terça-feira, janeiro 26, 2010

PAINEL DA FOLHA

Direto ao ponto

SILVIO NAVARRO
FOLHA DE SÃO PAULO - 26/01/10

As declarações de Lula, ao lado de José Serra (PSDB) e Gilberto Kassab (DEM), de que os recursos do PAC 2 (2011-2015) podem auxiliar no combate às enchentes serão repetidas por ele e incorporadas ao discurso da ministra-candidata Dilma Rousseff nas próximas agendas em São Paulo. No PT, a avaliação é que projetos que amenizem o impacto das chuvas e investimentos na área de segurança são temas caros aos tucanos em ano eleitoral.
O Palácio do Planalto prepara nova passagem de Lula pelo Estado já na semana que vem. Além de São Paulo, ele irá a São Bernardo, onde anunciará R$ 5 milhões em verbas para segurança pública.




Reincidência. O trio PSDB-PPS-DEM entrará hoje com nova representação na Justiça Eleitoral acusando Lula e Dilma de campanha antecipada. Desta vez, a queixa é contra a fala do presidente, segundo quem sua ministra "está palanqueira".

Água. Entre os próprios tucanos, entretanto, é voz corrente que a enxurrada de ações judiciais dificilmente produzirá algum resultado.

Abusado. Do líder do PSDB na Câmara, João Almeida (BA), sobre Lula se referir a Dilma como "palanqueira": "Além de tripudiar da Justiça Eleitoral, o presidente ainda nos impõe essas brincadeirinhas de mau gosto".

Boi na linha. Diante da ameaça da ala oposicionista do PMDB de tentar embargar na Justiça a convenção antecipada da sigla para o dia 6, Michel Temer (SP) disparou telefonemas ontem a aliados sondando sobre um recuo.

Reação. Em viagem à Europa, o governador Luiz Henrique da Silveira (SC) tratou do assunto por telefone com Roberto Requião (PR), que defende a candidatura própria da sigla. Ficou decidido que recorreriam à Justiça.

Metaleiro. Depois de dizer que o PT "dançará conforme a música" na eleição, o novo presidente do partido, José Eduardo Dutra, confessou numa roda de jornalistas que é fanático por rock.

Corrida 1. O deputado Rodrigo Rollemberg (PSB) propôs ontem ao senador Cristovam Buarque (PDT) que os partidos de oposição a José Roberto Arruda interessados em disputar o governo do DF listem nomes para escolher um candidato até abril.

Corrida 2. Além de Rollemberg, entrariam na roda os petistas Agnelo Queiroz e Geraldo Magela e José Antônio Regufe (PDT). Cristovam diz que não topa concorrer.

Na mesa. O ministro Hélio Costa (Comunicações), principal interessado nas tratativas entre PMDB e PT em Minas, é esperado amanhã na reunião entre as duas siglas.

Pacto. Será assinado hoje termo de cooperação para permitir que a Advocacia-Geral da União possa defender o Conselho Nacional de Justiça. Já há um caso em curso, numa ação que tramita no Supremo, envolvendo acusação de nepotismo no Tribunal de Justiça do Distrito Federal.

Conjuntura. O PT, que defendia a retirada gradual das tropas brasileiras no Haiti, trabalhou pela aprovação ontem no Congresso de autorização para envio de mais 1.300 militares ao país. "Há compreensão plena no partido sobre a necessidade de tropas numa missão humanitária e excepcional", disse o deputado Odair Cunha (MG).

Outro lado. Diretor-geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot rechaça a citação ao seu nome no relatório da Operação Castelo de Areia: "Estou indignado com esse procedimento da Polícia Federal. Não tenho nenhum envolvimento com a Camargo Corrêa e as decisões do Dnit são colegiadas".

com LETÍCIA SANDER e MALU DELGADO

Tiroteio

A campanha antecipada é tão descarada que, quando Dilma fala em PAC 2, na verdade está tentando divulgar o programa de governo dela.

Do deputado RODRIGO MAIA (RJ), presidente do DEM, sobre a lista de projetos que a ministra tem anunciado em ano eleitoral.

Contraponto

Tudo menos isso A governadora gaúcha Yeda Crusius (PSDB) anunciava investimentos para a restauração de estradas na última sexta-feira, durante evento da Federação dos Municípios do Rio Grande do Sul, em Tramandaí.
Ao checar os números, a tucana se deu conta de que se tratavam de 13 lotes de obras, justamente o número do PT, seu principal adversário durante a CPI do Detran, que investigou suposto esquema de corrupção.
Rapidamente, a governadora saiu pela tangente, levando a plateia à gargalhada:
-Aqui não podem ser 13... Vamos fazer em 12 ou 14!

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