domingo, março 01, 2015

Deixa isso pra lá - VERA MAGALHÃES

FOLHA DE SSP - 01/03

O núcleo político do governo Dilma Rousseff vai adotar uma pauta "neutra" e engavetar projetos mais identificados com o PT, como a regulamentação da mídia, nos próximos meses para evitar embates ideológicos no Congresso. Ministros avaliam que o perfil atual da Câmara e do Senado é refratário a esse tipo de assunto e que a melhor maneira de recompor a base aliada é priorizar uma pauta menos política e mais econômica, voltada para o setor produtivo, empresários e trabalhadores.

Alô, Janot 

A pressão sobre Rodrigo Janot por conta da lista dos implicados na Lava Jato não vem de hoje. Em novembro passado, José Eduardo Cardozo (Justiça) pediu que o procurador-geral da República recebesse diretores do Banco do Brasil para discutir as investigações.

Risco... 

Janot e outros procuradores se reuniram em 24 de novembro com representantes da área jurídica e analistas econômicos do banco, que foram expor graves consequências econômicas caso empresas envolvidas nos desvios da Petrobras fossem severamente punidas.

... sistêmico 
Munidos de relatórios expostos aos procuradores em PowerPoint, descreveram um cenário alarmista, em que, a depender do valor das sanções financeiras aplicadas às empreiteiras, o país teria o crescimento afetado e o efeito se alastraria para vários outros setores.

Instável 
Amigos do procurador-geral da República dizem que ele demonstra abatimento e ansiedade nos últimos dias com a pressão a que está submetido.

Acuado 1 
Outro que passou o final da última semana tenso com o desfecho iminente da lista da Lava Jato foi o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Acuado 2 
Antes confiante de que ficaria fora do rol, o peemedebista disse a aliados ter recebido sinais de que seu nome poderá ser incluído. Diante da hipótese, Cunha se mostrou colérico e disposto a se vingar do governo.

Pedra cantada 
Por mais que Dilma tenha mostrado indignação com a decisão da Moody's de rebaixar a nota da Petrobras, ela já havia sido alertada por Graça Foster de que a medida era inevitável.

Boa... 
Empenhado em ter Eduardo Cunha como aliado na negociação do ajuste fiscal, Joaquim Levy está aberto a discutir com ele as considerações que o presidente da Câmara fez sobre a MP que reduz o subsídio para as empresas que não pagam contribuição patronal, por causa da desoneração da folha.

... vizinhança 
O ministro tem dito que acha importante todos estarem bem informados para se posicionar. Por isso a Fazenda já tem prontos estudos sobre o assunto.

Luz do dia 1 
Além de apresentar requerimento para a criação de três sub-relatorias na CPI da Petrobras, o PSDB incluirá o mesmo pedido entre as sugestões que o relator, Luiz Sérgio (PT-RJ), solicitou aos deputados.

Luz do dia 2 
O partido espera que o petista recuse a ideia, mas quer aproveitar o fato para reunir munição e dizer que o relator está travando o andamento das investigações já no início.

Reserva 
Parte da oposição chegou a articular a candidatura de Onyx Lorenzoni (DEM-RS) à presidência da CPI. O PSDB e o próprio DEM atuaram para demovê-lo da ideia para não se indispor com o estratégico PMDB.

Vai ter bolo 
De um parlamentar do PSB sobre a possibilidade de entrada de Marta Suplicy no partido: "Ela faz aniversário em março. A lista da festa vai dizer se o coração dela virou socialista ou se ainda continua petista".com BRUNO BOGHOSSIAN e PAULO GAMA

TIROTEIO

"Não sabia que a Ravenna prescrevia cortar PAC, Fies, Minha Casa Melhor, Pronatec... Só que quem emagrece é o PIB, não a presidente."

DE RODRIGO MAIA (DEM-RJ), deputado federal, ironizando a dieta seguida por Dilma Rousseff, que determinou novos cortes para atingir a meta fiscal.

CONTRAPONTO

Vela para são Pedro

Em sessão na Câmara paulistana, na quinta-feira, o presidente do PT, vereador Paulo Fiorilo, mostrou vídeo de uma comissão extraordinária da Casa em que o engenheiro Nelson Luiz Nucci, ex-diretor de Planejamento da Sabesp, comentou a crise hídrica de 2007.

Segundo o engenheiro, disse Fiorilo, a estatal criou três grupos de trabalho para lidar com o problema: o de comunicação, outro técnico e um "de oração", comandado por Gesner Oliveira, então presidente da estatal.

--E, segundo o próprio professor, o grupo que deu certo foi o de oração! --concluiu o petista.

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