sexta-feira, junho 08, 2012

Modos de usar - VERA MAGALHÃES - PAINEL


FOLHA DE SP - 08/06


Anunciado o calendário do julgamento no STF, estrategistas de José Serra e Fernando Haddad calibram a "dosagem" de mensalão na campanha paulistana. Tucanos enxergam na superexposição de petistas no banco dos réus trunfo para neutralizar a retórica do "novo", abraçada pelo pré-candidato da sigla.

Pretendem associá-lo ao que chamam de "velho PT", para anular a ação de João Santana, que vai apresentá-lo como expoente de uma geração dissociada de escândalos no partido. Haddadistas temem mesmo é que eventuais condenações abalem o estado de espírito de Lula, cuja energia é vital para a decolagem do afilhado.

Rito sumário Quem analisou o cronograma anunciado pelo STF avalia que os prazos descritos estão muito apertados, sem margem para esperadas preliminares e questões de ordem por parte dos advogados dos 37 réus.

Guizo Ricardo Lewandowski foi comunicado antes da reunião administrativa sobre a definição de datas combinada pelo presidente, Carlos Ayres Britto, e pelo relator, Joaquim Barbosa. Respondeu o mesmo que divulgou depois: que entregaria o voto revisor ainda este mês.

Deixa pra lá Marconi Perillo, que chegou a pensar em vincular sua implicação na CPI do Cachoeira ao fato de ter dito que alertara Lula sobre o mensalão, tem sido aconselhado a não misturar os dois assuntos em seu depoimento, na terça-feira.

Ensaio geral O governador de Goiás tem insistido em cobrar apoio de seu partido, mas o PSDB deve aguardar pelo desempenho de Perillo na CPI para decidir se desembarca ou não de sua defesa.

Meu presidente Horas depois de criticar o legado de FHC na Educação, anteontem, Fernando Haddad encontrou o ex-presidente no casamento de David Safra, filho do banqueiro Joseph Safra. Sem afetar constrangimento, levantou-se e foi ao encontro do tucano, cumprimentando-o com reverência.

Quem avisa... Um antigo conhecedor de Marta Suplicy dá um conselho ao QG haddadista: não deveriam insistir em chamar a senadora para eventos da campanha antes da TV. Vai ser um desaforo atrás do outro.

Em casa A despeito da saída de Márcio França e Rodrigo Garcia do governo, Geraldo Alckmin diz a aliados que PSB e DEM seguem integrados ao seu projeto de reeleição em 2014. Cláudio Valverde (Turismo) e Nelson Baeta (Desenvolvimento Social) são de estrita confiança dos ex-titulares e mantêm a cota das siglas no Bandeirantes.

Nonna! A disputa entre Luiz Marinho (PT) e Alex Manente (PPS) pela Prefeitura de São Bernardo foi parar no cartório. O petista divulgou ter conseguido o apoio da avó paterna do rival. Manente publicou na internet certidão com os nomes de seus ancestrais mostrando que a apoiadora do prefeito era "falsa".

Oitavo elemento Com sete pré-candidatos a vice de Márcio Lacerda (PSB), o PT de Belo Horizonte vive hoje a expectativa do ingresso de novo postulante ao posto: o ex-ministro Patrus Ananias. Sua inscrição teria de ser referendada pela direção municipal, já que o prazo expirou.

Melhor de 3 Despontam como favoritos na votação prevista para domingo o deputado federal Miguel Corrêa e os ex-secretários Murilo Valadares e Gustavo Fortini. Mesmo rompido com Lacerda, o atual vice, Roberto Carvalho, terá papel decisivo, pois controla ala expressiva dos delegados petistas.

com FÁBIO ZAMBELI e ANDRÉIA SADI

tiroteio

"Se algum ministro pedisse vista seria um louco. O preço que pagaria seria alto demais. Este é um tema que vem sendo refletido por todos há muito tempo, já."

DO MINISTRO MARCO AURÉLIO MELLO, do Supremo Tribunal Federal, ao considerar remota a hipótese de algum dos 11 membros da corte pedir novo adiamento do julgamento do mensalão, para análise, após seu início.

contraponto

Do Oiapoque ao Chuí

Durante sessão na qual se discutia a infraestrutura da região Norte, em maio, o deputado Henrique Oliveira (PR-AM) narrava sua trajetória. Depois de contar ter nascido em Santa Catarina e morado no Rio Grande do Sul e em Pernambuco, Minas Gerais e Amazonas, foi interrompido pelo colega Onofre Santo Agostini (PSD-SC):

-Eu até poderia chamá-lo de Henrique "Cigano", sendo tantos os lugares por onde já passou.

Oliveira, sem jeito, respondeu:

-É que sempre trabalhei pela integração nacional!

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