segunda-feira, setembro 26, 2011

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO


Contrato para uso de navio como hotel pode atrasar 
MARIA CRISTINA FRIAS
Folha de S.Paulo - 26/09/2011

A Copa se aproxima, e os contratos para o uso de navios como complemento de hospedagem ainda não foram assinados, segundo a Abremar (do setor de cruzeiros).

Enquanto isso, corre o prazo para que as companhias de cruzeiros definam novos roteiros para o mesmo período, caso não ocupem as embarcações com hospedagem.

"Tem um detalhe importante: as empresas precisam de dois anos de prazo para determinar seus roteiros", afirma André Pousada, vice-presidente da entidade.

Não houve, entretanto, nenhuma concretização até agora, segundo Pousada. "Não está atrasado, mas está no tempo. A ideia existe, mas falta partir da conversa para a ordem prática", diz.

O uso de navios para sua função principal, a realização de cruzeiros, segue aquecido no país. O setor teve recorde de 20 navios na última temporada, mas terá de trabalhar com 17 na próxima, devido a lacunas de infraestrutura.

"O setor pisou no freio. Pela primeira vez, não haverá crescimento em número de navios. Temos entraves de infraestrutura, burocracia. Outros destinos além do Brasil se tornam mais atraentes."

Na temporada 2010/2011, o número de tripulantes brasileiros empregados subiu 72%, para 5.603, segundo estudo de FGV e Abremar.

Os sinais de aquecimento aparecem também na geração indireta, que chega a 15.035 postos de trabalho em escritórios, agências de viagem, receptivos e nas cidades onde os navios fazem escala.

Competitividade
Paulo Skaf, presidente da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, inicia nesta semana seu terceiro mandato na Fiesp e seu segundo no Ciesp, que vai até 2015.

Metade da diretoria que toma posse hoje mudou. Dos vice-presidentes, permanecem Benjamin Steinbruch (CSN) e João Guilherme Sabino Ometto (S. Martinho). Josué Gomes da Silva (Coteminas) entra no lugar de Paulo Setubal (Duratex).

"A palavra na nova gestão será competitividade", diz Skaf. "Pensando no país, precisa cortar imposto, em vez de aumentar, reduzir o custo da energia, melhorar a logística, que é cara, a educação, que é falha..."

Nos próximos dois anos, Skaf, que também comanda o Sesi (Serviço Social da Indústria de SP), planeja concluir a construção de cem escolas e reforma da rede, que passou a oferecer o ensino médio, em tempo integral, um investimento de cerca de R$ 3 bilhões.

Em 2011, são 200 mil matrículas no Sesi e 1 milhão no Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial).

Números

131

sindicatos compõem a Fiesp

135 mil

empresas são filiadas aos sindicatos

91,2%

dessas empresas são micro e pequenas

A Todo Gás
A demanda global por gás natural aumentou 7,5% no ano passado, de acordo com estudo da EIU (The Economist Intelligence Unit). Foi um dos maiores crescimentos dos últimos 40 anos.

A pesquisa mostra que a demanda seguirá em expansão nos próximos anos devido ao crescente mercado emergente e à procura por combustíveis menos poluentes.

A Agência Internacional de Energia estima que em 2030 o gás natural será mais usado que o carvão e que, em 2035, será responsável por 25% da energia de todo o mundo. Hoje, esse número é de 21%.

Saúde tipo exportação
As exportações da indústria brasileira de saúde aumentaram 8% no primeiro semestre deste ano, ante o mesmo período de 2010.

Nos seis primeiros meses de 2011, as vendas do setor para outros países somaram US$ 338 milhões, de acordo com estudo da Abimo (Associação Brasileira de Artigos e Equipamentos, Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios).

"Para competir com os importados, as companhias brasileiras investiram em tecnologia, o que aumentou a qualidade dos produtos", diz Paulo Henrique Fraccaro, diretor da entidade.

Os principais mercados dos produtos brasileiros são Europa, Ásia e América Latina. "Os EUA impõem muitas barreiras e o custo fica alto."

Enxurrada
As chuvas que atingiram Santa Catarina há duas semanas causaram danos na infraestrutura de 33% das empresas de Blumenau, Itajaí e Rio do Sul (as cidades mais prejudicadas), de acordo com pesquisa da Fecomércio-SC.

Além disso, 34% dos empresários tiveram prejuízo com as mercadorias. Em média, os estabelecimentos ficaram fechados por sete dias.

Dos que perderam produtos, 54,1% afirmaram que não têm dinheiro para repor o estoque. "Esperamos que haja linha de crédito de instituições governamentais", disse o presidente da federação, Bruno Breithaupt.

Até agora, 80% dos empresários afirmam que não receberam incentivos do governo.

Volume de ações de locação registra queda em São Paulo

As mudanças na legislação do inquilinato fizeram cair o número de ações locatícias em São Paulo.

Mais de 1.600 ações foram propostas no fórum paulistano em agosto, segundo levantamento do Secovi-SP (Sindicato da Habitação).

A queda, de 11,2% ante o mesmo mês de 2010, reflete alterações promovidas na lei no ano passado. A legislação acelerou os trâmites na Justiça e estimulou a solução por acordos, segundo o Secovi.

No primeiro semestre, foram apuradas 12.945 ações, queda de 9,4% ante o mesmo período de 2010.

A falta de pagamento permanece como principal motivo para ajuizamento da ação locatícia, segundo o levantamento. Foram 1.243 ações por inadimplência em agosto.

Expansão Planejada
A marca de móveis planejados Ornare pretende se expandir por franquias no país e no exterior, segundo a sócia Esther Schattan. Para o Brasil estão previstos pontos em locais como Manaus, Recife, Curitiba e Cuiabá. "A meta são 15 franquias", diz Murillo Schattan. A expansão na América Latina inclui, entre outros, Buenos Aires e Punta Del Leste. Nos EUA, onde a Ornare já tem loja em Miami, a ideia é aproveitar o desaquecimento para conseguir locais com bom preço em Nova York, Chicago e outros.

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