domingo, dezembro 27, 2015

O Brasil escravo da dívida pública - SACHA CALMON

CORREIO BRAZILIENSE - 27/12

Os jornais escritos e falados estão repercutindo a tese de que o BC brasileiro, diante das incertezas políticas e da resistência da inflação, estaria determinado a subir a taxa básica de juros (Selic) até 17% ou 18% ao ano, para trazer para a meta, ainda que para o teto (6,5%), a inflação em 2016. Cristiano Romero, em boa hora, assinala: "Um dos temas mais interessantes do debate neste momento, com uma forte carga de dramaticidade graças à situação em que se encontra a economia brasileira, é o da dominância fiscal. Em linhas gerais, esse fenômeno ocorre quando as condições fiscais, e não as monetárias, determinam a inflação. Numa situação de dominância fiscal, o Banco Central (BC), em tese, não pode subir a taxa de juros, mesmo que a inflação esteja elevada, para não agravar a situação das contas públicas.

Para Luiz Guilherme Schymura, a acepção mais geral do conceito de dominância fiscal parte da ideia básica de que a restrição orçamentária do governo, ao longo do tempo, é condição de equilíbrio irrevogável. Isso significa que a dívida fiscal contraída será paga pelos fluxos de superavits a serem gerados. "Em outras palavras, quanto maior a dívida, mais o setor público terá que economizar para pagá-la", observa Schymura, que dirige o Ibre. Esse raciocínio, de tão óbvio, parece sem importância, mas não é: no Brasil, ainda há formuladores de política econômica que acreditam que não há mal algum em se elevar a dívida pública. Faltou dinheiro para bancar uma despesa supostamente de cunho social? Aumente-se a dívida. É caso típico do PT, passem a reparar.

Fora disso, ou seja, fazer poupança forçada chamada de superavit primário para pagar os altos juros da dívida pública e evitar que ela cresça sem parar, sobram poucas opções, a saber: 1) calote parcial ou total da dívida pública, o que nos tornaria um país pária; 2) emissão desbragada de moeda para pagar a dívida, gerando, quem sabe, hiperinflação e 3) elevação (inflação inercial) dos preços com menores vendas unitárias (defesa da margem do lucro), agravando a recessão e o desemprego, caso em que estamos (a inflação diminuindo a dívida pública em reais) e desempregando.

Cristiano Romero conclui assim o seu discurso: "Graças ao experimento criminoso conhecido como Nova Matriz Econômica, as conquistas foram jogadas na lata de lixo. A dívida bruta, que em 2014 estava abaixo de 55% do PIB, pode passar de 80% do PIB em 2018. Especialistas calculam que, para estabilizar essa dívida, o superavit primário anual necessário será de 3% do PIB. Esse número dá uma ideia da encrenca em que estamos metidos, neste e no próximo ano".

Parece-nos que essa encrenca está estabelecida pela passividade do governo. Dilma é apenas fantoche, não entende nada, não decide coisa alguma; o empresariado é fraco; o povo, ignorante; e a oposição não nos apresenta alternativa viável, salvo o impeachment, por ora inexistente. Cunha precipitou-se. Temer tem que tirar 70% do PMDB da aliança com o PT. Aí sim, o povo irá às ruas e não tem liminar que segure a deposição da inépcia que desgraça o país. Está decidido que o governo nos ofertará orçamento com deficit de R$ 125 bilhões. Nos começos de 2016, perderemos o investment grade por inércia e incompetência do PT.

Lula continua a pregar o aumento da dívida pública e do crédito do BNDES, via Tesouro, para deflagrar o crescimento dos investimentos, e do crédito ao consumidor para incitar o consumo, o emprego e a renda. Ora, foi essa política maluca que nos trouxe ao abismo. Precisamos é de investimentos em infraestrutura, educação e saúde. Está longe de um Getúlio, que criou a Companhia Siderúrgica Nacional, abriu a Rio-Bahia para integrar nacionalmente o tráfego rodoviário e, contra a UDN de Carlos Lacerda, criou a Petrobras (hoje arruinada pelo PT e quejandos). Está longe de Juscelino, que modernizou a indústria brasileira de máquinas, carros a autopeças, asfaltou a Rio-Bahia e fez 50 anos em 5. Está longe de FHC ,que acabou com a hiperinflação.

Como é que um energúmeno desses ousa dizer tantas besteiras sem ser seriamente ridicularizado? Será o fim do seu sonho louco de voltar à Presidência. Lula, recolha-se à sua insignificância. Todas as suas supostas e brilhantes conquistas estão indo embora. O ciclo petista, se se completar, entregará o país pior do que o recebeu. PT, nunca mais. A sua herança real serão a descompostura, a mentira, a ilusão, os maus caminhos, as ideias equivocadas, o mensalão e o petrolão. Um país em decomposição moral, econômica e social. Perderemos as reservas internacionais em moedas conversíveis, em seguidos ataques especulativos à moeda nacional. Será a estagflação (recessão e inflação).

