19/04
Os franceses ainda não sabem as causas do incêndio que destruiu a Catedral de Notre-Dame, mas já há pistas de que a tragédia vai continuar – na fogueira das imposturas contemporâneas. O governo Macron lançou um concurso para arquitetos redesenharem um dos maiores símbolos góticos do mundo – ficará “ainda mais bonita!”, disse o presidente – e anunciou que o plano de reconstrução refletirá a moderna e diversificada nação francesa da atualidade.
A França e boa parte da Europa estão queimando nas chamas da demagogia politicamente correta e do populismo migratório – que está ferrando democraticamente nativos e imigrantes. A moda é fingir que o mundo inteiro pode morar em Paris, qual é o problema? Quem discorda disso não tem coração, é xenófobo e sócio da muralha do Trump.
Paris está pegando fogo nessa contemporaneidade arcaica que opõe velhos sindicalistas pendurados no Estado ao contingente de imigrantes não absorvidos devidamente pelo mercado e pela cultura – numa batalha obscura entre o passado morto-vivo e o futuro fantasioso, que as autoridades fingem poder conciliar para manter sua cosmética humanitária.
Paris ficará ainda mais humana, Notre-Dame ficará ainda mais bonita, quem sabe não aproveitamos para dar um upgrade na Monalisa, que está entediada ali no Louvre e também merece refletir a diversidade. E como ninguém segura essa onda criativa, por que não pensar globalmente e dar logo uma quebrada naqueles faraós autoritários e caretas, fazendo um concurso de design para modernizar as pirâmides do Egito? Pra começar, são silenciosas demais, o que simboliza evidentemente as minorias caladas e oprimidas da antiguidade. Um DJ resolve em um segundo esse anacronismo.
O mundo é dos espertos e algum vendedor muito malandro teve a ideia matadora de dizer que qualquer canoa à deriva no Mar Mediterrâneo é culpa do imperialismo europeu. Daí para a conexão com os parasitas de Nova York que vivem da resistência subsidiada ao Grande Satã foi um pulo. E assim vai se dando a transfusão antropológica do planeta, com a riqueza cultural sendo substituída por essa feira de bijuterias salvacionistas, ostentadas pelos emergentes da impostura em meio às chamas da civilização.
Os franceses ainda não sabem as causas do incêndio que destruiu a Catedral de Notre-Dame, mas já há pistas de que a tragédia vai continuar – na fogueira das imposturas contemporâneas. O governo Macron lançou um concurso para arquitetos redesenharem um dos maiores símbolos góticos do mundo – ficará “ainda mais bonita!”, disse o presidente – e anunciou que o plano de reconstrução refletirá a moderna e diversificada nação francesa da atualidade.
A França e boa parte da Europa estão queimando nas chamas da demagogia politicamente correta e do populismo migratório – que está ferrando democraticamente nativos e imigrantes. A moda é fingir que o mundo inteiro pode morar em Paris, qual é o problema? Quem discorda disso não tem coração, é xenófobo e sócio da muralha do Trump.
Paris está pegando fogo nessa contemporaneidade arcaica que opõe velhos sindicalistas pendurados no Estado ao contingente de imigrantes não absorvidos devidamente pelo mercado e pela cultura – numa batalha obscura entre o passado morto-vivo e o futuro fantasioso, que as autoridades fingem poder conciliar para manter sua cosmética humanitária.
Paris ficará ainda mais humana, Notre-Dame ficará ainda mais bonita, quem sabe não aproveitamos para dar um upgrade na Monalisa, que está entediada ali no Louvre e também merece refletir a diversidade. E como ninguém segura essa onda criativa, por que não pensar globalmente e dar logo uma quebrada naqueles faraós autoritários e caretas, fazendo um concurso de design para modernizar as pirâmides do Egito? Pra começar, são silenciosas demais, o que simboliza evidentemente as minorias caladas e oprimidas da antiguidade. Um DJ resolve em um segundo esse anacronismo.
O mundo é dos espertos e algum vendedor muito malandro teve a ideia matadora de dizer que qualquer canoa à deriva no Mar Mediterrâneo é culpa do imperialismo europeu. Daí para a conexão com os parasitas de Nova York que vivem da resistência subsidiada ao Grande Satã foi um pulo. E assim vai se dando a transfusão antropológica do planeta, com a riqueza cultural sendo substituída por essa feira de bijuterias salvacionistas, ostentadas pelos emergentes da impostura em meio às chamas da civilização.
Excelente, Murilo / Fiuza. Crítica consistente, realista, sem bla blá blá de fanáticos contrários ou favoráveis ao politicamente correto.
ResponderExcluir