segunda-feira, outubro 12, 2015

COLUNA DE CLAUDIO HUMBERTO

TEMER COMANDA ‘ARTICULAÇÃO POLÍTICA PARALELA’

A falta de habilidade de Dilma com a base aliada no Congresso fez com que o vice-presidente Michel Temer assumisse, não-oficialmente, a articulação política “paralela” do governo. A desastrada reforma reforçou a atuação de Temer, que organiza reuniões no Palácio do Jaburu e trata diretamente com parlamentares. Temer intercedeu no PMDB e garantiu votar na próxima semana o veto de Dilma ao reajuste do Judiciário, que custará R$ 26 bilhões a mais no orçamento até 2018.

QUE FIQUE CLARO
Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) garante que os peemedebistas independentes votarão a favor do veto: “Mas por causa do Temer”.

QUEM MANDA
Temer tem influência até na oposição, que, de olho na queda de Dilma, promete dar quórum na sessão da próxima terça-feira (13).

ESTADO NOVO
Aliados e oposição concordam: Temer articula em “causa própria”. Um aumento de gastos teria enorme impacto num possível governo Temer.

EX-ARTICULADOR-GERAL
Temer chegou a ocupar oficialmente a posição de “articulador-geral” de Dilma, nas negociações com o Congresso. Não durou dois meses.

CONTA DA SONEGAÇÃO EQUIVALE A 13 VEZES A CPMF
Enquanto o governo tenta meter a mão no bolso do cidadão para cobrir o rombo de R$ 30 bilhões no orçamento, o Brasil perdeu mais de R$ 400 bilhões em impostos sonegados e não cobrados de contribuintes de grande porte. Esse dinheiro seria suficiente para dispensar a CPMF, por exemplo, cuja previsão de arrecadação é de R$ 32 bilhões ao ano. A frustração na arrecadação tributária é apontada no “Sonegômetro”.

CONTRAPONTO
O Sonegômetro foi criado por procuradores da Fazenda incomodados com o sucesso do Impostômetro, lançado pelo setor produtivo.

IMPOSTÔMETRO
O brasileiro não suporta mais pagar impostos: foram mais de R$ 1,5 trilhão recolhidos em 2015, e ainda faltam três meses para o fim do ano

SENTA LÁ
O dinheiro que o governo não consegue cobrar de grandes devedores corresponde à soma de sete dos principais ministérios do governo.

AQUI ME TENS DE REGRESSO
O deputado Leonardo Picciani (RJ) tenta se reaproximar de Eduardo Cunha, que o retirou do baixo clero. O hoje líder do PMDB avisou que apoiar o governo não implica em romper com o presidente da Câmara.

OTIMIZANDO
Com a Lava Jato na cola, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deve considerar apenas o pedido de impeachment de Dilma apresentado pelo jurista Hélio Bicudo, considerado irrespondível.

DEVERES E OBRIGAÇÕES
“O Brasil espera que esta Casa (Câmara) cumpra seu dever. Esta Casa espera que a sociedade compre sem dever”, ironiza o deputado Alfredo Kaefer (PSDB-PR), sobre as tentativas de aumento de imposto.

JÁ HÁ FUNDAMENTO
O deputado Mendonça Filho (DEM-PE) diz que a rejeição das contas de Dilma não precisa ser aprovada no Congresso para dar andamento ao impeachment. “O parecer do TCU já é suficiente à base legal”.

FATOR SERRA
É tão real a aproximação de José Serra do PDMB que medalhões já manifestam receios, a começar pela paulistização do partido. Além de o fato de Serra “só pensar naquilo”: a presidência da República.

PEDALAR OU NÃO PEDALAR?
Na tentativa de se livrar das pedaladas fiscais, o governo pretende apresentar proposta para estabelecer procedimentos mais rigorosos de contabilidade pública. Pedaladas ficariam proibidas daqui para frente.

CÃES DE GUARDA
Crítico do governo, o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) mal acredita no erro político primário do governo, ao tentar desacreditar o TCU: “Isso foi obra da ala radical do PT”. Deu no que deu.

NO MURO
A tendência é o “novo blocão”, sem o PMDB, seguir governista, mas o líder Dudu da Fonte (PE) garante respeitar a posição de cada partido. O grupo se compõe de 82 deputados do PP, PTB, PSC e PHS.

DESASTRE
A reforma de Dilma foi tão desastrosa que tem aliado torcendo para Dilma pegar um voo Malaysian Airlines na próxima viagem à Ásia.

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