Um comentário:

  1. Ao longo de anos, inclusive ainda ao tempo de Lula no seu primeiro mandato, eu advertia – pelo caminhar das contas pu’blicas, inclusive com o exterior – que o Brasil caminhava para o maior desastre economico de sua histo’ria! DOZE ANOS ATRA’S!

    Com base naquelas ana’lises, eu advertia de que caminha’vamos para uma sinuca de bico economica, a qual e’ – de tempos recentes para ca’ – passou a ser denominada de DOMINANCIA FISCAL, consequencia principalmente, sabemos agora publicamente, das chamadas pedaladas e do assalto generalizado a todos os recursos pu’blicos e das empresas semi-estatais!

    Em cima de tudo isso, estava ja’ claro, desde meados de 2005, que o dinheiro pu’blico nao era so’ roubado a ni’vel federal, mas em todos as formas de governos: local, municipal, estadual!

    E’ inacredita’vel para mim pessoalmente, como militar reformado, que tive que jurar a’ bandeira defender o Brasil com a minha pro’pria vida, a aparente disposi,cao dos comandantes militares das tres For,cas de continuarem em seus cargos – tendo seus comandados e a maioria esmagadora dos brasileiros sofrendo aquilo que em mais de 500 anos os nossos antepassados nao sofreram – sem tomarem qualquer iniciativa de – pelo menos! - demonstrarem de pu’blico a sua preocupa,cao com os rumos desastrosos do pai’s!

    Em consequencia, um subordinado ao Comandante do Exe’rcito, general de 4 estrelas - se viu obrigado – no lugar daquele Comandante – a se manifestar a respeito do rumo ruinoso do pais’! Mesmo sabendo que pagaria caro pela sua ombridade, o fez internamente para os seus comandados, em considera,cao a eles! Tratou-se do General Antonio Hamilton Martins Mourao, Comandante Militar do Sul – o qual foi em seguidfa defenestrado de seu cargo pelo colega Comandante do Exe’rcito, o mesmo que dias atra’s andou recepcionando com honrarias – em estabelecimento do Exe’rcito – a triste figura do presidente da Suprema Corte, o petista Ricardo Levandowski, o qual – com os companheiros aparelhados daquela Corte – tenta salvar Dilma de ser apeada do poder pelo Congresso.


    Tudo que vai pavorosamente mal no Brasil esta’ direta e principalmente relacionado com dois fatores principais:

    (1) No Brasil, vamos celeremente nos acercando de uma fase em que DOIS TER,COS DE TODOS OS RECURSOS PU’BLICOS – ISTO E’, TUDO O QUE OS AMIGOS E COLEGAS RECOLHEM AO GOVERNO FEDERAL – ESTA’ SENDO UTILIZADO PARA O SERVI,CO DA DI’VIDA FISCAL, AVIZINHANDO OS 4 TRILHOES (pagamento das amortiza,coes e dos juros reais extorsivos).

    (2) DO UM TER,CO SOBRANDO, SABEM TODOS AGORA QUE GRANDE PARTE TEM SIDO ROUBADA PELOS NOSSOS PRO’PRIOS GOVERNANTES, EM BENEFI’CIO PRO’PRIO, TORNANDO-SE MUITOS DELES (LULA, DIRCEU, PALOCCI, MERCADANTE, ETC., ETC.) MULTIMLIONA’RIOS, DIRETAMENTE OU ATRAVE’S DOS FILHOS OU AMBAS AS COISAS, COMO NO CASO DE LULA, AFORA OS LARANJAS!

    Como dizem os americanos, estes Jogos Oli’mpicos se avizinhando serao um insulto a ser jogado na cara de todos os brasileiros, ja’ feridos de morte pela crise poli’tica, economica, moral, sanita’ria, e ambiental.

    No Cone Sul, 4 pai’ses enfrentam agora um outro pavoroso desastre ecolo’gico, consequencia do fenomeno conhecido por El Nino, este por sua vez agravado pelo aquecimento global. Por causa de (1) e (2) acima, faltam os recursos para o enfrentamento da gravi’ssima situa,cao e o amparo das comunidades vitimadas!

    O ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, OUTRORA ENTRE OS MAIS RICOS DO BRASIL, ENCONTRA-SE VIRTUALMENTE FALIDO APO’S OS ANOS DE UM PETISTA NO GOVERNO DAQUELE ESTADO, TAL DE GENRO.

    Wilson Chiareli
    Escola Nacional de Arquitetura, Universidade do Brasil
    Oficial de Marinha, Escola Naval
    Oficial de Ma'quinas, CAMO
    Engenheiro Militar, IME (Mecanica, Industrial, Armamento)
    MSc em Engenharia (Industrial, Pesquisa Operacional, Engenharia Economica), PUC/RJ
    The Chase Manhattan Bank/IPEA – Planejamento Estrate’gico, Corporativo, e Governamental (1974-1986)
    Economista, UnB, Stanford U, University of Minnesota
    Em Roanoke, Virginia, EUA

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