sábado, março 21, 2009

PANORAMA

REVISTA VEJA

Panorama
Holofote

Felipe Patury


A vantagem de Alckmin

Clayton de Souza/AE

Uma pesquisa do PSDB mostra o acachapante favoritismo que o tucano Geraldo Alckmin pode ter na eleição para governador de São Paulo em 2010. Ele foi testado contra os petistas Marta Suplicy, Aloizio Mercadante, Antonio Palocci e Fernando Haddad. No pior cenário, Alckmin tem 48% das intenções de voto. No melhor, bate em 53%. De acordo com a apuração do instituto Pesquisa e Opinião, 39% dos paulistas querem que o PSDB continue a governar São Paulo e 44% acreditam que Alckmin merece o posto.

 

No PP, o fim da reeleição

Alaor Filho/AE


O senador Francisco Dornelles (RJ) será reeleito presidente do PP neste mês. Será a última vez que isso acontecerá. O próprio Dornelles proporá que o partido acabe com a reeleição para os cargos da executiva da agremiação. Uma inovação: nenhum dos grandes ou médios partidos brasileiros, como o PP, adotou mecanismos de oxigenação semelhantes.

 

Padrão SEC

Germano Luders


A Gol, de Constantino Júnior, é a primeira empresa aérea do mundo a adotar as regras de balanço que serão exigidas no mercado americano a partir de 2010. Ao comentar as contas de 2008 nesta semana, Júnior tentará convencer os investidores a não olhar só as perdas da empresa, provocadas pela alta do dólar. Chamará atenção para o lucro de 110 milhões de reais obtido no último semestre, sinal de que o prejuízo da Varig teria sido absorvido.

 

São Paulo X Santa Catarina

Rafael Neddermeyer/AE


Nos próximos dias, o governo paulista desferirá um golpe em um programa do governador de Santa Catarina, Luiz Henrique. O Pró-Emprego reduziu de 12% para 3% o ICMS de alguns produtos importados pelos portos catarinenses. O problema é que essas mercadorias são consumidas em outros estados, que são obrigados a conceder-lhes um crédito tributário correspondente a 9%. A partir de abril, São Paulo não só deixará de dar os tais créditos como ainda passará a aplicar uma multa de 200% sobre todos os produtos importados pelos portos de Santa Catarina.

 

Agora, é na Justiça

Orlando Brito


Amparado pelo corporativismo de seus colegas, o senador ACM Júnior jamais prestou contas pelo fato de empregar em seu gabinete Siméa Antun, amante de seu irmão, o deputado Luís Eduardo Magalhães, morto em 1998. Siméa alega ter tido um filho de Luís Eduardo. Depois que ele morreu, foi abrigada no gabinete do senador Antonio Carlos Magalhães e, por treze anos, evitou requerer a pensão a que a criança teria direito. Júnior manteve a situação a partir de 2007, quando ACM morreu. Agora, enfrenta uma ação civil pública para devolver ao Erário os salários que pagou a Siméa. O processo, iniciado por uma ação popular, corre na Justiça Federal de Sergipe.

 

Não existe livre acesso ao céu

Rafael Andrade/Folha Imagem


O passaporte diplomático era um documento restrito ao presidente da República, ministros, governadores e, é claro, diplomatas. Há três anos, o governo estendeu o benefício a líderes religiosos. O bispo Edir Macedo, da Igreja Universal, começou a usá-lo no início de 2007. Por causa do documento, ele causou um salseiro no Aeroporto de Guarulhos. O delegado da Polícia Federal Mário Menin Junior relata que três bispos da Universal, todos deputados paulistas, o pressionaram a liberar Macedo dos trâmites de imigração e alfândega em uma viagem que ele fazia ao exterior. Para tanto, invocaram o passaporte diplomático do chefe. Liderados por Gilmaci Santos (PRB), avisaram que o bispo chegaria ao aeroporto em um helicóptero e embarcaria, em seguida, em um de seus quatro jatos. Nada, portanto, de controles. Se a polícia ou a Receita insistissem na verificação, o bispo os receberia em seu avião. A insistência dos policiais e dos fiscais em submeter Macedo aos procedimentos legais provocou uma reação intempestiva dos deputados. Depois, o próprio Edir reclamou: "Sou um enviado de Deus. Vocês estão atrapalhando meu trabalho", disse o bispo, segundo o delegado. Um esclarecimento: o passaporte diplomático não dá direito a escapar da imigração ou da alfândega. Ele apenas facilita a entrada em outros países.

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