sexta-feira, maio 15, 2009

BRASÍLIA - DF

Às apostas

 Denise Rothemburg
Correio Braziliense - 15/05/2009
 

Com Guilherme Queiroz 

O fôlego que o governo conseguiu ao tirar da onda a CPI da Petrobras é apenas aparente. A oposição cedeu porque seu palpite é o de que o presidente da empresa, Sérgio Gabrielli, é tão autossuficiente que irá se enrolar e dar mais motivos para a abertura da investigação. O PMDB e o PTB, por sua vez, que deram o número de assinaturas para que Álvaro Dias (PSDB-PR) protocolasse o pedido, mandam um recado aos petistas e comunistas: “Fizemos a nossa parte. Agora, cabe ao Gabrielli e ao Haroldo Lima darem as explicações que convençam os senadores”, comentou com a coluna um líder governista. Ele se referia ao PT de Sérgio Gabrielli e ao PCdoB do presidente da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima. Se não conseguirem, a CPI virá. 

*** 
Em tempo: tanto Gabrielli quanto Lima são pré-candidatos ao Senado na Bahia e, para completar, Lula tem feito tudo para colar a sua imagem à grife Petrobras. Não perde um evento do pré-sal ou das refinarias da empresa. Ou seja, se não parar a associação da Petrobras à política e nem cessarem as pretensões eleitorais de quem cuida diretamente dessa seara, a sombra da CPI continuará pairando no Senado.


Menu degustação

Os deputados vão testar esta semana uma proposta para evitar o desgaste de criar a tal janela para mudança de partido um ano antes das eleições. A ideia é reduzir de um ano para seis ou quatro meses o prazo de filiação partidária de quem for candidato a mandato eletivo. Assim, calculam os autores da tese, quando a agremiação que se sentiu traída for à Justiça pedir de volta o mandato de quem trocou de legenda, o político que mudou já estaria eleito e qualquer ação perderia o efeito. 

Do contra

Os senadores pressionam a Mesa Diretora da Casa para que não haja o ponto eletrônico digital dos servidores. Afinal, são eles que contratam o pessoal nos estados. Isso sem contar a galera que é fantasma mesmo e não costuma dar expediente cheio. 

Revés

A 9ª Vara da Justiça Federal em Brasília concedeu liminar à Companhia de Eletricidade de Pernambuco (Celpe) anulando a redução de 4,42% no preço da energia determinada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A Aneel, que tem até segunda-feira para recorrer, ainda estuda como tentar reverter a decisão. Enquanto isso, na Câmara, a CPI da Conta de Luz, pedida pelo pernambucano Dudu da Fonte (PP), tem sua instalação prevista para a próxima semana. 

Tempo quente

O senador Romeu Tuma (PTB-SP) é um pote de mágoas com a senadora Ideli Salvatti (PT-SC). Ele conversava com o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) quando a petista foi tirar satisfações sobre o fato de Tuma ter assinado o pedido de criação da CPI da Petrobras. Chegou a dizer ao próprio petebista que o Brasil valia muito mais que o filho dele, Robson Tuma, envolto na nuvem de escândalos que paira sobre a Casa. Tuma já havia dito ao líder de seu partido, Gim Argello (DF), que poderia retirar a assinatura. Agora, não está mais motivado a fazê-lo. 

No cafezinho


 
 


Atlético/ Por falar em Suplicy (foto), ele chamou a atenção na missa pelo dia de Nossa Senhora de Fátima, na quarta-feira. Como foi do lado de fora da igreja, apareceu de short curto e camiseta cavada. E não deixou sequer de comungar. A quem olhava muito para os trajes sumários do senador, ele explicava: “É que eu vim direto da corrida. Se fosse em casa, iria perder a missa”. Ah, bom! 

Mudança de rotina I/ Um segurança do Senado está há dois dias fazendo o papel de agente de trânsito na saída da garagem da Casa. Explica-se: nunca tantos carros saíram dali por volta das 21h. Nos dois últimos dias, ficou tudo engarrafado no subsolo. 

Mudança de rotina II/ Chama a atenção a quantidade de pessoas que tem aparecido no Senado depois das 18h, de roupinha nos trinques e aquele cheiro de “acabei de sair do banho”. É a turma que chega apenas para registrar o ponto da hora extra. Até alguns senadores mais atentos perceberam. 

Hoje não, Suplicy!/ A vigília pela Amazônia no Senado avançava madrugada adentro quando a senadora Ideli Salvatti anunciou que encerraria a homenagem, por volta das 2h30 de ontem. Antes do ponto final, porém, dois artistas da região ainda apresentariam canções em louvor à floresta. Embalados pelo clima musical, os senadores pediram que Eduardo Suplicy (PT-SP) desse na sequência uma canja com sua habitual Blowin’ in the Wind, de Bob Dylan. Ideli não deu chance. Mandou todos para casa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário