segunda-feira, outubro 26, 2015

COLUNA DE CLAUDIO HUMBERTO

NA ODEBRECHT, QUEREM VER MARCELO PELAS COSTAS
Exatos 130 dias após sua prisão, até parece que ainda não “caiu a ficha” de Marcelo Odebrecht: ele age como se estivesse em sua sala, fazendo dos advogados portadores de instruções e recados, muitos recados, a maioria ríspidos, dirigidos a diretores e assessores dessa gigante da construção que atua em 21 países. E continua garantindo que todas as acusações são falsas. Ele não sabe, mas perdeu poder.

AVAL PATERNO
Ordens de Marcelo enviadas da prisão não são seguidas, a menos que referendadas pelo pai, Emílio Odebrecht, muito estimado na empresa.

SEM COMPANHEIROS
Marcelo chamava executivos de “meus companheiros”, mas os tratava com distância. Quase não tem amigos. Muito menos companheiros.

BILHETE AZUL
Quando deixar a prisão, Marcelo será informado de que já não há lugar para ele na empresa. Ainda não foi desligado para não abalar o moral.

BYE, BYE, BRASIL
A ideia de dirigentes do conglomerado é que Marcelo Odebrecht, que ainda é jovem, passe a viver no exterior tão logo a Justiça o permitir.

VICE DE CUNHA COLECIONA ACUSAÇÕES NA JUSTIÇA
Caso o mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) não resista ao escândalo das contas na Suíça, a Câmara dos Deputados poderá vir a ser comandada pelo seu vice-presidente, Waldir Maranhão (PP-MA). O problema é que ele responde a três processos judiciais, e aparece na lista de propina do doleiro Alberto Youssef. Em maio, escapou de outro processo na Justiça Eleitoral pelas contas da campanha de 2010.

PUXA A FICHA
Além da citação de Youssef no Petrolão, corre no Supremo Tribunal Federal investigação por lavagem de dinheiro ou ocultação de bens.

NO CASH
Na CPI da Petrobras, Youssef disse que entregou pessoalmente R$ 1,4 milhão ao deputado. O total da propina teria sido de R$ 3 milhões.

QUEDA POR DOLEIRO
Em 2013, a PF grampeou o deputado convidando o doleiro Fayed Treboulsi à sua casa para um encontro. À época, ele negou tudo.

AGUENTA, CORAÇÃO
O clima tenso vivido nos últimos meses levou a Câmara dos Deputados a torrar R$ 500 mil, sem licitação, na contratação dos serviços do Instituto de Cardiologia do Distrito Federal, para realizar atendimentos.

MELHOROU PARA PIOR
Apesar do pessimismo, a bolsa brasileira voltou a ser destino predileto de investidores estrangeiros: US$ 4,2 bilhões nos primeiros 20 dias de outubro. É a famosa “especulação seletiva”, quando estrangeiros compram na baixa, e caso não dê certo, as perdas são irrisórias.

DESAPOSENTADO
O ex-senador José Sarney (PMDB) ainda está forte na atuação política. Assessores no Senado se impressionam: ele recebe mais visitas de políticos agora do que quando ocupava função pública.

O DILEMA DE CUNHA
O deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ) avalia que após Eduardo Cunha definir a questão do impeachment, aumentará a pressão pela sua queda. “No mesmo dia, o PT parte para cima do Eduardo”, diz.

ASSÉDIO MORAL
Funcionários da Liga dos Países Árabes se queixam de assédio moral. Uma copeira foi expulsa pelo braço e aos berros. Ela não contou conversa: registrou queixa na delegacia contra o embaixador.

CHAPA FICHA LIMPA
Articula-se no DF uma chapa ficha limpa para 2018: Chico Leite (Rede) para governador, Cristovam Buarque (PDT) para o Senado, e com o apoio de Antonio Reguffe (PDT), senador campeão de votos.

A HISTÓRIA SE REPETE
Na Câmara, deputados brincam afirmando que vão parar de pedir a cabeça de Joaquim Levy (Fazenda). Se Dilma o mantém só de pirraça, como o fez com Aloizio Mercadante, os deputados estarão no sal.

SOLUÇÃO À GRINGA
A revista Forbes analisou a crise brasileira e listou as três possíveis saídas para o Brasil: o impeachment de Dilma, novas eleições convocadas pela Justiça Eleitoral, ou a permanência de presidente e crise.

SE CONVIDAR, ELA VAI
Tentando parecer simpática, Dilma topa qualquer coisa. Já foi a pelada de índios, e pode considerar até convite para aniversário de boneca.


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