O golpe de 1964 consumou-se porque o "dispositivo militar" de Jango Goulart não passava de um blefe do general Assis Brasil.
O golpe em curso, identificado pelo governo, avança na estrada aberta pela inércia de Dilma Rousseff, que prefere denunciá-lo em discursos a aplicar as medidas previstas na Constituição. O remédio está no artigo 137, que prevê a decretação do estado de sítio na hipótese de "comoção grave de repercussão nacional".
Sob o estado de sítio, o governo adquire poderes excepcionais para reprimir os golpistas, suspendendo a liberdade de reunião, restringindo a liberdade de imprensa e encarcerando os conspiradores. Mas a presidente nada faz, exceto falar. Isso se chama traição.
No Itamaraty, o diplomata Milton Rondó Filho emitiu circulares às representações no exterior com mensagens de alerta sobre o golpe, mandando que fossem transmitidas à opinião pública no estrangeiro. O gesto patriótico, um eco das denúncias emanadas do Planalto, valeu-lhe admoestação oficial e foi anulado por circular do secretário-geral do ministério.
A conspiração golpista tem ramificações dentro do próprio governo. Dilma reuniu em palácio, num ato de denúncia do golpe, os juristas Celso Bandeira de Mello, Dalmo Dallari, Fábio Comparato e Paulo Bonavides. Em 2001, os quatro protagonizaram tentativa de golpe urdida pelo PT, apresentando pedido de impeachment de FHC.
Os golpistas arrependidos, hoje convertidos em arautos da legalidade, conhecem o texto constitucional. Mesmo assim, não apontaram à presidente a solução contida no artigo 137, uma evidência de que simpatizam secretamente com os conspiradores. Na campanha de defesa da democracia, o governo deve se afastar de aliados ambíguos, cujos princípios oscilam ao sabor das circunstâncias.
A conspiração avança à luz do dia, usufruindo da inação do governo. Uma vantagem disso é que a identidade dos golpistas não está coberta pelo manto da clandestinidade. Na sua missão legalista, o governo tem o dever de elencar os criminosos. Ofereço uma lista preliminar de perigosos subversivos.
1) Sergio Moro. Crimes: violação da lei, instauração do arbítrio. O juiz obtém confissões pelo recurso à "extorsão" (Eugênio Aragão), persegue Lula por motivos políticos e divulga áudios privados da Presidência da República, ameaçando a "segurança nacional" (Dilma). Co-réus: juízes do TRF da 4ª Região, do STJ e do STF que confirmaram suas decisões.
2) Procuradores, auditores e policiais da força-tarefa da Lava Jato. Crimes: atentados contra a ordem política e econômica. A "república de Curitiba" prepara o golpe criando comoção popular por meio de vazamentos seletivos e espalhafatosas operações midiáticas. Na orgia subversiva, desestabiliza a economia, gerando desemprego e "R$ 200 milhões em prejuízos" (Lula).
3) Rodrigo Janot. Crimes: os mesmos que pesam sobre a força tarefa. O Procurador-Geral aceita delações premiadas obtidas por "extorsão" e autoriza interceptações telefônicas que envolveram a presidente.
4) Mídia. Crime: difusão de notícias destinadas a provocar comoção social. A imprensa coordena a operação golpista, disseminando os vazamentos oriundos da "república de Curitiba". Na lista de subversivos, excetue-se a "imprensa" patriótica baseada na internet e financiada por empresas estatais.
5) STF. Crime: legalização do plano golpista. A corte suprema definiu o rito parlamentar do impeachment, que é a forma política assumida pelo golpe de Estado.
6) Manifestantes do 13 de março. Crime: insurreição contra a democracia. Os milhões nas ruas são a infantaria da conspiração golpista.
Dilma trai a Constituição ao convocar CUT, MST e MTST à resistência contra o golpe. Sua obrigação é, na forma da lei, solicitar ao Congresso a decretação do estado de sítio. Se não a cumprir, sujeita-se a impeachment.
Demétrio... Demétrio... o que que é isso... nego-me a imaginar que você pensa isso... desde quando denunciar essa corja de saqueadores é crime... desde quando Sergio Moro está sendo criminoso... o povo precisa saber o que essas pessoas públicas andam fazendo com o nosso endosso pelo voto. Nunca votei no PT... mas nem por isso digo que a Dilma não detenha o poder... mas daí o governo todo e mais você Demétrio dizer que um golpe está em curso... golpe acontece em 10 dias... não em um ano ou mais... Estamos enojados e enraivecidos com essa roubalheira e desmandos do PT e aliados... que conseguiram eleger a Dilma com dinheiro roubado da Petrobrás.. Aliás.. aguarde a Delação do Marcelo Odebrecht... e verás...
ResponderExcluirJoão, o Demétrio Magnoli está fazendo uma provocação. Ele está demonstrando o ridículo do discurso da presidente, até porque se ela seguisse os conselhos dele nesse texto seria o caminho mais curto para a sua queda.
ExcluirProcure treinar mais a interpretação textual para você não se confundir mais.
Caso a megera queira ser tirada do poder mais rápido, que decrete o Estado de Sítio para fazê-la sentir a lembrança de uma saudade.
ResponderExcluirSó pra fazer um comentário João, o Demétrio está tirando um sarro, zombando da falsa acusação de golpe, que sequer a própria Dilma acredita ser verdade (se acreditasse já teria tomado a medida prevista na constituição)
ResponderExcluirÉ. ..sob esse ponto de vista. ..realmente é um sarro...mas num primeiro momento estranhei a postura do Demétrio. .. Pois interpretei que ele poderia ter "escorregado"...feito o Franklin Martins... que de uma hora para outra vendeu a alma só sistema... se é que ele já não havia sido gestado pelo próprio. .. valeu pelo comentário. .. muito agradecido
ResponderExcluirAnônimo, "treinar interpretação textual"? Sempre posso estar equivocado em uma interpretação, dependendo da clareza do texto. Li o texto e tantos outros do Demétrio e tenho a impressão que ele sempre vai pela cotra mão, ou seja, sempre trabalha com o contrário. Assim acho confusas suas afirmações (do autor) em muitos artigos.
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