sexta-feira, janeiro 29, 2010

TODA MÍDIA - NELSON DE SÁ

Abalo

FOLHA DE SÃO PAULO - 29/01/10

O pernambucano "Jornal do Commercio" teria sido o primeiro a postar, com o enunciado "Com dores no peito, Lula é levado à emergência de hospital". E a partir daí foi manchete nos principais sites e portais.
No meio da tarde, por quase todo lado, "Lula repousa em casa com sua família".
À noite, muitos já haviam mudado de assunto. O UOL resumiu o dia, "Saúde de Lula sofre seu maior abalo". O "Jornal Nacional", por sua parte, destacou que foi após cruzar o país ao lado de Dilma Rousseff.
No exterior, como registraram sites desde a manhã, ecoou pelo francês "Le Monde", o italiano "Corriere della Sera", o argentino "Clarín" e o americano "New York Times". O "Wall Street Journal" noticiou em sua cobertura do Fórum Econômico, dizendo que ele foi aconselhado por médicos a não viajar. A BBC deu, com a notícia, uma breve biografia.

Para além da saúde de Lula, a agência judaica JTA acompanhou o presidente na "mais antiga sinagoga do hemisfério ocidental", a Kahal Zur Israel, de 1636, no Recife. No título, "Lula diz que "é impossível negar o holocausto". É o que teria dito ao presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad.


EMERGÊNCIA
O site do "Jornal do Commercio" postou no final do dia um vídeo de celular, de internauta que "flagrou Lula chegando ao hospital", em cadeira de rodas, às pressas pelo corredor, cercado por assessores, seguranças e médicos


O GOLPE PERFEITO
A Reuters noticiou a saída de Manuel Zelaya, em título, como "vitória dos líderes do golpe". O espanhol "El País", também no título, falou em "o golpe perfeito", destacando que o chefe militar da ação foi anistiado e o presidente "de fato" virou "deputado vitalício".
O britânico "Guardian" destacou, também no título, "o golpe infeliz", dizendo que "a oposição ao golpe perdeu, mas também todos os hondurenhos", com a economia abalada pelos sete meses de conflito.


O FIM
O "NYT", sem abrir mão de citar "o golpe de 28 de junho" no texto, publicou que a saída de Zelaya e a posse de Porfirio Lobo "apontam para um fim na crise política". De qualquer maneira, "o país permanece dividido".


UM NOVO COMEÇO
O "WSJ" concentrou seu enunciado em Lobo, que "chama para um novo início" em Honduras. Entre frases sobre "conciliação", o novo presidente prometeu, como querem os EUA, instalar uma "comissão da verdade".


CLINTON 2012?
Em meio às repercussões do discurso sobre "o estado da nação", de Barack Obama, o site conservador Drudge Report destacou o dia todo a ausência de Hillary Clinton, noticiada pela AP, com a pergunta "O que ela está querendo?". Ao fundo, especulações sobre sua candidatura em 2012


POR LIBERDADE
A revista "Economist" se pergunta "por que o liberalismo econômico é tamanho tabu na liberal sociedade brasileira?". No título, "A causa quase perdida da liberdade". Reclama que Lula foi líder sindical, FHC, um professor marxista, Serra, líder estudantil, e Dilma, "trotsquista" (sic). E não vê perspectiva.
Por outro lado, sublinha que o êxito econômico vivido hoje pelo país começou quando Collor "diminuiu as restrições às importações em 1990". E cita, como esperança de eventuais porta-bandeiras para os ideais liberais do ex-ministro Roberto Campos (acima), instituições como a faculdade de economia da PUC do Rio e o gaúcho Fórum Liberdade.


DERIVATIVOS...
Na manchete do "Valor", anteontem, ecoada ontem por agências internacionais, "Novos derivativos somam R$ 30 bilhões e preocupam Banco Central". Seria uma nova "modalidade" para o mecanismo que simbolizou a crise global.


O RETORNO
A agência Bloomberg já destacava que, segundo "uma pessoa que obteve acesso ao plano", o Conselho Monetário Nacional planeja requerer das empresas e dos investidores que registrem mais formas de contratos derivativos", em reação aos R$ 30 bi.


O LIVRO DE JOBS
A exemplo do "NYT", a "Economist" saiu em defesa de Steve Jobs, da Apple, e de seu recém-lançado iPad. Como já fez "revoluções" antes, com Macintosh, iPod e iPhone, a revista diz que vale a aposta. Mas avisa que o iPad "não pode realizar milagres" e não vai salvar "companhias de mídia que estão morrendo"

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