quarta-feira, setembro 22, 2010

CLÁUDIO HUMBERTO

“A única coisa que tenho a dizer é que sou inocente”
Adriana, suspeita do assassinato do pai, ex-ministro José Guilherme Villela, e da mãe

DF: EX-EMPREGADA RELATA DISTRIBUIÇÃO DE PROPINA 
Domingas, negra, ex-empregada, simples como o caseiro Francenildo, relatou em gravação uma suposta distribuição de dinheiro a políticos e autoridades, durante o último governo Joaquim Roriz, na casa alugada em Brasília pela Qualix, empresa de limpeza que há várias gestões mantém contrato milionário com o governo do DF. A PF apreendeu a gravação com Fábio Simão, assessor do ex-governador Arruda, na operação Caixa de Pandora. Com medo, Domingas abandonou o DF.

RORIZ DESCONHECE 
Joaquim Roriz diz que desconhece o assunto e a denunciante, e que se trata de mais uma tentativa de atingi-lo na véspera da eleição.

O DISTRIBUIDOR 
Eduardo Badra, na época (2005) o principal dirigente da Qualix, seria o distribuidor de propina. Ele não foi encontrado. A Qualix não comentou.

RELACIONAMENTOS 
Domingas diz que Badra se relacionava com assessores de Roriz e os senadores Sergio Guerra (PSDB-PE) e José Agripino (DEM-RN).

APENAS AMIZADE 
Guerra admite ser amigo de Badra, mas só isso. Agripino diz que a Qualix tentou ajuda para atuar em Mossoró (RN), o que não prosperou.

SUPREMA CONFISSÃO NO CLAMOR PELA FICHA LIMPA 
O cardeal arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, confessor do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Cezar Peluso, é um dos signatários do manifesto de apoio à lei da Ficha Limpa, destinado a pressionar o STF a reconhecer a constitucionalidade da lei que será julgada nesta quarta. Assinam ainda o manifesto os presidente da CNBB, dom Fernando Lyrio Rocha e da OAB, Ophir Cavalcante.

PRIORIDADE MÁXIMA 
Diego Escosteguy (Veja), que revelou o filho lobista de Erenice, depôs ontem na PF. Só um delegado e um escrivão atuam no caso, disse ele. 

BAILINHO 
Tem tudo para ser a trilha sonora da campanha eleitoral deste ano o velho sucesso cantado por Elis Regina: “O bêbado e a equilibrista”. 

CLASSIFICADOS 
Precisa-se de gerentona na Casa Civil, boa visão e audição, e também ótima de grito, inclusive com os parentes dos seus subordinados.

MALDIÇÃO DE PADRE 
Após o ato de lançamento do manifesto em favor da Lei da Ficha Limpa, o vice-presidente da CNBB, dom Luiz Soares Vieira, ameaçou: “Se os ministros do Supremo não validarem a Lei, fiquem sabendo desde logo que vou mandar sobre eles uma grande maldição”.

ALMOÇO DE DOMINGO 
Ex-ministra da Casa Civil, Dilma defendeu, contra os escândalos, que “uma pessoa saiba tudo o que acontece na sua própria família”. Esqueceu a tia solteirona e o cunhado esquisitão, que sempre sabem. 

BOCA MALDITA 
O Ministério Público do Rio aceitou a denúncia contra um jornalista acusado de chamar de “judeus filhos da puta” e “raça de ladrões”, os moradores numa discussão de problemas de um condomínio na Barra. 

HOSTILIDADE 
Sempre que Dilma e Agnelo Queiroz se encontram, seus seguranças se estranham. Os federais que protegem a candidata e os policiais civis do candidato a governador do DF nem mesmo se cumprimentam.

EM CASA 
Um dos três servidores da comissão que investiga malfeitorias da Casa Civil é o catarinense e doutor em Direito Penal Torbi Abich Rech, também diplomado pela Escola Superior de...Guerra. 

INFLAÇÃO 
Vai começar o “Cala a boca, Dilma”: a candidata tropeçou ontem com um “são outros quinhentos”, afastando a possibilidade de relação do filho da ex-ministra e amiga Erenice com sua campanha eleitoral. 

DIA DE VISITA 
Deserta como um cemitério, a Câmara dos Deputados faz questão das flores: vai gastar R$ 1,2 milhão até setembro de 2011 com seus jardins internos e externos, e o “bosque dos constituintes”. Vivos e mortos. 

RISCO, ONDE? 
Seria cômico se não doesse no nosso bolso: o Gabinete de Segurança Institucional terá representante, de 3 a 5 de outubro, num congresso em Washington, de análise de segurança e gerenciamento de risco. 

PENSANDO BEM...
...viva os canhotos. Eles não precisam de braço direito.

PODER SEM PUDOR
CLANDESTINO NUMA FARRA 
História saborosa de Cleto Falcão no livro “Dez anos de silêncio” (LGE, Brasília, 375 pp), sobre o ex-deputado Eduardo Bomfim (PCdoB). Em 1980, perseguido pela repressão, ficou uma semana escondido no apartamento de Falcão. Combinou que se trancaria num quarto e ao ouvir um “Bomfim, é o Cleto”, era a senha: a Polícia Federal descobrira o esconderijo. Falcão organizara uma farra para celebrar o aniversário e não a cancelou, até para não levantar suspeitas. Alta madrugada, mulheres e bebidas no meio da canela, o anfitrião solidário bateu à porta do quarto levando uísque e gelo:
– Bomfim, é o Cleto - sussurrou a senha combinada.
Ele abriu a porta com as mãos ao alto, em rendição. Rendeu-se à farra.

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