sábado, novembro 15, 2014

COLUNA DE CLAUDIO HUMBERTO

“Não sabem o que fazer, estão atônitos”
Ex-presidente FHC criticando a corrupção e os truques do governo Dilma


Delação de Camargo abriu a ‘porta do inferno’

As espantosas revelações do executivo Júlio Camargo foram decisivas na formatação da sétima fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta sexta-feira (14) por ordem do juiz federal Sergio Moro. Representante da japonesa Toyo-Setal, Camargo atuava como um “coordenador” do esquema de empreiteiras que fraudava licitações e dividia os contratos bilionários da Petrobras, e pagava propina a políticos e a funcionários.

Chave da ‘porta’

Com sua delação premiada, Júlio Camargo abriu a “porta do inferno” para empreiteiras corruptoras e políticos e governantes corruptos.

Nitroglicerina

Júlio Camargo é considerado pelos investigadores como o “coração do esquema” do Petrolão. Seus depoimentos foram nitroglicerina pura.

Não saia de casa sem

Se as delações de Paulo Roberto Costa e de Youssef são padrão “master”, a do ex-diretor da Petrobras, Roberto Duque, será “premium”.

História ao vivo

São consideradas históricas imagens da prisão de poderosos como o dono da empreiteira UTC, empresário Ricardo Pessoa, ontem.

Cunhada de Vaccari foi acusada em CPI de 2005

Apanhada na Operação Lava Jato, Marice Correa de Lima, cunhada do tesoureiro do PT João Vaccari Neto, envolvido no Petrolão, levou R$1 milhão em cash para pagar camisetas à Coteminas, do então vice-presidente José Alencar, como apurou a CPI dos Correios, em 2005. Militante petista de carteirinha, ela foi coordenadora do partido em São Paulo e era braço direito do cunhado nas safadezas do Petrolão.

Militante irrequieta

Marice Lima, a cunhada dos milhões de Vaccari, também atuava numa Confederação Sindical das Américas (CSA), com sede no Panamá.

Nota de falecimento

O noticiário policial varrendo figurões enrolados no Petrolão lembra a velha piada judaica: e quem vai ficar tomando conta da Petrobras?

Família real

Bem a calhar a piada correndo no Twitter: “Prenderam o Duque (ex-diretor da Petrobras). Agora falta o Rei”.

Sexta-feira, 14

A sétima fase da Lava Jato aconteceu um dia após o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) ameaçar sindicância contra delegados, que, espantados com o Petrolão que investigam, criticaram Dilma nas redes.

Recolhidos aos costumes

Durante ato do PT no Rio, em setembro, o militante José Maria Rangel, da Federação dos Petroleiros, disse que Lula e Dilma geraram renda e empregos para os brasileiros, na Petrobras. O jornalista Sylvio Guedes concordou, no Facebook: “Alguns deles estão sendo presos hoje...”

De doleiro a empreiteiro

Advogado do doleiro Alberto Youssef, Antônio Figueiredo Basto foi contratado pela Costa & Silva Advocacia para também atuar em defesa de um executivo ligado à Petrobras, preso ontem. E pode?

Enrolado há tempos

O presidente da empreiteira Queiroz Galvão, Ildefonso Colares Filho, preso ontem, foi acusado pelo delator Paulo Roberto Costa de pagar R$ 10 milhões, através de Alberto Youssef, ao falecido senador Sérgio Guerra (PSDB).

Complicou

A ligação de Henrique Meirelles ao Banco Original, do Grupo JBS/Friboi, virou um complicador a mais para seu retorno ao Banco Central ou para substituir Guido Mantega no Ministério da Fazenda.

Impostos indecentes

O Brasil vende o iPhone 6 mais caro do mundo porque o governo, insaciável, toma grande parte em impostos. No modelo pelo qual o consumidor paga R$ 3.500, somente R$ 1.500 são de impostos.

Gibraltar bate um bolão

Jogando em casa, a seleção alemã não conseguiu passar de modestos 4x0 contra Gibraltar, lugarejo 30 mil habitantes. Na casa do adversário, dia desses, a mesma Alemanha meteu 7x1 no time de Felipão.

Traduttore, traditore

Os venezuelanos não sabem como serão as aulas dos 119 estudantes de medicina palestinos da bolsa Yasser Arafat 2014. Desconfiam que também serão obrigados a pagar os tradutores e depois virar cobaias.

Pensando bem...

...com a economia em parafuso e a lama jorrando nas altas esferas da Petrobras, Dilma nem deveria voltar da Austrália.


PODER SEM PUDOR

Respeito à virgindade

O presidente Fernando Henrique sonhava em ser considerado um novo JK, conforme já confessou. Lendo a biografia "O artista do impossível" de Cláudio Bojunga (Objetiva, Rio, 2001), ele verificaria que há diferenças insanáveis. Uma delas: a recusa de JK de mudar as regras do jogo para se reeleger, como queria um grupo de bajuladores que incluía adesistas da UDN, como ACM (ele mesmo). Em entrevista a Carlos Castello Branco, em 1960, JK jogou uma pá-de-cal na manobra:

- Vou sair daqui (do governo) com a Constituição virgem.

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