sexta-feira, fevereiro 26, 2010

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Consumo de asfalto atinge nível recorde

Folha de S.Paulo - 26/02/2010


Com o avanço das obras de infraestrutura, o consumo de asfalto no país atingiu níveis recordes nos últimos 12 meses, segundo a Fiesp e o Sinicesp (Sindicato da Indústria da Construção Pesada de SP).

Entre os meses de janeiro de 2009 e de 2010, o volume total foi de mais de 2,2 milhões de toneladas. Nos 12 meses anteriores, o consumo de asfalto registrado havia sido de cerca de 2,1 milhões de toneladas.

"O recorde anterior era de 1998 e veio a ser recuperado só em 2008 e ultrapassado agora", afirma Manuel Rossitto, diretor do Sinicesp.

Rossitto, que atribui o avanço ao aumento da contratação de obras públicas, principalmente as federais, espera crescimento de 15% para 2010, por ser ano eleitoral.

Janeiro deste ano bateu outro recorde entre os meses de janeiro da série histórica, com a produção de 190 mil toneladas, ante 134 mil toneladas produzidas em janeiro de 2006, o recorde anterior. "O crescimento se repetiu em fevereiro."

A produção de asfalto brasileira não acompanhou o consumo acelerado do material, que, segundo Rossitto, chegou a ser importado no ano passado.

"O Nordeste ficou sem [o produto], e foi necessário importar cerca de 40 mil toneladas. Isso é raro, aconteceu nos anos 60 e em menor escala."

A indústria, diz, preocupa-se com o abastecimento para os próximos anos devido a obras para a Copa e para a Olimpíada.

"A Petrobras, que é a principal fornecedora, tem nos informado que a produção tem como aumentar", afirma o executivo do Sinicesp.

DEMANDA AQUECIDA
A produção brasileira de aço atingiu 2,7 milhões de toneladas em janeiro, crescimento de 67% sobre igual mês de 2009, segundo o Instituto Aço Brasil, que divulga hoje as estatísticas do mês passado. As vendas internas somaram 1,6 milhão de toneladas, 66% a mais que em janeiro de 2009. A volta da demanda será debatida no Congresso Brasileiro do Aço e na ExpoAço, de 14 a 16 de abril, em São Paulo.

RECORDE
A Tivit, empresa especializada em terceirização de serviços de tecnologia, bateu recorde de receita e de lucro no ano passado. De acordo com o balanço da companhia, que será divulgado hoje, a receita líquida atingiu R$ 920,1 milhões em 2009, crescimento de 6,2% em relação ao ano anterior. Já o lucro líquido da companhia aumentou de R$ 14 milhões em 2008 para R$ 68,3 milhões no ano passado.

GRANDE RISCO

A Liberty Seguros, empresa do grupo norte-americano Liberty Mutual, registrou faturamento de R$ 1,5 bilhão em 2009, com aumento de 16% sobre o ano anterior. A empresa divulga hoje o balanço de 2009. Os motivos para o aumento da receita foram o incremento da carteira de automóveis, que é o carro-chefe da companhia, e o início das operações de grandes riscos, segundo Luis Maurette, presidente da companhia no Brasil. Para 2010, as projeções da Liberty são otimistas para o segmento de grandes riscos. "Vamos avançar em projetos relacionados à infraestrutura, à Olimpíada e à Copa do Mundo", diz Maurette.

"SERIAL KILLERS"
Banqueiros centrais estão vendendo a imagem de segurança de títulos do Tesouro, diz Marcelo Ribeiro, da Pentágono Asset. A emissão desses papéis será tão grande que o mundo verá uma série de calotes dos países, os temíveis defaults soberanos, segundo o economista. "Default não ocorre só em emergentes. No último século, "perdemos" a Alemanha e a China por duas vezes, a Rússia, três vezes, e o Brasil, por cinco vezes. "Defaults são frequentes. O que não é frequente são três gerações pagarem por emissões feitas por pessoas que não estão mais por aqui", diz.

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