quarta-feira, fevereiro 25, 2015

COLUNA DE CLAUDIO HUMBERTO

“Não tem como me afastarem da magistratura…”
Flávio Roberto de Souza, juiz flagrado usando carrões de Eike Batista, que apreendeu



Indefinição de Dilma azeda relações com Toffoli

Azedaram as relações do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Dias Toffoli, com Dilma Rousseff. Assim como há sete meses ela não consegue escolher o substituto de Joaquim Barbosa no Supremo Tribunal Federal, não se define quanto a outra vaga no TSE, ignorando o apoio de Toffoli à recondução de ministro Henrique Neves. Tampouco escolhe outro, deixando o TSE desfalcado de um ministro.

Segunda vaga

A indecisão de Dilma deve prejudicar ainda mais o TSE: nesta quinta (26) se encerra o mandato da ministra Luciana Lóssio.

Pedala, Dilma

O ex-presidente Lula até já interferiu, chamando a atenção de Dilma para a necessidade de preencher as vagas no Supremo e no TSE.

Combinado

Toffoli acertou no Supremo que só será definida a lista tríplice para a vaga de Lóssio quando Dilma preencher a vaga de Henrique Neves.

Pelo ralo

A Câmara dos Deputados gastou mais de R$ 243 mil, neste início do ano, para instalar armários novos para suas excelências

PT e PMDB agora brigam por orçamentos obesos

A indefinição de Dilma sobre o segundo escalão acirra os ânimos entre PT e o principal aliado PMDB na briga por cargos, sobretudo aqueles de orçamentos obesos. É o caso da Fundação Nacional da Saúde (Funasa), há anos controlada pelo PMDB e agora pretendida pelo PT para presentear um petista sem mandato, Rogério Carvalho, presidente do PT sergipano. Para o PMDB, é questão de honra manter o cargo.

Costa quente

A Funasa é comandada por Antonio Henrique Pires, indicado pelo vice-presidente Michel Temer e pelo ex-deputado Henrique Eduardo Alves.

De olho em 2016

A ideia do PT é dar “instrumentos” a Rogério Carvalho para que ele possa disputar a prefeitura de Aracaju em 2016.

Já te vi

Rogério Carvalho parece ter certa incompatibilidade com as urnas. Em 2014, disputou o Senado e perdeu para Maria do Carmo (DEM-SE).

Esses bolivarianos...

Esses “bolivarianos” são uns artistas. O diplomata Antônio Simões, conhecido pela idolatria às baixarias da semi-ditadura venezuelana, poderia trabalhar na Bolívia, “farol” do bolivarianismo, mas preferiu o “circuito Helena Rubinstein”: será o embaixador do Brasil em Madri.

Bengala adiada

O governo quer trégua na briga pela “PEC da bengala”, que passa para 75 anos a aposentadoria compulsória. O ministro Pepe Vargas obteve dos aliados a promessa de o tema não entrar em pauta esta semana.

Base esfacelada

Carlos Sampaio (PSDB-SP) acha que não adianta o lobby de ministros pela maldade fiscal. Para ele, a bancada leal a Dilma é a que votou em Arlindo Chinaglia para presidente da Câmara: 136 em 513 deputados.

Pezão nega ligação

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), refutou outra vez a ligação de seu nome à Lava Jato. Ele está à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos até sobre seu patrimônio.

Queda de braço

Pegou fogo a briga do deputado Paulo Maluf (SP) com o senador Ciro Nogueira (PI), ontem. Presidente nacional do PP, Nogueira quer dissolver o diretório paulista e colocar Guilherme Mussi no comando.

Incompetência

O HSBC anda ruim das pernas. Agora sua matriz – a HSBC Holdings – definiu que o Brasil está entre os países “problemáticos”, e admite até abandoná-los. Mas problemático mesmo é o HSBC. Um banco desse porte não fazer lucro no Brasil é sinal de incomensurável incompetência

Líderes fortalecidos

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, oficializou a proibição de candidaturas avulsas para disputa nas comissões permanentes da Casa. Agora, os nomes serão aqueles definidos pelos líderes e ponto.

Sinal fechado

PT e PSOL prometem fazer barulho pela abertura de investigação no Senado contra o senador José Agripino Maia (DEM-RN). Ele foi citado, em delação premiada, nas negociatas no seu Estado.

Lula lá

Apavorados com a reta final da Lava Jato, políticos governistas torcem para que Lula não desembarque em Brasília, nesta quarta, de um dos jatinhos de empreiteiras que costuma usar.


PODER SEM PUDOR

Só por telefone

Benedito Valadares estava no final do último mandato de senador, nos anos 70, e evitava jornalistas. Certo dia, acabou encurralado em um corredor do Senado. Atônito, pegou o telefone mais próximo e fingiu que falava com alguém. Conversa demorada. Os jornalistas se impacientaram e ele reagiu:

- Não têm respeito? Não vêem que estou falando com o Carvalho Pinto?

- Mas o Carvalho Pinto está ali do lado! - apontou um jornalista.

Valadares deu uma olhada, viu o colega, mas insistiu na desculpa:

- É que eu só falo com ele por telefone…

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