sexta-feira, novembro 27, 2009

TODA MÍDIA

China voluntária

NESON DE SÁ

FOLHA DE SÃO PAULO - 27/11/09


No estatal "China Daily", a "China vai reduzir as emissões de dióxido de carbono em 40%-45% por unidade de PIB até 2020". Imediatamente abaixo, "esta é uma ação voluntária e uma contribuição maior ao esforço global de lidar com a mudança no clima". Fechando o texto, "países em desenvolvimento como a China não precisam apresentar metas de emissão", daí a expressão "ação voluntária".
Pelas agências, de todo modo, "a China revelou sua primeira meta firme de contenção das emissões de gases com efeito estufa", que "vem depois de grandes emissores como Brasil e Indonésia anunciarem duras metas de redução para 2020". No "New York Times" e no "Jornal Nacional", "depois dos EUA".
Jim O'Neill, dos Brics, relatou ao G1 ter gasto "o dia todo analisando a decisão surpreendente". E alerta que, "se acreditarmos no que eles estão dizendo, isso pode mudar o padrão da demanda de longo prazo de petróleo e combustíveis fósseis".

"NI URIBE NI CHÁVEZ"
No longo enunciado do colombiano "El Tiempo", "Nem Uribe nem Chávez participam de encontro em Manaus e frustram a ideia de Lula de propiciar uma aproximação". O primeiro disse estar doente, o segundo citou reunião com o presidente da Autoridade Palestina.
E assim o encontro dos países da região para "salvar a Amazônia", no dizer da BBC, se restringiu a chanceleres e discursos de Lula e Nicholas Sarkozy.

NATGEO
Em dois longos posts no site da National Geographic, o editor e um professor da universidade Duke saúdam a "vitória maior do Brasil no corte de emissões", com o gráfico, e avaliam que, com sua meta, "o Brasil mostra o caminho para outros"

"SHENANIGANS"
No topo das buscas por Yahoo News, com AP, "Brasil e EUA discutem diferenças". O chanceler Celso Amorim e a secretária de Estado, Hillary Clinton, ficaram "mais de uma hora no telefone". Na manchete da BBC Brasil, por outra parte, "Amorim diz que reconhecer o pleito em Honduras seria legitimar golpe".
E seguem nos EUA as manifestações de acadêmicos e diplomatas contra a eleição sob regime golpista. Ontem foi o site da "Foreign Policy" que postou no alto da home "A eleição fingida em Honduras", de George Vickers, da Open Society. Diz que "Obama não deve fechar os olhos à maracutaias antidemocráticas" do pleito "num ambiente contaminado por repressão e medo".

TRANQUILO
Com a capa "The Quiet American", o americano tranquilo ou quieto, a nova "Economist" se pergunta, em suma: "Barack Obama é sutil e estratégico ou fraco e ingênuo?".
Afirma que "o mundo está para descobrir" e sublinha que "Deus nos salve sempre dos inocentes e dos bons", citação célebre do livro do qual a revista tirou sua manchete, de Graham Greene. Sobretudo, cobra que vá além das palavras e apresente resultados, levando o Irã a negociar, "forçando" Israel e palestinos a conversar etc.

NO QUINTAL
Na mesma edição, sob o título "Aiatolás no quintal", a revista relata a controvérsia com a visita de Mahmoud Ahmadinejad à América do Sul, em especial ao Brasil, que "vale dez vezes mais do que a Venezuela".
Cita o artigo do candidato "não declarado" José Serra na Folha, contra receber ditadores, e avisa sobre os riscos para o Brasil. No fim, "um Brasil engajado nos problemas mundiais é certamente melhor" e, para os EUA, "pelo menos agora tem uma linha de comunicação, via Brasília, com Teerã".

TEMER & JIA
A mídia estatal chinesa seguia ontem os passos do Jia Qinglin, "alto assessor político da China", por Brasília. Com Michel Temer, da Câmara, defendeu cooperação e "confiança mútua"

EM CHOQUE
Com o sobretítulo "Crise em Dubai", o "Financial Times" postou ontem manchete e duas dezenas de textos sobre "temores de moratória". Num deles, "Emirado tem muito a explicar".
No "Wall Street Journal", manchete para "notícia abala confiança", mais uma dezena de posts, inclusive "Choque de Dubai pode não ser o último" e "Caem ações europeias". Nos EUA não caíram pois Wall Street fechou para Ação de Graças.

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