, segundo o presidente da incorporadora, Cesar Worms. 
A empresa, que atua em São Paulo e no Rio, estuda expansão para outras regiões. "Estamos de olho no Sul do país, como os Estados de Paraná e Santa Catarina", diz Worms. 
A Bncorp nasceu de uma parceria entre a construtora Bueno Netto e o fundo MaxCap, que conta com investimentos do Bank of America. 
Com a escassez de terrenos, a empresa tem investido em "retrofits" (reformas e adequações de prédios antigos). 
"O "retrofit" é uma alternativa interessante para as grandes cidades, por causa da dificuldade em encontrar terrenos e da rigidez do processo de aprovação de projetos novos." 

ALTA DO ETANOL 

O etanol subiu pelo segundo mês consecutivo em São Paulo, com alta de 4,27% em agosto, para R$ 1,435 o litro, segundo a Ticket Car. 
Apesar do aumento, o Estado segue como o mais econômico para abastecer o carro. O Acre é o local mais caro, onde o litro sai por R$ 2,416. 
Na média do país, o combustível registrou aumento de 1,37% no mês passado, para R$ 1,87 o litro. 

Prefeitos... A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) enviou ontem carta aos candidatos à Presidência em que pede comprometimento com cem cidades populosas (g100) com baixa arrecadação. 

...e cidade-dormitório Enquanto a média da receita por habitante das cidades brasileiras foi de R$ 1.415,9, em 2008, nas cidades que fazem parte do g100, a receita média foi de R$ 829,5 habitante/ano, segundo a FNP. 

DECISÕES CLARAS 

Para melhorar suas performances, as empresas brasileiras precisam ter mais clareza nos critérios adotados para a tomada de decisão, segundo Michael Mankins, sócio da consultoria Bain & Company. 
Para Mankins, muitas vezes, não se sabe ao certo quem deve tomar as decisões na companhia. 
"As empresas que tomam as melhores decisões, as tomam mais rápido", diz ele. 
Identificar quais os caminhos mais importantes para a companhia é o ponto de partida, mas nem sempre as organizações têm essa consciência, segundo Mankins. 
O executivo está em São Paulo para lançar o livro "A Organização que Decide - Cinco Passos para Revolucionar o Desempenho de sua Empresa" (Editora Harvard Business Review). 
A obra já foi publicada em inglês, francês, português e espanhol e terá versão em chinês e coreano em 2011. 

ALÔ, CLASSE C 

O motor do crescimento da indústria de celulares no Brasil está na classe C, que lidera entre os consumidores que possuem várias linhas. 
Quase 40% dos indivíduos possuem três ou mais linhas. 
O índice é maior que o verificado na classe AB, em que a posse de mais de três linhas está em 34%. Na classe DE, a parcela é de 27%. 
A conclusão é de levantamento da empresa de pesquisa Kantar Worldpanel, que no Brasil acompanha semanalmente o consumo de 8,2 mil domicílios. 
As famílias da classe C foram responsáveis pela compra de cerca de 5 milhões de linhas entre janeiro e março. A segunda maior compradora foi a classe AB, com 4 milhões de linhas, seguida pela DE, com 3 milhões. 
O acesso a produtos de alta tecnologia cresceu entre as classes de baixa renda. Entre os 3 milhões de indivíduos que possuem smartphone, 27% estão na classe C. A penetração dos equipamentos mais avançados é de 26% na classe DE. Na classe AB, os smartphones atendem 47%. 

com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e FLÁVIA MARCONDES

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